segunda-feira, novembro 21, 2016

Novo embuste na ferrovia

Pedro Marques, ministro do planeamento e infraestruturas da geringonça
Foto: Jorge Ferreira/ Expresso

Pedro Marques não é propriamente um ministro da República, mas um comissário político ao serviço de poderes invisíveis que continuam a pontificar sobre assuntos estratégicos essenciais, em nome dos interesses ocultos e apostas especulativas desse mesmo poder ilegal, e contra, gravemente contra, os interesses do país. Dois exemplos: TAP e sistema ferroviário nacional. Em ambos os casos parece continuar de pé um lóbi de piratas que apostou num novo aeroporto a construir em Alcochete. Este desiderato ilegítimo implica travar três decisões cruciais para o futuro imediato do país:

  1. impedir a privatização da TAP e mantê-la na esfera nebulosa de um Estado capturado por interesses inconfessáveis;
  2. impedir a adaptação da Base Aérea do Montijo aos voos civis, assegurando assim a Lisboa um aeroporto secundário, complementar do da Portela;
  3. travar por todos os meios a migração do sistema ferroviário português para a bitola europeia, pois só desta maneira (pensa o lóbi invisível do NAL em Alcochete) se impede a construção da ligação de alta velocidade ferroviária entre Lisboa e Madrid, ou melhor dito, entre Lisboa, Espanha e resto da Europa. E desta forma, também, se garante que a prioridade do investimento público fica reservada para o grande NAL, por onde então passará, num futuro longínquo, o famoso TGV! Que tal averiguar quem comprou terrenos entre Canha, Alcochete e Rio Frio depois de cair a opção da Ota?
Entretanto, na Quadratura do Círculo, Jorge Coelho entusiasmou-se com novas sobre o novo plano ferroviário lusitano. Uma farsa, claro, como a troca de emails que se segue bem demonstra.


TROCA DE EMAILS ENTRE AMIGOS DA FERROVIA

Amigo da ferrovia #1 — Vi hoje na Quadratura do Círculo o Jorge Coelho a dizer que tinha estado numa conferência na Ordem dos Engenheiros sobre o plano ferroviário nacional (julgo que designado por Ferrovia 2020) cujo objectivo é a ligação dos portos nacionais à Europa. Parece que o Henrique Neto foi ouvido...

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Amigo da ferrovia #2 — Pois a mim parece-me que o Henrique Neto não foi ouvido e que o autismo do Sr. Ramalho se transmitiu ao seu sucessor (ou este já não teve oportunidade de emendar a trajectória).

No plano Ferrovia 2020 não há uma única palavra sobre a bitola europeia ficando-se sem se perceber como é que os nossos comboios, de bitola ibérica (1668 mm), poderão chegar à Europa, onde só há a bitola europeia (1425 mm) ou mesmo ao interior de Espanha, que fechará as suas actuais linhas para a nossa fronteira mal conclua os trabalhos nas novas linhas de bitola europeia que as irão substituir, conforme listagem oportunamente divulgada pelo Ministério do Fomento de Espanha.  E, do lado espanhol, isto acontecerá cerca de 2020, também com fundos europeus do CEF geral, já que a Espanha não é elegível para os de coesão (até 85% de co-financiamento).

Iremos então voltar a gastar mais dinheiro para mudar para a bitola europeia ?

Aqui, o mesmo autista contrapunha que os trabalhos a fazer até 2020 seriam em "bitola adaptável", o nome que ele arranjou para a utilização de travessas de dupla fixação, que tanto permitem montar via férrea em bitola ibérica como em bitola europeia, embora sem poderem coexistir simultaneamente.

Talvez tenha sido mal informado ou até se tenha esquecido de perguntar aos seus assessores como se faria essa transição e quanto tempo demoraria a fazer. É que os carris de uma bitola, não podendo coexistir com os da outra, implicam que uma linha só volta a estar operacional quando toda ela tiver a bitola alterada, o que levará vários meses (quiçá 1 ano) a concretizar. Além dos custos da nova obra, quanto irá representar a fatal perda de mercado resultante ? Quem paga ? O Novo Banco não vai ser, certamente.

