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sexta-feira, março 04, 2016

Notícias da Swaplidândia



Portugal-0, Santander-1800 milhões


Os famosos swaps foram contratados por Maria Luís Albuquerque para o Governo 'socialista' de José Sócrates, a fim de acudir a um dos maiores cancros de má gestão, captura e desperdício de recursos públicos, e corrupção: as empresas públicas de transporte, como a Refer, as Estradas de Portugal, a Carris e os Metros de Lisboa e Porto.

Maria Luís perde: Santander recebe 1,8 mil milhões do Estado
TSF, 04 março 2016 
O Santander Totta venceu o processo que mantinha em Londres contra o Estado devido aos contratos swap. O caso remonta a 2013, altura em que o banco recusou os termos da renegociação dos contratos proposto pelo governo de então. Maria Luís Albuquerque (primeiro como secretária de Estado do Tesouro e Finanças e depois como ministra das Finanças) viria a considerar os acordos inválidos. 
O processo diz respeito a nove contratos swap feitos por quatro empresas públicas (Metros de Lisboa e do Porto, Carris e STCP) no valor de 1,2 mil milhões de euros (valor de mercado no final do primeiro semestre de 2015). Quando, em 2013, o Estado os considerou inválidos, deu ordem a estas empresas para que deixassem de pagar ao Santander os juros correspondentes, que, em junho de 2015, ultrapassavam 230 milhões de euros.

A Refer, entretanto, esfumou-se dentro doutro cancro chamado Infraestruturas de Portugal EP.

Esta fusão terá provavelmente um único objetivo: desviar os fundos europeus da ferrovia para a manutenção das auto-estradas e outros desvarios rodoviários que os rendeiros das PPP entretanto despacharam para o Orçamento de Estado, deixando de arcar com as despesas de manutenção das estradas PPP.


A maldade não tem limites

Leiam-me as entrelinhas desta crónica do Jornal de Negócios, de setembro de 2013...

“Maria Luís Albuquerque não fazia só ‘swaps’” 
O antigo presidente da Refer, que trabalhou mais de um ano com a actual ministra das Finanças, deixou elogios ao seu desempenho enquanto elemento da direcção financeira da empresa.

“Maria Luís Albuquerque era, indiscutivelmente, uma colaboradora muito eficaz, muito competente, muito sólida nas áreas daquela especialidade. Não fazia só ‘swaps’”, disse Luís Pardal na comissão parlamentar de inquérito aos contratos de cobertura de risco assinados por empresas públicos.

O presidente do conselho de administração da gestora da rede de infra-estruturas rodoviárias entre 2005 e 2012 exemplificou, dizendo que a governante, na altura, “fazia ‘road-shows’, a vender e a captar soluções de empréstimos”. No Executivo, Maria Luís Albuquerque também já fez “road-shows” por vários países para tentar convencer investidores das virtudes da dívida portuguesa. 
Jornal de Negócios, 17 setembro 2013

domingo, abril 13, 2014

Douro Azul aponta o caminho

Amavida, navio da Douro Azul


Novo paradigma de crescimento é uma questão de vida ou de morte deste regime


Aos Estaleiros de Viana do Castelo
Douro Azul quer encomendar 4 navios no valor de 100M€
Transportes, 11-04-2014.


A Douro Azul pretende encomendar quatro navios-hotel, no valor de 100 milhões de euros aos Estaleiros de Viana do Castelo. O presidente da Douro Azul, Mário Ferreira, revelou hoje à Lusa que a encomenda será oficializada assim que o financiamento estiver garantido, o que deve ficar definido na próxima semana, após a aprovação de um banco com o qual negociou.
O cliente é o Grupo Viking Cruises que tem sede operacional em Basileia, na Suíça, e que opera essencialmente, nas bacias do Reno e do Danúbio, mas também no Nilo, no Volga e nos grandes rios da China. Mário Ferreira terá referido, relativamente ao seu cliente, que vai “fazer o trabalho de entregar, chave na mão, um navio para o estrangeiro, é esse serviço que eles querem. Por isso é que me encomendam a mim e não ao estaleiro, senão teriam de fazer toda a gestão do processo”.

É por aqui. O Estado deve sair de onde só empata, e deve reforçar a sua ação onde é preciso: infraestruturas essenciais, proteção social e dos recursos, saúde, justiça, supervisão financeira, defesa e segurança, e diplomacia. O resto da atividade deve ser libertada da influência predadora, ineficiente e autoritária da santa aliança entre burocracias, rendeiros e devoristas que tomou de assalto o regime e o conduziu à bancarrota. Ou conseguimos aproveitar esta crise para limpar a democracia dos seus parasitas, ou em breve não haverá democracia. Só não percebo porque continua a faltar uma esquerda capaz de defender e promover esta via de sustentabilidade e de liberdade.

Precisamos de um estado solidário, mas não paternalista, nem despesista, nem sobretudo ao serviço da sufocante baba burocrática que entupiu o país.

