sexta-feira, setembro 03, 2004

Women on Waves 7

Bluff de Paulinho Portas vence Santana Lopes por K.O. ao primeiro assalto!


OAM
#47
03 Setembro 2004
Depois de levar um puxãozinho de orelhas do Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, Santana Lopes proclamou (à laia de retaliação contra o excesso de zelo provocatório do Sr Portas) que o debate sobre a lei do aborto regressaria à agenda política já no próximo período legislativo. Anunciou que não gostava de coisas estáticas e que a inflamação pública em volta do aborto poderia acalmar muito em breve. A postura denotava uma óbvia confrontação com o chefe do partido minoritário da actual coligação. Iria resistir ao confronto?
Vimos, ao final da tarde de ontem, que não! O Paulinho bateu o pé; ameaçou rebentar com a coligação; e o Santana Lopes amochou que nem um cordeirinho manso antes do sacrifício. Que mau passe! Pensou que o seu amigo de tantas confidências iria tramá-lo? Pensou que ele estaria disposto a romper a coligação? Mau jogador de Póker este Primeiro-Ministro.
Paulo Portas jamais romperia a coligação, por que no dia em que o fizer, se o fizer antes de quebrar de vez a espinal-medula do PSD, perderá qualquer possibilidade de voltar ao poder em muito tempo, perdendo de seguida o PP (que naturalmente se revoltaria contra ele). Por outra parte, talvez seja mais fácil a Santana Lopes levar um Governo minoritário até ao fim da Legislatura, negociando habilmente com um PR tolerante e com um PS ainda em crise, do que prosseguir o Calvário da convivência com o actual líder do PP. Não ver o tabuleiro do actual xadrez político-partidário desta forma vai-lhe sair muito caro.
Quanto ao Presidente da República, perante o verdadeiro caos que reina na Administração Pública e a instabilidade psicológica que grassa na sociedade civil, a continuar o ambiente de confronto entre a ambição desproporcionada de Paulo Portas e a própria estabilidade institucional, o melhor será tirar as devidas ilações da filosofia que presidiu à decisão de empossar o actual governo de opereta. O chefe de um governo democrático não pode ser condicionado pelo seu Ministro da Defesa, sujeitando-se ciclicamente à chantagem do fim da coligação, sob pena de assistirmos a um aviltamento ainda maior do actual sistema político.

quinta-feira, setembro 02, 2004

Women on Waves 6

Artista, médica e navegante holandesa põe Governo Português em transe ideológico


WoW modelO-A-M
#46
02 Setembro 2004
Poucos saberão que há precisamente um ano as Women on Waves (WoW), apresentaram na Mediamatic Foundation / perspectives on digital culture uma exposição da sua actividade simultaneamente social, política e artística. Nela se puderam apreciar quatro instalações de Willem Velthoven, em colaboração com Rebecca Gomperts, a clínica móvel de abortos, A Portable, do Atelier van Lieshout (AvL), e documentação sobre a então mais recente expedição marítima das WoW. A clínica móvel, A-Portable, continua a ser considerada uma peça chave do Atelier van Lieshout, tendo sido aliás apresentada na Bienal de Veneza (2001) e na AvL Ville (Roterdão, 2002).
Como podemos ler no Sítio da Mediamatic Supermarkt,
os projectos iniciados pelas WoW transcendem as fronteiras tradicionais; não apenas entre países, mas também em domínios profissionais diversos, tais como o direito, a medicina, a navegação marítima, a arte e a literatura. Um dos objectivos cruciais das WoW é alertar a opinião pública. A par das campanhas de sensibilização e apoio, as artes visuais e os novos média, mas também a moda e a imagem em movimento têm-se vindo a revelar como ferramentas importantes deste projecto”.

Olhando para a história recente dos tactical media e do hacktivismo, categorias com menos de uma década, daquilo a que poderíamos chamar uma arte pós-Contemporânea, este foi porventura o gesto ético e artístico com maiores repercussões no quotidiano sócio-político de um País. Não se trata de nenhuma brincadeira. Mas poucas vezes uma “obra de arte” — ainda que híbrida—, foi capaz de precipitar um Governo europeu em tamanha atrapalhação. Enviar navios de guerra (ainda que obsoletos) contra uma embarcação europeia, desarmada, pacífica, com uma tripulação exclusivamente feminina e em missão ideológica mais do que legítima, deixou a actual maioria governamental numa figura caricata dificilmente ultrapassável. A gargalhada seria geral se o assunto não fosse, como é, demasiado sério.

