Mostrar mensagens com a etiqueta censura. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta censura. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, setembro 26, 2018

O colapso moral de Serralves

OAM-derivative, 2018


Afinal, foi Suzanne Cotter quem plantou a armadilha!


Imaginem uma obra de arte contemporânea sobre a violência nos Comandos da Amadora, ou sobre o ex-PM José Sócrates Pinto de Sousa, ou ainda sobre a corrupção em Portugal, exposta no Museu de Serralves, ou na Culturgest, ou no MAAT. Seria possível? Se é, convidem-me. E depois, então, vamos discutir quem censura o quê.

Já agora, desafio o Delfim Sardo a itinerar a exposição 'censurada' ao pobre João Ribas, pela Culturgest. Ou, em alternativa, a mostrar na mesma Culturgest o filme Made in Heaven, de Jeff Koons.

Quanto à senhora Pinho, se quer mandar, arranje como financiar Serralves sem depender 100% dos nossos impostos. Porque, no fundo, a realidade plena é esta: não há dinheiro para malucos.

Estão chocados, dizem, com a censura às fotografias pornográficas de Mapplethorpe.

E a censura, ao longo de décadas, exercida caninamente sobre quem não faz parte do lóbi internacional que tomou de assalto os museus públicos europeus de arte contemporânea, de que a rede portuguesa não passa de uma sucursal?

A fotografia de Mapplethorpe agitou, enfim, o funil da cultura indígena.

Depois do buraco negro que engoliu um italiano mais voyeur do que o recomendável, novo buraco negro engole o rapazinho que alguém encarregou de representar o papel de 'diretor artístico' do Museu de Serralves.

A pornografia na arte contemporânea, e sobretudo na arte pós-contemporânea (nascida na Internet), daria uma boa exposição, onde Mapplethorpe seria tão só uma nota de rodapé. Mas não em Serralves, não no Porto. Uma antológica deste fotógrafo norte-americano, em Serralves, no Porto, onde o suposto diretor artístico nasceu com as asas cortadas, sob a sombra narcisista e provocadora (leia-se castradora) de uma presidenta que desconhece o seu lugar, só poderia dar asneira. Quem paga Serralves, ou seja o contribuinte, merece melhor. A provocar este episódio burlesco esteve o futuro vereador da cultura do Bloco de Empreendimentos, o mefistofélico João Fernandes, ao convocar a tropa de choque que domina a ruína museológica global para uma reação internacional contra a censura no Portugal de António Costa.

Parece que a Pinho tem sido muito bem assessorada... por um tal Julião Sarmento/ Cristina Guerra, e ainda (pasme-se!) pelo vereador da cultura do Porto, o sortudo Rui Moreira. Os resultados, porém, acumulam desastres.

O problema de base, repito, é simples de equacionar: não há dinheiro para malucos!

Ou seja, uma vez perdida a banca indígena para os credores, assim como boa parte das grandes empresas que viviam aninhadas no Orçamento de Estado e nas famosas PPP, os governos deixaram de ter dinheiro suficiente para alimentar luxos culturais, ainda por cima, quando estes luxos fazem figura de coisa autónoma, com administradores e conselhos de administração 'independentes' (povoados de indigentes da política: Pires de Lima, Pacheco Pereira, e outras aves raras) e decorados com listas intermináveis de mecenas que deixaram de pingar os cêntimos que sobravam da muita massa que iam buscar aos nossos impostos e a Bruxelas (quer dizer, aos nossos impostos).

As demissões em Serralves, no Museu de Chiado, e nas coleções sob vigilância apertada das Finanças—Berardo, BES e Ellipse (não escapa uma!)—são o sintoma óbvio de um enorme mal-estar museológico que apenas reflete a bancarrota das apostas protagonizadas pelo lóbi que tomou de assalto o domínio privado e público da dita arte contemporânea no nosso país.

A arte contemporânea local, que não chegou a nenhuma parte internacionalmente relevante, salvo nalguns episódios temporários de 'glamour' congeminado pela especulação mercantil, vai assim revelando-se também como um antro de más práticas, abuso das instituições públicas e de muita, muita corrupção!