Precisamos de eficiência energética imediata, pois não só temos uma das energias mais caras da Europa (cortesia da EDP e da corja rendeira e devorista do regime), como a intensidade energética da nossa economia é absolutamente insustentável e terá efeitos catastróficos no quadro do cada vez mais visível pico petrolífero, se não mudarmos imediatamente de agulha do atual transporte rodoviário baseado em combustíveis líquidos, no betão e no betume asfáltico, para o transporte elétrico, por ferrovia ou em trolleys, em todas as distâncias até 800Km, ou seja, no transporte internacional, intercidades, urbano e suburbano.

A fusão da Refer com a Estradas de Portugal é uma tentativa rasca de continuar a alimentar o lóbi das PPP rodoviárias, do betão, do asfalto, dos automóveis e da GALP, procurando esconder através de uma nova empresa pública, de apoio aos rendeiros do regime, dívidas escandalosas e crimes sem castigo e, pasme-se, desviar fundos comunitários para onde a UE disse e reiterou que não haveria mais fundos comunitários: as autoestradas.

Precisamos de regressar à produção de alimentos criando as condições legais propícias a uma agro-indústria dinâmica e de base orgânica, mas também a novas formas avançadas de agricultura familiar e comunitária, ao mesmo tempo que devemos exigir novas condições favoráveis à recuperação das pescas e da produção de alimentos oriundos do mar e dos rios sob rigorosos regimes de proteção ambiental e sustentabilidade, cuja definição deverá contar com a sabedoria e coragem dos nossos técnicos e políticos nas instâncias comunitárias e internacionais.

Precisamos de reindustrializar o país, mas sabendo à partida que uma nova industrialização só será possível se assentar em novos paradigmas de sustentabilidade energética e ambiental e em novos modelos estratégicos de financiamento, fiscalidade, produção, comercialização e consumo de bens e serviços. O Business as usual morreu!

Ao contrário do embuste da bolha verde especulativa, que o atual ministro do ambiente promove alegremente, o nosso problema fundamental não é climático, nem se resolve com novas barragens, mas é, sim, um problema de eficiência energética, que exige a redução imediata da escandalosa intensidade energética da nossa economia. Temos que nos preparar para o crescimento zero, ou entre 0 e 2%, pois a alternativa, se andarmos mal, será crescimento negativo, deflação, e depois, crises catastróficas de hiperinflação.

A propósito do futuro que temos pela frente, recomendo este excelente post, do qual replico este trecho sintomático...

Estimate of future energy production by author. Historical data based on BP adjusted to IEA groupings.

Oil Limits and Climate Change – How They Fit Together
Our Finite World, Posted on April 11, 2014

The Likely Effect of Oil Limits

The likely effect of oil limits–one way or the other–is to bring down the economy, and because of this bring an end to pretty much all carbon emissions (not just oil) very quickly. There are several ways this could happen:

High oil prices – we saw what these could do in 2008.  They nearly sank the financial system. If they return, central banks have already done most of what they can to “fix” the situation. They are likely to be short of ammunition the next time around.

Low oil prices – this is the current problem. Oil companies are cutting back on new expenditures because they cannot make money on a cash flow basis on shale plays and on other new oil drilling. Oil companies can’t just keep adding debt, so they are doing less investment. I talked about this in Beginning of the End? Oil Companies Cut Back on Spending. Less oil means either a rebound in prices or not enough oil produced to go around. Either way, we are likely to see massive recession and falling world GDP.

Huge credit problems, such as happened in 2008, only worse. Oil drilling would stop within a few years, because oil prices would drop too low, and stay too low, without lots of credit to prop up prices of commodities of all types.

Rapidly rising interest rates, as QE reaches its limits. (QE for the United States was put in place at the time of the 2008 crisis, and has been continued since then.) Rising interest rates lead to higher needed tax rates and high monthly payments for homes and cars. The current QE-induced bubble in stock, land, and home prices is also likely to break, sending prices down again.

End of globalization, as countries form new alliances, such as Russia-China-Iran. The US is making false claims that we can get along without some parts of the world, because we have so much natural gas and oil. This is nonsense. Once groups of countries start pulling in opposite directions, the countries that have been using a disproportionate share of oil (particularly Europe, the United States, and Japan) will find themselves in deep trouble.

Electric grid failures, because subsidies for renewables leave companies that sell fossil-fuel powered electricity with too little profit. The current payment system for renewables needs to be fixed to be fair to companies that generate electricity using fossil fuels. We cannot operate our economy on renewables alone, in part, because the quantity is far too small. Creation of new renewables and maintenance of such renewables is also fossil fuel dependent.

If any of these scenarios takes place and snowballs to a collapse of today’s economy, I expect that a rapid decline in fossil fuel consumption of all kinds will take place. This decline is likely to be more rapid than modeled in the RCP2.6 Scenario. The RCP2.6 Scenario assumes that anthropogenic carbon emissions will still be at 84% of 2010 levels in 2030. In comparison, my expectation (Figure 3, below) is that fossil fuel use (and thus anthropogenic carbon emissions) will be at a little less than 40% of 2010 levels in 2030.

Summary global average surface temperature change exhibit from new IPCC Report.