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terça-feira, maio 16, 2017

A propaganda do crescimento

Trading Demographics

Os ventos sopram a favor da Geringonça até 2018...


Desde que a Geringonça apareceu, fui dizendo (nomeadamente num programa de televisão entretanto extinto—Política Sueca) que a mesma beneficiava de uma conjuntura nacional (fim do momento mais áspero da austeridade) e internacional (queda dos preços do petróleo, crise na Síria e no Médio Oriente, e crise na União Europeia) favorável. Que António Costa, a Geringonça e o cesarismo bicéfalo instalado na sequência da derrota do PSD e da substituição de Cavaco Silva, tinham possibilidades objetivas e subjetivas de fazer um, ou até dois mandatos. Também sublinhei várias vezes que ou o PCP e o Bloco aproveitavam rapidamente o início da legislatura para forçarem uma coligação a sério, ou seriam forçados a engolir, com o tempo, todos os sapos que António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa lhes servissem numa bandeja de encómios.

Dito isto, o crescimento homólogo do primeiro trimestre de 2017 (2,8%), que aliás se vê no turismo, nas exportações e no boom de requalificação e especulação urbanas em curso, sendo de saudar (e também fruto de uma austeridade de esquerda evidente) pode não passar duma euforia temporária. O temporário pode, no entanto, durar até 2018 ou mesmo 2019.

Por outro lado, se olharmos para as tendências de médio-longo prazo,, a situação portuguesa continua a ser muito frágil. Basta reparar no gráfico do crescimento anual do país desde 1996 (Trading Economics), e na média desse crescimento (1,2%), ou nos valores (130%) e preço da dívida pública (3,33%), ou na relação entre as taxas de juro de referência do BCE (0%) e a inflação em Portugal (2%), ou na balança comercial (-821 milhões de euros), para percebermos que o comentador presidente tem razão: não é preciso embandeirar em arco. Nem muito menos ir atrás dos parasitas do orçamento.

POST SCRIPTUM

Como me referiu um amigo atento, e li no ECO, Dinheiro Vivo, e Jornal Económico, as receitas líquidas do Turismo em 2016 subiram para 12,6 mil milhões de euros. Por sua vez, as despesas dos portugueses no estrangeiro andaram pelos 3,82 mil milhões, no mesmo ano. Ou seja, as receitas líquidas geradas pelo turismo em 2016 devem ter rondado 8,78 mil milhões. Por comparação, no mesmo ano de 2016, a despesa pública em Educação foi da ordem dos 6 mil milhões, e o serviço da dívida pública custou cerca de 8,4 mil milhões. Já em termos líquidos, o aumento da receita do turismo terá sido da ordem dos 1,2 mil milhões de euros.

Por sua vez, no imobiliário, o investimento externo disparou para cerca de 4 mil milhões de euros em 2016 (3,3 em 2015). A subida foi, portanto, da ordem dos 1,1 mil milhões de euros.

Somando imobiliário e turismo (embora não saiba se posso fazer esta soma tão simplesmente) o montante é da ordem dos 16,6 mil milhões de euros.

Já no que se refere ao saldo da balança comercial, embora tenha melhorado, continua negativo e acima dos 900 milhões euros.

À pergunta sobre o que realmente contribuiu para o desempenho favorável da economia portuguesa em 2014, 2015 e 2016, e sobretudo para o otimismo que reina nalguns setores da sociedade desde 2015, a resposta é clara: foi o investimento externo. E este deve-se, em primeiro lugar, à conjuntura decorrente da queda dos preços do petróleo, e da disputa pelo fornecimento de gás natural à Europa entre a Rússia e vários paises do Médio Oriente. Os governos portugueses, de Pedro Passos Coelho, como de António Costa, tiverem nesta matéria um comportamento comum, procurando atrair pessoas e capitais para um país que, como sabemos, foi completamente descapitalizado pela estupidez e pela corrupção indígenas.