NB: há um evidente mal-estar em Serralves. Que tenha explodido durante um governo de frente popular pós-moderna, não deixa de ser irónico. Mas a suprema ironia é que o socavar da instituição, com despedimentos, constrangimentos laborais inaceitáveis, redução de rendimentos, e uma castração progressiva da equipa museológica que foi sendo criada desde os bons tempos de Fernando Pernes, foi iniciado pela senhora economista Odete Patrício, antiga e toda poderosa diretora-geral da Fundação de Serralves (ainda não atualizou o CV no Linkedin), e hoje vereadora socialista da Câmara Municipal do Porto, para onde transitou após a chegada à Administração de Serralves da magnífica e portentosa Ana Pinho. A lavagem de roupa suja segue dentro de momentos...

SOBRE A CONFERÊNCIA DE IMPRENSA DE UMA ADMINISTRAÇÃO APAVORADA

A esquerda cor-de-rosa acusada de censura? Custos de ser governo à custa do oportunismo, né?! E o engraçado é que a Administração, neste caso, tem razão: houve censura e deveria ter havido mais censura, para evitar uma grosseira violação da lei. Não se esqueçam, por outro lado, que as estatísticas de Serralves se fazem à custa de estatísticas infantis e populares. Ou seja, sem os meninos e as meninas das escolas, e sem o povão a quem é distribuído um bodo aos pobres a que chamam Festa de Serralves, o museu não conseguiria justificar a sua existência em termos de custo-benefício!

PS: a Lusa conhece toda a história, mas vai divulgá-la devarinho, para render publicidade, e queimar em lume brando a administração de Serralves. Duas perplexidades: Suzanne Cotter diz que não programou Mapplethorpe, nem Joana Vasconcelos. Então quem foi? No entanto, algum ingénuo que perguntasse a Cotter, ou a Ribas, sobre a possibilidade de se agendar uma exposição no museu que estes diretores entendem estupidamente ser coisa deles, seria imediatamente informado de que a programção de Serralves se faz a dois ou três anos de distância. Ou seja, pergunto, que compromissos assumidos Cotter deixou a Ribas? Por outro lado, que sentido faz censurar descaradamente Joana Vasconcelos, como a pandilha que tem mandado em Serralves tem feito ao longo das últimas duas décadas? Eu sei porque teme a internacional que esvoaça à volta de João Fernandes e Julião Sarmento uma exposição de Joana Vasconcelos: o seu garantido êxito de público e mediático, precisamente o que não conseguem as sumidades que esvoaçam à volta de Fernandes e Sarmento. Acontece, porém, que António Costa adora a arte de Joana Vasconcelos. E eu também considero que esta artista produziu até à data um par de obras sublimes. Capiche?

ÚLTIMA HORA
“A exposição [da Joana Vasconcelos] foi combinada pelo António Costa e a Ana Pinho na apresentação, realizada em São Bento, da exposição [da Joana] em Bilbao. O Ribas sempre soube da exposição. Em Serralves ficaram todos em pânico por causa dos custos.”

JOÃO RIBAS

Extraordinário: JOAO RIBAS, conceituado curador norte-americano de origem portuguesa, e ex-diretor do Museu de Serralves, que se demitiu por causa duma exposição do sofrível Robert Mapplethorpe (uma espécie de reedição hardcore e a preto e branco de Andy Warhol—convocável museograficamente sempre que se quiser falar da crise da SIDA nos Estados Unidos) nunca, aparentemente, tinha escrito sobre este fotógrafo, e muito menos comissariado qualquer exposição de obras do dito. Isto mesmo podemos constatar nos 151 artigos do seu blog. Quem decidiu, pois, em primeiro lugar, a exposição de Mapplethorpe?

Um exemplo, a contrario sensu, do que nos presenteou em Serralves:
“In the Holocene explores art as a speculative science, how artists investigate principles more commonly associated with scientific or mathematical thought. The exhibition proposes that art is an investigative and experimental activity, addressing what is explained through traditional scientific means: time, matter, energy, topology, perception, consciousness, etc. In this sense, both art and science share an interest in knowledge and disruptive insights, yet are subject to different logics, principles of reasoning, and conclusions.

In expanding both artistic and scientific speculation, In the Holocene seeks to shift the understanding of aesthetics away from conventional ideas of pleasure, beauty, or taste. As conceived by Alexander Baumgarten in 1735, the term “aesthetics,” as the science of sensible knowledge, attempted to place the realm of perception and sensation under rational principles. As an account of the world, can art expand the potential of scientific investigation? What of those forms of understanding that transcend, or fall beyond, the domain of any particular discipline?”

