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segunda-feira, janeiro 05, 2015

Vem aí uma guerra civil?

Rafael Bordalo Pinheiro. O António Maria, 29JUN1882


Anónimo:

Pelas respostas que Sócrates deu à TVI fica demonstrado que ele conhece bem o processo e os fortes indícios de que é acusado.

Aliás, já se sabia que o processo de Sócrates tem 800 páginas e quase 1 ano de escutas telefónicas.

O QUE DIZ A LEI

Em Portugal nenhuma pessoa pode ser presa preventivamente sem que o respectivo advogado tenha acesso, previamente, ao seu processo. E foi isso que precisamente aconteceu!

PRÓXIMA ESTRATÉGIA DE SÓCRATES E SEUS AMIGOS

No início, Sócrates e seus amigos montaram uma campanha para fazer crer ao povinho que a sua prisão é uma injustiça e uma ficção.

A próxima campanha vai passar por aniquilar as escutas telefónicas. O que exige bons advogados. Foi assim que a Felgueiras se safou.

Nos Estados Unidos as escutas telefónicas são sempre válidas como meio de prova. Em Portugal, os bons advogados safam os ricos e poderosos porque conseguem anular as escutas telefónicas.

EMIGRANTES, ATENÇÃO AO VOSSO DINHEIRO!

O regime está em risco de se desfazer e é óbvio que se os piratas que arruinaram o país levarem a sua por diante, resgatando Sócrates e as tríades que o pariram da punição que merecem, então a possibilidade de cairmos numa guerra civil é real.

Como noutras eras houve, também daqui a um, dois ou três anos, se a Justiça for humilhada como propõe Mário Soares, e se o psicopata de Évora sair triunfalmente da jaula mediática que entretanto montou, haverá sempre alguns euros, yuans e dólares para amarrar e queimar umas centenas ou mesmo alguns milhares de portugueses indigentes com os respetivos cachecois partidários.

De uma coisa os credores estão certos: há que pagar as dívidas. Se estas enriqueceram a nomenclatura e arruinaram um país chamado Portugal, o problema é sobretudo dos devedores.


A indigente e decadente nomenclatura partidária, tal como a corte de Luis XVI, apenas vê o seu transversal umbigo, que vai da extrema-esquerda à direita (a extrema-direita ainda dorme). O demo-populismo é a sua verborreia, o povo partidário e os dependentes do estado são a sua única clientela, o parlamento é o seu pardieiro preferido, onde abundam perdizes, pombos torquazes, cagarras e alguns porcos a cair de gordos, em suma, a captura fiscal de quem produz é o modo como se guindaram à casta dos 1% e destruiram o país por mais de meio século.

A partidocracia que reduziu a democracia aos escombros da miséria material e moral que tolhe o país a cada hora que passa, acha que tudo se resolve com umas asas de raia na Travessa, e uns charutos pelo meio. Quando acordar deste sonho doce, porém, já só verá o mundo como uma imagem turva e fugaz rodeada de um definitivo silêncio.

quinta-feira, junho 19, 2014

Guerra do dólar contra o euro continua



Uma Operação Especial chamada Ucrânia pode virar o euro, o renminbi, e até o dólar australiano e a libra contra o dólar, em nome do fim da beligerância contínua dos Estados Unidos


A América prepara-se para desvalorizar unilateralmente as montanhas de dívida que vendeu por esse mundo fora... e que não poderá pagar sem recorrer a uma austeridade tal que ameaçaria a estabilidade institucional e a própria unidade do país. A partir de aqui podemos ler quase todo o atrito militar e o horror provocado em milhões de pessoas na Sìria, na Ucrânia, no Iraque, e várias zonas de África, pela agressividade persistente e criminosa da decadente América.

A dívida total americana, pública e privada, aproxima-se já do próprio PIB mundial corrigido da depreciação do capital: uns sessenta biliões de dólares!

PS: Recebi este comentário que comento em seguida:
A Divida [pública] americana são 17 biliões de USD, com intenção de chegar rapidamente aos 20 biliões de USD. Os Americanos já fizeram as contas e só vão pagar metade, através da emissão contínua de papel. Contudo a dívida americana é de longe a mais segura do Mundo. Essa seguranca é-lhe conferida pela cinco esquadras americanas, pelos seus mísseis, e por todos aqueles que ponham em crédito essa divida. O facto da divida americana se aproximar do PIB do Mundo apenas diz que a massa monetaria em circulação está mal ajustada à riqueza mundial produzida. Ou seja, que a própria divida é parte da moeda em circulação.

