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terça-feira, janeiro 06, 2015

O último atum

Japão: o leilão do atum, uma das mais apreciadas e caras iguarias da dieta japonesa

Os atuns agradecem! Há sempre quem lucre com as grandes crises...


While Japan's population is toiling under what by now is insurmountable import price inflation, leading to soaring prices for anything that isn't produced domestically and has to be purchased with rapidly depreciating Yen, the reality is that - thanks to the biggest collapse in real wages in the 21st century - the deflationary mindest is now more embedded than ever. Case in point: the first tuna auction at Tokyo’s Tsukiji Market. It was here that earlier today the highest price for a bluefin tuna fell below ¥5 million for the first time in eight years, coming in at ¥4.51 million for a 180-kilogram tuna caught off Oma, Aomori Prefecture — in Zero Hedge.

Os preços baixaram, sim, mas porque o consumo caiu, ou seja, porque a depressão atinge profundamente os rendimentos do trabalho e dos próprios negócios na outrora segunda economia mundial. 

Lá como cá. 

Ou antes, se queremos saber o que se vai passar nos EUA e na Europa é só olhar para o que o Japão tem vindo a fazer há mais de duas décadas. Criar dívida como se vivesse num sonho acaba sempre em pesadelo. 

A verdade é que a procura agregada global está muito acima da oferta agregada global em condições de preço aceitáveis. Logo, durante mais de duas décadas, financiou-se artificialmente, i.e. com dinheiro falso, a produção, as infraestruturas e o consumo. 

O carroussel da inflação de que o sistema capitalista especulativo se alimenta lá foi andando até que estourou. E estourou mesmo! 

Aquilo a que vimos assistindo desde 2006-2008 são os efeitos deste estouro. Não há outra forma de descrever o fenómeno, que ultrapassa em muito a capacidade de gestão de danos por parte dos sistemas políticos instalados. No entanto, como o maremoto social vai continuar a crescer, haverá consequências... 

O melhor que podemos desejar é que esta mudança de ciclo longo (de crescimento inflacionista —acima dos 3-4%— para um ciclo longo de baixa inflação —entre 0 e 1%— dê rapidamente lugar a um NOVO CONTRATO SOCIAL, cuja filosofia e fundamentação teórica está ainda por compilar e sintetizar.

Em Portugal, o colapso do regime é uma excelente oportunidade para lançar UM NOVO CONTRATO DEMOCRÁTICO, o qual passa, evidentemente, por escrever, discutir por todo o país, e votar em sede constituinte UMA NOVA CONSTITUIÇÃO.

Vamos nisso?

segunda-feira, janeiro 03, 2011

O assalto às reformas

É preciso travar os piratas de Estado!

E se quando aqui chegarmos os políticos nos roubarem as poupanças?
European nations begin seizing private pensions
The Adam Smith Institute Blog
The Christian Science Monitor

By Jan Iwanik, Guest blogger / January 2, 2011

People’s retirement savings are a convenient source of revenue for governments that don’t want to reduce spending or make privatizations. As most pension schemes in Europe are organised by the state, European ministers of finance have a facilitated access to the savings accumulated there, and it is only logical that they try to get a hold of this money for their own ends. In recent weeks I have noted five such attempts: Three situations concern private personal savings; two others refer to national funds.

Governos da Hungria, Bulgária, Polónia, Irlanda e França (!!) iniciaram um assalto sem precendentes às pensões de reformas dos seus países, entre outras coisas, para pagar dívidas de curto prazo dos respectivos dos governos e das suas imensas burocracias, salvar bancos falidos, nomeadamente públicos, e financiar os buracos dos próprios fundos de pensões e reformas, muitas destes em graves dificuldades, por terem andado a especular com juros, câmbios e derivativos financeiros, sem qualquer supervisão. É o descalabro anunciado.

Em Portugal os ensaios também já começaram: no tempo de Manuela Ferreira Leite, o fundo de pensões dos CTT emigrou para fossa comum do Estado, na era Sócrates, até ver, o fundo de pensões da empresa privada foi empandeirado para a fossa comum do Estado, e na Caixa Geral de Depósitos, o respectivo fundo de pensões comprou a própria sede da Caixa!

Que vão fazer os nossos burocratas parlamentares a este propósito? Tratar da vidinha deles, como sempre, enquanto as novas leis não chegam, ou tencionam discutir publicamente a destruição em curso do contrato social? Que diz o douto Louçã sobre isto? Que vai fazer ao seu PPR?

Que tal sugerir à funcionária do Prós e Contras um debate público urgente sobre esta matéria?