Artistas escolhidos:

Berenice Abbott, Leonor Antunes, John Baldessari,
Rosa Barba, Robert Barry, Uta Barth, Joseph Beuys,
Alighiero Boetti, Carol Bove, Marcel Broodthaers,
Matthew Buckingham, Roger Caillois, Hanne Darboven,
Thea Djordjadze, Jimmie Durham, Terry Fox,
Friedrich Fröbel, Aurélien Froment, Jack Goldstein,
Laurent Grasso, João Maria Gusmão & Pedro Paiva,
Florian Hecker, Alfred Jarry, Rashid Johnson, Joan Jonas,
On Kawara, Kitty Kraus, Germaine Kruip, John Latham,
Sol LeWitt, F.T. Marinetti, Daria Martin, John McCracken,
Mario Merz, Helen Mirra, Trevor Paglen, Man Ray, Ben Rivers,
Pamela Rosenkranz, Robert Smithson, Hiroshi Sugimoto,
Superstudio, Georges Vantongerloo, Lawrence Weiner,
and Iannis Xenakis.

—In the Holocene
Notes and Queries | Joao Ribas
October 19, 2012–January 6, 2013
http://joaoribas.blogspot.com/2012/10/in-holocene-october-19-2012january-6.html

DEPUTADOS


O João Fernandes é do Bloco, não é? Quando foi a fundação Robert Mapplethorpe abordada para a exposição de Serralves? Qual é a origem desta exposição: Suzanne Cotter (que saíu pela porta dos fundos depois da entrada de Ana Pinho), ou João Ribas? Realizou João Ribas alguma exposição com obras de Robert Mapplethorpe nos Estados Unidos, ou em qualquer outro país, exceto Portugal? Desconhecia João Ribas a legislação portuguesa sobre pornografia? É que esta é muito clara: 
Artigo 1.º
1. É proibido afixar ou expor em montras, paredes ou em outros lugares públicos, pôr à venda ou vender, exibir, emitir ou por outra forma dar publicidade a cartazes, anúncios, avisos, programas, manuscritos, desenhos, gravuras, pinturas, estampas, emblemas, discos, fotografias, filmes e em geral quaisquer impressos, instrumentos de reprodução mecânica e outros objectos ou formas de comunicação áudio-visual de conteúdo pornográfico ou obsceno, salvo nas circunstâncias e locais previstos nos artigos seguintes:
2. Para o efeito do disposto neste diploma, são considerados pornográficos ou obscenos os objectos e meios referidos no número antecedente que contenham palavras, descrições ou imagens que ultrajem ou ofendam o pudor público ou moral pública.
http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php…

Se os museus públicos puderem infringir a lei, que valor tem esta para a sociedade? E ainda, porque não mostra a comunicação social as imagens que terão estado na origem da censura interna ocorrida no Museu de Serralves?
Por fim, que vão os deputados fazer a Serralves? Ver a exposição, ou espreitar as imagens interditas?

Atualizado em 28/09/2018, 09:38 WET


APOIE ESTE BLOG/ SUPPORT PAGE
O acesso a este blog é gratuito, mas a sua doação, por pequena que seja, ajudar-me-à a mantê-lo e a melhorá-lo. Um euro por mês é muito? Obrigado.
If you liked this article and enjoy my work visit the Support Page to show your appreciation for independent content creators.

domingo, maio 07, 2017

Quem se mete com o António, leva!

Alberto Gonçalves.
Foto: Diana Tinoco/ Sol

Em vez do lápis azul assumido, o despedimento cobarde pela porta do cavalo, com desculpas de mau pagador...


“As coisas – principalmente a imprensa e a televisão – começam a adquirir aquele tom uniforme e ruço, típico da tropa e do socialismo”—Vasco Pulido Valente.

Os zelotas da Geringonça agem por simples medo de perderem empregos que são cada vez mais escassos e mal pagos, não por qualquer convicção ideológica, que aliás há muito deixaram de ter. A miséria mediática que grassa entre nós e por esse mundo fora é preocupante e deve ser denunciada pelo que é: um estado de censura; no caso vertente, num país que a proíbe expressamente na Constituição. Não o fazer só poderá contribuir para que um qualquer aborto venezuelano acabe por medrar no ventre da nossa democracia.

Censura em democracia, eis como classifico a decisão do Paulo Baldaia sobre Alberto Gonçalves.

Que tem o Tribunal Constitucional a ditar sobre esta denúncia que torno pública e a que junto prova?

