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quinta-feira, outubro 22, 2009

Portugal 135

Novela sórdida da TVI
Prisa nos eixos depois de adiar colapso financeiro com a venda de 35% da Media Capital.

In Illo Tempore: quem deu emprego a Fernanda Câncio no DN? Resposta: Henrique Granadeiro. Quem depois pôs o Granadeiro na PT: José Sócrates! Quem deu o primeiro passo, a pedido de Sócrates (claro!), para calar a Manuela Moura Guedes? Henrique Granadeiro. Quem deu o segundo (porque o primeiro foi em falso)? O franquista recauchutado que dirige o grupo Prisa! Quem insistiu e acaba de conseguir controlar a TVI? A PT superiormente comandada pelo boy socratino: Henrique Granadeiro. Que grande zurrapa!!

Com o estado de falência suspensa da Impresa (para se manter à tona viu-se forçada a dar o Expresso e a SIC como garantia aos bancos!), com o controlo crítico dos conteúdos da TSF e a transformação da RTP num reedição proto-fascista do Secretariado da Propaganda Nacional, só faltava mesmo à máfia que domina o PS controlar a TVI e monopolizar até ao limite a Internet e as comunicações telefónicas fixas, móveis e de dados. Estamos quase lá, ou estou enganado?!

Os meus amigos democratas já pensaram bem no que estão a tolerar?

O caldo de cultura para uma súbita desconstrução do Estado democrático está aí. De um dia para outro, deixaremos de ter democracia, e em seu lugar estará, sem que sequer disso nos tenhamos apercebido, um NOVO FASCISMO, suave como o anterior, mais corrupto do que o anterior, de seringas e tribunais fantoches em punho, capaz de nos esmagar com eficácia bem maior do que Salazar alguma vez imaginou.

Se abandonarmos os princípios, se os trocarmos pelo mísero prato de lentilhas que as eleições dá a alguns, não tenho dúvidas que o colapso acabará por ocorrer. De momento, só deposito esperança em duas coisas: no voto inteligente dos eleitores, e sobretudo no potencial de uma crítica social auto-organizativa que, com palavras e actos, denuncie sistematicamente o desastre que se prepara em múltiplos domínios, e se prepare para exercer de forma proporcional, mas sem hesitação, o seu inalienável direito à liberdade, à justiça, à democracia, à solidariedade e ao bom governo.

LER noticia no Público


OAM 640 22-10-2009 14:15

segunda-feira, julho 06, 2009

Portugal 113

Renacionalizem a EDP, já!
EDP encomenda lei ao PS para roubar proprietários do Alto Douro


Bragança, 06 Jun (Lusa) - O deputado do PSD por Bragança Adão Silva considerou hoje que a alteração à lei das expropriações "dá à EDP um poder discricionário que pode prejudicar milhares de proprietários de terrenos" na barragem do Baixo Sabor. -- in Expresso online.

O António Maria (7 mar 2009) — As acções perderam valor (mais de 50% no caso da EDP, e quase 8% nos oito meses que é cotada a EDP Renováveis) e a dívida da empresa ascende a uns astronómicos 13 890 milhões de euros!

Para se ter uma ideia de quão gigantesca é esta dívida da EDP, basta pensar que chegaria para pagar o novo aeroporto de Lisboa e respectivas acessibilidades, a nova ponte sobre o Tejo, e ainda todas as linhas de TGV anunciadas: Porto-Vigo, Porto-Lisboa e Lisboa-Madrid.

Eis algumas dívidas escandalosas de algumas empresas públicas, com que os neoliberais e os comentadores económicos indigentes (a maioria) costumam esgrimir para justificar a impunidade da burguesia clientelar que temos, e assegurar os seus postos de trabalho — deles, jornalistas económicos indigentes, naturalmente:

  • Refer: 5 mil milhões de euros
  • CP: 3 mil milhões de euros
  • Metro de Lisboa: 3 mil milhões de euros
  • TAP: 2,5 mil milhões de euros
TOTAL: 13,5 mil milhões de euros

Ou seja, menos que a astronómica dívida da EDP: 13 890 milhões de euros!

Pois bem, a EDP gerida pelo cabotino do PSD-PS, António Mexia, anda a gastar fortunas em publicidade, festivais e condicionamento mediático, com o intuito de nos convencer da excelência e desafogo do quase-monopólio energético nacional, quando afinal o que este senhor soube fazer ao longo da sua gerência muito yuppie foi caviar um monumental buraco financeiro, virtualmente impagável.

Vou votar no Bloco de Esquerda —uma segunda vez— por um claro motivo: porque promete controlar publicamente os monopólios estratégicos do país, como aliás o faz qualquer país civilizado deste planeta. Olhem para a França, ou para a China! Só mesmo os pacóvios sem cérebro e indigentes comentadores económicos deste país pensam o contrário e continuam a entoar litanias às virtudes do Capitalismo Chulo Lusitano (CCL)

Os países descobriram, para lá da globalização neoliberal, as vantagens inalienáveis dos recursos soberanos. Petróleo, gás natural, recursos mineiros, água, ar limpo, terra arável, emprego, etc. estão a regressar rapidamente à posse popular, i.e. ao perímetro das soberanias nacionais. Deixar o pão e a água dos povos nas mãos dos especuladores profissionais e da burguesia canina internacional foi um erro tremendo, que estamos e iremos ainda por muitos anos pagar com língua de pau.

