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sábado, dezembro 30, 2017

As rendas da EDP




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Este quase monopólio é um fator de atraso económico e cultural do país.

Tudo começou na forma precipitada como se apostou nas renováveis. O preço dos parques eólicos é uma canga pesada sobre a competitividade da nossa economia. Correu-se um risco sem discutir amplamente o problema. Como sempre, bastou propaganda e meia-bola e força! Os prejuízos estão à vista, pois, como todos sabemos, as centrais nucleares, o gás natural e o carvão continuam a gerar eletricidade muito mais barata do que a que sai do vento que sopra quando quer. A despesa foi feita, o risco foi corrido temerariamente. Mas então, há que repartir os sobrecustos da aventura pelos que decidem, os que fizeram ou se meteram no negócio, e os que pagam a fatura final. E não, como aconteceu até agora, empurrar todo o preço do desvario para a fatura que recebemos mensalmente em casa.

Apesar dos efeitos visíveis da pressão da Troika, e dos comportamentos exemplares do ex-ministro Álvaro Santos Pereira, e do ex-secretário de estado da energia Henrique Gomes, as rendas obtidas em Portugal, que o senhor Mexia exporta para a América, ou usa para reduzir a dívida descomunal da EDP, continuam a ser um escândalo que a omnipresença da empresa em acontecimentos desportivos e culturais está muito longe de compensar.

Os portugueses deveriam investir na eficiência energética da sua economia e não alimentar cabotinos que alegremente se fazem decorar com exercícios de arquitetura duvidosa e arte conceptual requentada.


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quinta-feira, julho 06, 2017

EDP nega. Até quando?

Foto: Miguel Baltazar/ Negócios

A OPA da EDP à EDP Renováveis prova o quê?


A EDP tem um passivo de mais de 18 mil milhões de euros. Por sua vez o seu valor em bolsa não parou de cair desde que o seu presidente, António Mexia, e o presidente da EDPR, João Manso Neto, foram considerados suspeitos de corrupção pelas autoridades judiciais portuguesas. Esta queda, por sua vez, só agrava a tendência declinante iniciada depois do colapso financeiro mundial de 2008, a que a recuperação entre 2012 e 2014 não conseguiu valer, pois, desde 2014, a tendência estrutural para a queda do valor da empresa regressou.

Na passada segunda-feira, 3 de julho, a Reuters anuncia uma possível fusão da EDP com a catalã Gas Natural.

EDP e Gas Natural desmentem a notícia no dia seguinte. Mas não que tenham abordado o assunto!

Gas Natural Fenosa desmintió ayer que haya realizado un acercamiento a la compañía energética portuguesa EDP de cara a una posible fusión (...)  
—in CindoDías 

No seguimento da notícia difundida ontem, dia 3 de Julho, pela agência Reuters com o título “Gas Natural aproxima-se da EDP com vista a fusão”, a EDP vem por este meio negar a existência de negociações entre as duas entidades sobre este tema. 
— in comunicado da EDP

Entretanto, a Comissão Europeia, em mais uma avaliação periódica do comportamento orçamental e económico do país, volta a insistir na necessidade de acabar com as rendas excessivas da EDP.

Entretanto, começa hoje a OPA da EDP à EDP Renováveis. Porquê? Para quê?

O consumo de energia estagnou por razões demográficas e económicas sistémicas, e portanto não há forma de amortecer a dívida gigantesca da EDP sem rendas próprias de monopólio, o que pressupõe um domínio (via corrupção) dos agentes políticos indígenas.

Mas como estes maus hábitos têm os dias contados, mais por imposição dos credores externos e de todos os atlantistas, do que por uma qualquer putativa pressão da Geringonça, a sorte do senhor Mexia, da EDP e dos chineses na EDP está traçada. Irão todos parar a um processo típico de concentração capitalista.

A notícia da Reuters desta terça-feira foi, por conseguinte, um balão de ensaio, ou uma provocação. Em qualquer dos casos, uma falsa notícia oportuna.

Só falta agora perceber se a EDP vai acabar numa mega-empresa espanhola, ou se há outras possibilidades, francesas, italianas ou alemãs. Desde que seja europeia, menos mal.

A tensão militar recente no dito mar da China, entre Washington e Pequim, acabará por não ser alheia às decisões prudenciais que convirá à Three Gorges tomar face ao futuro menos maravilhoso da empresa maravilhosa do maravilhoso António Mexia.

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Reuters avança que Gas Natural quer fusão com a EDP. Espanhola nega conversações
Contactada pelo Negócios, a EDP não faz comentários à notícia avançada pela Reuters.
A notícia da Reuters surge numa altura em que as acções da EDP têm apresentado uma tendência negativa na bolsa, devido sobretudo à investigação das autoridades às rendas excessivas que a eléctrica eventualmente beneficiou. 
(...)

