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sexta-feira, junho 07, 2013

O que diz Seguro

Ensaios com porcos voadores no aeromoscas de Beja. Augusto rosé está a estudar uma solução definitiva que satisfaça o desejo chinês por porcos pretos vivos!

O crime ferroviário deste governo é mil vezes pior do que os prejuízos com swaps

O líder socialista defende que "Portugal deve pagar a sua dívida" mas que também "deve ter condições para o fazer".

Numa entrevista ao jornal "Público", António José Seguro diz recusar uma solução semelhante aos “haircuts” que foram aplicados na Grécia. “Em relação à dívida, a minha resposta é europeia: mutualização de parte da dívida. Isso traria dois efeitos: a nossa dívida baixava para os 60% e o nosso financiamento nos mercados era mais favorável, pagando menos juros.” — Jornal de Negócios, 7//2013.

Seguro quer pagar as dívidas. Ou seja, a proximidade do poder tem sempre o mesmo efeito: mais realismo e menos demagogia. Três consequências do que diz Seguro:
  1. como sempre escrevemos, a Frente Popular já era, porque não passa de uma quimera populista e oportunista de quem soube aproveitar-se da liberdade mas não soube construir uma democracia próspera, justa e transparente;
  2. o terreno para um governo PS-CDS/PP está adubado (1);
  3. a cleptocracia instalada (e mais este seu Governo) continuam a empurrar Portugal para a fossa grega, e não vemos nada no discurso do zero à esquerda do PS que permita vislumbrar uma descolagem do PS das máfias e tríades que continuam apostadas em destruir o país.
França e Espanha decidiram avançar rapidamente com a interoperabilidade ferroviária entre os dois países (vulgo: bitola europeia), criando, aliás, por esta via, trabalho e economia em países fustigados pela recessão, enquanto Portugal persiste no embuste da bitola ibérica e do fecho do aeroporto da Portela para rentabilizar crimes de especulação partidários (e da corja devorista) na margem sul. Acontece, porém, que Bruxelas, Espanha e França decidiram, neste particular, cortar sem demora o passo às máfias e tríades da tugalândia. As linhas ferroviárias de bitola ibérica serão descontinuadas junto às fronteiras espanholas com Portugal e com França até 2015!

Catroga já deve ter a solução na manga: exportar porcos vivos para a China, nos A350 que a TAP encomendou, usando o aeromoscas de Beja para o efeito (grande sucesso então do adiantado mental Mateus rosé, que estudou esta brilhante ideia) enquanto não rebentarem, como querem, com a Portela e não iniciarem a construção do novo aeroporto de Alcochete.

Onde está o DCIAP? Onde está a PGR? Não faltam aqui indícios de corrupção!

Onde está a imprensa portuguesa?!

É preciso denunciar esta corja e metê-la, de preferência, no mesmo hotel onde está o Isaltino dos Poetas!

Entretanto, aqui vai quase meia dúzia de links a provar que a Espanha decidiu não esperar pelo indigente Passos de Coelho:

Brevemente o sistema de bitolas instalado em Irun/Hendaya será descontinuado, nessa altura podemos aproveitar os valiosos equipamentos e instalá-los no "museu ferroviário" de Almeida/Vilar Formoso. Será uma atracção turística muito interessante que poderá acrescentar valor ao turismo incluindo o senior. Já os comboios lusitanos verão o seu hinterland reduzido a um máximo de 200Km. No entanto, com asas, talvez possam um dia voar. O Mateus rosé, se o desafiarem, faz já um estudo memorável sobre esta genial possibilidade tática de ultrapassar os espanhóis pelo ar!

NOTAS
  1. Se houvesse alguém inteligente no Bloco, apostaria numa aproximação ao PS por forma a negociar uma entrada no próximo governo — furando a coligação PS+CDS/PP já inscrita nos astros. Nem que fosse para sair seis meses, um ou dois anos depois!

segunda-feira, fevereiro 20, 2012

Depois da Grécia, nós :(

Não sei porque nos chamam porcos. Porco é sinal de riqueza e poupança. O que voltámos a ser é um cão pele e osso! Da última vez (1891-1910-1926) semelhante colapso económico e financeiro deu no assassínio de um regime e em ditaduras.