Ou seja, os EUA estão a reestruturar a sua dívida à conta de todos os credores nacionais e mundiais. As perguntas pertinentes são estas: 1) e se todos os outros devedores (Argentina, etc.) fizerem o mesmo? 2) até onde chegarão os EUA neste procedimento de desvalorização seletiva do dólar (ou seja, perde quem tem dívida americana no balanço)? É que armas nucleares, temos todos!

An anti-dollar coalition would be the first step for the creation of an anti-war coalition that can help stop the US' aggression.
Putin Advisor Proposes "Anti-Dollar Alliance" To Halt US Aggression Abroad
Submitted by Tyler Durden on 06/18/2014 10:41 -0400 - ZeroHedge

It has been a while since both Ukraine, and the ongoing Russian response to western sanctions (which set off the great Eurasian axis in motion, pushing China and Russia close together, and accelerating the "Holy Grail" gas deal between the two countries) have made headlines.

[...]

...while the great US spin and distraction machine is focused elsewhere, Russia is already preparing for the next steps. Which brings us to Putin advisor Sergey Glazyev, the same person who in early March was the first to suggest Russia dump US bonds and abandon the dollar in retaliation to US sanctions, a strategy which worked because even as the Kremlin has retained control over Crimea, western sanctions have magically halted (and not only that, but as the Russian central bank just reported, the country's 2014 current account surplus may be as high as $35 billion, up from $33 billion in 2013, and a far cry from some fabricated "$200+ billion" in Russian capital outflows which Mario Draghi was warning about recently). Glazyev was also the person instrumental in pushing the Kremlin to approach China and force the nat gas deal with Beijing which took place not necessarily at the most beneficial terms for Russia.

It is this same Glazyev who published an article in Russian Argumenty Nedeli, in which he outlined a plan for "undermining the economic strength of the US" in order to force Washington to stop the civil war in Ukraine. Glazyev believes that the only way of making the US give up its plans on starting a new cold war is to crash the dollar system.

As summarized by VoR, in his article, published by Argumenty Nedeli, Putin's economic aide and the mastermind behind the Eurasian Economic Union, argues that Washington is trying to provoke a Russian military intervention in Ukraine, using the junta in Kiev as bait. If fulfilled, the plan will give Washington a number of important benefits. Firstly, it will allow the US to introduce new sanctions against Russia, writing off Moscow's portfolio of US Treasury bills. More important is that a new wave of sanctions will create a situation in which Russian companies won't be able to service their debts to European banks.

According to Glazyev, the so-called "third phase" of sanctions against Russia will be a tremendous cost for the European Union. The total estimated losses will be higher than 1 trillion euros. Such losses will severely hurt the European economy, making the US the sole "safe haven" in the world. Harsh sanctions against Russia will also displace Gazprom from the European energy market, leaving it wide open for the much more expensive LNG from the US.

Co-opting European countries in a new arms race and military operations against Russia will increase American political influence in Europe and will help the US force the European Union to accept the American version of the Transatlantic Trade and Investment Partnership, a trade agreement that will basically transform the EU into a big economic colony of the US. Glazyev believes that igniting a new war in Europe will only bring benefits for America and only problems for the European Union. Washington has repeatedly used global and regional wars for the benefit of  the American economy and now the White House is trying to use the civil war in Ukraine as a pretext to repeat the old trick.

[...]

Unsurprisingly, Sergey Glazyev believes that the main role in the creation of such a political coalition is to be played by the European business community because America's attempts to ignite a war in Europe and a cold war against Russia are threatening the interests of big European business. Judging by the recent efforts to stop the sanctions against Russia, made by the German, French, Italian and Austrian business leaders, Putin's aide is right in his assessment. Somewhat surprisingly for Washington, the war for Ukraine may soon become the war for Europe's independence from the US and a war against the dollar.

Atualização: 19/6/2014 9:42 WET

segunda-feira, fevereiro 24, 2014

Mandado de captura contra Ianukovich por "homicídio em massa" - PÚBLICO






Segunda Guerra Fria no horizonte?


