Alberto Gonçalves. Foto: Diana Tinoco/ Sol |
Em vez do lápis azul assumido, o despedimento cobarde pela porta do cavalo, com desculpas de mau pagador...
“As coisas – principalmente a imprensa e a televisão – começam a adquirir aquele tom uniforme e ruço, típico da tropa e do socialismo”—Vasco Pulido Valente.
Os zelotas da Geringonça agem por simples medo de perderem empregos que são cada vez mais escassos e mal pagos, não por qualquer convicção ideológica, que aliás há muito deixaram de ter. A miséria mediática que grassa entre nós e por esse mundo fora é preocupante e deve ser denunciada pelo que é: um estado de censura; no caso vertente, num país que a proíbe expressamente na Constituição. Não o fazer só poderá contribuir para que um qualquer aborto venezuelano acabe por medrar no ventre da nossa democracia.
Censura em democracia, eis como classifico a decisão do Paulo Baldaia sobre Alberto Gonçalves.
Que tem o Tribunal Constitucional a ditar sobre esta denúncia que torno pública e a que junto prova?
SOL: Paulo Baldaia admitiu não apreciar o seu estilo de escrita...
ALBERTO GONÇALVES: Quando Paulo Baldaia falou comigo ao telefone, foi a única vez e foi para me despedir. Era diretor há cinco meses. Disse que eu confundia os leitores do “DN”: havia quem só fosse à página do “DN” por minha causa e ficasse confuso com o resto do jornal, e havia leitores “naturais” do “DN” que ficavam confusos com a minha crónica, e a culpa era minha. Segundo o próprio me disse, o objetivo dele era o de evitar confrontos e agradar “à corte de Lisboa”. Não queria chatices.[...]
SOL: A comunicação social?
ALBERTO GONÇALVES: Completamente controlada. Ou quase toda – ainda há um jornal que me paga para escrever. Mas a crítica a este governo é diminuta comparativamente ao governo anterior, face a ações semelhantes ou a ações muito mais gravosas. De resto, os jornalistas simpatizam com este governo, naturalmente, com esta ideia de governo, com esta aliança. Nem é necessária grande pressão exterior.