A caminho da democracia qualitativa
Brazil iron ore output to pass Australia with Chinese investment in Vale mines
May 21 2015, 12:58 ET | About: Vale S.A. (VALE) | By: Carl Surran, SA News Editor | Seeking Alpha
China's commitment to invest in Brazil's iron ore sector puts the big Australian exporters on notice, as Vale (VALE +1.6%) is forecast to increase production from current levels of 330M metric tons of iron ore to 450M by 2018 - greater than the combined output of BHP Billiton (BHP +1.2%) and Rio Tinto (RIO +0.9%).
China, a nova locomotiva mundial, investe fortemente na indústria mineira do Brasil. Basta ver o meu mapa Tordesilhas 2.0, para perceber os movimentos em curso nas placas geoestratégicas mundiais.
O mundo unipolar morreu. Segundo o GEAB deste mês (
edição 95), o euro regressará ao câmbio de 1,40 dólares antes do fim de 2017, as energias renováveis e (digo eu) o gás natural afastarão paulatinamente o petróleo da posição de fiel da balança energética global, e uma nova revolução tecnológica está a caminho. Chama-se Quantum Computer.
No continente da Política, o futuro passará pela expansão exponencial das
redes sociais e pela emergência do que poderíamos chamar
democracias qualitativas libertárias (1), geríveis a partir de
mapas democráticos de decisão e liberdade racional.
Portugal poderá ser um dos vértices desta revolução.
Quando ouvimos os realejos programáticos da partidocracia, soprem eles da direita ou da esquerda, percebemos o quanto são cada vez mais iguais entre si: manhosos, populistas e inúteis. Não repetem apenas promessas grosseiramente falsas, mas também exibições penosas de falta de imaginação e de irremediável esclerose corporativa. Só deixando de ler o que escrevem e ouvir o que gritam, poderemos abrir as nossas mentes à novidade que espreita para lá do grande muro da crise.
Os partidos que hoje conhecemos são instituições caducas que sobrevivem como indigentes às portas da receita fiscal, dos orçamentos públicos e da corrupção. Deles já nada podemos esperar.
Desenganem-se, porém, aqueles que profetizam o caos, ou ditaduras, numa sociedade pós-partidária.
A verdade é que as sociedades pós-partidárias já existem e são cada vez mais representativas. Basta reparar na imparável rejeição dos sistemas eleitorais de representação política convencionais.
NOTAS
Esta proposta é mais ampla e até distinta do ideário das chamadas
democracias deliberativas, o qual se apresenta como um modelo de melhoria da qualidade democrática das decisões políticas, definindo para tal processos de deliberação
alternativos aos das representações e delegações democráticas tradicionais. As
democracias deliberativas, de que os
orçamentos participativos em vários municípios portugueses são uma pequena amostra, defendem, ao contrário da visão que tenho para as
democracias qualitativas, que
todas as decisões importantes para a vida dos povos devem ser de natureza voluntarista, coletiva, representativa, direta ou semi-direta, e tutelando o máximo de realidade.
A ideia que tenho de uma
democracia qualitativa, porém, visa uma maior liberdade dos processos de
decisão, apostando no efeito da informaçao sobre as pequenas decisões
de cada um, de cada empresa, de cada decisor político, etc...; ou seja,
aposta na recuperação construtiva da ideia de
anarquia consciente. As
assembleias de deliberação coletiva e as delegações democráticas de poder tradicionais seriam neste paradigma uma, e
apenas uma, das muitas instâncias macrológicas, lógicas e micrológicas
de liberdade e decisão democráticas.
A intuição é esta. Falta agora desenvolvê-la nos planos da observação, da teoria e da experimentação.
Atualizado em 22/5/2015 14:47 WET
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