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segunda-feira, dezembro 15, 2014

Há que enxotar alguns abutres

Abutres têm função ecológica, mas não podem dominar...

A tensão financeira mundial aproxima-se de patamares explosivos


O estádio especulativo avançado do capitalismo é um sinal incontroverrso do seu rápido declínio. Tal não significa, porém, que saibamos o que vem a seguir. Socialismo utópico não será certamente.

A economia real decresce, os rendimentos reais do trabalho decrescem, o valor real dos ativos tangíveis (imobiliário, energia, matérias primas, obras de arte, etc.) decresce à medida que as bolhas em que são colocados rebentam, o valor real do dinheiro decresce (crescendo artificialmente a massa monetária virtual), a capacidade de aquisição e o consumo descrescem (apesar da deflação), mas, no meio desta implosão colossal, o valor dos ativos especulativos imateriais, como as dívidas soberanas, os balanços dos bancos, os volumes da especulação bolsista (todos financiados pelos bancos centrais americano, europeu, japonês, chinês, etc.) disparam para níveis estratosféricos.

Como é evidente, perante esta mistura explosiva, os governos, apesar de corruptos, não querem ter a mesma sorte da Maria Antonieta. Logo, a solução é mesmo subordinar a babélia do endividamento, começando por destruir as expetativas dos fundos de especulação que nas últimas décadas foram confluindo no mercado dos derivados financeiros OTC e similares à procura de rendibilidade.

É o momento de enxotar os abutres, pois não só comem carne podre, como começaram a comer também a viva!

Fundos internacionais avançam para tribunal europeu contra resolução do BES
14 Dezembro 2014, 12:41 por Jornal de Negócios com Bloomberg

Os detentores de quase metade da dívida subordinada que o BES emitiu em Novembro de 2013 e que foi colocada no "banco mau" no processo de resolução do banco, já avançaram com processos no Tribunal Geral da União Europeia.

Segundo a agência de notícias Bloomberg, são cerca de 20 os queixosos que pedem ao tribunal que anule a medida de resolução aplicada ao BES e que passou pela divisão do banco em duas instituições. No "banco mau" ficaram os 750 milhões de euros em dívida subordinada emitida em Novembro de 2013, enquanto a dívida sénior foi transferida para o Novo Banco.

São sobretudo fundos internacionais, entre eles o brasileiro BTG Pactual e o norte-americano Third Point (do conhecido investidor activista Daniel Loeb), que avançaram para o Tribunal de Justiça Europeu, numa acção intentada pela firma de advogados Shearman & Sterling LLP.

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domingo, maio 18, 2014

Deputados europeus usufruem pensão secreta

Nigel Farage confessou que recebe uma segunda pensão cozinhada na UE

Contribuintes europeus financiam, sem saber, esquema secreto de pensões subscrito pela maioria dos deputados europeus. Quantos deputados e ex-deputados portugueses beneficiam deste esquema inqualificável? Expliquem lá antes de pediram o nosso voto!

Nigel Farage among MEPs to benefit from EU second pension scheme
By Bruno Waterfield, Brussels, 8:00PM BST 20 Apr 2014. The Telegraph.

Conservative, Labour and Liberal Democrat MEPs – along with Nigel Farage – benefit from secretive, heavily subsidised EU second pension scheme that will cost the taxpayer an extra £187 million.

Pelo menos 2/3 do fundo de pensões secreto e opcional que beneficia boa parte dos deputados europeus desde 1989 provém dos cofres da UE, ou seja, dos contribuintes europeus, os mesmos a quem os governos têm vindo a cortar alegremente rendimentos e pensões!

Como se não bastasse a natureza escandalosa da coisa, este fundo perdeu 200 milhões de euros nas aplicações que fez no Bernard L. Madoff Investment Securities LLC, do célebre Bernie Madoff, atualmente a cumprir uma pena de prisão de 150 anos!

Pergunta: que diz a classe política indígena a este escândalo? E que dizem os senhores deputados europeus, e os deputados europeus recandidatos, a este ato de inqualificável devorismo? Foram ou são beneficiários do esquema? Aprovam-no?

E que opinam os grandes moralistas do PCP, do PEV e do Bloco?

Só um idiota é que votaria nas próximas eleições europeias sem primeiro ver esta e outras questões do mesmo calibre devidamente esclarecidas.

So what exactly is wrong with that second pension?
Thursday, April 23, 2009, Open Europe

Today the European Parliament voted on whether taxpayers should foot the bill for a hole in the controversial second pension fund. While this is a mere show vote, the report has been approved 419 to 106, meaning MEPs have said that "under no circumstances will Parliament in the prevailing economic situation provide extra money from the budget to cover the fund's deficit, as it did in the past" (note 105). This is definitely a show vote, as the only way to change whether the pension fund is guaranteed by the EU budget, and therefore by taxpayers, is through a unanimous decision by the European Council, meaning every country has a right of veto to block this.

The pension fund dates back to 1989 and has received considerable media coverage recently. The bullet points below aim to clarify exactly what is wrong with it:

1. It is a second pension fund for MEPs: apart from MEPs from France and Italy all MEPs receive a pension from their member states already. However, in spite of this over the years MEPs from all countries have joined this 'bonus' pension scheme.

2. This is not just an extra pension whereby MEPs contribute using their own means. Two thirds of any contribution is being paid by the European Parliament (meaning the EU taxpayer) and only one third by MEPs themselves.