Em resumo, este plano Ferrovia 2020 só vai servir para levar as nossas exportações e as mercadorias chegadas aos nossos portos até às plataformas logísticas espanholas de Salamanca e de Badajoz. Aí, mudam para os comboios espanhóis de bitola europeia para prosseguirem viagem. E o custo desse transbordo irá penalizar a nossa competitividade, bem como as importações pela mesma via.
E para percursos da ordem dos 200 km ou menos até à fronteira, o transporte rodoviário torna-se mais competitivo do que o ferroviário (para que é que a Luís Simões pretende um enorme terminal no porto de Leixões ?)  Para quê, pois, insistir na via ibérica, se a ferrovia não for competitiva ?

Porém, a coexistência das 2 bitolas na mesma via é possível, desde que se adopte a via a 3 carris, como os Espanhóis vêm fazendo em troços do Corredor Mediterrânico e que já está mais que testada no acesso ao porto de Barcelona, que trabalha com as 2 bitolas desde 2013. E é um trabalho que pode ser feito quase sem interrupções do serviço.  Mas não é isso que versa o plano 2020.

Saudações pouco competitivas,

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Amigo da ferrovia #3 — O autor (M. Llamas — ler artigo) já é conhecido como um opositor ao AVE.

Posso adiantar que ele comete alguns erros graves, a saber:

1. Sobre os passageiros ele ignora que para o ano os passageiros vão duplicar, pois as novas linhas vão ser interligadas entre si e passará a existir uma verdadeira Rede.

2. Ele ignora que a Espanha precisa de uma nova Rede UIC.

3. Ele ignora as poupanças de energia que a nova rede vai permitir durante todos os anos.

4. Ele esquece que na linha mais antiga o nº de mortes e feridos desde 1992 é zero. Para ele isso não conta.

5. Ele nada diz que grande parte das novas vias teve elevada comparticipação da U.E.

Eu tenho uma explicação para a oposição deste Professor de Maiorca.

A forte aposta futura na Ferrovia vai desvalorizar os aeroportos de Espanha. As Baleares vão sair um pouco prejudicadas por se apostar numa Rede ferroviária em vez da Rede Aeroportuária.

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Amigo da ferrovia #4  Não se poderá dizer que seja propriamente uma “novidade”.

1 - Na verdade Portugal aceitou a alteração graciosa do seu “hinterland” de 600km para 200Km. Alguns experts na matéria manifestaram o seu conforto, e porque não dizê-lo, o seu contentamento. (John Frank no seu diário – “A costa vicentina e o meu portinho de águas profundas”).

É claro que se coloca a velha questão: Realizar comboios de mercadorias apenas se justifica para distâncias superiores a 200 – 250 km. E para comboio de 750 metros, formar um comboio, manobras para aqui, e para ali, o melhor é mesmo o camião, nada mais simples!

2 – Para bom entendedor, nesta coisa das “bitolas”, da mesma forma como vai haver bitola ibérica até Badajoz do lado tuga, até Salamanca está aceite que haverá bitola ibérica desde Vilar Formoso.

Não acredito que os espanhóis queiram gastar dinheiro em bitola UIC de Salamanca até Fuentes de Oñoro dado que do lado tuga não existe continuidade. Quanto à electrificação do troço Salamana – Ciudad Rodrigo – Fuentes de Oñoro, também creio que não se justifica. A bitola ibérica é para encerrar como Ana Pastor o “disse” ao Álvaro.

A Renfe ter de afectar 2 locomotivas diesel para assegurar a tracção dos comboios nesse troço, também não me parece, pois os custos de manutenção obrigam a um atelier com bitola ibérica, ou o transporte dessas locomotivas em zorras. Terão de ser as empresas transportadoras tugas a assegurar essa tracção, quiçá adquirindo algumas locomotivas diesel em bitola ibérica  que a Renfe tem à venda e quer despachar em “alta velocidade”. Os custos de utilização da infra-estrutura e de tracção serão suportados pelas empresas tugas. Recorde-se que entre Salamanca e Fuentes de Oñoro existe uma via única em bitola ibérica. Como a linha da Beira Alta está em via única, é claro que não vão investir qualquer cêntimo.

Julgo que são estas as consequências mais imediatas do e-mail infra.

3 - Apanhar o comboio para Madrid (Paris) creio que vai ser em Badajoz com transbordo de um Intercidades tuga para um AVE da Renfe. Quanto aos Talgos 200 e Pendulares parece-me que a Renfe os quer descontinuar de vez. Já ultrapassaram os 20 anos, e esta última aquisição de 30 + 10 comboios AVE de 350km/h é bem clara. Andar com comboios mais lentos em linhas de comboios de 350 km/h, só atrapalha, cria insegurança com risco de acidente, e é claro reduz a capacidade da infra-estrutura.