SOL: Paulo Baldaia admitiu não apreciar o seu estilo de escrita... 
ALBERTO GONÇALVES: Quando Paulo Baldaia falou comigo ao telefone, foi a única vez e foi para me despedir. Era diretor há cinco meses. Disse que eu confundia os leitores do “DN”: havia quem só fosse à página do “DN” por minha causa e ficasse confuso com o resto do jornal, e havia leitores “naturais” do “DN” que ficavam confusos com a minha crónica, e a culpa era minha. Segundo o próprio me disse, o objetivo dele era o de evitar confrontos e agradar “à corte de Lisboa”. Não queria chatices.
[...]
SOL: A comunicação social? 
ALBERTO GONÇALVES: Completamente controlada. Ou quase toda – ainda há um jornal que me paga para escrever. Mas a crítica a este governo é diminuta comparativamente ao governo anterior, face a ações semelhantes ou a ações muito mais gravosas. De resto, os jornalistas simpatizam com este governo, naturalmente, com esta ideia de governo, com esta aliança. Nem é necessária grande pressão exterior.

sábado, abril 01, 2017

Serviço Público?


Um caso de violência sexual entre crianças não é um caso de pedofilia


Há que distinguir a 'investigação jornalística', do populismo tablóide que domina hoje boa parte dos meios de comunicação social. A RTP deveria, creio, ser uma guardiã do jornalismo útil, prudente, sério e de esclarecimento, deixando a exposição fácil e oportunista dos escândalos para a TVI e o Correio da Manhã. No caso que viria a resultar ontem de manhã na agressão criminosa contra um operador de câmara da RTP exigem-se todos os esclarecimentos possíveis. Evitar este escrutínio seria abrir a porta a uma espécie de terra de ninguém, nada saudável para uma democracia já ameaçada por perigos vários, de que uma deriva de regresso ao passado mental da censura não está totalmente excluída.

O que foi o repórter lá fazer?  
Vai e Vem. Publicado em Março 30, 2017 por estrelaserrano@gmail.com 
A RTP não adiantou quais os motivos da agressão nem explicou qual era o objectivo da reportagem. Tratando-se de duas crianças uma das quais alegadamente vítima de “agressão sexual” certamente a RTP não estaria à espera de filmar as crianças envolvidas ou os seus familiares. Pelo que não se ficou a saber que tipo de reportagem a RTP esperava fazer. 
(...) 
É evidente que qualquer violência sobre jornalistas é deplorável ainda mais quando se encontram no exercício de funções. Certamente o repórter agredido não fez mais do que recolher imagens de quem por ali se encontrava. 
Mas tratando-se de assunto tão grave e delicado, como a agressão sexual envolvendo  crianças, a recolha de imagens era absolutamente interdita. A lei de protecção de menores proíbe a exibição de imagens de vítimas de agressões sexuais e a RTP não desconhece as restrições impostas em situações envolvendo menores. 
+ 
Ainda a reportagem da RTP sobre distúrbios numa escola 
Vai e Vem. Publicado em Março 31, 2017 por estrelaserrano@gmail.com 
Deslocar a discussão para a agressão à equipa da RTP em vez de a centrar na substância do ocorrido na escola e nos procedimentos que devem ser adoptados na cobertura televisiva de crimes sexuais envolvendo crianças é fazer da RTP o centro da notícia coisa que, ela sim, é contrária às melhores práticas jornalísticas. 
O repúdio da agressão a um jornalista no exercício de funções não pode camuflar eventuais erros cometidos numa situação em que o jornalista se tornou ele próprio numa vítima. 
+

O assunto da reportagem abortada, motivada por um suposto caso de agressão sexual exercida por um miúdo de doze anos sobre uma criança de nove, azedou ao longo do dia de ontem, acabando os comentários de Estrela Serrano por suscitar a ira de 100 jornalistas da RTP, numa empresa que conta com 1100 funcionários. Estes jornalistas exigiram hoje a demissão de Estrela Serrano do Conselho de Opinião, o que não deixa de ser um péssimo augúrio.

Comentei ontem este incidente. Hoje acrescento, em defesa de Estrela Serrano, mais algumas palavras.

Um serviço público de televisão não deve andar atrás das audiências, nem querer competir com a TVI e o Correio da Manhã.