3. It is not even certain that they all pay one third. No one checks whether the politician actually pays anything into the fund from his or her own salary. Many in Brussels believe that a "large proportion" of Euro-MPs are using their office payments to get a free second pension on top of national schemes. The European Court of Auditors repeatedly pointed out that there is no sufficient legal basis for Parliament's additional pension scheme. However, The Bureau are claiming “that Parliament has a legal obligation to guarantee the pension rights of the current members of the fund”. They are referring to the EU legal principle of acquired rights and legitimate expectations.

4. In total there are 1113 members of the fund, however the exact names remain secret (!). Included are 478 active MEPs (61% of the total number of MEPs), 493 pensioners (of whom 56 were the dependants of deceased members) and 142 deferred members. We disclosed some of the MEPs who are part of the scheme, but this is restricted to those registered in Luxembourg where the fund is based. Today, the European Parliament called upon the Bureau (the EP President and 14 Vice Presidents) to reconsider its position and to publish the full list. Interesting that they are criticising the Bureau for lack of transparency - when they are not exactly the biggest fans of transparency themselves!

5. That the pension fund is based in Luxembourg, a known tax haven, is bizarre. It is strange that MEPs, who otherwise are the first to demand tax harmonisation and complain about tax havens, change their minds when it comes to their own money.

6. Part of the fund has been lost, partly through investments allegedly associated with the disgraced American financier Madoff, causing a hole of more than 200 million euros.

7. As if it weren't bad enough that they speculate with public money, they now expect the taxpayer to bail them out.

8. However, just when the voter has the chance to hold the Parliament to account, MEPs pretend to want to improve the situation by organising a "vote" on whether the decision by the Bureau was wise and whether the taxpayer has to pay for the losses. Nevermind that this scam has been ongoing since 1989.

9. As noted above, todays vote will change nothing: the fund has been set up under a Council decision, so only if all Member States agree can the terms of the pension fund (which states that the European taxpayer must cover all losses) be modified. So not only is the EP tackling the problem way too late, it is also trying to fool the voter. As the leader in Sueddeutsche Zeitung argues, this is simply a dishonest attempt by MEPs to try anything "to hide this disaster".

10. The Bureau of the Parliament has made some minor decisions, trying to divert attention, by deciding to increase the age at which MEPs become eligible for the additional pension and ending the option to withdraw 25% of the value of the fund as a lump sum in order to increase liquidity. This is the “too little” part of “too little, too late”.

11. Even these minor improvements are unlikely to happen. The managers of the fund in Luxembourg (including the fund's manager, former MEP Richard Balfe) have said that these decisions are in fact illegal: In an email sent to all 450 active members of the fund they said “We believe the proposed changes are not permissible under European law”.

12. Suppose the European Council does agree to abolish this fund: an angry MEP could then go to the judge and on the basis of "acquired rights and legitimate expectations" try to get the pension he was promised.


All of the above are presumably good enough reason to get rid of this scheme. At least the European Parliament agrees on this: from June onwards the second pension will not be available to new MEPs. Meanwhile, the taxpayer will be obliged to uphold the principle of acquired rights and legitimate expectations, whatever the EP votes.

Posted by Open Europe blog team at 3:46 pm

POST SCRIPTUM — O António Maria é um defensor decidido da União Europeia, como é também um acérrimo defensor da democracia. Compreende, porém, alguns dos argumentos eurocéticos contra a burocracia partidária e contra os grandes lóbis financeiros que tomaram conta das instituições da UE. Está também cada vez mais preocupado com a insensibilidade e corrupção das partidocracias que engordaram à sombra das democracias populistas em que deixámos transformar a maioria dos regimes representativos da Europa.

Dito isto, somos 100% a favor de uma federalização progressiva da UE; somos a favor do reforço político da Zona Euro, dotando-a de poderes exclusivos a que não deverão ter acesso os membros da UE fora do euro, somos a favor de  maior transparência nos processos de decisão europeus, recorrendo nomeadamente, em todas as questões vitais da UE, como os tratados internacionais, por exemplo, à realização de referendos com poder vinculativo.

Os partidos querem que votemos nas eleições europeias, mas alguma das criaturas do arco da desgraça português, incluindo o PCP e o Bloco, trouxeram ao conhecimento público os termos do infame tratado comercial que está a ser negociado entre Bruxelas e Washington? O Vital Moreira não foi/é um dos negociadores da coisa?

Vejam só o que escreve o GEAB deste mês sobre o infame tratado de "livre" comércio entre os EUA e a UE:

We have already given a warning on the considerably increased risk of seeing the EU sign the TTIP (Transatlantic Trade and Investment Partnership) with the US after secret negotiations (so much so that even the Member States don’t know the true content currently being negotiated by Brussels and Washington technocrats). On the 16th April last, 535 out of 766 MEPs, thanks to the almost unanimous Conservative vote (230 EPP), Liberals (72 ALDE) and Socialists (155 S&D) in particular, adopted the ISTS, this famous clause that Washington has imposed on Europeans in the framework of the TTIP adoption and which allows “investors” (multinationals and others) to take legal proceedings against the States (and therefore taxpayers) when legislative changes penalise their economic activities. In summary, citizen-taxpayers will have to pay fines to foreign businesses if they vote for regulations (environmental, health or others) harmful to the latter’s profits! And the icing on the cake: you can look, but NO ONE in the media has reported on this vote.

Atualizado: 19/05/2014 08:17 WET

segunda-feira, fevereiro 03, 2014

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— OAM

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