Mostrar mensagens com a etiqueta Lula da Silva. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Lula da Silva. Mostrar todas as mensagens

sábado, abril 07, 2018

Ruído da semana



Corruptos de todo o mundo, ponham as barbas de molho!


Tiradas populistas de Lula da Silva antes da prisão:
“Eu não sou mais um ser humano. Eu sou uma ideia”. 
“Os poderosos podem matar 1, 2 ou 3 rosas, mas não vão poder impedir a chegada da Primavera”. 
“Eu não os perdoo por ter passado para a sociedade de que eu sou um ladrão”. 
“Nenhum deles tem coragem ou dorme com a consciência tranquila, com a honestidade e inocência, como eu durmo.” 
“Aqui está um cidadão que já esteve preso, mas nenhuma prisão prende a mente e os ideais de uma cidadão”. 
“Eu vou sair dessa maior, mais forte, mais verdadeiro e inocente, porque eu quero provar que eles cometeram um crime de perseguir um homem que tem 50 anos de história politica”.

Arquivamento 


Estes gajos, Dias Loureiro, Oliveira e Costa, não inventaram um banco em Cabo Verde, que só existiu num laptop? Gente criativa é assim, demasiado esperta e escorregadia para as ferramentas primitivas do Mistério Público Português. A acumulação primitiva pós-ditadura deu nisto: uma turma de cleptocratas vindos da província que nem Eça conseguiu imaginar tão longe.

Austeridade


Como disse, mais de uma vez, no desaparecido programa Política Sueca (RTP3), e as mais recentes contas do atento blogue Dívida Pública confirmam, “a austeridade continua, traduzida na forma de um aumento da cobrança fiscal de 6,3%.”

Se há menos pessoas a trabalhar relativamente à crescente população jubilada que aufere pensões de reforma, e quem trabalha, ganha cada vez menos (uma tendência estrutural difícil de contrariar), o resultado é simples de imaginar: o Estado Social terá forçosamente que encolher—nas pensões, mas também na chamada despesa discricionária, a começar... pela Cultura. Chame-se-lhe austeridade, de direita, ou de esquerda, tanto faz. Veio para ficar. O que precisamos, pois, é discutir um novo modelo social de produção, rendimento e solidariedade. Sem os fantasmas do Manifesto do Partido Comunista.

A Mota-Engil vendeu a Autoestrada da Beira Interior, vendeu os portos, vendeu as pontes, e continua pressionando os partidocratas para que lhe dêm uma nova ponte sobre o Tejo, e um novo aeroporto na Margem Sul, de preferência uma cidade aeroportuária inteirinha, como advogou o adiantado mental Mateus. Para recuperar? Não, para aumentar o buraco negro!

A falta de capital indígena é a principal causa do descalabro em curso. Falta indagar o que nos trouxe até aqui. Os investimentos da China e de Angola, ou ainda da Turquia, ou dos países árabes são bem-vindos desde que sirvam uma estratégia de real diversificação equilibrada da nossa dependência do capital global. Mas não é isto que tem vindo a ocorrer. Estamos a entregar setores estratégicos inteiros a governos que não sabemos se um dia destes não entrarão em guerra comercial com a Europa. Percebe-se que a China, a Rússia, a Turquia e o Irão estejam interessados em virar o sul da Europa contra o Norte. Mas será do nosso interesse cair nesta armadilha? O desespero nascido da indigência económica, financeira e orçamental, e da corrupção, nunca foi bom conselheiro.

O sistema de imparidades sistémicas instalado no nosso país é, na realidade, o resultado de uma espécie de capitalismo de estado (desenhado à esquerda) sem proletários (como na China), nem riquezas naturais (como na Arábia Saudita) para explorar. Ou seja, é um embuste que faliu o país durante gerações, mas mantém a salvo uma elite corrupta de partidocrats e rentistas, amparada por uma massa mole de funcionários e burocratas que, para mal dos embusteiros, empobrece, sem remédio, a cada dia que passa.

Catalunha


Seria um péssimo precedente considerar rebelião e crime o desejo de levar a cabo um processo referendário com vista à independência de uma das nações espanholas. Não foi a Alemanha o primeiro país do mundo a reconhecer a declaração unilateral de independência do Kosovo, em 2008? Não se autoproclamou em 2014 a República da Crimeia na sequência de um referendo? Não houve em 2014 um referendo na Escócia para a sua independência, que viria a ser derrotado? Não está em curso o Brexit? Não quer a União Europeia uma Europa das Regiões? Claro que estes processos podem redundar em guerras nacionais, ou civis (Independência ou Morte! - quem não conhece esta consigna), e assim tem sido ao longo História. Mas se, no caso da Catalunha, a população vota, ou quer votar, onde está o crime?

Não há lógica na decisão dos tribunais espanhóis. Se Puigdemont e os presos políticos que a Monarquia espanhola detem nas suas cadeias são culpados de promover uma rebelião, então a mesma acusação teria que recair sobre todos os que votaram pela independência da Catalunha. E sobre esses dois milhões de catalães haveria, seguindo a mesma lógica dos juízes espanhóis, que emitir mandatos de prisão e captura, não é verdade?

