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terça-feira, maio 19, 2015

Porca miseria

Anika Ekberg, 'La Dolce Vita', de Fedeico Fellini

Dolce Vita falida


Este Amorim sempre foi um alho!

Quando anunciaram a construção destes 'malls' lembro-me de ter pensado e dito que vinham tarde e em breve teriam a mesma sorte dos centros comerciais suburbanos da América: falência e abandono. Era evidente e estava escrito em todos os livros que versavam o Pico do Petróleo.

Ao contrário dum pinhal, ou dum olival, nogueiral, etc, estes monos não servem para nada, salvo para acolher refugiados se houver uma catástrofe, e mesmo assim, sairiam caros de manter e gerir. Uma vez falidos, valem literalmente zero!

Os centros comerciais Dolce Vita fazem parte do delírio especulativo a que presidiram José Sócrates e Cavaco Silva. Centenas de milhões de euros para o lixo. Como foi, ou é ainda possível? Bem, foi e é ainda possível, porque boa parte destes pseudo investimentos serviram e servem apenas para movimentar a liquidez especulativa virtual entre os grandes vigaristas deste mundo. É por isto que, quando as bolhas rebentam, no seu lugar fica apenas um grande vazio e muita destruição social, na medida em que as cleptocracias reinantes passam parte dos custos destas implosões à sociedade — sob a forma de destruição das taxas de juro, falências no setor produtivo, desemprego, destruição de salários e pensões, desorganização dos aparelhos de estado e czarismo fiscal.

Os incautos, perante tamanha destruição económica, tentaram especular com produtos financeiros apresentados como de rendimento garantido, em vez de adquirir ouro, prata, imobiliário para requalificação bem situado nas cidades, terras férteis, ou simplesmente comprar um bom cofre onde proteger o dinheiro da perseguição fiscal. Má ideia, como se começou a perceber desde o colapso da Afinsa, mas que só a implosão do BES e a fraude do chamado papel comercial, ou seja, já depois do crime BPN, ficou dramaticamente escancarada.

Afastem-se dos bancos!

Estive hoje a simular o rendimento dum depósito a prazo de 65 mil euros durante 10 anos. Sabem quanto é que renderia este depósito, mantendo-se as atuais taxas de juro, de inflação e impostos aplicáveis? Pois bem, segurem-se: 571,75 euros. Ao fim de uma década!!! A produção de pinhão de um só hectare de pinheiro manso rende mais num ano do que o depósito bancário em dez. Um hectare de pinheiro manso micorrizado, entre lenha, madeira, resina, pinhas, pinhões e cogumelos silvestres, poderá render mais de 1000 euros por ano, enquanto no mesmo período um depósito bancário de 65 mil euros não renderá mais de 58 euros.

É, pois, preferível investir em terrenos rústicos de boa qualidade (com água), em pinheiros mansos (com direito a subvenção comunitária) e bravos, carvalhos, sobreiros (com direito a subvenção comunitária), faias, mas evitando o boom do eucalipto (1) que, como todos os booms, vai acabar por estourar, e árvores de fruto (laranjas, nozes, cerejas, castanhas, amêndoas, avelãs, figos, azeitonas), em vinho biológico, em mirtilos, em variedades bio com especial valor acrescentado de tomate, batata, cenoura, pimento, etc., do que ter o dinheiro no banco onde perde valor a cada dia que passa e é presa fácil do czarismo fiscal dos governos cada vez mais falidos que temos.

NOTAS
  1. A senhora Cristas parece que trabalha para o lóbi da pasta de papel. Que tem a dizer sobre esta suspeita?

    PÚBLICO: Oitenta por cento das novas plantações e 94% das replantações produzidas na floresta portuguesa ao longo dos últimos 15 meses sem recurso a ajudas públicas tiveram os eucaliptos como a árvore de eleição.

