Álvaro Cunhal. Foto @ Alfredo Cunha |
Jerónimo de Sousa: adesão à União Europeia e ao euro foi um "erro profundo"
O secretário-geral do PCP disse hoje que a adesão à União Europeia "foi um erro profundo" que levou à actual situação do país e sublinhou que o antigo líder comunista Álvaro Cunhal previu os efeitos dessa opção — Económico com Lusa , 27/10/13 18:10.
Haver um partido que se oponha ao euro e à nossa presença da União Europeia é bom para o debate público. Que o PCP venha agora clarificar a sua posição é também positivo, mas exige-se que este partido seja daqui em diante consequente e alternativo nesta matéria. Ou seja, que diga ao país o que faria se fosse governo e se Portugal abandonasse a Zona Euro, ou mesmo a União Europeia. Tim tim tim por tim tim. Sem meias palavras, nem promessas vagas de amanhãs que cantam. Por exemplo, quanto custaria a gasolina, o gasóleo, a eletricidade, o pão e a carne no seu modelo de regresso ao escudo. Em que é que a sua proposta difere da indigência venezuelana?
Álvaro Cunhal foi um devoto estalinista da URSS, mesmo depois desta se ter esfumado sob o peso da sua ineficiência, ortodoxia fundamentalista, injustiça e criminosa corrupção. Na realidade, Cunhal sempre esteve contra a Europa, e imaginou o futuro de Portugal como um Salazarismo de sinal contrário: concentracionário, fundamentalista, paternalista, burocrático, ditatorial, isolacionista, provinciano, corrupto e eternamente injusto. Enquanto o PCP não se libertar desta doença obsoleta, será rejeitado pelos portugueses. Se persistir na irracionalidade, à medida que o proletariado industrial se for reduzindo a uma classe residual, progressivamente substituída por autómatos inteligentes, o PCP acabará por se tornar um partido irrelevante. O determinismo histórico que tanto exaltaram conduziu, afinal, à extinção do proletariado!