Soube que a manifestação de ontem em frente à residência do Primeiro-Ministro foi, como muitas outras, anémica e pobre de ideias. A culpa principal é, obviamente, da decadência manifesta das forças políticas tradicionais (partidos, grémios e sindicatos); demasiado usadas, falhas de imaginação, burocratizadas e sobretudo corrompidas pela proximidade do Poder que a Democracia naturalmente lhes faculta. Creio sinceramente que a reforma dos métodos de debate e agitação política já só pode ter origem em vórtices criativos exteriores a este tipo de organizações. As ONG são um bom começo. Mas a minha convicção profunda é que o mais interessante há-de surgir dos novos colectivos em torno daquilo a que poderíamos chamar criatividade cognitiva. Mas para chegarmos aqui — como o fez Rebecca Gomperts e as WoW, precisamos de entender uma coisa essencial: vivemos sob a influência permanente de um novo tipo de realidade. Chama-se realismo mediático.

PS1 — As declarações do Primeiro-Ministro, à saída do Palácio de Belém, sobre o agendamento político da legislação sobre o aborto no decorrer do novo ano parlamentar, podendo ter em vista regulamentar a actual Lei por forma a incluir os riscos psicológicos no elenco das condições clínicas que possibilitam a IVG, é, para além de uma bofetada de luva branca no Sr Portas, um sinal extremamente auspicioso para o desenrolar civilizado deste terrível debate. Esperar para ver...

PS2 — Devo ao Nuno Sacramento (a quem enviei os meus blogs sobre as WoW) o link que me permitiu este artigo.

PS3 — No âmbito da Porto 2001, a convite de Miguel von Haffe Pérez, Meta Bauer comissariou a exposição First Story-Women Building / New Narratives for the 21st Century, na qual as WoW participaram. A acção em que estão neste momento envolvidas é assim uma segunda visita ao nosso País, cujo êxito espectacular se está a dever em grande medida ao atrofiamento neuronal irreversível dos rapazes que actualmente cavalgam o Governo Português. [04 Set 2004]

quarta-feira, setembro 01, 2004

Women on Waves 5

WOMEN ON WAVES ATTACKED BY PORTUGUESE GOVERNMENT, NOT IN OUR NAME!


Photo: Women on WavesBarcos de guerra bloqueiam Ms. Borndiep a 15 milhas da costa Portuguesa.
29-08-04, 17:15 : A Marinha de Guerra Portuguesa circunda o navio da Women on Waves e impedem a aproximação do navio à costa Portuguesa. Foto: Nadya Peek for Women on Waves.





