José Sócrates e António Costa, o 1 e o 2 do socratinismo da desgraça |
No primeiro round, Seguro derrotou Costa por KO técnico
Apesar das monocórdicas opiniões dos analistas desmiolados de Lisboa, foi evidente que António Costa ficou mudo e quedo perante todas as acusações substantivas que lhe foram dirigidas por António José Seguro. O desleal e traidor Costa, disse o que não fez, fez o que negou, e permaneceu mudo quanto ao futuro. Não tem, além do mais, uma única ideia para o país. Jogador de Póker? Só mesmo os monocórdicos 'analistas' é que não perceberam que o sargento-ajudante de José Sócrates não tem jogo, e o bluff não se aguenta.
Se Costa ganhar as Primárias do PS, e se algum dia chegasse a PM, é evidente que iria aumentar os impostos (1). Doutra maneira como é que poderia alimentar as dívidas da suja e esburacada Lisboa, o forrobodó partidário e a farra da insaciável malta pendurada no Orçamento? E é também evidente que iria dar guarida e proteger a tropa socratina e soarista até ao último corrupto. Seguro, pelo contrário, disse que só por cima da sua demissão haverá aumento de impostos num governo por si liderado, e que irá baixar o IVA da restauração para a taxa intermédia (13%).
A posição que temos vindo a defender sobre o regime partidário é clara: precisamos de dois novos partidos com vocação negocial para a formação de maiorias com os partidos rotativistas (PS e PSD) —ou seja, é bom que Marinho Pinto tenha aparecido, e seria muito útil que o movimento Nós, Cidadãos conseguisse legalizar-se como partido ainda este ano. É, por outro lado, vital promover a rotação geracional dentro do PS e do PSD, já para não falar do PCP, que bem precisa de sair do cemitério estalinista-cunhalista. Nesta fase do campeonato, portanto, é irrelevante avaliar Pedro Passos Coelho e António José Seguro à lupa. O importante mesmo releva de outra ordem de prioridades: ambos estão a protagonizar revoluções internas de enorme relevância no PSD e no PS. Mau seria que os banqueiros corruptos caíssem um a um, e a corja rendeira e devorista que com eles conspirou saísse ilesa dos crimes cometidos contra o país e contra os portugueses.
Só 1/3 dos militantes votaram nas eleições para as distritais do PS. Os restantes 60 mil filiados, que não votaram, ou não existem, ou estão todos mortos, ou não lhes pagaram as quotas... Entretanto, o universo das Primárias já vai em 145 mil eleitores. Resta, pois, saber onde irão votar os 55 mil, ou mais, simpatizantes que se inscreveram propositadamente para terem uma palavra a dizer nas primeiras eleições primárias para designar o candidato a primeiro ministro de um partido. O precedente foi aberto e se der bom resultado irá certamente pressionar os demais partidos a fazerem o mesmo ou algo de semelhante.
Recomendo, pois, aos eleitores tradicionais do PS, que nada têm que ver com as desgraças provocadas por José Sócrates e António Costa, entre outros governantes que conduziram Portugal à pré-bancarrota, que aproveitem esta possibilidade para determinar de modo inédito o futuro do Partido Socialista.
O António Maria é independente, mas declara, mais uma vez, o seu apoio inequívoco a António José Seguro neste combate contra a tentativa de assalto promovida por quem não tem ideias sobre coisa nenhuma —como se viu ontem e se verá nas prestações de António Costa nos próximos debates com António José Seguro— e apenas quer recuperar poder e privilégios justamente ameaçados.
O resultado mais imediato da guerra suja criada por soaristas e socratinos no PS é a quebra sucessivas das intenções de voto neste partido nas próximas legislativas, e a renovação da atual maioria à frente do próximo governo.
Intenções de voto após declarada a guerra intestina no PS
Eurosondagem/Expresso — agosto, 2014
PSD+CDS=34,8%
PS=32,1%
Pitagórica/jornal i — agosto, 2014
PSD+CDS=35%
PS=30%
Por outro lado, “a candidatura nacional de António Seguro sublinhou, dos atos eleitorais nas 19 federações do Partido Socialista, os seguintes resultados:
1. Em número absoluto de votos, os apoiantes de António José Seguro tiveram uma vantagem de mais de 1200 votos. Apoiantes de António Seguro - 52,2% dos votos; Apoiantes de António Costa - 47,8% dos votos
2. Em número de presidentes por federação, os apoiantes de António Costa tiveram 10 e os apoiantes de António José Seguro tiveram 9.
3. Em número de delegados eleitos para congresso, os apoiantes de António José Seguro conquistaram 10 federações e os apoiantes de António Costa obtiveram 9 federações.”
Ou seja, mesmo que as Primárias apontassem Costa como futuro candidato do PS a primeiro ministro, eventualidade que seria uma demonstração de masoquismo por parte dos eleitores tradicionais do PS, o simples facto de as intenções eleitorais apontaram para uma derrota deste partido, deixaria António Costa, depois de toda esta faina, apeado: sem governo, nem partido, pois não vejo como tendo Seguro a maioria dos delegados eleitos para o próximo congresso fosse abandonar a sua posição de secretário-geral perante tão fraca demonstração do senhor Costa que, depois de uma entrada de leão, terá uma inevitável saída de sendeiro.
NOTAS
- Quando Costa diz que baixou o IMI em Lisboa, esqueceu-se de dizer três coisas: 1) que tal redução, de 0,35% para 0,3% —prédios reavaliados— e de de 0,675% para 0,6% —prédios por reavaliar— resultou de uma proposta/imposição do PSD (ver notícia da época); 2) que a reavaliação dos prédios trouxe por si só um enorme acréscimo de receita à CML, permitindo por isso a descida deste imposto; e 3) que esta bonança foi também resultado do acréscimo pontual de receitas da sobre endividadade autarquia oriundo da venda dos terrenos do aeroporto à ANA, entretanto privatizada. E também se esqueceu de dizer que a cidade continua suja e com cada vez mais buracos por tapar.
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