A exploração do petróleo de xisto é uma trajetória desesperada e muito perigosa. Além do mais economicamente inviável. Artigo/foto: Green Prophet. |
Enquanto os piratas sonham com novos aeroportos e autoestradas, a fatura das importações de energia revela bem o beco sem saída onde nos encontramos :(
JdN: “É o valor mais alto dos últimos três anos: 7,1 mil milhões de euros foi o preço pago por Portugal em 2011 pela necessidade de importar energia do exterior. Uma factura que representa um agravamento de 27,7% face ao ano anterior, segundo os mais recentes números da Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG).”
Quando baixarmos a nossa circulação automóvel individual para metade ou menos de metade da atual, que farão as concessionárias das autoestradas e das SCUT? Continuarão a exigir indemnizações compensatórias aos contribuintes? Em nome de que contratos leoninos? Em nome de que negócios ruinosos para o Estado? Está na altura de levar esta gente e os seus gabinetes de advogados a tribunal.
Não há soluções milagrosas para um problema tão grave quanto o Pico do Petróleo e o sobre endividamento público e privado (que já é uma consequência invisível do dito pico) da maioria dos países não produtores líquidos de energia e de matérias primas fundamentais.
Pico do Petróleo: os cenários são todos desastrosos (The Oil Drum) |
Temos que começar por algum lado a promover a transição!
Pontos cruciais:
- substituir o transporte privado individual pelo transporte coletivo;
- substituir os sistemas de transporte assentes no petróleo/gasolina por sistemas de transporte elétricos e em todo o caso menos dependentes de hidrocarbonetos;
- apostar na ferrovia e no transporte por mar e rio;
- associar a desmaterialização de uma parte dos sistemas produtivos a tecnologias avançadas de telepresença e teletrabalho, com a penalização das deslocações físicas desnecessárias (desde logo acabando com os subsídios às viagens dos executivos pagos pelo erário público);
- promover a transição das cidades sobreaquecidas e ineficientes do ponto de vista energético (a começar pelos edifícios e instalações públicas) para cidades mais ecológicas e libertas da captura especulativa de que foram alvo pelas lógicas de especulação e pirataria capitalistas;
- desconstruir o subúrbio urbano, seja recuperando os centros urbanos e as cidades, seja transformando os subúrbios em unidades urbanas auto-sustentáveis (quer dizer, com atividades produtivas próprias, e reagrupamentos democráticos de governança local)
- retirar o Estado de onde a sua presença não é estratégica, nem essencial (no caso português, o número de funcionários públicos terá que ser reduzido para não mais do que 1% da população, ou seja, para cerca de 110 mil funcionários, em vez dos atuais 512 mil...)
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