OAM #45
01 Setembro
2004
Como se previa, o ministro fatal deste Governo de opereta esperou pouco para tramar o seu parceiro de coligação. Com o Primeiro Ministro em parte incerta, Paulo Portas começou uma guerra, com fragata, corveta e tudo, contra um pequeno rebocador transformado em navio de apoio à causa da legalização do aborto. A situação actual é a seguinte: Portugal bloqueou e bloqueia (através de ameaça militar!) a entrada em Portugal de um navio comunitário em missão de paz; Portugal impediu e impede a circulação livre de cidadãos comunitários no seu território, sem uma única base legal válida; o inenarrável Ministro da Defesa declara, com aquele seu ar parvo, que o assunto, para o Estado Português, está encerrado. O Primeiro-Ministro parece continuar de férias. O Presidente da República já deve ter regressado de Atenas... para assumir o cargo de Comandante Supremo das Forças Armadas. Só não se sabe se vai cumprir a sua promessa de garantir a tal continuidade do espírito do Governo legítimo que deu lugar à presente aberração.
Mas desenganem-se todos, a começar pelo Sinistro Portas: o assunto não está encerrado não senhor! Muito pelo contrário, só agora começou a deflagrar como uma verdadeira bomba mediática por essa Europa fora — a tal Europa Comunitária, de fronteiras abertas, com moeda única e uma soberania crescentemente partilhada, mas que o Paulo betinho sempre odiou (porque são assim alguns betinhos, que nunca viram nem tropa, nem guerra, na puta da vida), embora tenha, neste preciso momento, como seu Presidente, o homem que lhe deu a mão (ou a quem deu a mão): José Manuel Barroso.
O Paulinho conseguiu colocar a imagem do nosso País atrás das dos Irlandeses e Polacos, mas à sua maneira: i.e. estrondosamente. Para que toda a Europa confirme o que já suspeitava: que os Portugueses são um povinho atrasado com' ó caraças! E que gostam bué de Fundos Comunitários. Mas lá trabalhar, lavar os dentes, cortar as unhas, conhecer nem que seja mais um desportozinho além do futebol, deixar de cuspir para o chão, ou de estacionar em cima dos passeios, iss' é qu' era bom! Além do mais, os Portugas, ao que parece, têm a mania de foder as gajas e metê-las na pildra sempre que estas se atrevem a abortar fora duma clínica madrilena ou londrina.

Não em meu nome! Não em nosso nome!

Precisamos de gritar bem alto isto, ou algo parecido, ao longo deste mês. De modo a que saiba que em Portugal não habitam apenas indígenas da Idade Média, corruptos e atrasados mentais.

O nível da resposta da actual maioria à tempestade que se foi levantando depois do acto filho-da-puta de Paulo Portas ficou bem ilustrado na prestação da ex-comunista (e actual personagem rasteira do PSD) Zita Seabra. Depois de alardear como uma peixeira de fracos recursos oratórios que fora ela quem ensinara aos Espanhois como redigir a sua Lei do Aborto, deu-nos a conhecer que toda a sua recém-iluminação e clarividência sobre temas tão complexos como o da Interrupção Voluntária da Gravidez — inatingível por qualquer homúnculo de esquerda — tinha origem numa nova e fascinante Sociologia: a Sociologia do Cabeleireiro. Quem não passou, como ela, pelas passas dum Cabeleireiro, não pode saber até que ponto as mulheres Portuguesas estão tão bem informadas sobre como e onde abortar! Ficámos ainda a saber, de borla (um bónus para a plateia...), que já não existe proletariado. Metalúrgicos, mineiros, extractores de petróleo, montadores de automóveis, de televisões, de DVDs ou de computadores, apanhadores de café e chá, enroladores de charutos, operários têxteis, do calçado ou da indústria alimentar,... nada. Já nada disto existe. E quem lho disse, foi alguém, no cabeleireiro...
É certo que muito boa gente — tanto do PSD, como do PP — anda nestes dias com a pele arrepiada. E que alguma dessa gente teve a coragem de distanciar a sua opinião destas aberrações ideológicas e destes repelentes abortos do carreirismo. Temo, porém, que tais actos de civilidade e inteligência não cheguem para atalhar a verdadeira destruição ideológica actualmente em curso no interior do PSD, pela mão do Sr. Santana Lopes, e pela cabeça do Sr. Paulo Portas.

Estou disposto a assinar qualquer petição cujo título comece por: WOMEN ON WAVES ATTACKED BY PORTUGUESE GOVERNMENT, NOT IN OUR NAME!