Raphael Bordallo Pinheiro - Cavallo D'Estado... insaciável. O António Maria, 1891.

Para todos os efeitos, estamos falidos! Só ainda não fomos forçados a declarar bancarrota porque pertencemos a uma zona monetária muito jovem e insegura. O medo de contágio e do efeito de dominó potencialmente resultante do incumprimento financeiro de qualquer dos países mais endividados da União Europeia é tal que a Alemanha (1) tudo fará para evitar um "incidente de crédito" soberano, seja na Grécia, ou em Portugal — as democracias populistas e partidocratas porventura mais corruptas, falidas e desnorteadas de toda a Europa.

Portugal tem de renegociar metade da dívida pública. DN, 18 Fev 2012.

Mesmo crescendo 2% ou 4% ao ano, não dá. Portugal está numa "situação crítica" e vai ter de renegociar com os credores um desconto de "33% a 50%" da sua dívida pública, diz um estudo do Instituto Kiel para a Economia Mundial, um conceituado centro de investigação da Alemanha.

Vale a pena ler o original e ver as tabelas...

How Does the Debt Barometer Work? David Bencek, Henning Klodt. The Kiel Institute Barometer of Public Debt. Jan. 2012.

Our empirical assessment of historical developments in numerous countries leads to the conclusion that it is extremely difficult for a country to prevent its debt from increasing infinitely when the necessary primary surplus ratio reaches a critical level of more than 5%. When this level is exceeded for some time, it is almost impossible for a country to service its debt without receiving outside help.

Radical Greek and Portuguese Haircut Will Be Unavoidable

The data used by the debt barometer make it possible to calculate what size of haircut would be necessary to enable the countries hit by the crisis to shoulder their debt again on their own (…). Greece is close to be being completely bankrupt. Portugal would need a haircut to the tune of one-third to one-half. Ireland, Italy, and Hungary can only avoid a haircut if they can achieve high growth rates, whereby the outlook is relatively good for Ireland.

Tal como a Grécia, de uma maneira ou doutra, com mais ou menos inovação retórica, Portugal só evitará a declaração de bancarrota se aceitar sucessivos pacotes de resgate, ou seja e na prática, percorrendo o suplício de uma longa, humilhante e violenta reestruturação das suas finanças públicas, com a concessão a estrangeiros dos poucos ativos estratégicos que ainda lhe restam: energia, água, transportes, portos, aeroportos e, se não houver uma réstia de vergonha nos políticos que temos, nem mais alma popular, a alienação das trezentas e pico toneladas de ouro poupadas durante a ditadura de Salazar!

Não podemos crescer sem investimento de capital humano, mas também financeiro. E se não crescermos será impossível poupar para pagar as dívidas. Ou seja, porque o que tivemos desde 2001 foi estagnação, e porque o que temos agora é recessão, não há forma de evitarmos um perdão parcial das nossas dívidas, ou seja uma reestruturação. Chamem-lhe o que quiserem.

Famílias, Estado e empresas devem mais de nove vezes o empréstimo da troika (act.) Negócios on-line, 20 fev 2012.

Estas são algumas das conclusões que se retiram do boletim estatístico do Banco de Portugal que foi hoje divulgado e que passou a incluir um capítulo dedicado ao "endividamento do sector não financeiro".

"No final de 2011, o valor da dívida na consolidada do sector não financeiro ascendia a 715 mil milhões de euros, correspondendo a 418% do PIB (402% em 2010, escreve o Banco de Portugal numa nota explicativa.