Todavia há esperança. A Rússia, a China, o Brasil, o Irão, a Arábia Saudita, os Emiratos Árabes Unidos, o Iraque, e vários poutros países ricos em recursos naturais, em recursos humanos e em capital soberano acumulado aprenderam a lição, e o seu exemplo irá inevitavelmente contaminar o resto do mundo. Os idiotas de sempre, ou melhor os ladrões e assassinos do costume, chamam a este cenário — "o perigo do regresso ao proteccionismo"! Pois bem, não vai haver alternativa ao novo proteccionismo que se anuncia. E como sempre, quem se atrasar na corrida, ficará a ver navios.

É pois urgente refundar um sector público estratégico em Portugal, inteligentemente desenhado, administrado com transparência e competitivo à escala ibérica, europeia e global.

O Mexia, tal como o Granadeiro e outros, devem apresentar as suas cartas de demissão quanto antes. Se tivermos a lucidez de percebermos esta realidade a tempo, evitaremos males piores e dramas desnecessários.


OAM 598 06-07-2009 20:13

quinta-feira, junho 25, 2009

Portugal 112

Conversa entre Zapatero e Sócrates
Manuela Ferreira enterra Pinóquio e encosta Mexia às boxes

Prisa confirma negociações com a Portugal Telecom
"O grupo Prisa mantém actualmente negociações com a Portugal Telecom, empresa líder de telecomunicações em Portugal, para a definição duma aliança que reforce as posições competitivas das ditas empresas e favoreça as condições necessárias para impulsionar os seus planos de futuro da media Capital e potenciar as suas possibilidades de expansão nos mercados internacionais, particularmente nos países de língua portuguesa", lê-se no comunicado enviado à CMVM. — in RTP (25-06- 2009, 19:51)


Quinta fase da guerra para o controlo socratino da TVI
A reacção, ontem, 24-6-2009, à tarde no inoportuno debate parlamentar, do CDS-PP e do Bloco de Esquerda e, à noite na entrevista na SIC, de Manuela Ferreira Leite, contra a intervenção do Governo na «linha editorial» da TVI, mediante a compra de 30% da Media Capital pela governamentalizada PT, e a própria inábil resposta sub-consciente de Sócrates, tornaram muito difícil esta manobra para o controlo da restante comunicação social de significado. Desalojar José Eduardo Moniz e Manuela Moura Guedes, que era o objectivo declarado profusamente nos media, tornou-se agora muito complicado com o teste de algodão de demonstração do motivo da manobra: se Moniz for demitido/substituído/rescindido/removido isso expõe o propósito do negócio socratino-bávico.

Convencido da viabilidade do negócio, após a reacção suave em 23-6-2009 (em que avultou o silêncio dos media e... demasiados blogues) à notícia-balão desse dia no «i», Sócrates deu ordem para o negócio avançar rapidamente, sonhando ainda com a ilusão de reverter o resultado das europeias em vitória tangente em Outubro. Porém, a reacção política cresceu a um nível inimaginável, as casas de investimento, até ligadas a accionistas de referência (como o BES) deram parecer negativo, e puseram em causa o prémio político de preço adicional pela compra por 150-200 milhões de euros de uma quota que vale cerca de metade, e movimentos da sociedade civil ameaçaram com providência cautelar para impedir o negócio. — in Do Portugal Profundo (25-06-2009)

O jovem yuppie que gere o semi-monopólio de telecomunicações chamado Portugal Telecom, Zeinal Bava, meteu os pés pelas mãos durante uma entrevista de emergência dada a Judite de Sousa há poucos minutos na RTP. Omitiu sem graça nem jeito a verdade do frete encomendado por Zapatero e Sócrates, que era o de a PT comprar por um valor exorbitante e descaradamente político boa parte da Média Capital. O jovem Zeinal gaguejou, pois, ao povo português —que é dono da Golden Share da PT—, bem como aos demais accionistas da própria empresa — Caixa Geral de Depósitos e privados incluídos.

Como esclarece a Prisa e era óbvio para toda a gente, incluindo os socialistas avisados que começam a abandonar a nau Catrineta do papagaio Sócrates, houve mesmo uma tentativa relâmpago de assalto à TVI, a contento do senhor Zapatero, que tenta a todo o custo salvar o grupo de comunicação pró-socialista Prisa (com um passivo superior a 5 mil milhões de euros!), e para gáudio salivar antecipado de José Sócrates, que por este postigo inesperado vira a grande oportunidade de correr a pontapé José Eduardo Moniz, e sobretudo Manuela Moura Guedes, da paisagem mediática lusitana. Mas a manobra saiu-lhes, por agora (1), pela culatra. Em grande medida, diga-se de passagem, graças à estocada mortal que Manuela Ferreira Leite desferiu ontem à noite sobre o cada vez mais desamparado primeiro ministro "socialista".