terça-feira, agosto 31, 2004

Women on Waves 4

Tenho vergonha deste País


OAM #44
31 Agosto
2004

Sr. Primeiro Ministro,
Lamentável, o comportamento do seu Governo na questão do barco das Women Waves. Invocar a questão da soberania neste caso, não só é completamente ilícito, como estampa nos olhos da EUROPA uma imagem retrógrada e hipócrita dum País que até hoje apenas recebeu e ainda nada pagou pela sua condição Comunitária. O Sr esqueceu-se que a soberania nacional dos Países Comunitários caminha para uma soberania partilhada (e não tosca e ridiculamente Nacionalista, como atesta este seu comportamento face às Women on Waves). O Sr esqueceu-se que impediu a entrada no nosso País de cidadãos Comunitários, como se fossem perigosos terroristas! O Sr esqueceu-se do dever de auxílio e solidariedade aos navegantes que clara e honradamente anunciaram os propósitos da sua viagem a Portugal (deixando-os ao largo das 12 milhas, sem alimentos frescos e sob condições climatéricas adversas). Tenho realmente vergonha do comportamento do seu Governo, e temo que o seu Ministro da Defesa tenha avançado muito mais depressa do que previ na transformação ideológica do seu Partido. O PPD que começa a desenhar-se no horizonte tem todas as características oníricas sonhadas pelo seu aliado de circunstância, e nenhuma das sonhadas por Sá Carneiro. O Senhor, se nada fizer, ficará na História como o ingénuo veículo desta aberração.
Atentamente,

AC-P

PS — incito quem ler este Blog a manifestar a sua opinião no Portal do Governo, enviando uma msg de protesto contra este comportamento ilícito, hipócrita e desumano do Governo de Santana Lopes

segunda-feira, agosto 30, 2004

Convenção Bush

Smart mobs e Tactical media: a nova cultura democrática em acção.


Bush no moreOAM #43
30 Agosto
2004
Sou um dos muitos espectadores Portugueses que não perdem The Daily Show de Jon Stewart (na SIC Radical). Depois dos dois últimos filmes de Michael Moore, este é sem dúvida o mais corrosivo e inteligente programa mediático contra o descalabro da América de Bush. No entanto, não se fique com a ideia de que a contestatação criativa e humorística à sinistra pandilha de ladrões que ocupou o poder nas terras do Tio Sam se fica por estes dois excelentes protagonistas galácticos. Activistas de todos os credos e múltiplos colectivos de arte pós-Contemporânea formam já uma imensa rede de enxames inteligentes (os chamados Smart Mobs) anti-Bush.
A Convenção Nacional Republicana, que começa hoje em Nova Iorque, e durará até dia 3 de Setembro, promete pois atrair sobre si uma sucessão de ondas de protestos com os mais diversos matizes e intensidades. Estas eleições deixaram há muito de ser um problema local, dada a hegemonia prepotente exercida pelos Estados Unidos sobre todo o planeta. Desde que a Direita Republicana tomou de assalto as principais instâncias do Poder naquele País, boa parte do mundo ficou suspensa do que sai ou deixa de sair dos sinistros neurónios da cáfila de aldrabões e assassinos capitaneada por Bush. Creio que cada um de nós vota, pelo menos abstractamente, nestas eleições. Tal é a importância que instintivamente atribuimos ao respectivo “day after”. Uma boa táctica, neste novo contexto tecnológico e de cidadania global, seria organizar uma votação virtual à escala planetária, paralelamente ao escrutínio Norte-americano.
Para quem estiver interessado no tema, recomendo alguns destaques recentes, que reuni no blog Radar de hoje.

domingo, agosto 29, 2004

Women on Waves 3

O ridículo Ministro da Defesa Nacional não vive na Europa!


