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sexta-feira, março 04, 2016

Beijocas no ar, tempestade no mar



Era assim que Leonid Brezhnev beijava Erich Honecker. Já as palmadinhas no cu...


Ao contrário da homossexualidade ainda enfiada no armário que predomina em Portugal, o beijo entre homens, e o beijo na boca entre homens eslavos, é um ritual muito comum, que as televisões difundiram por todo o mundo. Idem para os beijinhos entre políticos de sexos opostos. Passos beija Merkel, que beija Hollande, que beija a provocante Helle Thorning-Schmidt, que beija Jean-Claude Juncker... que beija José Manuel Durão Barroso!

Habituemo-nos à nova praxis. Se ao menos evitasse o empobrecimento da classe média.



domingo, fevereiro 01, 2015

Pablo Iglesias: ¡Hácen falta Quijotes!


¡Sí, se puede!

Soñamos, pero nos tomamos muy en serio nuestros sueños.


“Rajoy escuta, Espanha está em luta” é a palavra de ontem gritada por milhares de espanhóis que estão nas ruas de Madrid. As Portas do Sol estão cheias de gente vestida de roxo. O comício do Podemos já começou. Pablo Iglesias encabeçou a ‘Marcha da Mudança’

Ler mais: Expresso

O discurso que poderá levar Pablo Iglesias e a frente populista Podemos ao governo de Espanha, este ano, foi pronunciado no sintomático dia 31 de janeiro de 2015. Em Portugal, este dia, no ano de 1891, marcou a revolta (falhada) que deu início ao movimento político que conduziria, quase vinte anos anos depois, à queda da monarquia e subsequente implantação da República.

E em Espanha, como será? Viam-se muitas bandeiras republicanas entre a mole de mais de cem mil manifestantes que foram ouvir Pablo Iglesia naquela que foi anunciada como La Marcha del Cambio—el momento es ahora. A cor púrpura do Podemos, curiosamente, é a mesma de uma das faixas da bandeira republicana espanhola.

A sondagem mais recente, de janeiro último, dá ao movimento liderado por Pabo Iglesias mais de 5% de vantagem sobre o PSOE, e mais de 9% sobre o PP de Mariano Rajoy. Depois da grande manifestação de ontem, sob o impacto das recentes eleições gregas, que deram o poder ao Syriza, é bem possível que as próximas sondagens aguentem a vantagem de janeiro, ou acentuem mesmo o entusiasmo crescente de uma parte importante dos eleitores, sobretudo nas cidades, pela ideia de mudança.

Vale a pena ouvir o discurso cirúrgico de Pablo Iglesias contra o 'totalitarismo dos cortes', e contra o 'totalitarismo financeiro', notando a forma certeira como assaca as responsabilidades pelo empobrecimento e pela situação humilhante do país, aos partidos instalados, com especial destaque para Mariano Rajoy, mas também aos banqueiros e especuladores, aos ricos de sempre, que deixaram o país numa situação que urge reverter, e ainda à visão, na sua opinião arrogante e inaceitável, de Angela Merkel.




A austeridade está a destruir e a dividir a Espanha em duas, diz Iglesias: os de cima, que estão mais ricos, e os de baixo, que estão mais pobres. E por isso, a manifestação de 31 de janeiro não é para protestar, mas para fazer mudanças, já em 2015, que vão marcar o futuro da próxima geração.

Podemos defende a reestruturação sábia das dívidas e contas públicas em ordem, em nome dos direitos democráticos da cidadania, da justiça social, contra a burla da austeridade, e contra o totalitarismo financeiro. A soberania é dos países e não reside em Davos, invetiva Iglesias.

Neste discurso, curiosamente, Pablo Iglesias evita repetir demasiadas vezes a palavra Espanha, embora fale, naturalmente, de cidadãos espanhóis e de espanhóis. Mas sublinha substantivamente a Pátria, contornando com este artifício retórico a ferida dos nacionalismos, sem deixar de saudar os manifestantes em castelhano, basco, galego e catalão.

O tom retórico é de outro tempo, recordando por vezes discursos da época heróica das utopias socialistas e comunistas, mas também de Jesus quando expulsou os vendilhões do templo—¡malditos sean aquellos que quieren transformar nuestra cultura en mercancía!, exclama Iglesias contra os os novos vendilhões do marketing.

A necessidade é muita e dramática. Os pobres e os injusta e subitamente empobrecidos escutam... e provavelmente votarão para provar a boa-nova deste jovem demagogo.

O comício termina com estas palavras: Madrid, Europa, 31 de janeiro de 2015, ano da mudança, podemos sonhar, podemos vencer.