Todas as ditaduras em todos os tempos trataram as dissidências políticas como questões jurídicas, de infração às leis, e/ou às constituições, como estratagema para impor a discricionaridade que as caracterizam. A extradição de Puigdemont abrirá um precendente gravíssimo na União Europeia, deitando por terra os principais ideias de liberdade, autonomia e democracia que nos tem acompanhado desde a Revolução Francesa. A acusação de corrupção lançada sobre Puigdemont, até pode ser verdade, mas não é o que está em jogo na magna questão de haver ou não um estado federal, ou até uma união de estados no que ainda é a velha e autoritária Espanha católica de Fernando e Isabel. Francisco Franco Bahamonde (logo um galego!) foi apenas a face mais recente e brutal desta incapacidade de as Espanhas regressarem a um saudável e policêntrico federalismo. O centralisno constitucional imposto por Napoleão é uma cruz de que os meus queridos amigos espanhóis têm que se livrar quanto antes.

Menos mal que os tribunais alemães desconsideraram a tese absurda da rebelião. Entretanto, na Casa Real, rainha e ex-rainha não se entendem.

Comunistas


Marxistas do Sétimo Dia. Uma seita mundial cujos resultados no terreno provocaram sempre violência inaudita, ditaduras nada recomendáveis, e fracos, ou mesmo desastrosos, resultados económicos, sociais e culturais.

O dilema do PCP e do Bloco é este: só sobrevivem se se mantiverem na esfera do poder, mas para tal terão que tragar elefantes, girafas e crocodilos sempre que for preciso. O declínio eleitoral destes dois cadáveres adiados do marxismo-leninismo é uma questão de tempo. De pouco tempo.

Quando a fé é muita, a realidade não passa duma sombra. Daí a obscuridade pós-revolucionária em que ainda vivem tantos portugueses, pastoreados pelos vendilhões do templo m-l. Os que não têm fé nos Amanhãs Que Cantam, escrevem, ou emigram.

Catarina quer ser eixo da Geringonça. Mas já é, e com que resultados! Qual Eva tentada pelo Pecado (do poder), mordeu a maçã, e agora não lhe resta outra história que não seja a de ser expulsa do Paraíso, tornando-se uma vulgar mortal.

Notícia do Observador: “Parlamento decide voltar a abrir concurso para todos os professores dos quadros”. Afinal PCP, BE, PSD e CDS também fazem geringonças, quando lhes convém, claro.

Vivemos numa República Desmiolada de Sovietes Populistas!

Cultura


Não há caroço. Há austeridade. De esquerda, é certo, mas austeridade. E o pior é que os artistas mais jovens começam a ver os artistas mais velhos (sobretudo nos condados do Teatro, da Dança e do Cinema), não como exemplos a emular, mas como empecilhos. E o grande problema tem sido este: transformar artistas em funcionários públicos não passa de uma péssima ideia!

Ilha ferroviária


Enquanto por cá os políticos continuam a pastorear o rebanho, entretendo-o com as aflições dos artistas oficiais do Estado, em Espanha a ferrovia avança.

Combóios a Diesel e TIR formam a rede de transportres favorecida pelos DDT indígenas. Que futuro para estas opções numa Europa preparada para lançar-se na transição energética? A paisagem bovina local continua pasmada com o futebol!

04/04/2018) Del presupuesto global del Ministerio de Fomento para 2018, que asciende a 17.466 millones de euros, 8.908 se destinarán a inversiones, con una clara apuesta por el ferrocarril, al que se destinarán 4.301 millones. Esta cifra representa 877,6 millones más respecto a las inversiones ferroviarias del ejercicio anterior –en el que la inversión en el sector ascendió a 3.423,4 millones-, un 25,6 por ciento más.

Low Cost, até quando?


Há uma solução simples para a Ryanair: deixar de contratar portugueses. É isto que o Bloco quer? Estas esquerdas avariadas adoram falir empresas e países, para depois reclamarem a intervenção do Estado. Quando é que aprendem? Não lhes chega o exemplo recente da Venezuela? Até quando é que vamos continuar a alimentar o buraco da tecnicamente falida TAP? Porque será que não há compressas nos hospitais (públicos), nem papel higiénico nas escolas (públicas)?

Rentistas, Capitalismo de Estado, ou Cleptocracia?


Em 2017 consumimos menos energia elétrica do que em 2007. As taxas sobre o consumo, essas dispararam de 500 milhões/ano para os 2500 milhões de euros anuais. Metade da conta da nossa luz são taxas CIEG, que nada têm a ver com a produção e distribuição de energia elétrica. Consumo total de electricidade em 2017, segundo a REN, foi 49,638 GWh. Em 2007, foi de 50,059 GWh. Se vivêssemos em capitalismo neoliberal, como dizem, as faturas da luz tinham descido, e não subido, pois é a procura, e não a falta dela, que faz subir os preços!

Mexia ganhou mais dois anos na EDP. Foi o que resultou do braço de ferro entre Costa e o Governo de Pequim. Chama-se a isto salvar as faces de um (Costa) e de outro (Xi Jinping). Afinal, quem tem a massa manda. Entretanto, a preparar a transição e a vigiar Mexia, um comissário político cor-de-rosa: Luís Amado. Fraca escolha, a avaliar pelo passado da criatura no Banif!

Silvano é um boy da EDP. O mesmo que vendeu o vale do Tua à energética chinesa dirigida pelo cabotino Mexia, num negócio de barragens inúteis onde pontuaram o ido José Sócrates e o senhor Pinho do BES. Pobre PSD!

Skripal


A história do envenenamento do ex-espião duplo Skripal e da sua filha faz-me sempre lembrar a da morte misteriosa do cientista britânico (David Kelly) que denunciou o embuste das armas de destruição maciça no Iraque.