A EDP conclui hoje uma série de 10 sessões consecutivas de perdas, período em que desvalorizaram 6,5%, estando agora a negociar em mínimos de 20 de Março.
Esta queda atirou a capitalização bolsista da eléctrica liderada por António Mexia para 10,44 mil milhões de euros. Um valor que corresponde a quase metade do valor de mercado da Gas Natural, que ascende a 20,56 mil milhões de euros. As acções da cotada espanhola acumulam uma subida de 14,7% este ano na bolsa de Madrid. No mesmo período a EDP desce 1,31%  na praça portuguesa.
—in Jornal de Negócios, 3/7/2017 

quinta-feira, janeiro 30, 2014

O embuste das barragens

Jorge Moreira da Silva diz-se 'verde'. Falta provar!

Cherchez la femme, c'est-à-dire Goldman Sachs

Plano nacional de barragens vai custar 16 mil milhões

O presidente do Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA) afirmou, na quinta-feira, que o plano nacional de barragens vai custar "16 mil milhões de euros", [...] mais de 20 % do resgate a Portugal.

Sol, 14 de Dezembro, 2012

Plano Nacional de Barragens «seria outro» para o atual Governo

O ministro do Ambiente afirmou esta quarta-feira que o Plano Nacional de Barragens «seria necessariamente outro», se o atual Executivo o tivesse desenhado e escusou-se a avançar qual a eventual indemnização pela interrupção da construção da barragem do Tua.

Na comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas, Jorge Moreira da Silva respondia à questão de Heloísa Apolónia, deputada do partido ecologista Os Verdes, sobre se a barragem do Tua era um erro.

O responsável lembrou que o plano foi elaborado pelo anterior Governo e que «depois de uma decisão, de um concurso e de uma contratualização» reabrir o processo «podia contribuir para um risco para os contribuintes».

TVI24, 29 de Janeiro, 2014

Ai sim, Jorge Moreira da Silva? Você faria diferente, se pudesse? Então aqui vai a minha teoria para o ajudar a fazer o que deve, isto é, suspender a construção da barragem do Tua e abrir um inquérito!

Eu não posso aqui e agora provar a minha teoria. Por falta de meios e de tempo. Mas, em última análise, compete à PGR, ao DCIAP, ao Tribunal de Contas, à ERSE, ao Tribunal Constitucional, e aos deputados e partidos políticos instalados tomar boa nota desta teoria e investigar. Para isso lhes pagamos.

A história é simples de contar.

A Goldman Sachs, em 2007, quando percebeu no que a bolha do Subprime iria dar, e quando percebeu o fim dos generosos subsídios do Obama às eólicas, nomeadamente por causa do 'boom' que estava a começar no 'fracking', resolveu desfazer-se da empresa Horizon Wind Energy, provocando uma subida momentânea e artificial das cotações da EDP (ver artigo aqui publicado em agosto de 2012), e negociando (secretamente, presumo) a venda da Horizon à EDP,  que assim se tornava um player mundial das energias renováveis, bla, bla, bla, bla, bla....

O financiamento de que a EDP precisaria para comprar a Horizon (2,15 mil milhões de dólares) foi obviamente garantido nos mercados financeiros pela mão, uma vez mais, presumo, da Goldman Sachs (pela mão de quem haveria de ser?), e de caminho, para ajudar a segurar este embuste, a EDP sacou em outubro de 2007 o Plano Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico (PNBEPH) ao senhor Sócrates Pinto de Sousa que, por sua vez, já então precisava desesperadamente de dinheiro que o défice público não visse, nem contabilizasse. Foram muitas centenas de milhões de euros que a EDP, a Iberdrola e a Endesa adiantaram por conta... das famosas barragens, inúteis, caríssimas e que os portugueses foram condenados, sem consulta prévia, a pagar durante 75 anos, mas pior, por conta também de uma ainda não ventilada mas completamente inconstitucional alienação dos direitos de exploração privada das águas das bacias hidrográficas e albufeiras abrangidas pelas novas barragens!

Impugnar todo este embuste é só uma questão de seriedade, de vontade política, e de coragem, claro!

Para complemento dos gráficos, publicados no texto acima citado, e que demonstram a sincronia entre as ações da Goldman Sachs, da EDP e de José Sócrates no ano 2007, aqui vão mais dois de hoje, onde se revela até que ponto os chineses também caíram na esparrela da Goldman! Por algum motivo alguém colocou o Carlos Moedas à cabeceira do barítono Pedro Passos Coelho.

A queda continuada das ações da EDP só foi travada depois da entrada das Três Gargantas.

Repare-se como as renováveis da EDP também foram salvas in extremis por Pequim.