Mostrar mensagens com a etiqueta Quantitative Pleasing. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Quantitative Pleasing. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, fevereiro 06, 2017

Draghi: ¡No pasa nada!


Alguma vez o BCE voltará a colocar no mercado o lixo financeiro que tem andado a comprar? Provavelmente, não. Hummmm...


...we decided to extend the asset purchase programme beyond March 2017, with the intention of conducting our purchases until the end of December 2017 or beyond, if necessary, and in any case until the Governing Council sees a sustained adjustment in the path of inflation consistent with its inflation aim. We will continue to purchase assets at a monthly pace of €80 billion until March. Starting from April, our net asset purchases will run at a monthly pace of €60 billion, and we will reinvest the securities purchased earlier under our programme, as they mature. This will add to our monthly net purchases. 
— in Introductory statement by Mario Draghi, President of the ECB, at the ECON committee of the European Parliament, Brussels, 6 February 2017 (more)

Como afirmou Draghi hoje, ¡No pasa nada! Ou seja, ninguém sabe como sair do ciclo de expansão monetária e repressão fiscal que disfarça o buraco negro do endividamento e da quebra agregada da procura mundial, e portanto, o QE irá prosseguir 'whatever it takes'.
Até lá, os fundos de pensões e as poupanças continuam a caminhar para zero.
Por enquanto, o negócio do BCE e do BoJ é este: 
—compram a si próprios obrigações a 0,45% e a 0,1% (150 mil milhões de dólares/mês!) que depois investem em títulos do Tesouro Americano, que paga 2,45%. Capiche? O Zé Povinho, como sempre, fica a ver navios, embora enquanto o pau vai e vem, os governantes, as administrações públicas e afins, e os pensionistas do setor público, vão recebendo regularmente os seus vencimentos. Até quando?
Vale a pena ler este post de Bill Bross na íntegra:

Happiness Runs
Janus Capital, February 6, 2017  
...in order to control volatility, and keep a floor under asset prices, central bankers may be trapped in a QE-forever cycle, (in order to keep the global system functioning). Withdrawal of stimulus, as has happened with the Fed in the past few years, seemingly must be replaced by an increased flow of asset purchases (bonds and stocks) from other central banks, as shown in Chart I. A client asked me recently when the Fed or other central banks would ever be able to sell their assets back into the market. My answer was "NEVER". A $12 trillion global central bank balance sheet is PERMANENT - and growing at over $1 trillion a year, thanks to the ECB and the BOJ. 
[...]
An investor must know that it is this money that now keeps the system functioning. Without it, even 0% policy rates are like methadone - cancelling the craving but not overcoming the addiction. The relevant point of all this for today's financial markets? A 2.45%, 10-year U.S.Treasury rests at 2.45% because the ECB and BOJ are buying $150 billion a month of their own bonds and much of that money then flows from 10 basis points JGB's and 45 basis point Bunds into 2.45% U.S. Treasuries. Without that financial methadone, both bond and stock markets worldwide would sink and produce a tantrum of significant proportions. I would venture a guess that without QE from the ECB and BOJ that 10-year U.S. Treasuries would rather quickly rise to 3.5% and the U.S. economy would sink into recession.

So what's wrong with financial methadone? What's wrong with a continuing program of QE's or even a rejuvenated U.S. QE if needed? Well conceptually at first blush, not much. The interest earned on the $12 trillion is already being flushed from central banks back to government fiscal authorities. One hand is paying the other. But the transfer in essence means that monetary and fiscal policies have joined hands and that the government, not the private sector, is financing its own spending. At an expanding margin, this allows the private sector to finance its own spending and fails to discriminate between risk and reward. $600 billion in the U.S. for instance goes into the repurchase of company stock, whereas before, investment in the real economy might have been a more lucrative choice. In addition, individual savers, pension funds, and insurance companies are now robbed of the ability to earn rates of return necessary to maintain long-term solvency. Financial Armageddon is postponed as consumption is brought forward and savings suppressed and deferred. 
more  

quinta-feira, dezembro 08, 2016

Portugal, 2017



Política monetária do BCE sem alterações significativas.
FMI analisa às apalpadelas, e não acerta