A teoria de que a situação na Ucrânia é mais uma vez resultado da conspiração americana não pega. A chantagem energética de Putin sobre a Europa usando a Ucrânia como pião das nicas é a verdadeira origem da micro guerra civil que se desenrolou na Praça da Independência de Kiev. A rejeição do acordo de parceria entre a Ucrânia e a UE, obviamente ditada por Putin, foi a provocação que deu no desastre que ameaça transformar a Ucrânia num estado dividido ao meio, reiniciando deste modo uma guerra fria entre a Rússia e a Europa. É certo que aos Estados Unidos e à Inglaterra uma nova guerra fria lhes viria mesmo a calhar, na medida em que de uma só cajadada travariam o novo ascenso da Alemanha e as aspirações imperiais da China. Esperemos que Putin meça bem o seu próximo passo diplomático, para além de enviar mais navios de guerra e submarinos invisíveis para o Mediterrâneo. Os rendimentos do petróleo e do gás natural não chegam para alimentar uma nova corrida aos armamentos sem reconduzir a Rússia para uma nova rampa inclinada em direção à miséria e ao despotismo mais violento.

Mandado de captura contra Ianukovich por "homicídio em massa" - PÚBLICO
Snipers em ação contra os manifestantes em Kiev - Euronews.

quinta-feira, fevereiro 20, 2014

Ucrânia: lembram-se de Tianamen?


Tragédia da Ucrânia é uma fabricação de Putin


Meu caro Vladimir Putin, és o principal responsável pela tragédia que se abateu sobre a Ucrânia. Julgava-te inteligente e sagaz. Afinal, não passas de mais um autocrata da longa linhagem de assassinos que impediram um país gigantesco de aceder à civilização. Empurras, de novo, a Rússia para a Idade das Trevas. Acontece, meu burro Putin, que o teu país está a morrer demograficamente. E assim sendo, só tens duas opções: sujeitar a Rússia à pesada pata do Panda de Pequim, que já pressiona a leste, ou abrir a tua fraca mente à Europa. Em breve saberemos, pelos piores motivos, para onde se inclinou a tua mente psicopata. Acreditei em ti quando em Mafra falaste de uma Europa de Lisboa até Vladivostoque. Não passou, pelos vistos, do sonho de uma noite de verão :(

A Europa hesita em reagir, mas deve reagir. Desde logo congelando os milhares de milhões de euros que tu e a maioria dos cleptocratas sob tua proteção, na Rússia e na Ucrânia, têm depositados nos bancos e paraísos fiscais europeus. É simples, e deve ser feito. O resto ficará a cargo do teu próprio povo quando este se fartar.

PS: como sempre, a esquerda fandanga indígena fica queda e muda perante a barbárie 'de esquerda', seja ela maoista, chavista, ou neo-estalinista. Percebe-se a lógica deste comportamento indigente. Para o marxismo oportunista, a rejeição da violência é um preconceito humanista burguês. No fundo,  para esta 'esauerda', a democracia é uma ilusão em que jamais axcreditaram, e que aceitam, incomodados, como um pequeno preço a pagar pelo paraíso comunista que um dia há-de chegar. A diferença para o paraíso dos bombista suicidas do Islão e que estes últimos, coitados, ainda acreditam que as virgens esperam por eles!

Rede de gasodutos que transporta gás natural da Rússia para a Europa

Ukraine – The Funding Begins – Gun Shots Starting in Kiev


Posted on February 20, 2014 by Martin Armstrong   

BOTH the USA and EU will now fund the rebels as Russia will fund Yanukovych. At the political level, Ukraine is the pawn on the chessboard. The propaganda war is East v West. However, those power plays are masking the core issue that began with the Orange Revolution – corruption. Yanukovych is a dictator who will NEVER leave office. It is simple as that. There will be no REAL elections again in Ukraine. This is starting to spiral down into a confrontation that the entire world cannot ignore.

[...]

BOTH the USA and EU will now fund the rebels as Russia will fund Yanukovych. At the political level, Ukraine is the pawn on the chessboard. The propaganda war is East v West. However, those power plays are masking the core issue that began with the Orange Revolution – corruption. Yanukovych is a dictator who will NEVER leave office. It is simple as that. There will be no REAL elections again in Ukraine. This is starting to spiral down into a confrontation that the entire world cannot ignore.

sábado, outubro 23, 2010

Guerra civil ou revolução?

Novo ultimato a caminho?
A reeleição de Cavaco e a formação duma coligação do pior que existe no PS e no PSD pode conduzir Portugal a uma guerra civil, ou a uma revolução, em menos de uma década.