A RTP não é uma instituição intocável, mas continua a parecer impossível dar-lhe um perfil de verdadeiro serviço público, como a BBC ou a PBS americana, ou a Euronews, ou seja, onde não se transforme a informação desportiva numa diarreia perpétua de futebolismo infumável, onde não haja concursos desmiolados, nem telenovelas de cordel. Ou seja, um serviço capaz de elevar, em vez de perpetuar a inércia cultural de uma população pouco instruída e mal paga.

Dum serviço público espera-se e paga-se para ter informação criteriosa, esclarecimento crítico, diáspora, lusofonia, pedagogia e cultura em sentido amplo. Parece-me, no entanto, que o 'trade-off' deste híbrido, onde a esquina tablóide ocupa cada vez mais tempo de emissão, é escancarar 'ad nauseam' a janela hertziana paga por todos nós ao exercício da propaganda narcisista do poder e das suas oposições.

Colaborei com muito gosto num programa de televisão, na RTP3. Foi sobretudo um programa não contaminado pelos partidos. Talvez por isso tenha morrido tão cedo, apesar do bon share.

Por fim, a reação dos 100 jornalistas ofendidos com a opinião educada e objetiva de Estrela Serrano faz-me temer o pior de uma instituição que continua a resistir à mudança.

Porque não exigiram um inquérito interno ao sucedido, em vez de um saneamento?




terça-feira, fevereiro 24, 2009

Gustave Courbet

A Origem do Mundo



PSP apreende livros por considerar pornográfica capa com quadro de Courbet

23.02.2009 - 19h24 Lusa (Público)
A PSP de Braga apreendeu hoje numa feira de livros de saldo alguns exemplares de um livro sobre pintura. A polícia considerou que o quadro do pintor Gustave Courbet, reproduzido nas capas dos exemplares, era pornográfico, adiantou uma fonte da empresa livreira.

O ignorante polícia é tão só mais um ignorante. Não tem culpa. Educaram-no? Educam-no? Claro que não. Aqui como em toda a parte, a única coisa que ensinam aos polícias é que podem exercer a "autoridade", sobretudo em questões de moral pública. Os carros podem continuar a subir pelos passeios e a pisar jardins pagos por todos nós, mas lá vender um livro velho com uma capa com exposição explícita de um sexo feminino, isso é que não! Nem cá, nem na América de Obama. Se ainda fosse num museu...

O problema é porém mais sério do que parece. Os polícias começam a estar nervosos. Como nervosos estão os intelectuais medíocres que actualmente mandam nos polícias.

Mas pior do que intelectuais medíocres a mandar em polícias, é tal desgraça simbolizar todo um governo capturado pela mesma tríade de piratas disfarçados de socialistas que transformaram o PS num cadáver adiado.

E o pior mesmo ainda está por vir. Deixem o Sócrates e o Loureiro à solta, e vão ver como elas mordem.

É tempo de os militares democratas começarem a explicar ao senhor de Boliqueime para que serve a presidência da república e o mandato que tanto ambicionou.


Post ScriptumCarnaval de Torres Vedras — toque de finados à actual maioria?
A revisão apressada da decisão judicial que proibira o uso de imagens eróticas numa maqueta alegórica do clown, perdão clone, dos mini-laptops que actualmente invadem as prateleiras de qualquer loja de electrodomésticos —o já célebre "Magalhães"—, mostra duas evidências:
  1. que a actual maioria governamental e o capturado (e acobardado) Partido Socialista têm vindo a transformar a democracia portuguesa na filigrana de um género novo (e por agora experimental) de Estado monolítico, autoritário e policial, disfarçada com causas culturais para melhor encobrir o alcance criminoso do Bloco Central de Corrupção que tem vindo a destruir o país;
  2. que a tríade de Macau, que controla o Pinóquio — que em má hora eu e muitos portugueses ajudaram a eleger—, começou a ver o tempo a fugir-lhe debaixo dos pés, procurando a todo o custo evitar a repetição do Carnaval que condenou a maioria de Cavaco Silva à implosão. Não vai ter sorte, pois falta-lhe experimentar a fúria dos milhares de portugueses que em breve começarão a encher as ruas do país.
Espero que o cerco cívico a que este Bloco Central da Corrupção está neste momento submetido dê bons resultados e em tempo útil. Chávez não se enganou quando disse que também em Portugal um chefe de governo pode eternizar-se no poder (assim é com a eleição indirecta do primeiro ministro.) Basta aprisionar a democracia numa caricatura carnavalesca de liberdade!


OAM 540 24-02-2009 01:04 (última actualização: 10:26)