PS. Nestas apreciações a blogosfera não tem andado muito desfasada da realidade. Toda esta situação foi atempadamente antecipada pela blogosfera, por isso já não é novidade. Vive-se bem com isso, ainda bem.

Como o Natal está próximo, nada mais a propósito. Espanha vai oferecer a Portugal 2 portos secos. Isto é que é sorte. :D

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Amigo da ferrovia #2 — Subscrevo.
Os nossos governantes, passados e presentes, não querem saber de competitividade para nada, salvo se isso tiver a ver com os seus negócios pessoais. Por isso, resta-nos esperar que os Chineses tomem conta de Sines e imponham a bitola europeia para se ligarem decentemente ao centro económico da Europa via ramo sul do Corredor Atlântico. A ser assim, será muito provável que venham posteriormente a apostar na utilização da linha da Beira Baixa para chegarem ao norte da Europa, ignorando a linha da Beira Alta.

Um abraço desta ilha ferroviária à beira mar plantada.

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Amigo da ferrovia #4 — É malta que acredita no Pai Natal, com renas e tudo —tal como o gaúcho da TAP justifica os prejuízos da TAP com as low cost, por estas operarem com aviões equipados com turbinas de duplo ciclo movidas a água, tal como as renas do Pai Natal. Por mero acaso, o gaúcho anda muito calado... Será que a ponte aérea LIS – OPO está a ser um tremendo sucess?

Quero ver a cara desta malta toda quando Espanha começar a cobrar portagens nas autoestradas (Bascas), assim como a França e a Alemanha. Circulação de camiões, porque não? Mas pagam portagens e combustível—e bem! Aqui, pelos vistos, arranjou-se umas bombas de gasóleo junto à fronteira, com “desconto”. Alguém sabe do tremendo sucesso desta medida política? Está tudo doido!

Mas porque razão vários países da Europa civilizada querem banir o carbono das suas cidades?Devem ser “doidos”. A tugulândia é que está certa!

Os principais construtores automóveis estão todos apostados nos veículos eléctricos. Até nos super protótipos a Audi abandonou a competição para se dedicar aos eléctricos. Dinamarca, Noruega, Holanda definiram 2020 com limite para a venda de carros térmicos. No dia 11 de Outubro, quando o meu filho mais velho, que está a trabalhar na Holanda (daqueles que já não voltam), veio à tugulândia, disse-me a bordo do 205: Ó pai, já há muito tempo que não ando em carros a gasolina. Deram-lhe um carro eléctrico quando lá chegou. Além do mais, têm o hábito de compartilhar os carros.

Espanha compra 30+10 comboios AVE com capacidade para 400 lugares/cada, 350 km/h, tri-tensão, certamente para assegurarem a ligação entre Madrid – Paris – Londres. Espanha, França, Alemanha, Bélgicas,...., devem ser países equivocados. Até os italianos estão a apostar fortemente nos comboios de Alta Velocidade, vejam só, um país com características idênticas à tugulândia

E esta malta tuga complica tudo por causa da porcaria de uma linha de 200km em bitola UIC, entre o Caia e Poceirão (Pinhal Novo – Lisboa), ainda por cima financiada a 85% por fundos europeus.

Falam agora de portos, que os chinocas querem apostar nos portos!

Mas o que é que a tugulândia tem para dar? Mais depressa vão para Huelva ou Algeciras onde os portos estão servidos por bitola UIC. Questionem o John Frank sobre aquilo que promoveu em Sines. Não fez “rata”. Zero! Foi corrido, e curiosamente (ou talvez não) ninguém deu pela sua falta. A esta hora ainda deve estar a falar com o Louro – o papagaio que lhe aumenta a acuidade visual. Agora sonham com chineses a transformarem o porto do Barreiro numa nova Roterdão ou Antuérpia. Onde é que esta gente tem a pinha?!

Não investiram 150 milhões na linha do Caia—Poceirão, e agora admiram-se o quanto estão a perder em oportunidades e intenções de investimento!

A linha Madrid—Badajoz foi agendada por Espanha como a sua última prioridade. Na realidade, Portugal (o Coelho) desresponsabilizou a Espanha desta obra, ao que a Pastor entregou ao Álvaro o projecto de linhas em bitola ibérica que irão encerrar!