Draghi prossegue a política monetária do chamado Quantitative Easing como única ferramenta disponível para evitar um colapso sistémico de consequências imprevisíveis. Fará alguma retenção no volume das aquisições de dívida pública, bancária e de alguns setores empresariais, entre abril e dezembro de 2017 (de 80 para 60 mil milhões de euros/ mês), ajudando assim a agenda eleitoral de Angela Merkel, mas promete desde já, se for necessário, intensificar em 2018, em volume, ou em duração, este mesmíssimo programa de Quantitative Pleasing: taxas de juro a zero ou abaixo de zero, aquisições maciças de dívida pública e privada, em suma, monetização de uma parte muito substancial da super-dívida que pesa sobre a maioria dos países do planeta, incluindo a rica Europa.

Sobre Portugal convém destacar o seguinte:
  • vai crescer menos do que a União Europeia em 2016-2017 (1,3% contra 1,7%) e em 2018-2019 (1,2% contra 1,6%), 
  • terá uma inflação ligeiramente acima da média dos países da União Europeia: 0,5% contra 0,2% em 2016, 1,4% contra 1,3% em 2017, 1,6% contra 1,5% em 2018.
  • a rentabilidade das OT10 (3,51% em 11/11/2016) continua muito acima da média europeia e mais do dobro das obrigações espanholas (1,474% em 11/11/2016).
  • no entanto, a nossa dívida total (pública e privada) em % do PIB é a terceira mais pesada do mundo, só ultrapassada pela da Irlanda e pela do Japão. O que significa que estamos demasiado expostos à evolução das taxas de juro e de câmbio, e aos preços da energia (petróleo) e das matérias primas.
Este gráfico do McKinsey Global Institute é demasiado claro!

No prazo da atual legislatura, os ventos são pois razoavelmente favoráveis à Frente Popular Pós-Modenra instalada no poder. A menos que haja uma alteração radical no sistema mundial e na adaptação económico-financeira em curso, haverá condições para o PCP e o Bloco de Esquerda continuarem a suportar o governo de António Costa, ainda que à custa de uma menorização acelerada do peso eleitoral destes pequenos partidos. Se o PS consolidar a sua maioria autárquica no final de 2017, sobretudo se for à custa do PSD e do CDS, haverá condições para uma renovação da atual solução governativa, possivelmente com a entrada do PCP e do Bloco no próximo governo —única forma de obviarem a sua já evidente erosão eleitoral.

Mas se o PCP continuar a perder câmaras para o PS a história será outra. É bem possível que haja um acordo entre o PS e o PCP para proteger as câmaras do PCP... em troca de candidatos comunistas fracos em Lisboa, claro!

Já agora convém dizer o seguinte: apesar de existir um Bloco Central Eleitoral, não haverá regresso ao Regime de Bloco Central, e muito menos a um Governo de Bloco Central.

A separação de águas foi iniciada por Pedro Passos Coelho e prossegue com a geringonça. O que começamos a ter em seu lugar é uma espécie de Grande Coligação camuflada, onde António Costa se dedica a aplicar a famosa tática do salame ao PSD, e o Presidente da República, percebendo o perigo da dialética agressiva da chamada 'esqueda' contra a designada 'direita', decidiu recentemente refrear o seu entusiasmo pela geringonça.

Faz bem Passos Coelho em fustigar Marcelo Rebelo de Sousa, por forma a forçar o Presidente da República a decidir que papel quer desempenhar neste jogo.