A irracionalidade obstinada do sistema de portagens colocado em vias rápidas que não foram desenhadas, nem construídas, para serem autoestradas, eliminando com os seus traçados vias rodoviárias outrora existentes, poderá colocar Portugal numa rota de instabilidade e conflito interno sem precedentes desde a queda da primeira república às mãos de uma ditadura que nos salvou da ruína, mas nos atrofiou a alma e os neurónios. É que, o Norte, sempre o Norte, que por acaso é responsável pela produção de boa parte do que exportamos e produzimos de materialmente útil, ao contrário do casino de burocratas, subsídio dependentes, exibicionistas de telemóvel, cães mediáticos e chulos partidários que apenas sabem taxar e consumir, não vai aguentar o vampirismo fiscal que o bando de gatunos e criminosos que mandam no PS, no PSD e no CDS-PP se prepara para desencadear e defender à força da bala, se necessário for, e vai ser!

No próximo ano, com o programa de austeridade a revelar todo o seu tremendo impacto nas finanças familiares e das empresas, e o petróleo de novo perto dos 100 dólares, ou mais, sem crédito, ou então com crédito escasso e a preços usurários (1), os portugueses, a começar pelo Norte, poderão revoltar-se de um dia para o outro. Poderão, como em França ou Itália, e dentro em breve no Reino Unido, bloquear refinarias, sabotar linhas de caminho de ferro, parar frotas de transporte rodoviário, assaltar supermercados, pegar fogo a carros, autocarros e comboios — em suma, lançar Portugal numa situação pré-insurreccional espontânea. Um agressivo Partido do Norte poderá mesmo ver finalmente a luz do dia, reclamando o fortalecimento das ligações económicas, financeiras, institucionais e políticas entre o Norte de Portugal, a Galiza e Castela-Leão, com o objectivo imediato de impedir a sucção criminosa da riqueza produzida pelo sector produtivo a norte do Mondego, por parte de uma nomenclatura acantonada no Terreiro do Paço e em São Bento. As euro regiões estão estrategicamente inscritas no espírito da União Europeia. Só por influência das burocracias hipertrofiadas, partidarizadas até à medula, e das clientelas financeiras que há decénios ou séculos sobrevivem na sombra de Estados ineficientes e corruptos, foi até agora possível travar a desejável regionalização europeia, sobretudo na sempre mafiosa e atrasada Europa do Sul. O tempo da mentira e da dissimulação, porém, acabou. Nos próximos dois anos (2011-2012) Portugal entrará inexoravelmente numa prolongada e grave convulsão social e política. Maior e mais grave será, se o senhor Passos de Coelho se suicidar politicamente este fim-de-semana.

Os galegos têm absoluta razão quando questionam a legalidade dos métodos de implementação das portagens virtuais nas SCUT da Costa de Prata (rebaptizada A29), do Grande Porto (rebaptizada A41/A42) e Norte Litoral (rebaptizada A28). De facto, tal como ocorre com algumas das taxas que o Estado insere nas facturas da água (para financiar empresas e serviços não supervisionados de nível municipal, regional e nacional), da electricidade (para financiar a EDP, ou a luxuosa RTP — um escândalo sem nome!), ou dos combustíveis (para alimentar a Pão de Ló a GALP e as grandes empresas de construção e especulação imobiliária), a cobrança compulsiva de portagens, sem aceitação de pagamento na única moeda comum que circula na União, o euro, e impondo custos subsidiários com aquisições de dispositivos electrónicos, etc., é uma ilegalidade monstruosa. Na realidade, este tipo de arbitrariedade equivale à imposição de meios de pagamento informais, sem cobertura legal, nem qualquer fiabilidade. Se o sistema de portagens virtuais se enganar, ou for, ainda que pontualmente, capturado por criminosos, cobrando o que não pode, quem supervisiona as operações e resolve os conflitos?

O negócio das Parcerias Público Privadas, sobretudo no sector dos transportes rodoviários, é a principal prova do grau de corrupção a que chegou a nomenclatura cleptocrata e a partidocracia que conduziram o nosso país à bancarrota, fragilizando-o como nunca esteve desde os tempos do Ultimato Inglês (1890). O Reino Unido, que desta vez está quase tão falido como nós (2), foi obrigado a anunciar a retirada, até 2015, das 20 mil tropas que ainda tem estacionadas na Alemanha, e a alugar os seus porta-aviões às forças aéreas norte-americana e francesa, por absoluta falta de dinheiro para manter o seu inadequado sistema de forças. Se somarmos a esta debilidade estratégica inglesa, o colapso para que também caminha a América de Obama, antevendo-se para breve (2015-2020) o fim da hegemonia diplomática e militar da aliança anglo-americana, em que situação ficaremos nós perante o nosso maior credor, isto é, a Espanha?

