sexta-feira, julho 13, 2018

O labrego americano


A América não passa hoje de um reality show


A Rússia está em recessão demográfica e envelhecimento acelerado. Além do mais, sem vender gás à Europa, e sem os investimentos alemães e europeus, estaria frita, na sertã chinesa. Logo, o perigo de uma invasão russa é um papão ressequido sem real valor propagandístico. Quanto à NATO, já não serve para coisa nenhuma! Do que precisamos é de um sistema de defesa estratégica europeu, com tecnologia e armamento europeus. Ou será que não dá para perceber o que alguns americanos há muito querem: destruir a Europa? Não nos esqueçamos que a América se tornou uma potência hegemónica sobretudo à custa das duas guerras mundiais iniciadas na Europa (1914-18, 1939-45). Eram, antes destas duas tragédias europeias (já então postas em marcha para travar a Alemanha...), uns labregos. Voltaram a sê-lo!


Trans-Europe Express – NATO is dead
By Georgi Gotev with Freya Kirk | EURACTIV.com

NATO held its first summit in its grandiose new buildings this week. This should have suggested a new beginning for the transatlantic alliance. But the impression from the discussions was quite the reverse.

As one reporter suggested, this was a sadomasochistic extravaganza: Donald Trump first horsewhipped his allies, and then had his happy moment, suddenly declaring victory and having made NATO “much stronger”.

Criminals should be treated with more respect than the way Trump treated his colleagues. A source told your correspondent that every time the US president heard messages he didn’t like, he just ignored the speaker and even turned his back on them to speak to his own delegation.

At one point, Emmanuel Macron had to pause his speech for almost a minute, waiting for Trump to finish his private conversation and refocus on the meeting.

Outside the meeting room, to a mixture of general dismay and disbelief, Trump said the “level of spirit” had been “incredible”, declared the summit a big success, and bragged that he had been able to squeeze an additional $33-$40 billion in defence spending from his allies.

This, however, is not true. NATO Secretary-General Jens Stoltenberg said this money had been committed in advance, and the figures were published in a paper two days ahead of the summit.

It was, therefore, a fudge: intended for an audience that is not interested in the details, which is more or less Trump’s electoral base.

Read more

2 comentários:

António Maria disse...

Relativamente elevada cultura popular só na Europa do norte (o povo mais culto do mundo parece-me q serão os finlandeses, a julgar pelos tempos q trabalhei nas redes da comissão europeia). Todavia, o pensamento social mais avançado é quase todo no States (democracia deliberativa, novas formas de planeamento, 'market socialism', etc.).. Um primo meu (há muito falecido) foi piloto da barra e tinha uma ideia com base nos navios que pilotava. Dizia-me que nada chegava à organização dos barcos de dois países - USA e Japão. Só que nos USA era só para os oficiais, o resto do barco era uma bagunça. Os States são isso - excelentes elites técnico-científicas e um povo ignorante e arrogante mas com uma base de civismo e responsabilidade social oriunda do protestantismo (elegem o pastor; já o o padre é designado pelo bispo...).

É sempre a mesma coisa - cultura cívica versus cultura paroquial (Almond e Verba - que ainda são os que dão a melhor explicação sobre porque algumas nações falham e outras singram, muito melhor da que a do Adam Smith, das conferências do casino, e do recente Acemoglu e Robison, passando pela complexidade confusa do Hofstede e do Inglehart que desistiu de estudar Portugal porque lhe estragava os mapas culturais—ficávamos na América do sul - a lembrar a jangada de pedra.

O Toqueville apanhou muito bem a cultura dos USA, embora eu ache que a minha explicação ainda é a melhor (culturas de responsabilidade social neolítica versus culturas cesaristas dos grandes impérios).

Os USA têm outra coisa que é um otimismo enorme, porque depois da chacina dos nativos americanos ficaram com um país muito rico para relativamente pouca gente. Foi também esse fantasma que elegeu o Trump. As "soluções" mais absurdas parecem possíveis para estes nativos e ressuscitam o fantasma do otimismo americano.

Abraço
JL

António Maria disse...

Meu caro
E a Europa é o quê? Caminha para onde?
Depois do regresso da eliminação étnica na ex Jugoslávia, depois da destruição da Líbia, depois da politica de abertura de fronteiras de Angela Merkel que constituíu um incentivo de tráfico humano desde o Afeganistão até ao sul do Sahra, e com um bêbado como Presidente da Comissão Europeia que tem ataques de ciática, os americanos é que são labregos? Os líderes europeus ao pé de Putin ou do Trump são meninos caprichosos de jardim infantil!
Abraço
VL