A já célebre conversa de Vítor Gaspar com o ministro das finanças alemão, Wolgang Schäuble, captada informalmente por um repórter da TVI, explica quase tudo: se as coisas correrem menos mal com a Grécia, isto é, se a Grécia se mantiver dentro da zona euro, então poder-se-à ajustar uma solução mais confortável para Portugal. Mas o problema, acrescenta Schäuble, "é que o parlamento alemão e a opinião pública não acreditam que as nossas decisões sejam sérias; não acreditam nas nossas decisões sobre a Grécia...". Ao que Gaspar responde: "Nós fizemos um programa bastante apreciável no enquadramento europeu...". Schauble, olha para o lado, e depois responde a Gaspar: "Sim, fizeram" (ficando implícita o resto da frase: e depois?) Gaspar percebe as reticências implícitas no "Sim, sim" do ministro alemão e insiste: Sim, fizemos!" Schäuble abana afirmativamente a cabeça duas vezes sem proferir palavra.

Não foi preciso mais para Passos Coelho, depois dos apupos deste Domingo em Gouveia, já na Guarda, reconhecer que afinal "nós não sabemos se precisaremos disso ou não", isto é, se precisaremos ou não da ajuda da Alemanha para um reajustamento do Memorando.

De uma maneira ou doutra vamos precisar, e portanto, será melhor reservar algum dos lombinhos que ainda restam e teremos forçosamente que alienar, pelo menos durante umas largas décadas, para a Alemanha. Eu faço uma sugestão: entreguem a exploração da nossa rede ferroviária de nova geração (bitola europeia) aos nossos dois maiores credores: a Espanha e a Alemanha. E reformem, de uma vez por todas, a máquina avariada do Estado!


ÚLTIMA HORA!
Eurogroup - conferência de imprensa (6 idiomas)
Terça, Fev. 21, 2012 5:00

Comentário:
A solução negociada é mais um paliativo... A tempestade vem a caminho de Portugal :(

Deve ser o atual governo eleito, e não uma qualquer caldeirada a três a enfrentar a situação.
O seminarista (in)Seguro deverá ter ouvido que poderá ter que se sentar num governo presidido por um tecnocrata qualquer, da confiança do imprestável Cavaco. É tempo de Passos de Coelho cortar as amarras com as máfias e as tríades que o pressionam e começar a cumprir a parte essencial do Memorando: reformar o Estado, e criar condições de concorrência real na nossa economia (acabando com os privilégios indecentes e ruinosos da burguesia rendeira que temos).


NOTAS
  1. A guerra financeira em curso, entre o par dólar-libra, por um lado, e o euro (coadjuvado pela China, e agora Japão, por outro) tem atingidos picos de verdadeira guerra psicológica. Vale a pena ler alguns dos artigos desde Sexta Feira sobre as apostas a favor e contra a bancarrota da Grécia.

    Twitter/PIMCO/ Gross (19 Fev 2012): #ECB subordinates all #Greek debt holders & in so doing subordinates all holders of Euroland sovereign debt.

    Greek Rescue Close as Ministers Meet. Bloomberg, 20 Fev 2012. “A euro exit by one member could fundamentally change the nature of the euro as an irreversible currency and spark an unprecedented run on banks and sovereigns,” Joachim Fels, chief economist at Morgan Stanley, wrote in a note to clients yesterday.

    GREEK ‘DEAL’: It might be ‘agreed’ today, but it won’t be done. The Slog, 20 Fev 2012. (…) big hitters on Wall Street are heading for Lisbon this week. The pavanne continues.

    Greece must default if it wants democracy. Wolfgang Münchau. FT.com, 19 Fev 2012. A senior German official has told me that his preference is to force Greece into an immediate default. I can therefore only make sense of Mr Schäuble’s proposal to postpone elections as a targeted provocation intended to illicit an extreme reaction from Athens. If that was the goal, it seems to be working.