Um liceu e dois professores


Tive dois professores no Liceu D. Manuel II em 1966-67 que seguramente marcaram o meu sentido crítico: um foi Óscar Lopes (1917-2013), professor de Português e Literatura; o outro foi o Padre Mário de Oliveira, professor do que então se chamava Religião e Moral. A minha crise religiosa viria mais tarde, em 1968. As discussões teológicas de que me lembro, com professores de Filosofia e Religião e Moral, ocorreriam só em 1969-70. Soube hoje do lançamento dum novo livro da autoria de Mário de Oliveira, o célebre Padre Mário da Lixa, Evangelho no Pretório. Irei certamente espreitar este Evangelho depois de Saramago. Mas, coisa curiosa, Óscar Lopes tornou-se uma referência lendária na minha formação, mas o Mário de Oliveira, não. Não me lembro, pura e simplesmente, dele. Ainda hei-de descobrir porquê.

Salazar


Salazar deixava passar alguma luz através das malhas apertadas da Censura. Mas da autocensura é mais difícil escapar, pois esta funciona à semelhança dos buracos negros.

Baile digital


O Senhor Robot, dança?
Sim, mas não sou feliz.

quinta-feira, julho 13, 2017

Gafanhoto Lula


A corrupção é uma forma de canibalismo e fuga.


URGENTE: Lula é condenado a nove anos e meio de cadeiaJuiz Moro o sentenciou por corrupção e lavagem de dinheiro. É a primeira vez na história do Brasil que um ex-presidente é condenado por receber propina 
VEJA. Por Rodrigo Rangel access_time 12 jul 2017, 19h09 - Publicado em 12 jul 2017, 13h57 

O juiz Sergio Moro condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a nove anos e meio de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A sentença, anunciada nesta quarta-feira, é a decisão derradeira de Moro no processo em que o petista foi acusado pela força-tarefa da Lava-Jato de receber propina da OAS, uma das empreiteiras do chamado clube do bilhão, que se refestelou nos últimos anos com contratos bilionários na Petrobras. Entre as vantagens recebidas por Lula, segundo a acusação, está um apartamento tríplex no balneário do Guarujá, em São Paulo. É a primeira vez que um ex-presidente do Brasil é condenado por corrupção.

A corrupção é uma forma de canibalismo e fuga. E o problema maior surge quando o impulso predador dá origem a enxames de animais dominados pela serotonina. Esta conclusão —"...quando um gafanhoto se lança para devorar um dos seus pares, produz mais serotina, e tem, em princípio, algo que poderíamos arriscar dizer ser um estado de profundo prazer"— apresentada por Emanuel Dimas de Melo Pimenta no seu mais recente livro, O Homem Gafanhoto, é o resultado de um estudo, apresentado em 2008, da autoria do biólogo Stephan Rogers, da Universidade de Cambridge.

Esgotada em boa medida a retórica da política partidária, que foi entretanto capturada por burocracias que já só lutam pela sua própria sobrevivência, babando na maoiria dos casos fórmulas mais ou menos elaboradas, ou alarves, de demopopulismo impotente, a análise das causas orgânicas da decadência em curso de uma civilização abraços com os limites do seu próprio crescimento tem migrado com extaordinários resultados para a Teoria Geral dos Sistemas, os Estudos de Ciência, Tecnologia e Sociedade, a Biologia, a Ecologia e as Neuro-ciências. O Marxismo-Leninismo, Hobbes e o darwinismo social estão claramente ultrapassados, e são no essencial inúteis para compreender os limites do nosso crescimento e a necessária metamorfose por que as sociedades humanas terão que passar se quiserem sobreviver. O tempo que nos resta para provocar esta metamorfose é já muito curto, mas se o não conseguirmos, o canibalismo e a corrida para o precipício de uma possível extinção em massa da espéce humana parece cada vez mais provável.

Será possível vacinar centenas de milhões de pessoas com um inibidor dinâmico de serotonina? E se fosse, seria este o caminho necessário à emergência de uma sociedade humana global diferente da que temos? Não sei.

O que sei, e me parece crucial num momento em que tantos políticos, financeiros e empresários, já para não falar da arraia miúda, mergulham na corrupção, tanto mais brutal e insaciável quanto mais elevado é o patamar da cadeia alimentar, é que será menos difícil atacar o problema em estados democráticos, por mais fragilizados que estejam, do que em ditaduras e estados falhados.

Nos estados de direito democrático, pois só nestes o estado de direito existe a plenos pulmões, quando fenómenos de corrupção grave como os que envolvem um ex-presidente da república, Lula da Silva, ou um ex-primeiro ministro, José Sócrates, se multiplicam, no quadro da separação de poderes que os caracterizam, o poder judicial assume claramente um ascendente compreensível e necessário sobre os poderes legislativo e executivo.  Ou seja, o equilíbrio rompe-se momentaneamente em nome da restauração do próprio estado de direito. Se fosse o poder executivo, ou o poder legislativo, a assumir predominância em semelhante estado de necessidade institucional, tal significaria automaticamente que estaríamos perante uma ditadura ou quase-ditadura.

