sexta-feira, março 24, 2017

EDP—um gigante com pés de barro


O terramoto bancário mundial é apenas o aviso de que uma verdadeira erupção vulcânica de largas proporções vem a caminho. Chama-se energia!


The neoliberal era, with its policies of extreme deregulation, debt-money expansionism and harsh national austerity, is thus a direct product of the changing dynamics of the global energy system and the transition into a world of more expensive, lower quality, and environmentally more destructive fossil fuels (N.M. Ahmed, 2017).

O gigante EDP tem pés de barro. A sua dívida total ultrapassa os 18 mil milhões de euros (15,9x10E9 de euros em dívida de longo prazo), perdeu quase 4,6% do seu valor em bolsa nos últimos 365 dias, e os dividendos por ação (EPS) cairam 1,59% em 2016. Não há, pois, motivos para mimosear o CEO da alienada empresa, com mulheres e álcool.

Sendo este problema um problema sistémico (a Exxon Mobile, a Shell, a BP e a Chevron tinham no final de 2016 um dívida conjunta de 184 mil milhões de dólares, o dobro da que somavam em 2014 (Wiiliams and Olson 2016), basta um acidente, ou uma evolução inesperada na tecnologia, na economia ou no comportamento dos consumidores (mapas comparativos de preços e cartografia política organizada), para que os sorrisos do senhor Mexia e do gestor chinês que o supervisiona esmoreçam.

Já algum deputado perguntou ao senhor Mexia porque não paga os impostos da EDP a tempo e horas? O que a EDP beneficiou com o perdão fiscal (19,4 milhões de euros—Expresso) a que a Geringonça recorreu, para atamancar o défice, terá chegado para compensar os descontos feitos aos consumidores com baixos recursos? Que falta faz uma verdadeira esquerda no parlamento!

Este artigo da McKinsey é um bom alerta para o que aí vem. Já agora, para além deste artigo, recomendo ao deep state um ensaio recém publicado pela Spinger. Chama-se Failing States, Collapsing Systems, Biophysical Triggers of Political Violence, e foi escrito pr Nafeez Mosaddeq Ahmed.
From scenario planning to stress testing: The next step for energy companies
By Sven Heiligtag, Susanne Maurenbrecher, and Niklas Niemann
McKinsey&Company

What ‘extreme’ means

Companies need to be bold as they imagine extreme scenarios; almost nothing is too strange or ridiculous to consider. To show the range of ideas that energy firms might contemplate, we offer five extreme scenarios covering several kinds of risk, from compliance and legal risk to business-model disruption to full-bore crisis.

Energy for free

Real-time energy-consumption data are increasingly seen as crucial for a knowledge of customers and their behavior patterns. Smart meters can identify the appliances in operation. Combining data sets on electricity use, heating use, and mobility could provide even more detailed insights. Data-driven companies such as Amazon might challenge incumbent utilities by offering “energy for free” in exchange for personal data. In this scenario, utilities lose the customer relationship and are reduced to mere suppliers of commoditized power. Given the negotiating power, agility, and customer-centricity of digital giants, margins erode significantly.
Que tal um livro branco sobre a energia em Portugal?

Atualização: 25 mar 2017, 11:59 WET

1 comentário:

Bmonteiro disse...

E at S. Bento circus, os eleitos do pôvo que nem bonzos petrificados.
A bem do Regime.