quarta-feira, junho 22, 2011

Seguro defende mais Europa

O PS tem agora tempo para pensar e debater. Aproveite-o!

A Europa na encruzilhada. António José Seguro (Facebook)

“Se vier a ser, como espero, secretário-geral do Partido Socialista, proporei aos demais líderes socialistas dos países da União Europeia uma reflexão e acção conjuntas com vista à saída da presente crise, nomeadamente a definição de medidas concretas para o reforço do governo político e económico no seio da União Europeia. Na minha família política existe já um acervo interessante de reflexão recente, nomeadamente as contribuições de Jacques Delors, Felipe Gonzalez, Giuliano Amato e Mário Soares. Nos momentos de crise exige-se determinação e imaginação redobradas. Chegou a altura da família socialista, trabalhista e social-democrata europeia assumir um compromisso forte dando a máxima prioridade ao crescimento económico e ao emprego. A Europa tem que agir em conjunto. Não podemos continuar com uma política monetária e várias políticas económicas. Urge articular as respostas contra a crise com as reformas de futuro que necessitamos.”

A atitude moderada de António José Seguro (AJS) agrada-me. Alinhar com a ideia de uma União Europeia com governo económico próprio (e não apenas um governo financeiro, ainda por cima subsumido aos interesses do eixo Franco-Alemão), parece-me excelente.

Um governo económico da União deve significar basicamente que os diversos estados europeus precisam de ser vistos e tratados, não apenas como países que concorrem entre si, mas também como regiões de um todo estratégico solidário, onde não pode haver assimetrias fiscais, nem laborais, nem sociais, nem educativas, nem culturais, fora de intervalos de segurança a definir. A actual crise financeira e social serve de lição: ou os estados cedem mais da sua soberania substantiva em prol da robustez e força colectivas da União, ou arriscamos todos a dar de bandeja ao dólar americano 60 anos de construção europeia!

Mas AJS tem também que compreender que não é mais possível (em nenhuma parte do planeta!) crescer à custa do endividamento estrutural das economias e das nações. E que, portanto, o Estado Social terá que sofrer necessariamente uma profunda revisão. Começar por rejeitar esta mudança vital ao bem-estar relativo dos povos, nomeadamente em sede de revisão constitucional, não é boa ideia. Vamos ter que começar a pensar na maneira de sermos felizes crescendo menos e distribuindo mais justamente!


POST SCRIPTUM

A este propósito vale a pena ler este provocador artigo de Charles Hugh Smith, que recuperei já depois do comentário que fiz no Facebook ao escrito programático de AJS:

The Death of Demand - The Post-Consumer Debt Economy.
By Charles Hugh Smith (of two minds)

The Keynesians and other economists have no ideas for confronting the reality of a post-consumerist debt economy and society. Like frenzied rats in a cage, they only have one lever to push to release the cocaine-laced pellets, and so they've been pushing it for 40 years.

Now they're hitting the bar with frantic energy, hoping the crazed and addled rats around them can dredge up some "demand" for more pellets to "consume." But the consumer-rats are bloated and lethargic; they've consumed so much debt-drug that they're near death.

Like a star which has expanded and now cannot maintain its grand state, the debt-based consumerist economy is now poised to experience a supernova implosion.

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