quarta-feira, setembro 02, 2015

Sondagens e rotativismo

Sondagem da Universidade Católica. Jornal de Negócios

Como evoluíram PS e Coligação nas sondagens dos últimos quatro anos?
Jornal de Negócios. 01 Setembro 2015, 22:00 por Manuel Esteves | mesteves@negocios.pt, Nuno Teixeira - Infografia

O principal partido da oposição enfrenta PSD e CDS coligados. Veja como evoluíram as intenções de voto de um lado e do outro ao longo da legislatura: depois de uma queda acentuada dos partidos da maioria, PS assumiu a liderança mas sem nunca descolar dos seus principais adversários. E há dois anos que pouco ou nada muda neste retrato.

Duas conclusões:
  1. o arco parlamentar deixa de fora mais de 40% dos portugueses, que não vota ou vota nulo ou branco; 
  2. a estabilidade do voto é apenas perturbada por pequenas oscilações entre os partidos do arco da governação, numa lógica rotativista, a qual promove claramente a corrupção da nossa democracia e o seu colapso a prazo.
Na realidade, o Bloco Central faz sempre o mesmo, acomodando a margem económica e financeira que dispõe em cada momento às necessidades de manter o eleitorado agarrado. Mas há um ponto essencial que, por outro lado, explica a persistência e conservadorismo das minorias de esquerda: estas, ao contrário do Bloco Central (PS-PSD-CDS), não têm uma posição clara quanto às garantias da liberdade, nem quanto à inviolabilidade do direito à propriedade privada. 

Ou seja, quem quiser desafiar a hegemonia do Bloco Central tem que começar por garantir programaticamente a defesa intransigente destes dois princípios.

Ao contrario do que diz o preâmbulo da nossa demagógica Constituição, Portugal não caminha para o socialismo, e muito menos para um socialismo financiado pela propriedade pública dos meios de produção resultante da expropriação dos cidadãos.

Tenho, pois, algumas dúvidas sobre a anunciada subida explosiva da votação no PCP.  E creio que, se a abstenção diminuir, os novos votos irão para os novos partidos que se candidatam pela primeira vez.

Por fim, quem deixou de votar no PS, sobretudo quando Sócrates ameaça regressar vestido de António Costa, dificilmente votará no PS a 4 de outubro, e assim sendo, as fugas de votos do Bloco Central (PSD, PS e CDS/PP) tenderão a reforçar os novos partidos e, ainda que marginalmente, o PCP e o Bloco.

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