Por sua vez, o contexto internacional e nacional pode definir-se pela seguinte frase que ninguém diz, mas que os poderes instalados praticam:

— há que ir ensopando o buraco negro das dívidas... aumentando a pressão fiscal sobre a economia paralela, continuando a confiscar paulatinamente a poupança das famílias e, desejavelmente, reorganizando o uso das disponibilidades orçamentais, tendencialmente decrescentes, em prol de uma estratégia de renovação económica, social e cultural, eficiente e sustentável.

A economia já não consegue arrancar nos termos da ida 'price revolution', que durou desde 1886/87 até 1973/2008. Entrámos numa era de crescimento real* ténue (entre 0 e 1%), desinflação (inflação entre 0 e 2%), desemprego estrutural, mas também de acelerada inovação tecnológica, social e... cultural.

A hipertrofia dos governos e dos estados sociais vai ceder necessariamente a sua hegemonia burocrática a uma nova realidade económica, política e social em acelerada gestação: empresas globais (como esta onde escrevo e publico os meus textos), generalização dos mapas democráticos (como, por exemplo, este), bancos automáticos, lavandarias automáticas, lojas online, restauração em modo auto-serviço, mobilidade em rede com ou sem condutor, telemedicina, universidades online, e o fim do jornalismo como o conhecemos até ao seu presente estrebuchar indigente no pântano do endividamento que perde dia a dia as suas proteções político-partidárias. O mundo mudou no dia em que o Presidente dos Estados Unidos dispensou os média tradicionais (hierárquicos e centralizados/ broadcast) e passou a usar o Twitter!

Continuará a haver lugar para as pessoas, pois o consumo das máquinas não dá lucro, e sim despesa. Mas lá que a transição em curso, sobretudo a metamorfose social e cultural, é e vai continuar a ser dolorosa, vai. Por isso defendo a criação de um Rendimento Básico Incondicional, eliminando do estado social os intermediários da fome.

Por fim, a Trumpnomics vai forçar o princípio dos vasos comunicantes na globalização.

O mundo já não é bipolar, nem unipolar. A globalização só tem um caminho viável à sua frente: reconhecer que a produtividade, o comércio, a política e a força militar mundiais passaram a definir, de modo ao mesmo tempo complementar e diferenciado, grandes placas geo-estratégicas: EUA, China, Rússia, Brasil e Europa Ocidental (até ver...).




* O crescimento real das economias é menor do que os números dos respetivos PIB dão a entender. Desde logo porque uma parte crescente do consumo que conta para o crescimento tem sido alimentado pelo sobre-endividamento privado e público.


