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quinta-feira, agosto 09, 2018

Portugal arde. Espanha, não. Porquê?

Foto: Pedro Nunes/Reuters (in TSF) 

Os fogos florestais extremos vieram para ficar. 


A nossa atitude e a nossa capacidade de enfrentar esta nova situação tem que mudar radicalmente e em pouco tempo. Os políticos falharam em toda a linha.
36 feridos e 299 pessoas retiradas de casa por causa do fogoTSF, 09 de agosto 2018 - 10:09 
Patrícia Gaspar fez um ponto de situação do incêndio que começou na sexta-feira passada. Até ao momento, o fogo fez 36 feridos, um deles em estado grave. Destes, 19 são bombeiros. Por causa das chamas, 299 pessoas foram retiradas de casa. 
Às 10h, estavam no terreno quase 1.300 homens, apoiados por mais de 390 viaturas, seis aviões e três helicópteros.
Os guardas florestais têm que regressar em massa e, em articulação com os bombeiros, as Juntas de Freguesia, as Câmaras Municipais, a GNR, e as organizações civis vocacionadas, devem constituir uma frente da prevenção tática permanente e autónoma, bem instruída e dotada de meios suficientes, com capacidade de atacar os fogos florestais quando estes começam. A Proteção Civil, depois de informada das ocorrências, agirá então de acordo com o seu planeamento, regras e procedimentos.

Mas para isto é preciso investimento público, nomeadamente na formação das pessoas e das comunidades que vivem no meio ou próximas das florestas, bem como na dotação de meios de intervenção.

Por outro lado, a Proteção Civil tem que passar a contar com uma unidade aérea militar de combate aos incêndios florestais, integrada na Força Aérea Portuguesa—por forma a garantir prontidão, continuidade e custos controlados, evitando as negociatas político-partidárias.

Os comportamentos humanos, seja na origem criminosa de alguns fogos, seja na falta de limpeza das matas, são fatores relativamente secundários no fenómeno extremo a que continuaremos a assistir nos próximos anos e décadas.

A combinação entre o despovoamento das zonas rurais, o fim da prosperidade alimentada por energias abundantes e baratas, e as alterações climáticas (não só de origem humana, mas também de origem humana) formam um cocktail cujas explosões, cada vez mais recorrentes e extremas, não se compadecem com o amadorismo e a irresponsabilidade da partidocracia que nos conduziu à falência.

O Estado, governado agora por uma geringonça de esquerda atada a uma austeridade escondida atrás de propaganda e de decisões orçamentais populistas, provou em dois anos sucessivos a sua incapacidade e a sua enorme e criminosa irresponsabilidade na gestão deste assunto.

O país deve preparar-se para votar com os pés. O regime, assim, não funciona e deita o país a perder.

O cinismo ávido de poder, do 'socialista' António Costa, é insuportável!

Post scriptum
Red-hot planet: All-time heat records have been set all over the world during the past week — The Washington Post
Este é já o maior desafio à coesão social e à coesão territorial dos países. Quem quererá viver nas comunidades rurais de ora em diante? Que ocorrerá ao valor da propriedade rústica? E aos preços da alimentação e da água?


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sábado, junho 24, 2017

Remodelar António Costa, ou mudar o chip do regime?

A fotografia que desmascara o embuste montado pelo Governo sobre a origem da tragédia
Foto: Daniel Saúde (ver as suas declarações à SICN)

A austeridade das esquerdas está a revelar-se uma tragédia


António Costa, depois de atropelar o seu próprio partido, perdeu as eleições que prometera ganhar, tal era a convicção de que o governo de centro-direita estaria já completamente queimado pela austeridade imposta pelos credores externos e internos (não nos esqueçamos dos bancos e de outros detentores nacionais de dívida pública), e ainda pela guerrilha civil que lhe fora movida desde o primeiro minuto de vida pelas esquerdas concubinas do orçamento e do aparelho de estado: PS, PCP e Bloco de Esquerda.