Ou seja, e para terminar com uma referência a Portugal, a hipótese da queda de um anjo chamado António Costa ocorrer mais cedo do que se crê não é totalmente disparatada, apesar da cortina de fumo e fantasia estendida diariamente nos principais órgãos de comunicação social por verdadeiros agentes de propaganda e contra-informação. O downburst que limpou do seu governo meia dúzia de secretários de estado que, recorde-se, o primeiro-ministro há meses declarara como obviamente inamovíveis, prova que o valor substancial das suas palavras está a sofrer uma depreciação acelerada.

O caso Siresp ainda vai no adro. E porque o poder judicial tem neste momento mais força legítima do que os outros dois, onde, não por acaso, as redes de corrupção se instalaram profundamente e há muito, eu recomendaria ao presidente da república Marcelo Rebelo de Sousa um Plano B para o governo e a geringonça que o sustenta. Na minha modesta opinião, talvez não venha a ser necessário dissolver o parlamento. Bastará, quando outro downburst ocorrer, substituir António Costa por outro "socialista".

sábado, outubro 11, 2014

A 'esquerda' não existe

Roberto Mangabeira Unger

Tirar o pó à esquerda é preciso, mas não será fácil!


Roberto Mangabeira Unger:

“A minha impressão é de que não existe no debate português nada de semelhante (1). Há o ideário dominante, com a sua cara dura e a sua cara suave, há a nostalgia estatista e nacional da esquerda dura, mas não há isto que é a radicalização democrática do vanguardismo, do experimentalismo... A grande objecção poderia ser que um projecto como este não tem base social concreta. Eu julgo que tem, que há uma maioria latente produtivista no país. O que falta é a tradução desse potencial no caminho político e no ideário programático.”

O problema é que a velha burguesia rentista portuguesa, que até 2008 mandava nos partidos e no país (vejam-se os amores de Mário Soares por Ricardo Espírito Santo e Isaltino Morais, ou a aliança imbecil entre Louçã e João Ferreira do Amaral na tentativa reacionária de regresso ao escudo), sucumbiu à pressão do FMI e do BCE, e não à pressão da 'esquerda'! A nossa 'esquerda' é uma emanação disfarçada do autoritarismo secular do país. É em geral analfabeta e prefere sempre uma boa cunha à trabalheira de pensar pela sua própria cabeça.

A nossa elite come toda no mesmo retaurante, vai à mesma praia, e guia-se por sebentas, mas só pra inglês ver!

À laia de prova do que afirmo é a ideia interessante, avançada por Roberto Mangabeira Unger, sobre a educação, mas que jamais será adotada em Portugal enquanto o atual regime prevalecer sobre os interesses profundos e estratégicos do país. Enquanto o sistema educativo português estiver nas mãos de escrevinhadores de manuais escolares e da sua editora de estimação, de um sindicato e de algumas centenas de burocratas bloqueados e manhosos, as ideias entram por um ouvido e saem pelo outro. Os ministros, como se sabe, entram vaidosos mas sem ideias, e acabam desfeitos pelo populismo reinante há décadas.

A quarta vertente “é uma transformação radical do ensino público… [É imperativo um] ensino analítico que utilize a informação de forma selectiva e aprofundada como ocasião para capacitação analítica, cooperativo na sua maneira de ensinar e sobretudo dialéctico, abordando o conhecimento herdado sempre de formas contrastantes para criar, formar, burilar, desenvolver um impulso experimentalista inovador.” Não há imaginação num ensino de tipo enciclopédico como o actual.

Uma população com mais capacidade analítica poderá mais facilmente conduzir a inovação que é preciso trazer aos serviços públicos para os tornar mais qualificados (o quinto tema). “Não basta ter o paradigma tradicional de provisão burocrática de serviços públicos padronizados e de baixa qualidade. E nem aceitar a privatização dos serviços públicos como única alternativa a isto. O Estado tem de prover os mínimos universais, mas tem de engajar a sociedade civil independente, formá-la, financiá-la, coordená-la para que ela participe, junto com o Estado, na provisão competitiva e experimental dos serviços públicos. Por exemplo, por meio de cooperativas de educadores, de médicos, de técnicos.”
—in Público, O profeta da nova esquerda.

   NOTAS
  1. Para melhor se perceber esta citação convém ler este pedaço do artigo do Público:

    Esta agenda de oito pontos termina com a recomendação de uma nova construção do Estado, “porque não existe um Estado capaz de fazer tudo isso”. Como é que se faz? Indo buscar três agendas para serem executadas em simultâneo: “Uma agenda do século XIX, inacabada, de profissionalismo administrativo meritocrático, das carreiras do Estado. O grau de profissionalismo [actual] é até menor em certos aspectos do que era no regime salazarista. Houve um sucateamento do Estado”; uma segunda agenda de “eficiência administrativa associada ao século XX” que não se pode basear “no fordismo industrial, mas nas práticas experimentais da produção nova”; e a agenda do século XXI, “de experimentalismo na administração pública”. Era útil, por exemplo, que a sociedade civil se empenhasse no serviço público, diz. “Não se sabe o caminho, o caminho tem de ser descoberto no meio do caminho.” Mas é preciso lançar um roteiro. Mais adiante, Unger apontará que “nenhum povo reforma a política, o Estado, para depois decidir o que fazer com a política ou o Estado reformados. Só reforma quando precisa reformar para sobreviver no meio de uma luta. Por isso tem de haver uma relação recíproca entre a construção do Estado e a reorientação do caminho”.