EXCERTOS DO BCE E DO FMI

BCE
As regards non-standard monetary policy measures, we will continue to make purchases under the asset purchase programme (APP) at the current monthly pace of €80 billion until the end of March 2017. From April 2017, our net asset purchases are intended to continue at a monthly pace of €60 billion until the end of December 2017, or beyond, if necessary, and in any case until the Governing Council sees a sustained adjustment in the path of inflation consistent with its inflation aim. If, in the meantime, the outlook becomes less favourable, or if financial conditions become inconsistent with further progress towards a sustained adjustment of the path of inflation, the Governing Council intends to increase the programme in terms of size and/or duration. The net purchases will be made alongside reinvestments of the principal payments from maturing securities purchased under the APP. [...] 
The key ECB interest rates were kept unchanged and we continue to expect them to remain at present or lower levels for an extended period of time, and well past the horizon of our net asset purchases. [...] 
This assessment is broadly reflected in the December 2016 Eurosystem staff macroeconomic projections for the euro area, which foresee annual real GDP increasing by 1.7% in 2016 and 2017, and by 1.6% in 2018 and 2019. Compared with the September 2016 ECB staff macroeconomic projections, the outlook for real GDP growth is broadly unchanged. The risks surrounding the euro area growth outlook remain tilted to the downside. [...] 
According to Eurostat’s flash estimate, euro area annual HICP inflation in November 2016 was 0.6%, up further from 0.5% in October and 0.4% in September. This reflected to a large extent an increase in annual energy inflation, while there are no signs yet of a convincing upward trend in underlying inflation. Looking ahead, on the basis of current oil futures prices, headline inflation rates are likely to pick up significantly further at the turn of the year, mainly owing to base effects in the annual rate of change of energy prices. Supported by our monetary policy measures, the expected economic recovery and the corresponding gradual absorption of slack, inflation rates should increase further in 2018 and 2019.
This pattern is also reflected in the December 2016 Eurosystem staff macroeconomic projections for the euro area, which foresee annual HICP inflation at 0.2% in 2016, 1.3% in 2017, 1.5% in 2018 and 1.7% in 2019. By comparison with the September 2016 ECB staff macroeconomic projections, the outlook for headline HICP inflation is broadly unchanged. [...] 
The implementation of structural reforms in particular needs to be substantially stepped up to reduce structural unemployment and boost potential output growth in the euro area. Structural reforms are necessary in all euro area countries. The focus should be on actions to raise productivity and improve the business environment, including the provision of an adequate public infrastructure, which are vital to increase investment and boost job creation. [...] 
Fiscal policies should also support the economic recovery, while remaining in compliance with the fiscal rules of the European Union. Full and consistent implementation of the Stability and Growth Pact over time and across countries remains crucial to ensure confidence in the fiscal framework. At the same time, it is essential that all countries intensify efforts towards achieving a more growth-friendly composition of fiscal policies. 
in “Introductory statement to the press conference”
Mario Draghi, President of the ECB,
Vítor Constâncio, Vice-President of the ECB
Frankfurt am Main, 8 December 2016
Link
Expanded asset purchase programme 
The expanded asset purchase programme (APP) includes all purchase programmes under which private sector securities and public sector securities are purchased to address the risks of a too prolonged period of low inflation. It consists of the 
—third covered bond purchase programme (CBPP3)
—asset-backed securities purchase programme (ABSPP)
—public sector purchase programme (PSPP)
—corporate sector purchase programme (CSPP) 
Monthly purchases in public and private sector securities amount to €80 billion on average (from March 2015 until March 2016 this average monthly figure was €60 billion) 
in ECB/ Asset purchase programmes

FMI (os acertos das previsões —políticas— têm uma qualidade duvidosa. Basta comparar as previsões de setembro com as de dezembro e junho deste ano)

Portugal’s near-term outlook has improved, primarily on the back of an acceleration of exports seen in the third quarter of 2016. This higher-than-expected growth outturn followed relatively subdued activity in the preceding two quarters. However, a continuation of strong growth that is broad-based would be needed to conclude that a sustained shift to a faster-paced recovery is underway. The authorities’ 2016 fiscal targets are within reach, and the current account is projected to remain in a small surplus. Against the background of improved consumer confidence, the near-term risks to the macroeconomic outlook are broadly balanced. The medium-term outlook, however, remains broadly unchanged and is vulnerable to shocks, given the high stock of public and private debt, continuing banking sector weaknesses, and persistent structural rigidities. This calls for ambitious efforts to improve the resilience of the financial sector, ensure durable fiscal consolidation, and raise the economy’s growth potential 
1. Recent macroeconomic developments point to a near-term rebound from the subdued activity in the first half of the year. Real GDP grew by 1.6 percent (year-on-year) in the third quarter—up from 0.9 percent in the first half of 2016—driven primarily by net exports. The labor market has continued to strengthen, and the unemployment rate has declined to the pre-crisis level of 10.5 percent. Staff now expects economic activity to expand by 1.3 percent in both 2016 and 2017. Looking further ahead, the economy’s high level of indebtedness and persistent structural rigidities are expected to constrain growth at around 1.2 percent over the medium term 
2. Based on the latest data, staff estimates a fiscal deficit of around 2.6 percent of GDP in 2016, implying an expansion of 0.4 percent of GDP in structural primary terms. The authorities’ strong efforts at containing intermediate consumption and public investment well below budgetary allocations have mitigated the impact of a sizeable revenue underperformance on the headline deficit. Gross public debt is projected to reach 131 percent of GDP at the end of 2016. 
3. The recently-approved 2017 budget aims for a further reduction in the fiscal deficit, to 1.6 percent of GDP. Based on the specified measures, staff projects a fiscal deficit of 2.1 percent of GDP—an implied primary structural tightening of 0.1 percent of GDP—with public debt remaining elevated at 130 percent of GDP. Under staff’s macroeconomic assumptions, achieving the authorities’ fiscal deficit target would require an additional structural effort of 0.4 percent of GDP. A consolidation effort based on durable expenditure reforms would be more supportive of growth than relying on compression of public investment. 
in “Portugal: Staff Concluding Statement of the Fifth Post-Program Monitoring Mission”
December 8, 2016
Link 
“IMF Executive Board Concludes 2016 Article IV Consultation with Portugal”
September 22, 2016
Link 
“Portugal: Concluding Statement of the Fourth Post-Program Monitoring and 2016 Article IV Consultation Discussions”
June 30, 2016
Link