Deste facto ainda ninguém tirou as devidas ilações. Houve para aí um GITEVAS que entregou qualquer coisa que nem mereceu a atenção de Bruxelas, ao que Espanha e França esfregaram as mãos de contentes. pois é menos um a “pedir”.

Perdeu-se tempo a discutir “linhas algaliadas”, “eixos intermutáveis”, “eixos telescópicos” — tudo parvoíces. E agora estão preocupados pelo facto dos chinocas irem investir aqui ao lado, dando inclusivamente um novo impulso às infra-estruturas espanholas.

É claro, tudo isto não leva a tulugândia a lado nenhum, a não ser o Diário de John Frank, agora no seu novo capitulo: “Porquê um Cacho!”

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Amigo da ferrovia #5 Esquece!! dissestes tudo... e bem...

Este país está na sucata e com a actual porcaria socrática no Governo demonstra bem o que somos. Não nos chegou um resgaste!

Em vez de discutirmos isto, discutimos a concertação social, a grande vitória do aumento do salário minimo em 6 euros, o banqueiro que declarou mas não declarou, ou não deu o declarado.

Ou a neve que cai no Marvão... ou em Montalegre... as renas já estiveram mais longe de aparecer como notícias de primeira página...

Eu pasmo com isto tudo... e sinto que estudar em Portugal não interessa nada... neste país de papagaios sem estratégia de longo prazo, sem pessoas com visão e com amor à pátria e ao futuro de Portugal, mas com grande amor aos bolsos...

Taxas a gasolina e o gasóleo, mas não pensas nas renováveis... Os centros de investigação das Renováveis vão sendo transferidos para o estrangeiro. A EDP Renovaveis é gerida por um espanhol, que a única coisa que faz o dia inteiro é Replies de emails.

Os teus filhos perceberam depressa... e vai acontecer a tantos mais...

A culpa é nossa, que nunca exigimos a estes políticos de pacotilha. Não sabemos ouvir os outros que sabem mais que nós, ter a humildade de aprender com eles...

E assim vais destruir todos os sectores primários, terciários em Portugal... e ficas com meia dúzia de tipos dos mais bem pagos do mundo, que num país a sério nem serviam para lavar escadas (vejam os respectivos passados como gestores de alguns deles...).

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Atualização: 25/11/2016 18:45 WET

9 comentários:

Swonkie disse...

Enviamos um convite para o teu email :)

Anónimo disse...

http://www.libremercado.com/2015-03-27/fedea-concluye-que-espana-no-deberia-haber-construido-ninguna-linea-de-ave-1276544128/

O TGV é um embuste colossal. Nem o corredor Madrid-Barcelona é rentável.


António Maria disse...

O TGV é um Ferrari. Mas numa autoestrada tanto andam Ferraris como Fiats 500. O problema principal da política ferroviária criminosa portuguesa é ignorar que a rede ferroviária espanhola que chega à nossa fronteira, em 2020 será apena composta por vias em bitola europeia, ou seja, que Portugal será uma ilha ferroviária se, entretanto, não mudarmos de perspetiva. O embuste ferroviário português poderá servir o negócio da rodovia e dos TIR (que se preparam para criar portos secos do lado de lá da fronteira entre Portugal e Espanha), poderá continuar a servir o propósito de voltarmos à discussão dum novo aeroporto da Ota em Alcochete, mas será um desastre a prazo. A rentabilidade do transporte rodoviário de mercadorias a granel e contentorizada está condenado e será forçado a migrar em massa para o transporte ferroviário e marítimo. Só um doido que não leia relatórios é que não percebe isto.

Anónimo disse...

1/3 da atividade comercial portuguesa está ligada a Espanha. Dificilmente o TGV trará melhorias nisso.

Embustes são as previsões (2010):

O Governo prevê que linha do TGV para Madrid atinja mais de nove milhões de passageiros por ano. Um número de viagens superior ao que hoje existe entre Paris e Londres e também entre as principais cidades espanholas. Esta previsão é um dos pontos mais polémicos do projecto do TGV, Lisboa ¿ Madrid.

http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/tvi24/tgv-previsao-de-9-milhoes-de-passageiros-gera-polemica

Outros estudos sugeriam que seria necessário 5 milhões de passageiros entre Lisboa e Madrid para ser rentável. As low-cost estão para ficar. E poucos irão pagar o dobro do preço do bilhete para chegarem 1 ou 2 horas mais tarde (dependendo das paragens; duvido que o comboio fosse direto).

