quinta-feira, dezembro 14, 2017

Macronésia?

Emmanuel Macron


Emmanuel Macron: um novo modelo de liderança?


Apesar de cada vez mais furibundo com as esquerdas, a direita, mesmo evoluída, não é o chá que costumo tomar. Nunca foi. Mas precisamos, reafirmo, de ter uma direita civilizada—de uma vez por todas! E já agora, de uma esquerda decente, que não traia tudo aquilo que a identifica com os ideais de uma sociedade utópica.

Infelizmente, o que temos são turmas de cortesãos e cortesãs amamentados pelos nossos impostos e pela dívida pública, acolitados debaixo de chapéus de intriga e poder a que chamam partidos políticos. Faltava provar que as minorias radicais (PCP e Bloco) eram farinha do mesmo saco. Devemos agradecer à Geringonça ter eliminado a réstia de ilusão que aconchegava ainda alguns espíritos sensíveis ao marxismo mas que, infelizmente, não foram atualizando os seus conhecimentos teóricos ao longo das últimas décadas.

O país está a esvaziar-se de capital e de inteligência, sobrando demasiada corrupção, sacanagem e uma espécie de letargia que invade o cada vez maior exército de zombies pendurados na dívida pública. 

Não espero, nem desejo um salvador, ao contrário duma maioria silenciosa e ansiosa que não pára de crescer e que, sim, espera pelo eterno ausente chamado Sebastião. As sondagens do regime refletem apenas a sensibilidade da corte e da burocracia, mas à medida que as administrações públicas e os partidos caminham inexoravelmente para a falência (“Novo banco empresta 2 milhões ao PS”— Jornal de Negócios) o que avistamos no horizonte é mais ansiedade e desejo de segurança, fatores psicológicos favoráveis à emergência de um líder decidido a esmagar o poder deletério das máfias que tomaram conta do país e o arruinaram.

Não será Rio, com certeza. Mas se não aparecer por aí um tugalês a copiar Macron, alguma espécie pós-moderna de Salazar acabará por surgir :(

O que se passou e terá passado no caldeirão chamado Raríssimas, e o que se passou e terá passado com o tráfico de crianças através das ligações insondáveis entre a IURD e a rede sórdida de exploração e tráfico de seres humanos imersa no Estado, nomeadamente pelas vias da pedofilia e outras perversões sexuais intoleráveis, parece-me suficiente para exigirmos o fim desta falsa democracia. 

Teremos, pergunto, coragem suficiente para uma nova revolução democrática e libertária? Ou iremos, uma vez mais, esperar pelo ditador?

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