COMENTÁRIO DE UM AMIGO


María Pacheco (Granada, c. 1496 - Oporto, Portugal, 1531), de nombre completo María Pacheco y Mendoza. Noble castellana. Fue esposa del general comunero Juan de Padilla; tras la muerte de su marido asumió desde Toledo el mando de la sublevación de las Comunidades de Castilla hasta que capituló ante el emperador Carlos en febrero de 1522—Wikipedia.

António,

Foi o Ribeiro Telles que me explicou.

A cor lilás vem originariamente do movimento dos comuneros.

Este movimento opôs os proprietários de rebanhos contra o Imperador Carlos V. A própria Joana a Louca terá sido afastada por ter tomado o partido desta revolta.

Os proprietários lutavam contra os impostos de ter de pagar passagem pela transumância (o mesmo conflito opôs nos USA os cowboys a outros proprietários fundiários)

Ainda hoje uma vez por ano os pastores atravessam ostensivamente o centro de Madrid.

A República adoptou a cor dos comuneros contra o poder Real.

O Pablo Iglesias, um erudito Leninista confesso, sabe usar o simbolismo histórico como ninguém. Fiquei completamente banzado com o discurso de Madrid e as suas metáforas.

Utiliza um discurso demagógico clássico, estruturado e pedagógico, de perguntas e respostas, ao estilo de Hitler, Goebbels ou Martin Luther King, muito ao estilo da retórica eclesiástica dos Jesuitas.

Domina totalmente a reacção das massas, inclusivamente ordenando quando aplaudir ou quando se conter. Num os seus discursos desafia a audiência em êxtase, a abster-se a aplaudir e permanecer em silêncio, para no fim permitir uma forte ovação.

Não só se viam as bandeiras de da Republica e a cor dos comuneros, como uma total ausência da Bandeira de Espanha.

Foi também nessa Praça que foi declarada a II Republica de 1931.

Pablo Iglesias é algo muito mais importante do que pensamos.

abc
F.B.

Atualização: 2/2/2015, 10:20 WET

quarta-feira, novembro 19, 2014

Podemos acabar com a casta, ou ganhar juízo?

Ana Pastor, Antena 3, La Sexta, programa Objectivo

Pablo Iglesias, secretário-geral do Podemos

Ana Pastor: jornalista. Pablo Iglesias: político.
A raça espanhola está viva, recomenda-se e poderá acabar com o bipartidismo e a casta que levaram o país vizinho, tal como cá, à pré-bancarrota


Eis como uma jornalista, Ana Pastor, muy guapa por cierto, fez tremer as expetativas de maioria parlamentar que as últimas sondagens deram ao Podemos, colocando Pablo Iglesias, entretanto eleito secretário-geral do partido que saiu das Puertas del Sol e de centenas de outras praças de toda a Espanha, como putativo candidato a primeiro ministro deste “país de países”, como lhe chamou Iglesias na arena televisiva de Ana Pastor, em resposta a uma pergunta sobre a posição do Podemos relativamente às iniciativas soberanistas da Catalunha.

Numa entrevista que vale a pena ver e ouvir do princípio ao fim, dada no dia 17 de novembro ao programa Objectivo, da Antena 3, a jovem jornalista confrontou e acantonou o tumultuário sociólogo Pablo Iglesias com a agenda radical-chavista que este empunhou até ao dia em que as sondagens o indicaram como provável próximo ocupante do Palácio da Moncloa.

Comparando esta entrevista com uma outra, de 1 de junho passado, ficamos a saber que muita coisa mudou na retórica de Pablo Iglesias, felizmente na direção certa.

Creio que a maturação de Iglesias e do Podemos é um processo irreversível, o que aumenta, em vez de diminuir, como alguns comentaristas espanhois insinuaram, a probabilidade de o Podemos quebrar o rotativismo bipartidário espanhol.

E em Portugal, onde está o nosso Podemos?

Será o PDR de Marinho e Pinto, que tem um líder capaz de ecoar as preocupações de milhões de portugueses, mas a quem falta organização e juventude, o partido que irá rebentar com o neo-rotativismo e a neo-choldra indígenas? Ou o Nós, cidadãos, a quem falta liderança e, uma vez mais, juventude, que poderá aparecer como o próximo aliado parlamentar do PSD? O Livre, apesar de contar com mais jovens do que o PDR e do que NC, por não passar de um rebanho de ovelhas tresmalhadas de outra coisa amorfa chamada Bloco de Esquerda, e por ser um bebé proveta desenhado para muleta dessa coisa indecorosas que é o socratino PS do Costa das inundações e das taxas, não terá certamente futuro.

Veremos o que nos traz janeiro... Talvez, desta vez, tenhamos que esperar pelos novos e tempestuosos ventos que sopram de Espanha, para acordarmos.


Entrevistas, antes e depois de o Podemos ser dado como forte canddiato a primeiro partido de Espanha: