Mostrar mensagens com a etiqueta Francisco José Viegas. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Francisco José Viegas. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, dezembro 12, 2011

Parar a barragem!

O crime do anterior governo prossegue com a subserviência do actual perante os piratas de sempre

Protestaram pelo homem não ser ministro. Este transmontano do Pocinho nem para director-geral serve!

O Bloco de Esquerda acordou bem, mas acordou tarde!

Não teria sido mais produtivo para este partido sem estratégia, nem realismo, nem alma — e ainda por cima a desfazer-se..., ter trabalhado a sério neste assunto com os Verdes (abraçados pelo PCP) assim que o sobressalto cívico começou a ganhar expressão, e as opiniões técnicas fundamentadas desmascararam o embuste? Quando será que estes esqueletos caricatos do marxismo acordam para a realidade, já que perderam há muito a capacidade de sonhar?

Seja como for, é o que temos no nosso desgraçado espectro partidário. E assim sendo, suspender o embuste escondido no Plano Nacional de Barragens e parar as obras em curso no Baixo Sabor e no Tua são prioridades absolutas que não devemos largar, e para as quais todos os santos ajudam — a começar, claro está, pelo santo UNESCO, sobre quem recairão agora todas as pressões negativas dos transmontanos poderosos apostados inacreditavelmente em queimar de vez a terra que os viu nascer: Durão Barroso, José Sócrates, Passos Coelho, Francisco José Viegas, Assunção Esteves, e ainda essas figuras sombrias que dão pelos nomes de Edite Estrela e Armando Vara. Gente estranha esta!

O Gasparinho que acorde! Não basta atacar (ainda que sob o pretexto razoável da correcção do défice) os direitos adquiridos das pessoas, até que estas se revoltem e corram com este governo, como correram com o anterior. Antes destes gestos de coragem fátua, é preciso atacar o cancro do betão e do endividamento especulativo — é preciso suspender imediatamente o Plano Nacional de Barragens, e é  preciso renegociar de alto abaixo todas as PPPs, com particular relevo para as PPPs hospitalares e rodoviárias. Ou será que, senhor Gasparinho, tenciona entregar o ouro que Salazar e os desgraçados lusitanos à época pouparam a penas muito duras, durante mais de quarenta anos, ao BCE — para sustentar os piratas de sempre a Pão-de-Ló?

O argumento idiota da estagiária elevada a ministra, Assunção (sa)Cristas, sobre os supostos direitos adquiridos pelos piratas da Mota-Engil, Grupo Mello, BES, BCP-Teixeira Duarte, Berardo e Cª, não tem qualquer precedência nas actuais circunstâncias excepcionais. O interesse nacional invocado para retirar remunerações constitucionalmente protegidas (13º e 14º meses), sem o pronunciamento de uma maioria qualificada no parlamento, nem um referendo nacional sobre o assunto, é exactamente o mesmo que terá que ser invocado para corrigir o verdadeiro assalto à poupança nacional e ao próprio potencial de crescimento do país pelos contratos ruinosos realizados por uma nomenclatura de piratas que já deveria estar a responder em tribunal pelos seus assaltos continuados ao erário público. Eles e os seus queridos advogados! Que pensa o Tó Zé (in)Seguro disto? Que tal parar de orar orações pueris, e começar a trabalhar?!

Por fim, sobre as tergiversações do consultor literário que colocaram ao comando dos assuntos culturais do país, melhor seria, desde já, despromovê-lo à categoria de mero contínuo de Passos de Coelho. Um qualquer Alexandre Melro não faria pior!

domingo, outubro 09, 2011

Cultura: quem vai à guerra...

A cultura portuguesa também está cheia de buracos

Foz Coa, gravura rupestre.
A luta contra a barragem e pela preservação das gravuras foi um dos poucos combates culturais realizados em Portugal nas últimas décadas

Fiquei a saber hoje que o Francisco José Viegas, actual secretário de estado da cultura, nasceu no Pocinho. Mais um transmontano certamente duro de roer! A malta da cultura que comece rapidamente a puxar pela imaginação, em vez da gritaria histérica do costume.

A geração de lapas que se alimentou nos últimos 30 anos da seiva orçamental do país, sem sequer se aperceber a que se deveu tanta generosidade, deve dar agora lugar aos mais novos, mesmo sabendo todos nós que este últimos vão apanhar apenas migalhas.

Conhecendo-se, no entanto, a propriedade mais notória das lapas, recomenda-se que estas sejam removidas das rochas onde estão agarradas de forma decidida e sem aviso.

Aplique-se, pois, uma gestão puritana ao sector, se quiserem salvá-lo de uma morte súbita. Não é preciso inventar nada. Basta copiar o exemplo holandês. Nem um euro público deve ser gasto sem se saber para quê, porquê e sob que patrocínio técnico e intelectual.

Já agora: nem os EUA, nem a Alemanha, Reino Unido ou Japão —os países culturalmente dominantes do planeta— têm ministérios da cultura. Porque continuam os nossos desmiolados jornalistas a fazer perguntas tontas sobre este particular não-assunto?

Na Holanda, por exemplo, há um ministério da educação, ciência e cultura, e para o sector específico da cultura o ministério conta com o apoio de um Conselho para a Cultura, independente, renovado de quatro em quatro anos — ou seja, uma solução civilizada e racional.

Não é preciso inventar nada. O que faz falta é não ter medo de decidir.


PS: a história da Fundação Berardo começou mal, e mal acabará. Ver notícia do Expresso e entrevista de Francisco José Viegas à SIC.


ACTUALIZAÇÃO: 9 Set 2011, 14:23