Última atualização: 31/12/2016 23:12  WET

quinta-feira, fevereiro 04, 2016

O próximo terramoto financeiro



Portugal não é seguramente a maior dor de cabeça da Alemanha!


O mundo financeiro global caminha para um reset, voluntário ou involuntário. Em ambos os casos catastrófico. Por algum motivo o FED desistiu do tightening, e o BCE decidiu aumentar a diarreia moneária, a que chama alívio quantitativo, em janeiro último, além da aplicação de taxas de juro negativas (Bloomberg).

O problema de fundo é este: assumiram-se e contrataram-se responsabilidades futuras para as quais não haverá dinheiro, na medida em que este depende de uma riqueza ainda por criar, que não será criada na dimensão estimada e inscrita na tinta invisível dos contratos de futuros, de que as promessas de pensões e as rentabilidades de astronómicos fundos de investimento, boa parte dos quais especulativos, são a maior dor de cabeça que poderemos imaginar.

"These Are Extremely Poor Results": Deutsche Bank Reports Titanic $7 Billion Annual Loss
Zero Hedge. Submitted by Tyler Durden on 01/21/2016 14:35 -0400

When it comes to picking a poster child for everything that’s wrong with Wall Street and the financial industry in general, it’s sometimes difficult to decide just who gets the blue ribbon for “most nefarious.”

Indeed, since 2008 we’ve learned that virtually every systemically important financial institution on the face of the planet has at one time or another engaged in some manner of chicanery be it the manipulation of the world’s most important benchmark rates, the peddling of worthless mortgage bonds, or the rigging of FX markets.

Having said all of that, Deutsche Bank may well qualify as the institution that “best” exemplifies the banking industry’s penchant for greed, corruption, and general malfeasance.

From rate rigging to book cooking to deplorable HR procedures, the German lender has it all and last summer, the bank showed co-CEOs Anshu Jain and Jürgen Fitschen the door amid shareholder pressure to reform the corporate culture and improve performance.

To be sure, new CEO John Cryan has his hands full.

The bank is saddled with mountainous legacy litigation and faces an uphill battle to streamline operations. Back in October, Cryan announced that Deutsche would cut 35,000 positions and exit 10 countries as part of a sweeping overhaul.

Oh, and Cryan also preannounced a massive loss and subsequently scrapped the dividend.

On Thursday, we got the latest bad news out of Deutsche as Cryan reported what he called “sobering” results for 2015. In short, the bank is staring down a net loss of €6.7 billion for the year, the first annual loss since 2008. The shares plunged.

more

quinta-feira, setembro 03, 2015

Foi V. que pediu uma reestruturação da dívida?

AFP PHOTO / ADEK BERRY

Faites vos jeux! O casino não pode parar!

