Mostrar mensagens com a etiqueta DOW. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta DOW. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, maio 03, 2013

O rapto das sementes

Assunção Cristas defende quem, Portugal ou a Monsanto?

Há quem esteja a favorecer o regresso à escravatura através da biopolítica

Há cinco bancos de investimento, JPMorgan, Bank of America, Citibank, Goldman Sachs e HSBC, que detêm 96% da exposição americana ao mercado de derivados, e a quase um terço do valor nocional de todos os contratos derivados OTC celebrados ao longo das últimas duas décadas. Há cinco gigantes informáticos, Intel, Microsoft, Apple, Google e Facebook, que controlam boa parte da comunicação digital no planeta. E há cinco monstros, praticamente desconhecidos da maioria das pessoas, que têm vindo a controlar de modo simultaneamente insidioso e agressivo a produção e venda de sementes à escala global: Monsanto, Dupont, Syngenta, BASF, Dow.

Estas multinacionais, que escolhem, modificam e produzem sementes, nomeadamente através da manipulação genética (OGM), também desenvolvem, produzem e vendem em regime de monopólio partilhado pesticidas e outros agentes químicos altamente tóxicos. 

Estes conglomerados têm como objetivo estratégico principal apropriar-se da maior área possível de terra arável do planeta. Esta concentração mundial dos recursos agro-alimentares nas mãos de meia dúzia de empresas bioquímicas e hedge funds ocidentais significa que estamos a assistir à implementando silenciosa, mas nem por isso menos letal, de um fascismo biológico, químico, agronómico e alimentar, à escala planetária. 

Se este processo criminoso de concentração criminosa do capitalismo continuar, uma terceira guerra mundial, precedida de um período de empobrecimento acelerado dos povos, pela destruição acelerada das classes médias, guerras vicariantes (proxy wars) e caos financeiro sem precedentes, será provavelmente inevitável.

É por tudo isto que é muito muito importante oferecer a máxima resistência democrática possível ao assalto que neste preciso momento as multinacionais de sementes, em particular norte-americanas, impulsionadas pela proposta de criação de uma corredor de livre comércio entre os Estados Unidos e a União e a Europa, esperam ganhar no próximo dia 6 de maio em Bruxelas, com a conivência de advogados e cientistas que há muito deveriam ter sido expulsos das suas corporações profissionais, por descarada desonestidade intelectual, falta de ética e ganância sem limites. 

Uma forma de contrariar os planos desta frente de terrorismo biológico insidioso, que está em curso (não nos iludamos), é escrever ao presidente da Comissão Europeia, senhor José Manuel Durão Barroso, a este respeito. Assinar a petição que corre neste momento na Net pela defesa da autonomia alimentar europeia e pelo direito inalienável dos povos ao que a natureza lhes dá: as sementes de toda a vida!


A/c Presidente da Comissão Europeia

José Manuel Durão Barroso

Pedido para alterações significativas na legislação para a Comercialização de Material de Propagação de Plantas, de forma a salvaguardar a agro-biodiversidade, os direitos dos agricultores na Europa e países em desenvolvimento, a segurança alimentar global e o direito à escolha e à transparência dos consumidores.

Lisboa, 2 de Maio de 2013

Os representantes da sociedade civil portuguesa signatários desta carta instam o Senhor Presidente da Comissão Europeia a rejeitar a actual proposta para um Regulamento sobre a Comercialização de Material de Propagação de Plantas, a ser votada pelos Comissários Europeus no próximo dia 6 de Maio.

Seguimento da carta (LINK)
Petição (LINK)


E um vídeo para melhor percebermos o que está em jogo:
Two Options — The story of an environmental activist (Dr. Vandana Shiva) and a farmer (Bija Devi) and their fight to preserve heirloom seeds in India amidst great opposition (LINK).

©António Cerveira Pinto
Escrito para o Partido Democrata

quinta-feira, outubro 16, 2008

Crise Global 39

Ladrões à solta. Cuidado!






Sem prejuízo de melhor avaliação, o ruído que anda por aí sobre o Orçamento do Estado Português de 2009 permitiu-me chegar a estas conclusões iniciais:
  • Os cenários energéticos, económicos e financeiros são fantasias.
  • As promessas eleitorais, puro oportunismo e falta de vergonha.
  • A insistência nas grandes obras públicas, que afinal são PPP ruinosas, não passa de uma táctica oculta para sossegar os mercados financeiros e impedir a queda imediata das construtoras nacionais e dos bancos que supostamente irão angariar empréstimos privados no estrangeiro.
  • O défice orçamental, pura mentira, pois se há vinte mil milhões de euros para salvar a banca portuguesa -- mas não os empregos, nem as empresas, nem a propriedade das casas --, isso significa que, no mínimo, haveria que imputar aquela verba estimada na coluna das despesas, e não atirar uma vez mais o pagamento da factura para as costas dos nossos filhos e netos!
Quando viermos a saber a história secreta das emendas de última hora introduzidas neste orçamento, perceberemos em toda a sua extensão a frágil relevância prática deste documento para o que se irá passar de facto neste país nas próximas semanas e meses.