Paulo Portas: metamorfoseOAM
#42
29 Agosto 2004
O imprestável Ministro da Defesa acabou por levar adiante a sua provocação contra a esperada visita a Portugal das Women on Waves. Interpretando a Lei Internacional sobre acolhimento de navios em águas territoriais com aquele calculismo cínico que tão bem caracteriza os pequenos ditadores, o Sr. Portas decidiu impedir a entrada de um navio Europeu num porto Português. Trazia bombas? Droga? Imigrantes escondidos em caixotes de bananas? Mafiosos ligados às redes criminosas de prostituição infantil? Não. Trazia, tão só, um grupo de mulheres e uma causa.
As mulheres são cidadãs europeias, e a causa — a da interrupção voluntária da gravidez — há muito que vem sendo debatida e votada em todos os países da Comunidade.
Para além do oferecimento de serviços de aconselhamento médico, as Women on Waves proporcionam ainda a possibilidade de realizar abortos em águas internacionais, sempre que reunidos os pressupostos previstos na generalidade das legislações comunitárias (e em particular na legislação Holandesa). O Governo Português não tem, pois, nada a ver com este assunto. Tal como não teria se iniciativa cívica similar viesse a ter lugar, por exemplo, no interior de um autocarro Espanhol que viesse a Lisboa defender as mesmas ideias e oferecer a prestação dos mesmos serviços, desta vez em Badajoz, ou se ainda um avião Francês viesse à Portela, fretado por uma ONG determinada a realizar acção idêntica. A interdição executada por este Governo de opereta não passa assim de uma ilegalidade e de uma prepotência manifestas. Aliás graves, se tivermos em conta que ambas se dirigiram contra cidadãos europeus no uso dos seus direitos e liberdades democráticas.
A Direita Portuguesa que actualmente nos desgoverna (por pouco tempo, felizmente) é de uma hipocrisia caricata. Na sua impotência empresarial, política e militar, rasteja como uma pedinte queixosa e baba-se diante dos divinizados Fundos Comunitários (que logo rouba, corrompe ou desbarata em parvoíces). Quando lhe convem, porém, puxa dos pergaminhos inexistentes e transforma o exercício da Política numa Revista nacionalista ao estilo do mais decadente Parque Mayer.
Como previa, o Paulo Portas continua muito bem colocado para destruir ou tomar conta do PPD. Quanto a Santana Lopes, vamos vê-lo frequentemente a assobiar para o ar e a passar intermináveis férias de trabalho em Ibiza. Do Sr. Sampaio, nem pio.

Post-scriptum [22:00] — O PPD pronunciou-se formal e pomposamente, através dum qualquer néscio recentemente promovido por Santana Lopes, a favor do “combate” contra a terrível ameaça à soberania nacional chamada Women on Waves. Que vergonha! Onde já vai o PPD de Paulo Portas...
Toda a gente sabe que as fragatas e as aeronaves do Paulinho nada fazem que se veja, em matéria de controlo da pesca ilegal nas águas territoriais Portuguesas (que aliás, para este efeito, são naturalmente e cada vez mais águas territoriais comunitárias), ou na caça aos traficantes de droga que desembarcam as suas mercadorias de Norte a Sul do País, ou no ataque às redes de tráfico e exploração de seres humanos (mulheres e crianças principalmente), ou na luta contra o expatriamento fraudulento de capitais para o “off-shore” da Madeira e similares. O Paulinho e o novo PPD são impotentes (coitados!) para fazer face a qualquer destas guerras. Mas têm uma coragem do caraças para bloquear, como se de uma armada hostil se tratasse, um pequeno rebocador com 8 mulheres ao serviço de uma causa ideológica comum à esmagadora a maioria da população europeia. Os Espanhóis têm uma expressão muito engraçada para este tipo de exercício virtual do poder: “paja mental” (i.e. pívia mental!).

sábado, agosto 28, 2004

Women on Waves 2

O ridículo Ministro da Defesa Nacional


Paulo Portas: des-foto oficialOAM
#41
28 Agosto 2004
Como era de esperar, a turma de direitinhas que comanda este Governo de opereta tinha que asnear na questão da visita do Women on Waves a Portugal. Gostam de Audis, de Nokias, de Personal Trainers, mas em tudo o resto, estes indígenas, permanecem atávicos, pacóvios, manhosos, e néscios. Falam do alto do seu machismo duvidoso contra o sexo oposto, como se a sorte deste último dependesse dos seus frágeis neurónios. São boçais quando assomam pomposamente no pequeno écrã. Não sabem que a sociedade civil não é uma repartição, nem uma paróquia do Governo. Em suma, divertem-se a fazer figuras betinhas e tristes, enquanto lhes não dermos um valente pontapé eleitoral pela espinha acima!

Teoria da conspiração: o Sr Portas gostaria imenso de aproveitar a visita do Women on Waves para criar incidentes de toda a ordem. Para além do frenesim que seria lançar a sua Armada poderosa contra o rebocador holandês, não deve deixar de aproveitar todas as ocasiões que se lhe ofereçam para entalar suavemente o Santana Lopes, ensinando-lhe pacientemente a meta do futuro PPD, a que PP, um dia, voltará (como líder, claro!). Vamos ver como reage o nosso Chavez.