Portugal devia ao resto da Europa, em Maio deste ano, segundo o insuspeito Bank for International Settlements (Europe's Web of Debt) qualquer coisa como 286 mil milhões de USD, ou seja, mais de 100% do PIB (que andará entre os 227,6 e os 233,4 mil milhões de USD). Desta colossal dívida, 30%, ou seja, 86 mil milhões de USD, são devidos ao nosso poderoso hermano. Este por sua vez, deve-nos 28 mil milhões. Ou seja, o saldo a favor dos credores espanhóis é da ordem dos 58 mil milhões de dólares. Uma bagatela equivalente a mais de 41 pontes Vasco da Gama, ou a uma frota de 83 submarinos da classe recentemente adquirida aos alemães (em troca da permanência da Autoeuropa em Palmela), ou 20 vezes o orçamento total do nosso ministério da defesa para 2011. Que acham que poderão os corruptos do Terreiro do Paço dizer ou fazer, sejam eles cor de rosa ou de laranja, no dia em que Madrid exigir a ligação da sua rede ferroviária em bitola europeia aos portos portugueses, nomeadamente de Sines e Matosinhos — conforme consta de sucessivos tratados assinados entre os dois países? Querem um novo ultimato, é?! Foi assim que caiu a corrupta e indolente monarquia. Querem repetir a dose na actual república de pelintras, igualmente indolente e corrupta?

As ligações ferroviárias de Portugal a Espanha e ao resto da Europa estão inscritas na estratégia europeia de transportes e mobilidade, nomeadamente tendo em vista reduzir as emissões de gases com efeito de estuda e os impactos cada vez mais dramáticos do pico petrolífero nos preços mundiais do petróleo, do gás natural, dos respectivos derivados, e de toda a cadeia de valor que daqui corre em cascata — dos preços da energia, aos preços das matérias primas mineiras e da água, do preço dos adubos e da água, aos preços dos bens alimentares, dos custos imparáveis da mobilidade, à implosão dos subúrbios urbanos a uma escala nunca vista, nem imaginada, etc.

Matraquear contra o "TGV", como insistentemente tem vindo a fazer toda a turma do PSD, a começar pelos emproados pedaços de nada que têm aconselhado o Jota Passos de Coelho (refiro-me concretamente aos perfumados e penteados Miguel Relvas e António Nogueira Leite), é um tiro no pé, e uma basófia que em breve terão que acomodar da pior maneira. Atrasar as obras, nomeadamente do corredor Lisboa-Porto, compreende-se nas actuais circunstâncias, sobretudo porque a corrompida RAVE (agora oportunamente extinta!) gastou mais de 100 milhões de euros em estudos adjudicados aos gabinetes clandestinos do PS, que nem sequer se deram ao trabalho de fazer os ditos estudos de forma tecnicamente competente, preferindo montar PDFs e Power Points para inglês ver, ao serviço das golpadas das empresas e bancos que mandam nas marionetas governamentais. Mas boicotar o troço Poceirão-Caia, como têm vindo a fazer praticamente todos os irresponsáveis do PSD, brada aos céus! Esta é a menos cara, melhor financiada por fundos comunitários, mais necessária e sucessivamente contratualizada ligação ferroviária em bitola europeia entre Portugal e Espanha. O seu objectivo é duplo: aumentar a mobilidade entre as duas capitais ibéricas, e sobretudo fazer chegar petróleo, minerais, automóveis, e tudo o que conseguirmos colocar em cima dos comboios de mercadorias, a toda a Espanha (por via de entrada na sua crescente rede de bitola europeia para comboios de alta velocidade e velocidade elevada), e também ao resto da Europa, que em Bruxelas elegeu a interoperabilidade do transporte ferroviário europeu como a primeira prioridade, para esta  década e a próxima, em matéria de transporte sustentável.

O que certamente pode esperar, por que é manifestamente desnecessário, é a Terceira Travessia do Tejo entre Chelas e o Barreiro (3), são as parcerias público privadas ruinosas com que querem levar por diante o aeroporto da Ota em Alcochete, e ainda as autoestradas vazias e os novos hospitais dos grupos Mello e Espírito Santo, a pagar por todos nós, pelos nossos filhos e netos!

