Apesar de cada vez mais furibundo com as esquerdas, a direita, mesmo evoluída, não é o chá que costumo tomar. Nunca foi. Mas precisamos, reafirmo, de ter uma direita civilizada—de uma vez por todas! E já agora, de uma esquerda decente, que não traia tudo aquilo que a identifica com os ideais de uma sociedade utópica.
Infelizmente, o que temos são turmas de cortesãos e cortesãs amamentados pelos nossos impostos e pela dívida pública, acolitados debaixo de chapéus de intriga e poder a que chamam partidos políticos. Faltava provar que as minorias radicais (PCP e Bloco) eram farinha do mesmo saco. Devemos agradecer à Geringonça ter eliminado a réstia de ilusão que aconchegava ainda alguns espíritos sensíveis ao marxismo mas que, infelizmente, não foram atualizando os seus conhecimentos teóricos ao longo das últimas décadas.
O país está a esvaziar-se de capital e de inteligência, sobrando demasiada corrupção, sacanagem e uma espécie de letargia que invade o cada vez maior exército de zombies pendurados na dívida pública.
Não espero, nem desejo um salvador, ao contrário duma maioria silenciosa e ansiosa que não pára de crescer e que, sim, espera pelo eterno ausente chamado Sebastião. As sondagens do regime refletem apenas a sensibilidade da corte e da burocracia, mas à medida que as administrações públicas e os partidos caminham inexoravelmente para a falência (“Novo banco empresta 2 milhões ao PS”— Jornal de Negócios) o que avistamos no horizonte é mais ansiedade e desejo de segurança, fatores psicológicos favoráveis à emergência de um líder decidido a esmagar o poder deletério das máfias que tomaram conta do país e o arruinaram.
Não será Rio, com certeza. Mas se não aparecer por aí um tugalês a copiar Macron, alguma espécie pós-moderna de Salazar acabará por surgir :(
O que se passou e terá passado no caldeirão chamado Raríssimas, e o que se passou e terá passado com o tráfico de crianças através das ligações insondáveis entre a IURD e a rede sórdida de exploração e tráfico de seres humanos imersa no Estado, nomeadamente pelas vias da pedofilia e outras perversões sexuais intoleráveis, parece-me suficiente para exigirmos o fim desta falsa democracia.
Teremos, pergunto, coragem suficiente para uma nova revolução democrática e libertária? Ou iremos, uma vez mais, esperar pelo ditador?
Em marcha, pela Europa! Emmanuel Macron propõe a refundação da Europa, nem mais, nem menos.
Aproveitando o Brexit, a profunda crise de liderança americana, e a vitória pálida de Angela Merkel, em parte por causa do modo inábil como lidou com a crise dos refugiados das guerras e da fome, Emmanuel Macron parece ter apostado todas as suas cartas neste discurso estratégico e sem ambiguidades sobre o futuro da Europa.
Ou refundamos a Europa, assegurando os valores inalienáveis da democracia e do estado de direito, ao mesmo tempo que lançamos um programa ambicioso de recentramento estratégico e tático, ou as manobras e ameaças, visíveis e invisíveis, visando a destruição da União Europeia e da sua moeda continuarão a ganhar terreno.
Uma Europa a várias velocidades, onde cada um possa pedalar no pelotão da frente, desde que tenha bicicleta e pernas para tal, mas uma Europa onde quem se atrasou ou começou mais tarde não possa travar os que correm mais e vão à frente, dotada de um sistema fiscal equilibrado e justo, de uma política financeira coerente, de meios de defesa e segurança verdadeiramente comunitários, eis o que a França de Macron quer ver discutido a partir deste outono.
Os lugares deixados vagos pelo Reino Unido no Parlamento Europeu deverão, na proposta do presidente francês, ser ocupados por verdadeiros deputados europeus, e não por mais 73 delegados de propaganda partidária provenientes dos partidos que já se fazem representar em Estrasburgo.
Este discurso de Emmanuel Macron na Sorbonne, para começar, não está nada mal!
Estou 100% de acordo com a estratégia de Emmanuel Macron. É a única maneira de fortalecer a Europa e de impedir o ascenso do populismo (de direita, mas também de esquerda), fruto de regimes partidocratas e burocráticos corruptos e desajustados à complexidade social, ecológica, cultural e tecnológica dos nossos dias.
DN: Apoiante de metade do Parlamento Europeu ser eleito através de listas transnacionais, o presidente francês parece vir dar razão ao artigo do Politico segundo o qual Macron não só quer pôr os cidadãos europeus de vários países a debater o futuro da UE como estará a tentar criar "uma aliança de partidos europeus, ou mesmo um verdadeiro partido, que apoie a sua visão de uma Europa mais "protetora" a tempo dos próximo escrutínio" europeu.