O transporte marítimo já está formatado para a dinâmica portuguesa:

http://observador.pt/2016/09/28/portugal-tem-o-maior-valor-de-mercadorias-comercializadas-internacionalmente-por-mar/

Se nem em Espanha o TGV dá lucro (e tem mais pessoas e uma atividade económica mais pujante) porque é que daria no vizinho mais pobre? Porque é que a mercadoria dos EUA ou da China (cuja maioria das exportações é feita por navio) viria para PT quando os principais mercados consumidores estão a 3000 km de distância, na Europa Central?

A discussão está a assumir um excessivo contorno ideológico quando a realidade claramente sugere que o TGV é um elefante branco.

Discordo da opinião do autor deste blog. A Linha da Seda não é para PT (que está na ponta errada). O projeto chinês em teoria é fenomenal mas na prática terá obstáculos colossais. Tanto que PT não está nas cogitações chineses, que os portos gregos são mais atrativos do que os Portugueses (a Grécia está mais perto do Suez). PT é útil para comprar bagatelas e adquirir mais influência. Dificilmente o país beneficiará do projeto megalómano chinês. A linha ferroviária principal passará pela Rússia e Europa de Leste. Os restantes projetos (integração económica da Europa de Leste e Ásia Central) muito dificilmente serão concretizados. Muita coisa ficará por fazer.

Cumps.

Mário Ribeiro disse...

Resposta ao anterior comentário :

Empresas chinesas procuram porto português para canalizar mercadorias para a Europa

Lusa
20 de Abril de 2016,

https://www.publico.pt/2016/04/20/economia/noticia/empresas-chinesas-procuram-porto-portugues-para-canalizar-mercadorias-para-a-europa-1729669

Empresas chinesas procuram porto português para canalizar mercadorias para a Europa
Embaixador da China em Portugal afirmou que Governo está a estimular transportadores marítimas chinesas a usar Portugal como porta de entrada na União Europeia
Lusa
20 de Abril de 2016,


http://www.ccilc.pt/pt/china-acredita-que-portugal-pode-ser-entrada-de-mercadorias-na-uniao-europeia



China acredita que Portugal pode ser entrada de mercadorias na União Europeia

O embaixador da China em Portugal, Cai Run, disse, quarta-feira, 20 de Abril de 2016. em Lisboa, que o governo chinês está a estimular as empresas de transporte marítimo chinesas a encontrarem um porto em Portugal para canalizarem mercadorias para o mercado da União Europeia (UE).
“Portugal é porta de entrada para a Europa e Oceano Atlântico. A cooperação pode ser reforçada na área das infraestruturas. Nesta estratégia há vários projectos importantes”, disse Cai Run durante um almoço-debate promovido pelo International Club of Portugal, referindo-se à iniciativa estratégica “Uma Faixa, Uma Rota”.
Cai Run recordou que o comércio entre os dois países “cresceu 8,58 por cento em 2015 quando comparado com 2014”.
O diplomata revelou igualmente que Portugal já recebeu “mais de sete mil milhões de euros de investimento chinês, o quinto maior destino de investimento chinês na Europa”.
O embaixador também previu um reforço da cooperação empresarial bilateral na área ciência e inovação, e considerou a “tecnologia científica” como “ponto de crescimento” na futura cooperação bilateral.
O diplomata sublinhou que a iniciativa estratégica “Uma Faixa, uma Rota” vai ser reforçada, com mais de 70 países interessados em participar no projeto.
“Portugal é um dos 57 membros fundadores do Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas (BAII), o objectivo é interligar o plano de investimento da União Europeia à iniciativa ‘Uma Faixa, uma Rota’”, disse.
A “cooperação trilateral” entre a China, Portugal e os países de língua portuguesa foi também salientada por Cai Run, nomeadamente a importância da 5.ª conferência ministerial do Fórum de Macau, que se realiza no terceiro trimestre deste ano na Região Administrativa Especial chinesa e que vai juntar altos representantes da China e dos países de língua portuguesa em contactos oficiais e empresariais em Macau.

Leia a notícia na íntegra AQUI

António Maria disse...

China acredita que Portugal pode ser entrada de mercadorias na União Europeia
2016/04/21

http://www.macauhub.com.mo/pt/2016/04/21/china-acredita-que-portugal-pode-ser-entrada-de-mercadorias-na-uniao-europeia/

António Maria disse...

