Suécia, a periferia a norte agita-se... ZH |
Sabemos agora quem tirou o sono ao ministro alemão das finanças!
Na periferia mais a norte da Europa, na Suécia, os motins duram há três dias.
Desde os tempos de Reagan que a decisão de encaminhar dezenas de milhões de jovens para uma onda estacionária de formação permanente, com cada vez menos saídas profissionais, e saídas profissionais cada vez pior remuneradas, foi estimulando a formação de uma enorme bolha de qualificações potencialmente inúteis, a qual não parou de inchar desde então. O caminho para o desastre estava traçado. Neste momento, tal como noutras crises especulativas, a bolha estudantil e do emprego fictício começou a rebentar. E não vai ser bonito ver, nem muito menos sofrê-la na pele.
O problema do desemprego jovem é insolúvel sem uma alteração radical dos paradigmas do trabalho, da produção, do crescimento, da redistribuição da riqueza, e do consumo.
Desemprego e falta de emprego jovem: um flagelo explosivo. ZH |
A única solução imediata para o enorme problema do desemprego sistémico, capaz de ganhar o tempo necessário à transição de paradigmas, passa por duas medidas claramente assumidas pelos governos:
- atribuir um cartão eletrónico a todas as pessoas com o mínimo de créditos para uma subsistência condigna sobretudo nas cidades (onde o problema do desemprego, por razões óbvias, é mais dramático);
- redução drástica das burocracias que não param de alastrar como uma mancha corrosiva que devora o que resta do tecido económico e das poupanças.
Este gigantesco, quase inimaginável, buraco negro tem vindo a sugar desde 2008 uma parte sempre crescente da riqueza mundial, nomeadamente para satisfazer os prémios de risco e as apostas especulativas registadas. Como boa parte destes contratos estão associados ao endividamento privado e público dos países desenvolvidos, o que a resolução dos mesmos está a provocar é, pura e simplesmente, a destruição das economias, dos aparelhos públicos e do emprego.
Vai ser preciso entrar num longo período de transição de paradigmas. A maioria das pessoas não imagina sequer do que se trata. E enquanto não percebermos todos o que está verdadeiramente em causa, a dor e a revolta alastrarão.
Precisamos de nos preparar para o que aí vem!