O anonimato é um terreno fértil para todo o tipo de manipulações. Qualquer um pode ser Anonymous!
“Este é o pagamento por manter colégios onde alegadamente não existe capacidade do ensino público”, afrma o Anonymous Sudoh4k3rs.
Ataque preventivo, ou ataque precipitado? Então ataca-se o que quer que seja por uma mera alegação?!
Tugaleaks: O Grupo GPS foi atacado por hackers ligados ao coletivo Anonymous Portugal. Os Sudoh4k3rs colocaram 26 escolas offline e fizeram um ataque ao site principal do grupo.
O Grupo GPS foi alvo recente de buscas em vários colégios. As buscas, realizadas no início do ano, incidem sobre suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais. Realizadas em Janeiro por mais de cem inspectores da PJ, as buscas incidiram na sede do Grupo GPS bem como em cinco colégios, Caldas da Rainha (Colégio Rainha D. Leonor e Colégio de Frei S. Cristóvão), de Mafra (Colégio de Santo André e Colégio de Miramar) e da Batalha (Colégio de S. Mamede) e ainda em várias casas e sociedades de pessoas ligadas ao grupo.
Há que separar a investigação criminal e as suspeitas dos factos. Se não for assim, bastará uma calúnia qualquer para deitar abaixo uma empresa, uma associação, ou uma pessoa, o que é intolerável e típico de comportamentos fascistas e estalinistas.
Outra coisa muito diferente é debatermos a situação do ensino em Portugal e as relações promíscuas entre a cleptocracia rendeira e devorista que capturou o regime, as leis e o orçamento público, e os interesses privados instalados.
Sabemos que muitas —embora uma minoria, convém não esquecer nem omitir— empresas e organizações supostamente privadas vivem desde sempre à custa dos dinheiros públicos, ou seja, de impostos e dívida pública desviados para bolsos privados (e partidos políticos) de quem não sabe viver sem tais subvenções, subsídios e apoios.
Há que separar claramente o que é público e deve ser transparente e merece ser adequadamente financiado e tem que ser clara e sistematicamente fiscalizado e prestar contas, do que é privado e deve ter total liberdade de o ser, sem pressões fiscais intoleráveis, nem o cerco dos burocratas inúteis que vivem à custa do erário público sem acrescentarem nada ao país. Não confundir, porém, esta burocracia inútil e devorista, habituada a privilégios indecorosos, com muito e bom serviço público que ainda se presta em Portugal, por funcionários, agentes e trabalhadores que sabem o que fazem, que gostam do que fazem e que são em geral mal pagos pelo serviço que prestam.
Não podemos meter tudo no mesmo saco. No caso da rede GPS, as suspeitas de corrupção são fortíssimas (ver reportagem TVI de Ana Leal). Exija-se, pois, que a investigação seja rápida e bem feita, e que havendo matéria crime, se processem os suspeitos. E exija-se também que os tribunais funcionem como devem.
Quanto aos comandos informáticos do Anonymous Sudoh4k3r, recomendo mais ponderação antes de atacar os seus alvos preferidos. Pois se perderem apoio público por infringirem a legalidade ética dos ataques, acabarão por passar de justiceiros a alvos da condenação popular. E sempre que tal acontece...
É muito fácil perder o controlo. E quando isso ocorre, as forças organizadas regulares —judiciárias, policiais e militares—, ou especiais, entram a matar. Há uma nova divisão meridional entre Leste e Oeste a caminho...
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