    —in Público, O profeta da nova esquerda.

sábado, março 28, 2009

G20-London 2

Lula é menos racista do que parece
O presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva disse que a crise económica foi causada por "brancos de olhos azuis" e que é errado pensar que negros pobres ou povos indígenas devam pagar pelos seus erros. — BBC.



Lula da Silva, presidente do emergente Brasil, arrasa a diligência oportunista de Gordon Brown para levar a Cimeira de Londres do G20 a deixar tudo na mesma — isto é, a facturar às classes médias e sobretudo a milhares de milhões de pobres em todo o planeta 64 anos de capitalismo de casino (desde Bretton Woods), à conta do qual a maior nação do mundo —os EUA—, mas também o Reino Unido e uma boa fatia da Europa, se endividaram alegremente à conta do saque colonial e neo-colonial dos países com recursos energéticos e matérias primas essenciais, como se a sorte da humanidade fosse um Jogo do Monópolio onde os bancos centrais se entretêm a imprimir papel de cada vez que precisam de mais dinheiro, os vampiros da especulação se divertem a destruir empresas e a fabricar quimeras bolsistas, e os governos e nomenclaturas partidárias se deixam avidamente corromper até à medula.

O ponto a que chegámos é este: há uma inimaginável dívida acumulada no buraco negro dos mercados de derivados que é impossível pagar! Mas como o que caracteriza uma dívida é que ela sempre se paga —ou por quem deve, ou por quem emprestou— estamos metidos num sarilho de proporções trágicas. Centenas de milhar de empresas, centenas de bancos e fundos de pensões, milhões de famílias e dezenas de estados irão à falência na sequência do grande crash bolsista que ainda não ocorreu mas irá ocorrer, este ano ou até 2012. A cimeira de Londres é uma tentativa desesperada, sobretudo das elites americanas e inglesas (os tais brancos de olhos azuis), de evitar ir para onde a sua irresponsável e criminosa pirataria os levou: à falência! Querem como sempre continuar a beber os mais caros Champagne (Dom Perignon, Diadema Diamante e Heidsieck ), a snifar coca Colombiana em notas de 500 euros, a degustar ovas de Beluga em salvas de prata, a conduzir Bugattis forrados a couro de vitela, e a dispor de carne adolescente em bacanais exclusivos. Ou seja, querem, como sempre, que sejam os outros, nomeadamente os pobres, pretos, asiáticos e índios a sofrer e pagar!

Eu sou branco, mas como boa parte dos portugueses tenho sangue de várias cores. Do Brasil veio um bisavô alemão, loiro e de olhos muito azuis, e uma bisavó princesa índia — de Belém do Pará. De Portugal veio seguramente muito sangue celta, judeu e algum negro dos idos tempos da escravatura, quando muito escravo se miscigenou com a já então antiga miscelânea galaico-lusitana. Lula não fez uma afirmação racista. Falou sim através de uma poderosa metáfora, em defesa da esmagadora maioria da população mundial, que não é de facto responsável —mas está a pagar as favas— pela luxúria e pirataria assassina que nos conduziu a todos para esta dramática e perigosa situação.

Ou metemos na ordem o sistema internacional e regressamos ao padrão confiável do ouro e da prata, abandonando definitivamente a especulação cambial (FOREX) e a falsificação monetária legalizada (fiat money, money out of thin air) que vigoram desde 1914 e são literalmente responsáveis pela destruição em curso do planeta e da civilização, ou caminharemos muito rapidamente para o colapso. É preciso explicar isto às pessoas. E de caminho, é preciso meter isto nas cabeças obtusas dos economistas e das nomenclaturas político-partidárias deste mundo.

A estes últimos recomendo a leitura urgente de um livro: Gold Wars, de Fernidand Lips.

OAM 564 28-03-2009 11:34

terça-feira, maio 20, 2008

Mix Energetico

Lula da Silva apoia cultivo do Pinhão Manso (Jatropha curcas)
Presidente brasileiro, Lula da Silva, apoia a plantação de 1 milhão de hectares de Pinhão Manso (Jatropha curcas) para produzir biodiesel. Uma ideia sustentável?

Emergência Energética Global

"The use of vegetable oils for engine fuels may seem insignificant today, but such oils may become in the course of time as important as petroleum and the coal tar products of the present time." -- Rudolph Diesel, 1912.

30/04/2008 08:06 - "As plantações de cana-de-açúcar no Brasil destinadas à produção de etanol ocupam apenas 1% do total de área cultivável - 3,6 milhões de hectares de um total de 355 milhões -, sendo suficiente para abastecer metade do consumo de combustível dos automóveis." - Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil.

Cento e sessenta milhões de dólares estão a ser investidos neste momento no cultivo da Jatrofa, em Moçambique, nas províncias de Nampula (Norte) e Sofala (Centro). "O projecto está a ser promovido pela empresa portuguesa Enerterra SA, e destina-se a produção de bio-combustíveis no País.
O montante será usado igualmente na instalação da fábrica, a ser edificada provavelmente no distrito de Nacala-Porto, Província de Nampula. O Director Executivo da Enerterra, Viannes Vales, disse que as previsões apontam para a produção anual de quatrocentas mil toneladas de Jatrofa nas duas províncias. Os combustíveis terão como mercado prioritário a Europa, mas serão acomodadas as necessidades locais." -- O AUTARCA - 03.04.2008

Chineses querem produzir biodiesel de jatropha em Moçambique

"Quatro companhias chinesas apresentaram propostas de cultivo de 30 mil hectares de jatrofa, ou pinhão manso, (planta típica da África e da América), em Nampula (norte), para a produção de biodiesel.