O plano ferroviário espanhol soma e segue... enquanto o lóbi do NAL da Ota em Alcochete empata o país até que todos descubram que esta corja transformou o país numa ilha ferroviária, perante a distração bovina do regime.

http://www.transportesenegocios.pt/construcao-da-plataforma-logistica-de-badajoz-pode-avancar/

António Maria disse...

Pedro Marque diz que sim, que vai lançar comboios de Sines até... Badajoz!

http://www.cargoedicoes.pt/site/Default.aspx?tabid=380&id=15127&area=Cargo

Anónimo disse...

Fala assertivamente de: "interesses ocultos e apostas especulativas desse mesmo poder ilegal, e contra, gravemente contra, os interesses do país", então e o que significa a ideia "parida", com a simpatia e beneficio da Vinci, Lusoponte e Mota- Engil dessa barbaridade que é colocar Low cost no Montijo. Face ás notórias incompatibilidades da Base do Montijo para se constituir como solução, nomeadamente, o exagerado orçamento necessário, fala-se em várias centenas de milhões de euros, devido á “aberração” de acrescentar a pista 01/19 para o mar da Palha, para o interior da ZPE das aves, conflituando com o enquadramento legal e que para além do crime ambiental, pode constituir o perigo de acidentes potenciais, por colisão com aves. E ainda a necessidade de construção de um Terminal aeroportuário, caminhos de rolagem, já para não referir a exigência da Camara do Montijo (a única no Distrito) a obra Construção de uma rede de águas e esgotos ; Conclusão da circular externa do Montijo; Novo acesso rodoviário à ponte Vasco da Gama; Transformação da estrada do Seixalinho em avenida;, para concordar. No lado sul da pista temos ainda no cone de aterragem a Tanquipor com 29 depósitos de combustível e acido. Isto quando afinal o Aeroporto Humberto Delgado não está esgotado e, com poucos euros e melhor organização, tem capacidade para operações de voo durante mais 20 anos. Pilotos consideram que o drama do Aeroporto Humberto Delgado, afinal, não é o espaço que se resolve alargando para Figo Maduro, mas o preço que a Vinci leva pelo estacionamento. Normalmente, apenas às oito e nove da manhã há alguma dificuldade para aterrar: “O número de ‘slots’ [que se dizem esgotadas] corresponde a apenas 6,8 por cento do total disponível no aeroporto para todo o ano. Os pedidos de ‘slots’ podem ser rejeitados às horas de pico, contudo, as aeronaves podem aterrar ou descolar em Lisboa noutra altura do dia de menor tráfego. Esta situação também ocorre nos principais aeroportos da Europa, como Paris ou Londres”. Uma ‘slot’ é uma “vaga” no aeroporto. As transportadoras querem, naturalmente, chegar cedo e partir tarde, e vice-versa, nos voos de médio curso – dentro da Europa. Isto permite aos passageiros chegar ainda de manhã à cidade de destino e regressar à noite. A falta destas ‘slots’em Lisboa, no entanto, revela-se um falso problema. “Se existissem obras no Humberto Delgado isso permitiria ainda conseguir 64 posições de estacionamento – os lugares onde os aviões esperam enquanto não fazem novo voo. Ora, levando em conta os movimentos possíveis em Lisboa, do que a cidade pode necessitar não é de um novo aeródromo: é de mais lugares para estacionar. “O principal problema do Aeroporto da Portela é o preço que a VINCI Aeroportos cobra por ter um avião estacionado”. Há dois problemas No aeroporto de Lisboa, que podem ser resolvido com poucos milhares de euros: a criação de mais espaço para estacionar e um novo “taxiway” (uma “estrada” para os aviões se deslocarem dentro do espaço do aeroporto, vindos dos terminais até às pistas e vice-versa.
Mais espaço consegue-se com a retirada dos militares de Figo Maduro. Se houvesse vontade de passar a Base Militar para outro local, podia repavimentar-se a zona militar para aguentar os jatos civis e, assim, aumentar a capacidade da Portela”.
Entretanto, o “taxiway” da pista principal do Aeroporto Humberto Delgado vai apenas até dois terços da pista, sem obrigar a cruzamento da mesma. Ora, se os aviões pudessem circular livremente, sem interferir com os que estão a levantar ou aterrar na pista 03/21, aumentavam-se as “slots”, e o tempo de espera era menor. A solução mais adequada e económica seria acrescentar o Aeroporto Humberto Delgado, para os terrenos do Estado em Figo Maduro, colocando as missões da FAP aí atribuídas á Base do Montijo.