Eu, pelo seu sim pelo não, já comecei a aprender Chinês! Um bom sítio para experimentar a escrita Mandarim é o nciku. Pequim será Nova Iorque antes de 2015!

Quanto aos avisos imediatos à navegação, insisto no que tenho vindo a escrever sobre os impactos potencialmente nefastos do actual colapso da hegemonia ocidental:
  • não contrair dívidas;
  • diminuir as despesas quotidianas de forma consciente e planeada, suspendendo imediatamente todo o tipo de viagens de lazer e consumos inúteis -- estabeleça uma meta: por exemplo, reduzir as despesas mensais em 10%;
  • não entrar em jogos de azar, sobretudo os que assentam em esquemas piramidais tipo Ponzi, pois o grande crash que caiu em cima de todos nós é precisamente o resultado deste tipo de jogos fraudulentos (só que promovidos pelos bancos, governos e Estados agarrados aos jogos inexoravelmente perdedores do endividamento dos povos!);
  • renegociar as hipotecas domésticas quando tal for possível;
  • mudar de casa, se for viável, para espaços mais ajustados às nossas possibilidades económicas, mas sobretudo mais próximos dos nós de comunicação servidos por transportes públicos;
  • averiguar minuciosamente todos os contratos de seguros de saúde e planos de poupança reforma e vigiar a respectiva solidez;
  • não dispor numa mesma conta (depósitos à ordem, a prazo e títulos indexados) mais de 25 mil euros. Por cada montante superior a esta quantia, abrir uma nova conta, de preferência em bancos diferentes
  • se tiver uma carteira de acções, desfaça-se imediatamente dela, independentemente do que lhe disser o seu gestor de carteira, buscando sempre a melhor oportunidade especulativa para o fazer;
  • aplique as suas poupanças da seguinte forma:
  1. guarde mais dinheiro do que é habitual em casa (o suficiente para suportar os seus gastos gerais durante 2-4 semanas);
  2. aplique 10-20% do seu dinheiro actual, e 10% de todas receitas (salários, facturação) em ouro fino (não confundir com títulos de ouro!), de forma sistemática, ao longo dos próximos 20 anos! O metal precioso poderá ser adquirido na Cotacâmbios, CGD (1) e Millennium BCP, aproveitando sempre os dias em que a cotação desça abaixo do valor médio do ano. Compre um cofre e não fale destes assuntos em público;
  3. se tiver disponibilidade suficiente, pense em comprar 1 a 4 hectares de terra cultivável ou floresta de qualidade (2), de preferência com casa ou ruína recuperável, e ainda tão próxima das grandes áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, e cidades com mais de 10 mil habitantes, quanto possível. Ou então, junto de estações ferroviárias, portos e plataformas logísticas.
  4. leia livros e consulte sítios na Internet sobre Permacultura.

Esta lista de recomendações não tem carácter profissional e pretende apenas suscitar uma reflexão mais atenta sobre um período que irá certamente durar pelo menos dois anos, se não mesmo uma década! Será um tempo difícil, susceptível de modificar de forma intempestiva e por vezes dramática as nossas vidas. Um dos pontos a reter é que irão nascer como cogumelos novas indústrias do drama e da prevenção, por vezes tão manipuladoras e especulativas quanto aquelas que anunciam querer superar. Muita atenção, disposição para mudanças rápidas e sentido de humor!

NOTAS
  1. Ao que parece a Caixa Geral de Depósitos deixou de vender ouro. O Millennium BCP ainda disponibiliza Libras e Barras de Ouro. A Cotacâmbios vende Libras de ouro.

  2. Time to invest in nature's capital
    By Andrew Mitchell

    Monday, 13 October 2008 (BBC News) Most deforestation today is enterprise driven and funded by hedgefunds, pension funds, and other sources of liquidity from capitals often far from, and blind to, the forests they are destroying.

    Billions in green dollars end up on investors' balance sheets, but there is a catch: billions of tonnes of carbon dioxide goes up in smoke from the trees burned in the process - and the risk to everyone is building up to a climate credit crisis.

    The timetable on this issue is tight. In December 2006, at the UN in New York, Papua New Guinea invited rich countries to pay poor ones to stop deforestation.

    In May 2007, London's Independent newspaper blew the whistle on "the hidden cause of global warming", the destruction of the world's rainforests.

    ... Just one day of emissions from deforestation equates to 36 million people flying from London to New York.

    Seven billion tonnes of carbon dioxide (CO2) annually places rainforests just second to energy as a source of global emissions and is more than the entire world's transport sector put together.

    ... Pavan Sukhdevs' landmark report, The Economics of Ecosystems and Biodiversity, published by the EU earlier this year, estimated the annual losses of natural capital to be, at the low end, equivalent to the value of the Indian stock market and, at the high end, the entire London stock market.

    ... If the global economy can, almost overnight, find two trillion dollars to cut the risk of Fannie May and Freddie Mac and the global banking community from going down the pan, surely it can find a fraction of that to cut the risk of forests going up in smoke.

    If one day forests could be safer than houses, now that would be wealth worth having.


OAM 460 16-10-2008 03:51