Os tempos que aí vêm serão muito difíceis. Mais difíceis ainda se não pusermos um travão a fundo à voracidade bestial dos vampiros que, não contentes com terem levado o país à bancarrota, ainda querem sugar-nos o tutano que temos dentro dos ossos. A isto teremos que dizer basta! Se não nos ouvirem, esperem então por uma guerra civil, ou por uma revolução. Não partirá de mim. Mas de alguém partirá.


POST SCRIPTUM (24-01-2010; 15:25)

Alguém me recordou, a propósito deste artigo, que o meu argumento a favor de uma nova ligação ferroviária, em bitola europeia (ou bitola UIC), entre o Poceirão e Caia estará ferido de algum optimismo, não tendo nomeadamente em conta alguns factos recentemente escavados pelo Carlos Enes para a TVI, e que causaram grande burburinho entre as hostes parlamentares. As reportagens sobre este ponto, que recomendo vivamente, são estas:
No essencial, o que há para avaliar é isto:
  1. os custos do troço Poceirão-Caia oficialmente anunciados andarão, afinal, pela metade dos custos efectivos aceites pelo governo no contrato entretanto assinado à pressa;
  2. nestes custos, supostamente englobando apenas a linha de alta velocidade entre Caia e o Poceirão, escondeu-se um projecto absurdo desenhado à medida dos interesses de Jorge Coelho e Cª, isto é, construir uma nova linha convencional, em bitola ibérica, destinada exclusivamente ao transporte de mercadorias, entre o Poceirão e Caia, correndo ao lado da nova linha de alta velocidade, em bitola europeia (que o governo quer destinar exclusivamente a passageiros!) Ou seja, as mercadorias andarão em Espanha e no resto da Europa sobre carris de bitola europeia, mas quando atravessarem a fronteira portuguesa terão mudar de comboio, para garantir aos senhores de voz grossa da Mota-Engil o improdutivo monopólio ferroviário que pensam abocanhar no futuro. Ou seja, pelo dobro do previsto, e escondendo uma linha absurda debaixo de um projecto comunitário (que os burocratas de Bruxelas, certamente bem untados, também não enxergam...), este governo de piratas preparava-se para mais um embuste.
  3. as taxas de crescimento do PIB que serviram de referência à avaliação da rentabilidade do investimento —entre 1,9% e 3,5%— estão completamente desactualizadas, pelo que, com Portugal a crescer entre 0 e 1%, ou até mesmo com uma longa recessão à vista, a rentabilidade do investimento na linha de alta velocidade entre o Poceirão e Caia fica irremediavelmente comprometida.
Face a esta nova trapalhada, e mais este projecto de expropriação criminosa da riqueza nacional, eu, em vez de continuar a insistir nas virtudes da necessária interoperabilidade entre a rede ferroviária portuguesa e as redes espanhola e europeia de bitola europeia (ou bitola UIC), terei agora que condenar mais esta gigantesca burla arquitectada pela RAVE e pela Mota-Engil, exigindo —contra o que fui defendendo nos últimos anos— a suspensão imediata de todos os contratos relativos à construção da linha de alta velocidade entre o Poceirão e Caia. Paguem-se, pois, as indemnizações devidas (negociando-as duramente, claro!) e retome-se o processo de fio a pavio, em novas bases. A Judiciária, por fim, deverá ir atrás de quem se preparava para roubar mais uma quinta do Orçamento de Estado.


NOTAS
  1. Já hoje, o dinheiro que os bancos comerciais vão buscar ao BCE a 1% é emprestado a mais de 30% aos desgraçados que se vêm na emergência de ter que recorrer a empréstimos pessoais!
  2. Não fora 30% do seu PIB terem origem em paraísos fiscais da rainha de Inglaterra, e até estariam pior!
  3. A solução do corredor Chelas-Barreiro é uma monstruosidade técnica, urbana e económica. Como tal deve ser liminarmente rejeitada e, quando for oportuno e houver dinheiro, substituída por outro corredor entre as duas margens. O comboio AVE, ou LAVE, entre Madrid e Lisboa, deverá parar, não no Poceirão, mas na moderna estação, já existente, do Pinhal Novo. Ali sairão os passageiros destinados à Margem Sul. Depois de uma rápida operação de alargamento dos eixos dos rodados, o LAVE seguirá então pela Ponte 25 de Abril até à nova estação central de Lisboa, sediada onde deve estar: no centro da capital, ou seja, no Campo Grande, onde outrora existiu a Feira Popular e hoje apenas há um enorme buraco.

Última actualização: 24-01-2010 10:25