... "Dados da direção da Agricultura em Nampula revelam que a província superou a meta do plantio da jatrofa ao alcançar 221 hectares, contra os 105 da última safra.

Basta observar a atual corrida dos mercados financeiros e respectivos fundos de investimento em direção aos biocarburantes (biodiesel e bioetanol), e o envolvimento direto das empresas petrolíferas e energéticas no negócio, para percebermos que uma nova bolha especulativa está em plena formação. Chamem-lhe a BOLHA VERDE! Os protagonistas no terreno pressionam os governos, aturdidos pelas sirenes da alta do petróleo, para que lhes subsidiem os novos carburantes e em geral as energias alternativas. Pressionam os agricultores para enveredarem pelo cultivo intensivo dos agro-carburantes e, claro está, adoptarem os Organismos Geneticamente Modificados. Procuram entrar nos países com grandes áreas agrícolas efectivas e potenciais para aí implementarem os seus projectos de agro-carburantes. Contratam agências de comunicação e põem-nas a trabalhar na grande campanha mediática da década. Mas será que faz sentido?
"...the United States has already wasted a lot of time, money, and natural resources... pursuing a mirage of an energy scheme that cannot possibly replace fossil fuels... The only real solution is to limit the rate of use of these fossil fuels. Everything else will lead to an eventual national disaster." -- TADEUSZ W. PATZEK.

"It requires production equivalent to 0.5 ton of grain to feed one person for one year, a value sufficiently large to allow some production to be used as seed for the next crop, some to be fed to animals, and some land to be diverted to fruit and vegetable crops. Compare this value with that for a car running 20,000 km/year at an efficient consumption of 7 liters/100 km. The required 1400 liters of ethanol would be produced from 3.5 ton grain (2.48 kg grain/liter), requiring an agricultural production seven times the dietary requirement for one person. Agriculture now provides, with some shortfalls, food for 6 billion people and will need to feed 9 billion by 2050, while conserving natural resources. From an agronomic perspective, increasing food production to this level during the next 50 years is an enormous challenge. -- DAVID CONNOR AND INÉS MÍNGUEZ.

Um automóvel que ande 20.000 Km por ano precisará de um 1,4 hectares de terra arável para satisfazer o seu consumo anual de biodiesel. Ou seja, se todos os 850 milhões de automóveis ligeiros e pesados, de passageiros e mercadorias, que circulam no planeta fossem alimentados exclusivamente com biodiesel derivado do Pinhão Manso (Jatropha curcas) -- a planta melhor colocada na corrida dos biocarburantes (pois não é uma planta alimentar) --, seria necessário dedicar 1.190 milhões hectares de terra arável para alimentar a frota automóvel mundial. A terra produtiva disponível no planeta é aproximadamente (ver Wikipedia) de 3.100 milhões de hectares. No entanto, 40% desta terra está seriamente degradada e tudo aponta para que esteja irremediavelmente irrecuperável no futuro, pois haverá cada vez menos recursos para investimentos subsidiados como os que seriam precisos para reverter a erosão galopante dos solos agrícolas e florestais em todo o mundo. Ou seja, restam pouco mais de 1.860 milhões de hectares para alimentar 6.664 milhões de pessoas e uns 900 milhões de motores! A missão é obviamente impossível! Ou dito doutro modo, os biocarburantes não podem ser cultivados em terra agrícola disponível para a produção de alimentos, mas apenas, e sob controlo político apertado, nos 40% de terras outrora aráveis e hoje degradadas, se para tal houver recursos financeiros disponíveis, e ainda substituindo parcialmente culturas ameaçadas, como a do Tabaco -- que poderia reduzir para metade os 4 milhões de hectares dedicados a um produto cujo consumo vem sendo dificultado por um número rapidamente crescente de países.

Se o mundo pretendesse chegar, como a Europa pretende, em 2010, à meta dos 5,75% de biodiesel incorporado nos gasóleos, e admitindo que se utilizaria apenas a oleaginosa que parece oferecer o melhor rendimento e fiabilidade produtiva, e o menor estrago ambiental, ter-se-ia que dedicar ao cultivo do Pinhão Manso (Jatropha curcas), em todo o mundo, qualquer coisa como 68 milhões de hectares - quase 20% da superfície cultivável do Brasil. Mas de que serve um objectivo tão tímido se o crude chegar aos 150 USD no fim deste ano, aos 200 no fim de 2009... e aos 300 em 2015?! Só percentagens de incorporação de biocarburantes claramente superiores poderiam mitigar o caos que a actual emergência energética irá seguramente causar nas sociedades e na política mundial se nada de inteligente e justo se fizer entretanto.

Ponhamos pois a fasquia nos 30% de incorporação de biodiesel no gasóleo, percentagem para que estão preparados os motores a diesel da nova geração. Considerando de novo que a proveniência do biodiesel seria o Pinhão Manso (Jatropha curcas), o mundo precisaria agora de alocar à sua produção qualquer coisa como 357 milhões de hectares. Mais dois milhões de hectares do que toda a superfície cultivável do Brasil. Para quem não souber, convem dizer que o país de Lula é só o segundo maior país do planeta, logo depois dos Estados Unidos, se considerarmos apenas as áreas habitáveis dos cinco maiores países do mundo. É certo que a Rússia, o Canadá e a China são maiores do que o Brasil em território absoluto, mas convém saber que são mais pequenos se em cada um deles descontarmos as respectivas áreas geladas e desérticas improdutivas.