Segundo Pieyre-Alexandre Anglade, deputado francês e descrito pelo Politico como um dos "agentes" de Macron, a ideia é atrair pessoas de vários setores: dos liberais, dos sociais-democratas ou do Partido Popular Europeu para aquilo que seria uma espécie de En Marche! europeu.
Discours complet du président français Emmanuel Macron à l'université de La Sorbonne
Ce qu’il faut retenir de l’intervention d'Emmanuel Macron à La Sorbonne
Macron espère relancer la machine européenne, dépourvue selon lui de vision de long terme depuis des années, affaiblie par une ouverture à tous vents à la mondialisation et enlisée dans la bureaucratie, la surréglementation et des décisions à l’unanimité, freinées notamment par la Grande-Bretagne. Voici ce qu’il faut retenir de son discours.
Défense.
« Ce qui manque le plus à cette Europe de la défense, c’est une structure stratégique commune », assure le président de la République. Il propose de créer une « force commune d’intervention » européenne pour 2020, un budget de défense commun et une « doctrine commune » pour agir.
Emmanuel Macron propose également une « initiative européenne d’intervention » et préconise en outre « d’accueillir dans nos armées des militaires venus » d’autres pays européens. Par ailleurs, il appelle à créer un « parquet européen » pour lutter contre le terrorisme. Ainsi, il faut selon le chef de l’Etat mettre en place au plus vite le Fonds européen de défense, la coopération structurée permanente et les compléter par une « initiative européenne d’intervention » pour intégrer les forces armées européennes.
Terrorisme et sécurité
Le président souhaite créer une académie européenne du renseignement pour « assurer le rapprochement de nos capacités de renseignement » mais également une « force commune de protection civile », notamment pour aider en cas de catastrophes naturelles.
Migrations
« Pour maîtriser efficacement nos frontières, accueillir dignement les réfugiés (…) et renvoyer rapidement ceux qui ne sont pas éligibles au droit d’asile », il faut créer un office européen de l’asile et une police européenne des frontières. L’objectif : accélérer et harmoniser les procédures migratoires ; mettre en place des fichiers interconnectés et des documents d’identité biométriques sécurisés. Mais il faut aussi installer un programme européen de formation et d’intégration pour les réfugiés.
Le carbone au juste prix
Emmanuel Macron a proposé de fixer au niveau européen un « juste prix » pour le carbone - dont les échanges permettent de pénaliser les industries polluantes - « suffisamment élevé » pour encourager la transition écologique, d’au moins 25 à 30 euros la tonne.
Il a aussi proposé de mettre en place un programme industriel de soutien aux véhicules propres et aux infrastructures nécessaires (bornes de recharge…) et de créer une « force commune de contrôle » qui assure la sécurité alimentaire des Européens.
Une Agence européenne pour l’innovation
Emmanuel Macron entend créer une Agence européenne pour l’innovation, finançant en commun des champs de recherche nouveaux, comme l’intelligence artificielle.
Il a cité pour modèle l’agence américaine de recherche militaire DARPA, agence du département de la Défense des États-Unis, chargée de la recherche et développement des nouvelles technologies, qui dans les années 1970 a été à l’origine de la création d’internet.
Emmanuel Macron a aussi rappelé sa volonté de taxer les entreprises numériques en taxant la valeur « là où elle se crée », et de réguler les grandes plateformes.
Economie et social
Le président français veut faire de la zone euro, le cœur de la puissance économique de l’Europe dans le monde. Il veut créer un budget qui permette de financer des investissements communs, avec des impôts liés à ce budget. Et assurer la convergence sociale et fiscale des pays de l’UE en fixant des critères qui rapprochent progressivement les modèles sociaux et fiscaux.
Le respect de ces critères conditionnerait l’accès aux fonds de solidarité européens.
Il faudrait définir une fourchette de taux d’impôt sur les sociétés pour 2020 ainsi qu’un salaire minimum, adapté à la réalité économique de chaque pays, encadrer la concurrence par les niveaux de cotisations sociales et créer une taxe sur les transactions financières affectées à l’aide au développement.
Culture et savoir
Que chaque jeune Européen ait passé au moins six mois dans un autre pays européen (50 % d’une classe d’âge en 2024) et que chaque étudiant parle deux langues européennes d’ici 2024.
Créer des universités européennes, réseaux d’universités qui permettent d’étudier à l’étranger et de suivre des cours dans deux langues au moins.
Démocratie
Pendant six mois, des « conventions démocratiques », soit des débats nationaux et locaux sur la base de questions communes dans toute l’UE, seront organisées en 2018 dans tous les pays de l’UE volontaires pour définir la feuille de route de demain.
Le chef de l’Etat espère ainsi renforcer le Parlement européen par des listes transnationales, dès 2019, en utilisant le quota des députés britanniques partants. Par ailleurs, il souhaite qu’en 2024, la moitié du Parlement européen soit élue sur ces listes transnationales.