Manuela Ferreira Leite, na entrevista que deu ontem a Ana Lourenço, confirma aliás as minhas expectativas e previsões de há um ano, ou mais: será primeira ministra de Portugal a partir das próximas eleições legislativas.

Muita coisa irá forçosamente mudar, começando pela inevitável dança de cadeiras tão ao gosto dos boys&girls do Bloco Central. António Mexia, o grande CEO da EDP —que tem um passivo acumulado de mais de 13 mil milhões de euros!!— já começou a ganir, e tem razões para isso. Vai mesmo ter que mudar de poleiro no fim do ano, e assim talvez sejam suspensas algumas barragens assassinas que o imbecil alegremente vem anunciando por aí como coisa consensual que nunca foi!

Mas voltando ao negócio partidário Prisa-Média Capital, não posso deixar de imaginar a conversa ao telemóvel entre Zapatero e Sócrates.

— Pepe, perdón, Jose, es decir Socrates, como estas?
— José?! perdon Sapateiro, quer decir, Zapatero, si soy yo... bueno, vamos andando... y tu?
— Socrates, tengo un problemita... de que te queria hablar un ratito. Tienes un minuto para mí?
— Claro que tenho un minutito para tí. Por supuesto! Nada de saúde espero!
— Algo de nuestra salud partidaria, más bien, no se si me entiendes...
— Oh sim, sim! Nostra salude partidaria anda un poco mala, para no dizer una mierda! Pero como posso ajudarte?
— Bueno, de echo, tu me puedes ayudar, y yo te puedo ayudar tambien!
— Ah síííííí.......!! Cuentame ya!
— La cuestión es la siguiente: el grupo Prisa, ya sabes, los dueños d'El País y de tu odiada TVI, y de muchas otras cosas más, tiene un problema de fondos bastante serio. Y ya sabes, tengo que ayudarlos. Dependo de ellos para casi todo y la cosa no esta nada fácil para nosotros. La Derecha, ya sabes, el PP, sube continuamente en las encuestas... y por este camino nos hecharan del poder. No puede ser! Vamos a tener el caos en España! Y el caos en mí país, ya sabes, es el caos en tu país...
— Es verdade! Pero no vejo como posso ajudarte... no tengo dinero ni para mandar cantar un ciego. No vas a pedirme dinero, no?
— Tranquilo Socrates, claro que no! La idea es otra. Bastaria que la telefonica portuguesa, es decir la PT, comprara una parte de Média Capital, que ahorita pertenence al Grupo Prisa, para que yo quedara bien delante de Juan Luis — Cébrian, lo conoces, no? — y tu, a la vez, podrás hechar a la chica esa que no te larga... Como se llama ella, que no me acuerdo?
— La put...., no, Manuela Moura Guedes, essa grande put..., perdón, gaja, te refieres, no?
— "Gaja", que significa "gaja"?
— No sei la palavra en español... "tipa"?
— Ah..., a una golfa te refieres, no?
— No, es más bien una put...., bueno una golfa, sí. Le gusta el golf, seguramente!
— Qué dices?
— No, nada, nada...
— Que te parece entonces la idea? Un buen negocio para los dos, o no es así?
— Claro, claro. Mataríamos uma put... e um coelho a la vez!
— Curioso, en mi país, tambien tenemos un refrán parecido: matar dos conejos de un tiro!
— Si, si es lo mesmo! Matar dois coelhos de uma cajadada!
— Cajadada?
— Sí, quer decir, con un cajado, ... un pau, ... un palo,, bueno es un proverbio alentejano!
— Proverbio, Socrates?
— Sí, un proverbio. No sabes lo que es?
— No....
— Bueno Zapatero, y que tengo que facer para sacar fora la put... que no me larga, de TVI?
— Si hablas con ese alentejano simpatico que manda en la PT...
— Quién, el jovem Zeinal Bava?
— No, Socrates! El alentejano ese, como se llama? Granada, o algo así....
— Hummmm... voy a preguntar y ya te llamo, vale?
— Haceme ese favor. Te agradezco un montón! Un abrazo!
— Controlar la TVI... com um único "palo"... Que grande ideia! Que grande dia! Vou contar ao Pedro! Tra-la-la... tra-la-la..., tra-la-la.....


NOTAS
  1. Ao contrário do que o Público anunciou, com manifesto exagero, horas depois deste post, na edição de 26 de Junho —Acordo para o negócio da PT com a TVI quase concluído. José Eduardo Moniz fica na estação—, o negócio morreu mesmo depois da entrevista a Manuela Ferreira Leite, secundada posteriormente pelas palavras sem regresso do Presidente da República.


OAM 594 25-06-2009 23:55 (última actualização: 29-06-2009 18:36)