O PSD, contra todas as sondagens, ganhou as eleições. Perdera, porém, a maioria parlamentar. E como a ocasião faz o ladrão, Costa aceitaria de imediato a bóia de salvação estendida pelas esquerdas comunista, maoista e trostquitsa. Em grande foi esta derrota feita vitória, mas com um preço cosido na bainha: reverter a austeridade da Troika a favor da manutenção do concubinato entre partidos numericamente irrelevantes, ideologicamente indigentes e historicamente desfasados, e o Estado, protegendo a todo o custo as suas quintas de poder: o proletariado docente, os sindicatos, algumas, cada vez menos, autarquias que há muito fogem da demagogia improdutiva, juízes que deixaram de ser órgãos de soberania, e muita mais função pública e atividades afins. Em suma, substituiu-se a austeridade da Troika por uma austeridade das esquerdas, pois, como sempre disse e escrevi, o cutelo do défice só não desfigurará mais o país que temos se respeitarmos as imposições dos principais credores. Como agora percebemos, as esquerdas, em matéria de défice, também foram além da Troika, e preparavam até os respetivos festejos para o solstício deste Verão.

Não foi pois obra do diabo o que aconteceu em Pedrógão Gande, mas consequência direta de cativações que, como sabemos, têm vindo a atingir setores vitais da nossa sociedade, como é há muito notório no setor da saúde, mas também nos investimentos em segurança florestal que ficaram no gabinete do excelso Mário Centeno (Expresso). No caso da caricata Autoridade Nacional de Proteção Civil, até consultar o seu sítio na Internet leva uma eternidade!

Duas perguntas fatais


I
Porque tardou António Costa mais de dez horas a chegar ao comando central da Autoridade Nacional de Proteção Civil? A mesma pergunta ao PR, no que se refere à sua primeira aparição televisiva. A mesma pergunta ao secretário de estado da administração interna, que só se deslocou a Pedrógão Grande seis hotas depois de os incêndios começarem. A mesma pergunta à inenarrável MAI, Constança Urbano de Sousa, que levaria onze horas a chegar ao teatro das operações.

Hipótese: estiveram a combinar uma estratégia de controlo de danos reputacionais.

Quando o par bonapartista surgiu nos vários canais de televisão a dar prova de vida, já havia 64 mortos civis e mais de uma centena de feridos inexplicáveis. Presume-se que conheciam bem, há mais de seis ou oito horas, a gravidade da situação.

II
Se, como reza agora a narrativa sobre o SIRESP (1), não falharam as comunicações, pois os sistemas complementares e redundantes suprimiram as falhas do sistema principal de comunicações do SIRESP, então haverá que responder a uma outra pergunta crítica: porque não foi encerrada a Estrada Nacional 236-1 a tempo de evitar a tragédia que ali ocorreu?

Está na hora de despedir António Costa, e de o afetuoso presidente Marcelo Rebelo de Sousa nomear outro primeiro ministro, ou, se não encontrar personalidade à altura e disponível, demitir mesmo o governo, e agendar eleições antecipadas.

Se Marcelo não retirar a tempo as devidas consequências desta degradação rápida do regime, o regime encarregar-se-à de mudar os principais chips do sistema. Em nome da sobrevivência da democracia, pois claro!

NOTAS

  1.  Jorge Lacão andou ontem à noite de um canal televisivo para outro dando explicações sobre o SIRESP. Basicamente, o que ele repetiu várias vezes foi que a PPP SIRESP, afinal, não tinha sofrido qualquer apagão de comunicações, não senhor! Seja porque funcionou um outro recurso ("estratégico") do mesmo SIRESP, seja porque não deixou de operar a rede de telecomunicações do Serviço Nacional de Bombeiros. De onde vem, porém, este empenho de esclarecimento por parte do deputado socialista? Teria sido uma resposta à revelação da clásula 17 do Contrato entre o MAI e o SIRESP, de 4 de julho de 2006, dedicado à chamada "força maior", a qual desresponsabiliza o SIRESP de qualquer incumprimetno imputável às mais diversas causas naturais e humanas, incluindo raios? Teria sido, tão só, o cumprimento de uma instrução de António Costa, no sentido de desviar todas as atenções do inimputável SIRESP, uma vez que o contrato existente, por si assinado, substitui um anterior declarado nulo por ter sido elaborado e assinado à pressa pelo governo Santana Lopes quando este já se econtrava demitido e em meras funções de gestão? Que diferenças existem entre as duas versões contratuais? António Costa, MAI de José Sócrates, assinou ou mandou assinar um contrato exorbitantemente caro para os resultados que se conhecem. Mas se esta foi a intenção, esconder as ligações do SIRESP ao atual primeiro ministro, sobre uma dúvida árdua de esclarecer: porque se manteve aberta a EN236-1 durante várias horas depois do incêndio ter deflagrado e assumido proporções alarmantes?
Atualizado em 24/6/2017, 16:47 WET