O biodiesel e os biorcarburantes em geral não passam pois de alternativas de emergência ao pico petrolífero. Temporárias, insuficientes e que raramente pagam impostos! E a explicação para esta transitoriedade é simples: se algum dia fossem produzidos na proporção máxima tolerada pelos actuais motores a diesel (30%), a capacidade de o planeta alimentar as suas criaturas ficaria irremediavelmente comprometida. Ora tal não pode acontecer!

O problema energético actual tem, em suma, que ser visto como aquilo que é: uma emergência real e global, que exige respostas globais, rápidas, bem informadas, criativas, tecnicamente competentes e democraticamente supervisionadas. Menos do que isto, ou deixar as coisas como estão, i.e. num impasse e entregues aos oportunistas de ocasião, só poderá conduzir o mundo ao desastre.

Biofuels: Biodevastation, Hunger & False Carbon Credits

Europe's thirst for biofuels is fuelling deforestation and food price hikes, exacerbated by a false accounting system that awards carbon credits to the carbon profligate nations. A mandatory certification scheme for biofuels is needed to protect the earth's most sensitive forest ecosystems, to stabilise climate and to safeguard our food security. -- Dr. Mae-Wan Ho
Na Europa, para produzir biocarburantes, preferiu-se até agora, por ordem decrescente, o trigo (!), os excedentes de álcool vínico (o mau vinho pode dar bons biocarburantes, mas atenção ao preço do vinho!), a beterraba açucareira (!), o centeio (!), a cevada (!), o milho (!) e a biomassa florestal. O impacto desastroso sobre os preços alimentares destas opções lideradas pela Alemanha e pela Espanha está à vista e o recuo será inevitável.

A produção doméstica e industrial de biocarburantes a partir do aproveitamento de resíduos tem futuro, mas não chega para atender à emergência energética actual. O aproveitamento das algas para produção de biodiesel (as chamada petro-algas) poderão fazer alguma diferença, mas a sua exploração está ainda numa infância puramente experimental, nomeadamente em Portugal, através do consórcio luso-canadiano Vertigro/SGCEnergia (Grupo SGC, de João Pereira Coutinho.)

Apesar da corrida aos biocarburantes, a verdade é que ela não resolverá por si só o problema gigantesco que temos pela frente. E por outro lado está a provocar uma subida dramática dos preços alimentares à escala mundial. As consequências políticas desta troca egoísta de pão por petróleo serão gigantescas e muito perigosas para a estabilidade política mundial. Os governantes terão forçosamente que alterar o rumo das decisões. Por mim, a única prioridade defensável e reprodutiva é a que souber apontar para uma alteração faseada e consistente do actual paradigma energético. O modelo económico do crescimento contínuo e do consumismo tem que desaparecer. E no imediato, para nos defendermos da escassez e da alta dos preços dos derivados do petróleo teremos que aumentar radicalmente a eficiência energética das nossas cidades, das nossas economias e das nossas vidas. Sem reduzir, recuperar, reciclar e diversificar a nossa pegada ecológica não iremos a parte nenhuma. O colapso da nossa civilização já esteve mais longe!



REFERÊNCIAS
  • Os falsos créditos do carbono no biodiesel de Jatrofa no sul de África
    por Mae-Wan Ho

    "De acordo com as regras internacionais, nenhum dos gases com efeito de estufa ligados à produção de biocombustíveis será atribuído ao sector dos transportes. As emissões decorrentes da produção do biocombustível serão levadas à conta das emissões da agricultura e indústria e/ou sector energético. Do mesmo modo, todas as emissões provenientes do cultivo e refinação nos países do Terceiro Mundo, serão levadas à conta das emissões desses países, portanto um país, como o Reino Unido, que importe o biocombustível pode utilizá-lo para melhorar a sua quota de gases com efeitos de estufa. Isto permite que as nações importadoras ricas possam reduzir parte das suas emissões e reclamar os louros por fazê-lo ao abrigo do Acordo de Quioto. Foi assim que surgiram as plantações de árvores Jatrofa no Malawi e na Zâmbia."

    "As plantações de Jatrofa podem ter graves impactos na protecção dos alimentos e da energia da região, principalmente se se expandirem. Até agora, ainda não se fez qualquer análise do ciclo de vida nem qualquer estudo de sustentabilidade do biocombustível da Jatrofa.

    ..."Estimei que se todos os desperdícios biológicos e do gado na Grã-Bretanha fossem tratados com digestores anaeróbicos obter-se-ia mais de metade do combustível de transporte do país (...). É verdade que os veículos precisam de um motor diferente, mas já existem carros desses no mercado, e os carros alimentados a biogás de metano têm descargas tão limpas que foram eleitos como os carros ambientais do ano em 2005.

  • Produzir Jatrofa para matar?
    ....lamentações dos camponeses em Namacurra

    O cultivo da jatrofa constitui uma prioridade nacional, ou seja, mais um cavalo de batalha no combate a pobreza absoluta, segundo declarou ainda este ano o presidente da República de Moçambique Armando Emílio Guebuza. Desde a sua declaração como um imperativo em Moçambique, um pouco por este país são reproduzidos os mesmos discursos do Presidente da República, desde ministros, governadores, passando para administradores até ao chefe ou secretários das zonas, falam da jatrofa como sendo uma cultura que produzida em quantidades pode aliviar a pobreza absoluta.

