quarta-feira, agosto 01, 2018

A Casa Alves dos Robles


O leilão do edifício da Rua Terreiro do Trigo 6 a 26 data de 2014


...mas o novo plano estratégico para a zona onde está situado este conjunto de prédios urbanos (com os números de polícia 4, 10, 12, 14, 18, 22) da Rua Terreiro do Trigo já era público em 2012. 

Quem foi, então, o gestor responsável por este Concurso de Alienação de Imóveis promovido pela Segurança Social? Como decorreu este processo? Porque houve tão poucos interessados atendendo a que esteve em causa adquirir uma propriedade única numa das zonas de especulação urbana mais explosivas da frente ribeirinha da cidade de Lisboa? E ainda, que é preciso neste escândalo para que os meios de comunicação consultem o processo de requalificação e ampliação levadas a cabo pela dupla Ligia Amaral Robles / Ricardo Amaral Robles? Houve parecer da Direção-Geral do Património? Houve reforço das estrutura do edifício, uma vez que lhe foi acrescentado um piso? Houve projeto aprovado na Câmara Municipal de Lisboa? Quem foi o arquiteto responsável? Como foi possível uma gema especulativa deste quilate ficar isenta de IMI?

A Segurança Social, a Direção-Geral do Património, a Câmara Municipal de Lisboa e a Repartição de Finanças do 3º Bairro Fiscal de Lisboa foram e são seguramente parte deste processo. Como tal, por dever de transparência, devem prestar os necessários esclarecimentos ao país.

O texto que se segue é um fragmento bem ilustrativo das necessárias medidas de planeamento urbanístico em curso na cidade de Lisboa, responsáveis por uma efetiva requalificação da sua frente ribeirinha, mas com reflexos praticamente inevitáveis sobre a valorização patrimonial da baixa lisboeta, sobre o investimento e a especulação urbanas, e ainda sobre a chamada gentrificação, quer dizer, sobre a composição social de zonas extensas da cidade. Este é um fenómeno mais antigo do que se imagina. No caso português, a sua emergência explosiva, desde 2014, tem causas diversas, que merecem análise, discussão, ponderação e realismo nas decisões. O que a gentrificação em curso não merece é aproveitamentos populistas que escondem oportunismos indecorosos, como têm sido os casos que envolveram recentemente António Costa (primeiro ministro), Ricardo Robles (ex-vereador e ex-dirigente do Bloco em conseuquência do seus atos inqualificáveis), e Catarina Martins (dirigente oportunista  e sem qualidades para prosseguir na direção do Bloco de Esquerda).

Reconquista da Frente Ribeirinha de Lisboa

Manuel Salgado
Câmara Municipal de Lisboa
dmprgu.dpru.dpeu@cm-lisboa.pt

(2012)

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Terreiro do Trigo/Santa Apolónia

A intervenção no espaço público da área compreendida entre o Terreiro do Trigo e Santa Apolónia, da responsabilidade da Bruno Soares Arquitectos, reconhece o potencial da zona nos circuitos turísticos da cidade e a importância de revitalizar este troço histórico da cidade. A proposta baseia- se na articulação dos diferentes espaços públicos existentes através da sua requalificação, do reforço da sua relação com Alfama e do novo desenho de áreas de circulação pedonal e viária.

Terminal de Cruzeiros de Lisboa

Figura 14. Proposta Terminal de Cruzeiros

O crescimento da actividade de cruzeiros na cidade, a par da evolução da capacidade dos navios, exigiu uma avaliação das infraestruturas existentes e a definição de um novo enquadramento desta actividade no contexto da cidade de Lisboa, tornando evidente a necessidade de dotar o porto e a cidade de um novo terminal de cruzeiros que responda às atuais exigências de conforto e funcionalidade.

No enquadramento da colaboração institucional entre APL e CML, foi lançado em Março de 2010 o Concurso Público de Concepção para a Elaboração do Projecto do Terminal de Cruzeiros de Lisboa, que prevê a instalação do novo terminal no espaço ribeirinho entre a Doca da Marinha, a estação ferroviária de Santa Apolónia e a Av. Infante D. Henrique.

A deslocação e concentração do Terminal de Cruzeiros de Alcântara para a zona de Santa Apolónia, cria uma série de oportunidades para a renovação e re- funcionalização de um espaço nobre da frente ribeirinha de Lisboa, potenciada pelas operações de valorização urbana em curso e previstas na Baixa Pombalina.

O projeto vencedor do concurso é da autoria do Arq. Carrilho da Graça e da Global Arquitetura Paisagista, Lda. A proposta consiste num edifício volumetricamente compacto, permitindo a libertação do espaço envolvente para a criação de um boulevard ribeirinho que potencia a relação da população da cidade e dos que a visitam com o Rio Tejo e os bairros históricos de Alfama, Mouraria, Castelo e Baixa Pombalina. A multifuncionalidade do espaço público traduz- se na diversidade tipológica dos espaços criados,

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nomeadamente: Praça do Jardim do Tabaco de enquadramento ao edifício da Alfândega de Lisboa; plano de água, evocando a antiga Doca do Jardim do Tabaco; Jardins Nordeste e Sudeste. Está ainda prevista a continuidade do percurso ciclável existente a poente, bem como a ligação ao circuito proposto para a margem oriental até ao Parque das Nações.

A construção do novo terminal de cruzeiros integra- se na quarta e última fase do processo de intervenção na área ribeirinha entre Santa Apolónia e o Jardim do Tabaco. Estando concluídas a primeira e segunda fases de reabilitação e reforço dos cais entre Santa Apolónia e o Jardim do Tabaco, seguir- se- á a reabilitação do molhe montante e o prolongamento do cais com novo alinhamento.

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