Mostrar mensagens com a etiqueta Três Gargantas. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Três Gargantas. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, maio 19, 2015

Fraude tarifária

Xi Jinping, presidente da RPChina

É preciso travar o garrote energético, já!


A fraude e o esbulho no setor energético prosseguem, perante a subserviência de Passos Coelho e do seu caricato ministro do ambiente. Convém, no entanto, esclarecer que com António Costa a coisa ainda seria pior. Basta perguntar-lhe agora o que pensa disto...

A venda dos défices tarifários fraudulentos é uma maneira da EDP ir mitigando a sua extraordinária dívida conhecida (mais de dezasseis mil milhões de euros!), mas também de escapar a uma mão negocial mais firme de um governo futuro mais honesto (que nunca será do PS, e muito menos do socratino Costa), ou simplesmente de um mais que previsível dictat da Troika. Qualquer renegociação das condições da produção e comercialização da energia no nosso país, nomeadamente no que toca ao fim das rendas piratas, terá pela frente, não apenas a EDP, Endesa, Iberdrola, Galp, etc., mas ainda uma miríade de fundos abutres sem rosto que vão especulando com o tal 'défice tarifário', passando-o de carteira em carteira, ao sabor das bolhas.

Seria bom que as Três Gargantas (Three Gorges Corporation), ou antes, que o governo chinês, desse prova, neste momento, de que veio para Portugal investir no desenvolvimento do país, ganhando lucros razoáveis, e não para alavancar a cleptocracia indígena.

Até porque, no caso da EDP, já tem os americanos à perna. E em breve terá a Comissão Europeia, e as empresas francesas, alemãs e italianas da energia.


Se gostou do que leu apoie a continuidade deste blogue com uma pequena doação

terça-feira, novembro 04, 2014

Garganta Funda - sms 2



Caro António Maria

Aqui vai uma Adenda ao sms 1, como lhe chamou:

Apenas uns pequenos apontamentos sobre o que se pode passar nos próximos tempos (mais ou menos ano e meio) em Portugal.

As falências das grandes empresas farol do nosso capitalismo de pacotilha inventado pelo lázaro de boliqueime, ainda não pararam.

Na segunda-feira, a SONAE indústria enr.... os que apostaram na empresa, ao emitir 15 mil milhões de acções, sim, 15 mil milhões, levando o preço por acção a cair de € 0,340 para o valor mínimo possível € 0,01!

A empresa estava falida, mas com esta artimanha converteu parte da dívida em capital social e prometeu vagamente que asseguraria a compra das acções emitidas, em prazo pouco claro, recorrendo aos bancos que andaram a financiar estas operações. Na verdade, a diferença entre o que o Salgado propôs aos bancos e credores e o que o Belmirito fez é que o primeiro foi mais claro e transparente do que o segundo. Neste momento o Belmirito está a agradecer aos céus a hora bendita em que financiou o Público e contratou o tonecas das delicadezas (Lobinho Xavier).

A BRISA dos Melros de betão, está em situação periclitante, e o grupo familiar também. Tiveram k vender a maioria do capital da EFACEC aos chinocas da Three Gorges, porque não tinham capital para financiar dois anos maus de vendas. Com isso, resolvem um problema e esperam ganhar alguma liquidez e começar a pagar dívidas.

A GALP andou de braço dado com a PETROBRÁS (a tal que tinha descoberto uma Arábia Saudita no pré-sal de Santos, muito antes do Obama ter começado a escaqueirar xisto pela América fora), mas agora começa a pagar com língua de pau o otimismo bolsista das previsões. A aliança com a Isabel é mesmo um namoro de conveniência, e a jogada do Poiares (com o imposto verde) tresanda a manobra de diversão. Na verdade, na prática, o preço do refinado vai aumentar em mais de 15% quando o preço do crude baixou quase 20%!!!!!!!!!!!!!

Ou muito me engano, ou o rapaz Maduro acaba como administrador da GALP, ou pelo menos ganhará uma bolsa para irar um curso de direito na Suíça. O endividamento anual da GALP é mais de 2,5*EBITDA, o que, como qualquer financeiro honesto dirá, é um comportamento de risco...

A Arábia Saudita pode manter o crude nos 80 USD por mais três anos, porque tem reservas suficientes para jogar este jogo, arrasando o Irão e metade dos gringos que andam no petróleo e gás de xisto.

A GALP, para esconder os problemas que vai e está a enfrentar no Brasil, anunciou que de mãos dadas com um parceiro mistério, poderá começar prospeções no Alentejo... O cash flow estará assegurado enquanto Bruxelas não exigir que se cumpra o acordado a quando da venda da GALP, ou seja, o unbundling das operações de refinação e de distribuição. Neste bundle, que já deveria ter sido desfeito, suspeito que a GALP ganha mais de 2 cêntimos por litro.

A PT deverá ser vendida a um estrangeiro qualquer.

Ainda não se sabe a quem, mas será um estrangeiro qualquer. O problema das pensões e dos acordos de pré-reforma da PT vão ficar em cima da mesa e vão assombrar o governo até ao final do seu mandato. Os despedimentos serão em grande número, porque há que desalavancar a enorme dívida que a PT acumulou ao longo dos anos para remunerar os acionistas e os administradores, o principal dos quais se dedicou à vinha e aos chaparros. 

A Martinfer está falida e deve andar a tentar encontrar uma fórmula para reestruturar o buraco.

O mesmo se passa com o Grupo Lena.

