terça-feira, janeiro 28, 2025

NAL e soberania

Aeroporto de Barajas, Madrid
Em 2026 terá a capacidade de processar 90 milhões de passageiros.

Temos mais um ignorante aventureiro à frente das infraestruturas do país: Miguel Pinto Luz. Parece um vivo-morto movido a pilhas caminhando sempre em frente, sob o comando de uma voz qualquer que só ele ouve. Esta é a voz imanada pelos pedreiros-livres que vêem o país sucessivamente sugado pelos credores e pelos países com interesses históricos na praia lusitana: espanhóis, ingleses, americanos (e ainda alguns herdeiros de antigos impérios do Islão: turcos e árabes).

O NAL, que um dia será inevitável, pretende ser sobretudo um contrapeso estratégico a Barajas, o mega aeroporto de Madrid. A sua vocação é atrair à margem sul de Lisboa os tráfegos aéreos do Brasil, Estados Unidos e Canadá, mas também de África, nomeadamente Angola, países do Golfo da Guiné, e Moçambique, nomeadamente. Uma ambição que nem a Portela, nem o Montijo, nem Alenquer jamais poderiam acomodar.

É por tudo isto que só o Pinto Luz ouve as vozes imperativas do NAL, enquanto outros debatem as vantagens e as desvantagens menores do negócio em vista.

Estou convicto que teremos um NAL na região de Benavente antes de 2050, mas não em 2030. Poder inaugurar esta infra-estrutura em 2040 já seria um êxito. Veremos.

As coisas andam ligadas: NAL e TAP.

As Low Cost servem o negócio do médio curso, mas não o transporte aéreo intercontinental. O países soberanos não jogam apenas em função da viabilidade comercial imediata. Há desígnios estratégicos que importam mais que o deve/haver das conjunturas económicas. Qualquer dia Madrid vai dizer, como o Trump disse agora sobre a Gronelândia, o Panamá, o Canadá e o México, que precisa de Portugal para garantir a sua segurança estratégica!!!

sábado, janeiro 25, 2025

Atavismo e utopia

Lebre atenta, 2025
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Me+DALL-E

A distopia como utopia é a moda mais recente entre os psicopatas narcisistas que parcialmente dominam o mundo desenvolvido. A lógica da sua propaganda constante diz-nos que no futuro os países serão habitados por gagás assistidos por robôs e alguma criadagem humana para lhes mudar as fraldas. Para já, o importante é meter medo e avançar as agendas do ciber controlo das massas. No entanto, o futuro não está nas sociedades de velhos caquéticos, xenófobos  em acelerado processo de extinção demográfica, mas nas sociedades capazes de reproduzir, não a longevidade, mas a juventude. Isto é, em países como os Estados Unidos, em continentes como África. 

O capitalismo não explora máquinas, mas humanos, negociando com estes o preço do trabalho. O preço das máquinas não varia ao longo das respetivas 'vidas' úteis, é, como diriam os velhos economistas do século 19, capital fixo. É sobre o capital variável, nomeadamente no preço do trabalho, da energia, das matérias primas e do conhecimento, que assenta o crescimento e a competitividade do capitalismo. As máquinas, burras ou inteligentes, são meros instrumentos que prolongam as nossas mãos e pernas, e a nossa mente.

Quando as sociedades capitalistas passaram dos cavalos de quatro patas para os cavalos a vapore e depois para os cavalos de explosão e elétricos, houve um salto quântico no crescimento demográfico e na qualidade de vida dos humanos. Com a automação, a robótica e a nano-robótica, as redes sociais e a IA, haverá outro salto quântico. Estamos, aliás, neste momento, no respetivo momento impulsivo. Fantasmas e medo da transformação são inerentes à vida, mas esta só progride vencendo o atavismo.

Já agora, religiões e ideologias tiveram pouca relevância nestas transformações...

sexta-feira, janeiro 24, 2025

Singularidade a caminho

Imagem arbitrária de uma singularidade, 2025
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Me+DALL-E+GIMP 2.10

Os Mapas de Democracia poderão, em breve, quando o que já existe se precipitar numa nova cosmovisão humana, abrir uma singularidade antrópica sem precedentes.

When A.I. Passes This Test, Look Out
By Kevin Roose
Reporting from San Francisco
The New York Times

Jan. 23, 2025

If you’re looking for a new reason to be nervous about artificial intelligence, try this: Some of the smartest humans in the world are struggling to create tests that A.I. systems can’t pass.

For years, A.I. systems were measured by giving new models a variety of standardized benchmark tests. Many of these tests consisted of challenging, S.A.T.-caliber problems in areas like math, science and logic. Comparing the models’ scores over time served as a rough measure of A.I. progress.

But A.I. systems eventually got too good at those tests, so new, harder tests were created — often with the types of questions graduate students might encounter on their exams.

Those tests aren’t in good shape, either. New models from companies like OpenAI, Google and Anthropic have been getting high scores on many Ph.D.-level challenges, limiting those tests’ usefulness and leading to a chilling question: Are A.I. systems getting too smart for us to measure?

A IA avança rapidamente. Em breve estaremos a discutir a transição dos atuais modelos de governança e representação democráticas para novos regimes constitucionais onde a IA iluminará pela via cognitiva os tradicionais poderes Legislativo, Judicial e Executivo, assim designados por Montesquieu no século XVIII.

DAO (Decentralised Autonomous Organization) é uma das experiências de governança democrática descentralizada em curso, a qual assenta no paradigma blockchain. Entretanto, surgiram conceitos novos para designar possíveis futuros no domínio das organizações, como ALGOCRACIA e CIBEROCRACIA. 

Eu próprio avancei uma ideia-modelo assente nos atuais e universalmente disponíveis ciber-poderes (redes computacionais, bases de dados online, redes sociais, blockchain, data-mining, etc.) a que chamei DEMOCRACY MAPS (October, 2012). Estes mapas de democracia dariam forma e representação a todos os paradigmas, sistemas e organizações do poder humano (sexual, social, económico, cultural e bélico), por forma a que os processos de decisão individual e coletivo pudessem dar um salto de singularidade na espécie humana assistida pelas máquinas materiais e imateriais por si criadas.

Vale a pena ir conhecendo este novo mundo...