FMI considera que bancos centrais não devem aumentar a taxa de juro
Público, Camilo Soldado, 03/09/2015 - 15:10 

Na antevisão da reunião do G-20 que tem início na sexta-feira em Ancara, Turquia, o Fundo Monetário Internacional (FMI) instou os bancos centrais das maiores economias do mundo a não aumentar as taxas de juro.

Com o avolumar das preocupações sobre o crescimento da economia mundial, no documento preparatório do encontro do G-20, o fundo defende que o incentivo ao consumo se deve manter, numa alusão à possibilidade de a Reserva Federal norte-americana subir a taxa de juro.

A directora da instituição sedeada em Nova Iorque, Christine Lagarde, já tinha dito no início da semana que o crescimento global deve ser revisto em baixa devido a uma recuperação mais lenta das economias desenvolvidas e a uma desaceleração das economias emergentes.

Ou seja, a diarreia monetária é para continuar, pois só assim se consegue manter os regimes de pé, evitar revoluções clássicas, e, ao mesmo tempo, secar a dívida especulativa dos bancos e sociedades de investimento especulativo em derivados financeiros, a qual tem vindo a ser absorvida pelos bancos centrais... Capiche?

É por isto que o Syriza não singra, e que o nosso Costinha das Avenidas, e a famosa esquerda que não quer governar, vão acabar por levar um banho de água gelada a 4 de setembro.

Foi Você que pediu a reestruturação das dívidas públicas europeias? É já a seguir!

BCE pode comprar mais dívida pública e admite reforçar alívio quantitativo
Jornal de Negócios, 03 Setembro 2015, 15:05 por Nuno Aguiar

Cada leilão de dívida de países da moeda única poderá agora contar com uma presença mais reforçada do Banco Central Europeu (BCE) nessas emissões. Segundo anunciou o presidente do BCE hoje, 3 de Setembro, a percentagem máxima de dívida pública que pode ser comprada aumentou de 25% para 33%, embora seja necessário fazer uma avaliação "caso a caso".

Não precisa, como vê, do António Costa, nem da esquerda desmiolada, para nada.
A diarreia monetária global não se cansa de reestruturar. Os politocratas agradecem, os bancos agradecem, e a austeridade vai continuar, para o resto dos mortais, claro.

“And finally, monsieur, a wafer-thin mint.”


quinta-feira, junho 18, 2015

Quantitative Pleasing


Quantitative Pleasing, ou a grande submissão dos bancos centrais à especulação desenfreada e ao populismo que tomou conta das democracias ocidentais.


Consequências: guerras monetárias, expropriação fiscal dos rendimentos e das poupanças, implosão em cadeia das bolhas especulativas, exacerbação da concentração capitalista, destruição das classes médias, caos sistémico, revoluções sociais a caminho, alterações nas placas tectónicas do poder mundial.

Aviso: o colapso dos sistemas de pensões é um problema em todos os países ocidentais... incluindo os Estados Unidos da América.

Solução: começar por aumentar o prazo de maturidade das obrigações soberanas até aos 100 anos, taxar de forma progressiva os lucros das transações financeiras, taxar os lucros empresariais na origem (i.e. onde o valor se forma), reduzir drasticamente o peso político e o custo das burocracias parasitárias, desembaraçar os sistemas legais da complexidade armadilhada e proprietária que os caracterizam, introduzir mecanismos de justiça e equilíbrio no comércio internacional.


A sugestiva expressão Quantitative Pleasing, é de Danielle DiMartino Booth, antiga conselheira do presidente do Fed de Dallas. Vale a pena ouvir o que diz, e ler o que escreve.

Danielle DiMartino Booth — All retirees’ security is thus at risk when the massive overvaluation in fixed income and equity markets eventually rights itself. Pension math, however, will forestall the day of reckoning in the financial markets given the demographic surge in retiring beneficiaries that require states and municipalities to top off pensions’ coffers. Pensions will thus dig themselves into a deeper grave than they would otherwise by buying the credit craze more time — in Zero Hedge