A Mota Engil, na prática, já se cindiu em duas: a má, em Portugal, e a boa, em Londres.

A T. Duarte lava dinheiro dos angolanos e respeitabiliza o tráfico de diamantes e os que financiam os famosos empresários angolanos.

Com o EQE (European Quantitative Easing) ficará entretanto claro que os nossos bancos apostaram no cimento da habitação e nas grandes empresas....

...vai haver dinheiro, mas não vai chegar cá porque será necessário desalavancar as grandes empresas.

Ontem o chefe do BBVA em Portugal foi muito claro: os bancos andam a emprestar ou a tentar emprestar dinheiro uns aos outros...

Deixou de haver dízimo para distribuir :(

O que sucedeu ao BES colocou todos os empresários portugueses a pensar duas vezes e a serem muito mais criteriosos nos seus investimentos políticos.

O que se vai passar em Espanha será mais um elemento perturbador em todo este sistema de jogo de mikado em que se tornou a vida nacional.

Sobre isto falaremos mais adiante

Abraço

Garganta Funda

PS: as opiniões do nosso correspondente no Médio Oriente são livres, respeitadas, mas não são necessariamente seguidas pelo António Maria. 

quinta-feira, março 27, 2014

Três Gargantas apertadas

Cao Guangjing e António Mexia, na cerimónia de assinatura do acordo Foto: Daniel Rocha - Público

Ascensão e queda de um CEO chinês


Presidente da Three Gorges, maior acionista da EDP, afastado por nepotismo


O chairman da China Three Gorges (CTG), Cao Guanjing , foi afastado do cargo após uma investigação conduzida por autoridades governamentais.

Pequim encontrou provas de nepotismo e de despesismo na empresa, o que resultou no afastamento do presidente e do diretor-executivo Chen Fei.

A notícia do afastamento do chairman da maior acionista da EDP é avançada pela Bloomberg que cita a agência chinesa Xinhua.

O novo chairman da China Three Gorges vai ser Lu Chun, enquanto Wang Lin vai assumir o cargo de diretor-executivo — in Dinheiro Vivo, 26/03/2014.

Os chineses saíram da miséria há menos de 30 anos... a corrupção no país é gigantesca, tão gigantesca que roubar o estado, e o próximo, é coisa considerada natural e praticada em larga escala. Há coisas que não mudam de um dia para o outro com o súbito enriquecimento. E o pior é que a bolha de riqueza começou a rebentar em 2010-2011. Por outro lado, o que trouxe a China à prosperidade —a exploração das reservas petrolíferas descobertas em 1959 (Daqing Field), que começaram a ser exploradas em 1962, e de forma eficiente só na década de 1970, fez da China um país autosuficiente em petróleo, mas só até 1992, ano em que começou a consumir mais do que produz! Hoje, a China depende criticamente do petróleo da Rússia, do Médio Oriente e de África, para continuar a crescer acima dos 6%, e em breve, para manter o nível económico alcançado no início deste século. Por volta de 2023 terá atingido o máximo da produção potencial de petróleo próprio — o chamado pico do petróleo. Já é hoje o maior importador de petróleo do planeta. Como a maioria dos cenários de Donella Meadows já apontava em 1972, a partir de 2030 será o salve-se quem puder à escala global :(

A bolha financeira chinesa está prestes a rebentar, e vai ser um tsunami, pelo menos em toda a Ásia.

Entretanto, começam as insolvências na China. O carrossel dos resgates de bancos chineses em apuros já começou... Queriam globalização especulativa e financeira? Pois já está! Falta saber se o cenário seguinte também será a guerra, que já começou com a progressiva invasão militar e ocupação da falida Ucrânia... Os incidentes no Mar da China tenderão certamente a multiplicar-se...

Não admira, pois, que a ascensão e queda do senhor Cao Guanjing tenha sido tão fulminante.



China's Credit Pipeline Slams Shut: Companies Scramble For The Last Drops Of Liquidity

One of our favorite charts summarizing perfectly the Chinese credit bubble, better than any other, is the following which compares bank asset (i.e., loan) creation in China vs the US.

It goes without saying that while the blue line has troubles of its own (namely finding the proper rate of liquidity lubrication to keep over $600 trillion in derivatives from collapsing into an epic gross=net garbage heap), it is the red one, that of China, where $1 trillion in credit was created in the fourth quarter alone, that is clearly unsustainable for the simple reasons that i) China will quickly run out of encumbrable assets and ii) the bad, non-performing loan accumulation has hit an exponential phase, which incidentally is why Beijing is scrambling to slow down the "flow" from the current unprecedented pace of $3.5 trillion per year — in ZeroHedge, 26/03/2014.
The Anatomy Of Panic: How A Rumor Mutated Into A Three-Day Chinese Bank Run

Yesterday we showed the end result of what happens in a China, in which bankruptcy and default are suddenly all too real outcomes for the country's hundreds of millions of depositors, when the risk of losing all of one's money held in an insolvent bank becomes a tangible possibility in "What A Bank Run In China Looks Like: Hundreds Rush To Banks Following Solvency Rumors." Today, we look in detail at all the discrete elements that culminated with hundreds of Chinese residents lining up in front of a bank in Yancheng and rushing to withdraw their money only to find their money not available (at least until the regional government was forced to step in with a bail out to avoid an even greater panic).Why is this a useful exercise? Because since we will certainly see many more example of it in the near future, it pays to be prepared. Or least it certainly prevents one from losing all of their money...  — in ZeroHedge, 26/03/2014.