Virar a esquerda contra a direita não resolve o problema
O triângulo dos recursos tem um limite físico e comercial |
O chamado fator subjetivo da transformação do capitalismo já não se chama proletariado, como ocorreu quando Karl Marx identificou este motor social na segunda metade do século 19. (1848-1867). A crise do capitalismo atual é sistémica e objetiva, e por isso não depende de modo relevante de um qualquer ator social privilegiado. Na realidade, a transição sistémica de que necessitamos só poderá ocorrer com sucesso se houver uma cooperação exigente entre, de um lado, os trabalhadores não especializados e, do outro, os negócios, os governos e os trabalhadores/criadores especializados.
Assim sendo, quer os tradicionais partidos da esquerda operária, quer os derivados tardios da retórica leninista e suas variantes (estalinista, trotskista e maoista) fazem hoje pouco sentido. O eco deste mundo há muito desaparecido mas que continuamos a escutar não passa de uma máscara atrás da qual se aninham burocratas e intelectuais ociosos e oportunistas.
A transformação que o capitalismo está neste preciso momento a sofrer é estrutural e deriva sobretudo da sua globalização num contexto de esgotamento do paradigma energético fundacional: energia fóssil abundante, facilmente transportável e barata + tecnologia. A tecnologia continua a expandir-se rapidamente, mas a energia barata acabou. Apenas porque o endividamento global se transformou numa bolha especulativa foi até agora possível esconder o problema real que temos diante de todos nós.
Estamos metidos num grande sarilho do qual talvez seja possível sair, mas não agravando a bolha do endividamento público e privado que asfixia o crescimento, nomeadamente através da destruição do poder de compra dos trabalhadores não especializados, e da destruição financeira em curso.
Because the oil problem is one of diminishing returns, adding debt becomes less and less profitable over time. There is a potential for a sharp decrease in debt from a combination of defaults and planned debt reductions, leading to very much lower oil prices, and severe problems for oil producers. Financial institutions tend to be badly affected as well. If a person looks at only past history, the situation looks secure, but it really is not.
Substitutes aren’t really helpful; they tend to be high-priced and dependent on the use of fossil fuels, including oil. They cannot possibly operate on their own. They add to the “oversupply at high prices” problem, but don’t really fix the need for low-priced supply.
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We are reaching a head-on collision between (1) the rising cost of energy production and (2) the falling ability of non-elite workers to pay for this high-priced energy.
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As I have previously mentioned, most researchers begin with the view that soon there will be a problem with energy scarcity. The real issue that tends to bring the system down is related, but it is fairly different. It is the fact that as we use energy, the system necessarily generates entropy. This entropy takes the form of rising debt and increased pollution. It is these entropy-related issues, rather than a shortage of energy products per se, that tends to bring the system down.
in “The real oil limits story; what other researchers missed”
Our Finite World. Posted on May 12, 2016 by Gail Tverberg