    Recentemente Pio Tameliua técnico agrário afecto no distrito de Namacurra apareceu aos camponeses associados de Furquia posto administrativo de Macuse distrito de Namacurra onde teria explicado das suas vantagens e desvantagens. Falando das desvantagens Tameliua disse que a planta da jatrofa é tóxica e que requer um tratamento especial. "ao produzirmos a jatrofa temos que ter em conta que ela mata é muito tóxica, temos de ter muito cuidado com ela" - alertou aquele técnico para depois acrescentar que "temos que pastar os nossos cabritos longe da machamba da jatrofa por que se o cabrito come ele morre o mesmo risco corre o homem sobretudo as crianças que nem devem brincar perto dela" - disse. Pediu igualmente que mesmo as galinhas, patos entre outros animais não devem comer, devem ser protegidos no sentido de não comerem a planta da jatrofa.

    Este discurso provocou terror no seio dos camponeses que estavam longe de pensar sobre os cuidados a ter com aquela planta cuja finalidade é produzir biodísel. Manganhia Manganhia um camponês do posto administrativo de Macuse que falou a nossa Reportagem disse que com estes perigo que ela representa na comunidade não havia razão de tanta promoção como um mecanismo de combater a pobreza. "Se eles próprios sabem que mata, como é que nos dizem para produzir?" – questionou aquele camponês visivelmente arrepiado com aquela explicação que considerou de ameaçadora. "Nós sobrevivemos das nossas galinhas, e um pouco dos nossos cabritos que criamos no âmbito de desenvolvimento, como é que viveremos quando eles morrerem devido a jatrofa?" – voltou a questionar tendo de seguida concluído que a jatrofa vai tornar as famílias miseráveis, uma vez que segundo suas palavras a jatrofa poderá trazer luto nas famílias sobretudo crianças dada a sua vulnerabilidade.

    O nosso entrevistado disse igualmente não haver explicação clara sobre o seu rendimento. "Ainda não nos explicaram quanto dinheiro podemos obter em cada hectare por exemplo e nem sabemos quantas plantas são necessárias para fazer um litros do tal biodísel" - disse. Falou igualmente que os discursos que tem sido lançados nas comunidades nunca dão conta dos valores monetários da sua comercialização. -- in Diário da Zambézia (23.10.2006).


  • The bumpy road to clean, green fuel
    by Charles Mkoka and Mike Shanahan

    4 November 2005. Osman Ibrahim is encouraging farmers in Malawi to abandon their traditional tobacco crops and enter the energy sector - by planting a tree called jatropha (Jatropha curcas).

    Its seeds contain an oil that can be blended with conventional gasoline or diesel to make 'biodiesel', an eco-friendly alternative to fossil fuels. Pure, the oil can be used for cooking, lighting or generating electricity. And the range of by-products includes glycerin - used in cosmetics - and 'seed cake', which is re-processed and used as an organic fertiliser.

    Ibrahim, who heads an organisation called the Biodiesel Agricultural Association, considers the tree to be a kind of 'green gold', a cash crop that can boost rural incomes in poor countries while helping address issues ranging from climate change to soil erosion.

    Ibrahim is not alone, nor is Malawi unique. Elsewhere in Africa, and in parts of Asia and Latin America, plantations of jatropha are appearing.

    In Indonesia last month, the heads of six major energy companies gathered with the governor of the central bank, a dozen cabinet ministers and representatives of universities and local development organisations to sign a declaration supporting government plans to produce jatropha oil on a large scale.

    According to the plan, by 2009 Indonesia will have ten million hectares of jatropha plantations, each hectare yielding enough oil to produce 1,000 litres of biodiesel a year.


  • Portugal e Canadá investem nas Petro-algas




    BRUSSELS, BELGIUM -- 07/26/07 -- Vertigro and SGCEnergia, the biofuels division of the SGC Group of Portugal (João Pereira Coutinho), have agreed to form a joint venture company to produce Vertigro algae biodiesel feedstock. Vertigro is jointly owned by Valcent Products Inc. (OTCBB: VCTPF) ("VCTPF") and Global Green Solutions Inc. ("GGRN").

    The agreement calls for SGCEnergia to build and operate a Vertigro pilot plant near Lisbon, Portugal which will also serve as a research and development facility for Vertigro technology applications and projects in Europe.

    Glen Kertz, CEO of Valcent Products Inc. notes, "This Joint Venture company is the first of many commercial applications of the Vertigro technologies overseas which will form the basis of rapid development within Europe and Africa." According to recent Frost and Sullivan research, approximately 9.5 million tonnes (224 million gallons) per year of biodiesel will be required to meet the European Union's directives that biodiesel become 5.75% of transport fuels.

    "We are excited to team up with one of the world's leading providers of algae-to-biodiesel feedstock technology," said Vianney Vales, CEO of SGCEnergia. "This agreement is a significant milestone for SGCEnergia's planned production of second generation biofuels."

    Construction of the pilot plant is slated to begin in late 2007. Under the terms of the agreement, SGC is committed to building additional large commercial-scale facilities in Portugal as well as other countries in Europe. Plants will also be built in Africa. As Vertigro algae thrives on the absorption of carbon dioxide, significantly reducing greenhouse gases, the plants will be constructed near major sources of carbon dioxide emissions. - The Earth Times.

OAM 364 20-05-2008, 03:42 (última actualização: 19:40)