    Greek D-Day: Slog US source conforms Wall St plans as secret Berlin timetable emerges. The Slog, 19 Fev 2012. (…) for well over a month now, the Obama Administration’s conclusion has been a dead cert Greek default. The job of the President, the security services, the Reserve and the Treasury is to protect the United States from the consequences of that, and that’s just what they’ve been doing.”

    Drawing up plans for Greece to leave the euro. Bruno Waterfield. Telegraph, 18 Fev 2012. Plans for Greece to default, potentially leaving the euro, have been drafted in Germany as the European Union begins to face up to the fact that Greek debt is spiralling out of control - with or without a second bailout.

segunda-feira, dezembro 12, 2011

Parar a barragem!

O crime do anterior governo prossegue com a subserviência do actual perante os piratas de sempre

Protestaram pelo homem não ser ministro. Este transmontano do Pocinho nem para director-geral serve!

O Bloco de Esquerda acordou bem, mas acordou tarde!

Não teria sido mais produtivo para este partido sem estratégia, nem realismo, nem alma — e ainda por cima a desfazer-se..., ter trabalhado a sério neste assunto com os Verdes (abraçados pelo PCP) assim que o sobressalto cívico começou a ganhar expressão, e as opiniões técnicas fundamentadas desmascararam o embuste? Quando será que estes esqueletos caricatos do marxismo acordam para a realidade, já que perderam há muito a capacidade de sonhar?

Seja como for, é o que temos no nosso desgraçado espectro partidário. E assim sendo, suspender o embuste escondido no Plano Nacional de Barragens e parar as obras em curso no Baixo Sabor e no Tua são prioridades absolutas que não devemos largar, e para as quais todos os santos ajudam — a começar, claro está, pelo santo UNESCO, sobre quem recairão agora todas as pressões negativas dos transmontanos poderosos apostados inacreditavelmente em queimar de vez a terra que os viu nascer: Durão Barroso, José Sócrates, Passos Coelho, Francisco José Viegas, Assunção Esteves, e ainda essas figuras sombrias que dão pelos nomes de Edite Estrela e Armando Vara. Gente estranha esta!

O Gasparinho que acorde! Não basta atacar (ainda que sob o pretexto razoável da correcção do défice) os direitos adquiridos das pessoas, até que estas se revoltem e corram com este governo, como correram com o anterior. Antes destes gestos de coragem fátua, é preciso atacar o cancro do betão e do endividamento especulativo — é preciso suspender imediatamente o Plano Nacional de Barragens, e é  preciso renegociar de alto abaixo todas as PPPs, com particular relevo para as PPPs hospitalares e rodoviárias. Ou será que, senhor Gasparinho, tenciona entregar o ouro que Salazar e os desgraçados lusitanos à época pouparam a penas muito duras, durante mais de quarenta anos, ao BCE — para sustentar os piratas de sempre a Pão-de-Ló?

O argumento idiota da estagiária elevada a ministra, Assunção (sa)Cristas, sobre os supostos direitos adquiridos pelos piratas da Mota-Engil, Grupo Mello, BES, BCP-Teixeira Duarte, Berardo e Cª, não tem qualquer precedência nas actuais circunstâncias excepcionais. O interesse nacional invocado para retirar remunerações constitucionalmente protegidas (13º e 14º meses), sem o pronunciamento de uma maioria qualificada no parlamento, nem um referendo nacional sobre o assunto, é exactamente o mesmo que terá que ser invocado para corrigir o verdadeiro assalto à poupança nacional e ao próprio potencial de crescimento do país pelos contratos ruinosos realizados por uma nomenclatura de piratas que já deveria estar a responder em tribunal pelos seus assaltos continuados ao erário público. Eles e os seus queridos advogados! Que pensa o Tó Zé (in)Seguro disto? Que tal parar de orar orações pueris, e começar a trabalhar?!

Por fim, sobre as tergiversações do consultor literário que colocaram ao comando dos assuntos culturais do país, melhor seria, desde já, despromovê-lo à categoria de mero contínuo de Passos de Coelho. Um qualquer Alexandre Melro não faria pior!