quarta-feira, maio 14, 2008

Por Lisboa 18

Cidade Comercial Dolce Vita
2009: futura cidade comercial Dolce Vita abre as suas portas em Belas.

What Oil Can Buy

Não sou invejoso, nem miserabilista.
Afinal, desde a apresentação da ideia do Grande Estuário, em 1 de Maio de 2005, que afirmo a necessidade de pensar a cidade-região de Lisboa como uma metrópole para 5 milhões de habitantes. Número este a que provavelmente chegará antes de 2030, ainda que num panorama civilizacional bastante alterado pelas consequências catastróficas do pico petrolífero, das persistentes e agravadas crises alimentares globais, das alterações climáticas e de conflitos militares apocalípticos.

O potencial do atraso geral de Portugal e da evolução desconexa e muito recente da grande área suburbana de Lisboa (A REGIÃO DOS GRANDES ESTUÁRIOS) é enorme, sobretudo por causa das deslocações demográficas internas, internacionais e intercontinentais que muito provavelmente ocorrerão em consequências da crise sistémica da nossa civilização, cujos contornos começam agora a ser visíveis para todos. Há muito espaço disponível, há energia (salvo petróleo) e alimentos por toda a parte, e a mistura demográfica é de muito boa qualidade! Falta apenas capital (não falta), clientes (não faltam), mão-de-obra variada (não vai faltar...) e uma visão certeira integrada, com poderes de intervenção especiais, sobre tão inacreditável furo de oportunidade. Esta é a corrida que a cidadania galaico-lusitana tem que estudar e sobre a qual terá que saber exercer o seu magistério democrático inteligente, sob pena de assistir a uma colonização capitalista desumana do território e das gentes, sem precedentes na nossa história.

Se houver cabeça, podemos transformar esta privilegiada confluência de dois enormes e riquíssimos estuários, apesar das tragédias por vir, numa das grandes cidades-regiões sustentáveis num planeta em extrema convulsão, fazendo de Lisboa um ponto de interligação chave entre as Américas, a África e a Grande Europa. Abrindo ou fechando à China aquela que é seguramente a sua mais confiável porta de entrada na Europa.

Mas para isso precisamos previamente de fazer uma revolução política sem precedentes -- pacífica, democrática e sobretudo assente na inteligência criativa

Enquanto lá não chegarmos, veremos apenas sinais desgarrados deste futuro à vista: EXPO 98, IKEA, AVE Madrid-Lisboa, NAL de Alcochete... e o "fantástico Mike!" DOLCE VITA TEJO!

Não percam esta pérola da CULTURA PÓS-CONTEMPORÂNEA! Acabaremos todos por lá ir, entre outros motivos, porque então já os famosos estádios lisboetas do Euro 2004 estarão como hoje está o pobre Centro Comercial de Alvalade: vazios e falidos! O único estádio que escapa à implosão financeira não fica em Lisboa, mas no Porto, nas Antas. Por desgraça, nasci Benfiquista!

E se pensam que vão resistir à Dolce Vita do Tejo, por que tomam muita presunção e água benta, então comecem desde já a pensar na resposta a dar aos vossos filhos e netos quando estes vos exigirem uma visita ao Kidzania, situado na mesmíssima Dolce Vita de Belas. Olé!

OAM 360 14-05-2008, 00:58

3 comentários:

Jose Silva disse...

Desde os 5 milhões não sejam à custa da Drenagem do resto de Portugal, como tem acontecido até hoje....

António Maria disse...

A cidade-região de Lisboa, ou melhor dito, a Região dos Grandes Estuários, na minha visão, corresponde grosso modo à região de Lisboa e Vale do Tejo, mais a Península de Setúbal. Ou seja, algo como 3,5 milhões de habitantes. É muito provável que até 2020-2030 esta região chegue aos 5 milhões de habitantes, parte oriunda dum interior que se "despovoa", e parte vinda do estrangeiro.

Os outros dois pólos magnéticos irresistíveis serão o Porto-região (entre Vila da Feira e Marco de Canavezes, Braga, Viana... o contínuo urbano, ou conurbado, é impressionante!) e o Algarve.

Não vejo outro mapa possível até ao fim deste século.

Aqui vão umas precisões sobre a região dos Grandes Estuários



1) A Região de Lisboa e Vale do Tejo é uma antiga região portuguesa, que compreendia integralmente o Distrito de Lisboa, a quase totalidade do Distrito de Santarém, cerca de metade do Distrito de Setúbal e cerca de um terço do Distrito de Leiria. População em 2001: 3 468 869

2) A Região de Lisboa é uma região (NUTS II) portuguesa, que compreende aproximadamente a metade sul do distrito de Lisboa e a metade norte do de Setúbal. Limita a norte com a Região Centro; a nordeste, leste e a sul com o Alentejo, e a sul e oeste com o Oceano Atlântico. População em 2007: 3 024 034

3) A Península de Setúbal é uma subregião estatística portuguesa, parte da Região de Lisboa (antiga Região de Lisboa e Vale do Tejo), abrangendo a metade norte do Distrito de Setúbal. População em 2007: 772 405

Jose Silva disse...

Caro Anttónio,

A única semelhança que o Algarve tem com o Norte é ficar a 300 km de Lisboa. Na economia ou população, o Norte é 10 vezes maior. O Algarve inteiro é igual ao concelho de Gaia... Estes seus dois polos não tem qualquer fundamentação e representam um visão de Portugal a partir de Lisboa. Algo que não o critico, pois é esta a sua especialidade.

Abraços.