Em democracia nada justifica uma máquina de propaganda audiovisual ao serviço do governo de turno |
Já não precisamos da RTP, obrigado. Precisamos, sim, de uma Nova Constituinte!
Um editorial tem 4.000 caracteres. Para este bastariam 56: vender uma licença de televisão não é privatizar a RTP. Pedro Santos Guerreiro, in Negócios, 5 agosto 2012.
Desde que se começou a falar da privatização da RTP, escrevi sempre o mesmo:
UM — Não precisamos de qualquer televisão pública no estado atual das tecnologias de comunicação. Assim como se privatizaram todos os jornais do estado que chegaram a coalhar o panorama mediático nacional e já ninguém se lembra porque duraram tanto tempo, o mesmo ocorre com os ainda existentes canais de propaganda audiovisual ao serviço das teias governamentais de turno, entretanto transformados em verdadeiros nichos de emprego político e fonte de despesismo escandaloso e inútil do ponto de vista da informação. Os arquivos da RTP devem ir para uma secção da Biblioteca Nacional e servirem a cidadania, toda a indústria, assim como os estudiosos académicos.
DOIS — Os maquiavelismos sórdidos que o licenciado instantâneo Relvas tem procurado implementar a propósito da falsa privatização da RTP-RDP em curso, apenas desacreditam o governo do Jota Passos de Coelho e demonstram à saciedade que este regime corrupto já não tem emenda.
Esperemos que a Troika esteja suficientemente atenta para não deixar passar mais esta farsa e falsificação dos termos acordados do memorando que preside ao resgate em curso.
A democracia portuguesa ainda vigente degenerou e o texto constitucional a que falsamente obedece morreu. É preciso retirar as inadiáveis consequência do cadáver adiado que temos entre mãos e preparar um funeral condigno. Isto é, é urgente convocar uma NOVA ASSEMBLEIA CONSTITUINTE para refundar esta insolvente, incompetente e corrompida democracia populista.
A Constituição em vigor é uma inutilidade manifesta, atropelada à esquerda e à direita todos os dias.
Ou apostamos na União Europeia e rasgamos a atual farsa constitucional, completamente esburacada pelos alçapões que a cleptocracia e o populismo multiplicaram ao longo das últimas décadas. Ou, se não tivermos força democrática suficiente para mudar este regime bloqueado, espera-nos um rápido e desastroso declínio da economia e das liberdades, com a consequente expulsão do paraíso europeu.
O tempo de optar entre o PSD e o PS, ou entre a esquerda desmiolada e oportunista que temos e o resto do espectro partidário acabou. Tal como no tempo da ditadura, a única atitude livre e democrática que nos resta é anunciar e boicotar publicamente os próximos atos eleitorais, e reclamar a formação de uma NOVA ASSEMBLEIA CONSTITUINTE.
Queremos, ou deveríamos querer, uma democracia simples, responsável e transparente.
Queremos ou deveríamos querer uma verdadeira União Europeia, próspera, sustentável, livre, democrática, justa e regionalmente equilibrada.
Mas para aqui chegarmos, o primeiro passo é mesmo derrotar a cleptocracia instalada e os seus vassalos.
2 comentários:
Concordo -facilmente- com o que expressa neste, e em outros, seus "posts".
Acrescentaria um desafio aos Srs. Deputados de todos os partidos.
Se acham que são tão genuinamente merecedores do título de representantes dos eleitores -e não do partido- têm nas mãos o poder -e a responsabilidade- de mudar a Lei Eleitoral para a AR.
É simples.
A-Candidaturas abertas a todos os cidadãos portugueses. Com ou sem filiação partidária. Entenda-se Democracia.
B-Boletins de voto com os nomes (e fotos) dos cadidatos no seu círculo eleitoral.
Não? Cobardia? Carneirismo?
JS
Se o que comenta fosse feito, o Pais entrava nos eixos.
Presumo que não acredita na "Nossa Senhora de Fátima" e não lhe passa pela cabeça ir a pé com o chauffer ao lado e depois ser preso pelo F.B.I.
Como diz e bem o António Maria, constituição para o lixo e, uma nova e pequena.
E já agora nesta terrinha , bastava o supremo e o TC para o lixo e, sabe porquê?
Nos EUA só existe supremo, cá é mais tachos!!!
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