    A espécie florestal que no espaço de meio século cresceu de uma área reduzida de 50 mil hectares para se tornar na árvore dominante no país (ocupa 812 mil hectares) continua a sua expansão imparável. E ao simplificar o processo de aprovação de novas plantações e ao permitir a mudança de espécie nas rearborizações de espaços florestais, o novo regime jurídico que entrou em vigor em Outubro de 2013 parece favorecer essa expansão: dos 11.019 hectares arborizados ou rearborizados com capitais privados nos 15 meses de vigência da nova legislação, 10.046 receberam eucaliptos.

    Só o facto de os apoios à florestação da Política Agrícola Comum se dirigirem prioritariamente a espécies como o pinheiro manso ou o sobreiro evitam que a floresta nacional caminhe irreversivelmente para a monocultura.


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quarta-feira, maio 14, 2008

Por Lisboa 18

Cidade Comercial Dolce Vita
2009: futura cidade comercial Dolce Vita abre as suas portas em Belas.

What Oil Can Buy

Não sou invejoso, nem miserabilista.
Afinal, desde a apresentação da ideia do Grande Estuário, em 1 de Maio de 2005, que afirmo a necessidade de pensar a cidade-região de Lisboa como uma metrópole para 5 milhões de habitantes. Número este a que provavelmente chegará antes de 2030, ainda que num panorama civilizacional bastante alterado pelas consequências catastróficas do pico petrolífero, das persistentes e agravadas crises alimentares globais, das alterações climáticas e de conflitos militares apocalípticos.

O potencial do atraso geral de Portugal e da evolução desconexa e muito recente da grande área suburbana de Lisboa (A REGIÃO DOS GRANDES ESTUÁRIOS) é enorme, sobretudo por causa das deslocações demográficas internas, internacionais e intercontinentais que muito provavelmente ocorrerão em consequências da crise sistémica da nossa civilização, cujos contornos começam agora a ser visíveis para todos. Há muito espaço disponível, há energia (salvo petróleo) e alimentos por toda a parte, e a mistura demográfica é de muito boa qualidade! Falta apenas capital (não falta), clientes (não faltam), mão-de-obra variada (não vai faltar...) e uma visão certeira integrada, com poderes de intervenção especiais, sobre tão inacreditável furo de oportunidade. Esta é a corrida que a cidadania galaico-lusitana tem que estudar e sobre a qual terá que saber exercer o seu magistério democrático inteligente, sob pena de assistir a uma colonização capitalista desumana do território e das gentes, sem precedentes na nossa história.

Se houver cabeça, podemos transformar esta privilegiada confluência de dois enormes e riquíssimos estuários, apesar das tragédias por vir, numa das grandes cidades-regiões sustentáveis num planeta em extrema convulsão, fazendo de Lisboa um ponto de interligação chave entre as Américas, a África e a Grande Europa. Abrindo ou fechando à China aquela que é seguramente a sua mais confiável porta de entrada na Europa.

Mas para isso precisamos previamente de fazer uma revolução política sem precedentes -- pacífica, democrática e sobretudo assente na inteligência criativa

Enquanto lá não chegarmos, veremos apenas sinais desgarrados deste futuro à vista: EXPO 98, IKEA, AVE Madrid-Lisboa, NAL de Alcochete... e o "fantástico Mike!" DOLCE VITA TEJO!

Não percam esta pérola da CULTURA PÓS-CONTEMPORÂNEA! Acabaremos todos por lá ir, entre outros motivos, porque então já os famosos estádios lisboetas do Euro 2004 estarão como hoje está o pobre Centro Comercial de Alvalade: vazios e falidos! O único estádio que escapa à implosão financeira não fica em Lisboa, mas no Porto, nas Antas. Por desgraça, nasci Benfiquista!

E se pensam que vão resistir à Dolce Vita do Tejo, por que tomam muita presunção e água benta, então comecem desde já a pensar na resposta a dar aos vossos filhos e netos quando estes vos exigirem uma visita ao Kidzania, situado na mesmíssima Dolce Vita de Belas. Olé!

OAM 360 14-05-2008, 00:58