Morreu finalmente o projecto e o concurso para a TTT
Algumas das vicissitudes são afinal imediatas oportunidades de desenvolvimento e de riqueza. Morreu finalmente o projecto e o concurso para a TTT — Terceira Travessia do Tejo, que ligaria o Barreiro a Chelas, e que tinha uma expectativa orçamental acima de qualquer imaginação. Para além do que possa ser dito oficialmente, e por várias razões, nunca mais uma mente dentro do seu perfeito juízo voltará a concretizar tal concurso.
Em consequência muda completamente o quadro prospectivo na área metropolitana de Lisboa.
Primeira conclusão: a estação terminal de alta velocidade será na estação já existente no Pinhal Novo, situada no alinhamento e apenas a 10 km do Poceirão, caindo pois por terra a lunática duplicação da “Gare do Oriente” do professor Calatrava. Do Poceirão/Pinhal Novo saem já regularmente modernas composições ao serviço da Fertagus, e dos comboios Alfa e Intercidades, as quais, atravessando a ponte, entregam os passageiros nas Estações de Metro de Sete Rios, Entrecampos, Roma e na própria “Gare do Oriente”. A poupança é múltipla.
Caem também por terra os planos do Dr. António Costa e do arquitecto Manuel Salgado, na Câmara Municipal de Lisboa, para os esquemas de circulação que a TTT induziria em Lisboa. A excelente escola Afonso Domingos em Chelas salva-se enfim da demolição anunciada pelo Ministério da Educação.
A estação de Entrecampos e o espaço livre da antiga Feira Popular identificam-se imediatamente como o futuro centro de origem para a ligação a Espanha e resto da Europa. A Sul do Tejo, por sua vez, nasce a possibilidade de reflexão sobre as oportunidades de desenvolvimento de centros empresariais e até de zonas habitacionais, turísticas e comerciais, nas proximidades do eixo Poceirão-Pinhal Novo, onde há espaço livre e acessível, em breve com ligação directa à rede ferroviária comunitária, e o aeroporto de Badajoz a 45 minutos de distância! O projecto de transportes do arco ribeirinho Sul ganha também nova acuidade. Em perspectiva estão assim investimentos razoáveis com ínfima participação do Estado. Olhem para o mapa por favor.
Frederico Brotas de Carvalho
1 comentário:
Não deixa de ser notório que mesmo os pensadores com mais capacidade estratégica existentes em Lisboa, visualizam sempre o desenvolvimento económico numa perspectiva de bens e serviços não transaccionáveis e apoio estatal.
Caro professor, ainda não percebeu que essa lógica acabou ?
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