TURISMO UM CASO DE ESTUDO

“O Turismo de Portugal está a incentivar a parceria financeira entre o sistema público e a indústria privada de turismo. Eu gostaria muito de ouvir que isto acontece nos outros países e que é comum, mas não é, e Portugal mostra que é possível.” Dinheiro Vivo, 19/05/2017
O seu a seu dono, e neste caso chama-se Adolfo Mesquita Nunes, do governo 'da direita', de Passos Coelho e Paulo Portas. Cometeram um erro: deveriam ter anunciado o fim da austeridade e das medidas mais gravosas da mesma na campanha eleitoral que lhes retirou a maioria absoluta. A recuperação económica já tinha começado, nomeadamente nas exportações, no turismo e no investimento externo. Lembram-se dos Vistos Gold?


Atualizado em 19 maio 2017 08:20 WET

segunda-feira, fevereiro 20, 2017

A mercearia orçamental do défice




Se ao menos a economia crescesse


A mercearia orçamental da Geringonça, de A a Z, vista por Pedro Romano no blog Desvio Colossal

Detalhada explicação (independente) de como uma aliança de partidos de esquerda e extrema esquerda aplicou um programa de austeridade chamando-lhe outra coisa. Esta batota orçamental assentou em cinco pilares: 

  1. sobre-orçamentação, que deu origem a cativações, algumas delas definitivas, deixando milhares de fornecedores do Estado a penar, ou mesmo a arder, agravando a degradação de muitos serviços (escolas a meter água e sem segurança, ou hospitais sem compressas são dois exemplos relatados pelos jornais e televisões),
  2. corte drástico no invesvimento público, 
  3. atrasar e diminuir os pagamentos antecipados ao FMI, 
  4. aumentos de impostos e de receitas fiscais extraordinárias, com destaque para os aumentos seletivos e discricionários dos combustíveis,
  5. atirar a despesa da recapitalização da Caixa para 2017. 
Valeu tudo para manter António Costa no poder a que acedeu sem ganhar as eleições.

A economia cresceu em média anual, nos últimos 20 anos 1,18% (Trading Economics), e em 2016 terá andado pelos 1,4% (INE), com uma inflação mais pronunciada, um novo desequilíbro nas contas externas (mais importações do que exportações) e taxas de juros na divida pública a 10 anos em volta dos 4,2% (Expresso).

Como desde o início da Geringonça afirmei, a austeridade iria continuar, embora o esforço da mesma devesse ser distribuído de modo ideologicamente distinto. A melhoria ténue no crescimento é uma melhoria importada, e não mérito do governo. Basta pensar no turismo que fugiu para Espanha e Portugal dos horrores e instabilidade vividos no norte de África, Turquia e Médio Oriente, na fuga de reformados e futuros reformados franceses para o nosso país, ou na estratégia das companhias aéreas Low Cost, ao arrepio da estratégia ruinosa da TAP.

2017 é um ano politicamente incerto, embora os dados económico-financeiros até agora conhecidos continuem a sustentar a tendência para uma saída ténue do buraco de 2010-2012 (OCDE). O programa de ajustamento imposto pelos credores externos prossegue, embora com menos agressividade. Três factos o demonstram: 
  • Portugal continua sob o chamado procedimento em caso de défice excessivo (PDE), 
  • a Troika continuará a monitorizar de perto a economia e as finanças portuguesas até 2035, 
  • e a banca portuguesa tem uma autonomia de decisão claramente limitada pela Direção-Geral da Concorrência da UE e pelo BCE.
Tudo somado, a Geringonça tem, pelo lado das perspetivas económico-financeiras, margem de sobrevivência até ao fim da legislatura. Resta saber se a erosão eleitoral dos partidos à esquerda do PS permitirá tanta longevidade.

quinta-feira, dezembro 08, 2016

Portugal, 2017



Política monetária do BCE sem alterações significativas.
FMI analisa às apalpadelas, e não acerta


Draghi prossegue a política monetária do chamado Quantitative Easing como única ferramenta disponível para evitar um colapso sistémico de consequências imprevisíveis. Fará alguma retenção no volume das aquisições de dívida pública, bancária e de alguns setores empresariais, entre abril e dezembro de 2017 (de 80 para 60 mil milhões de euros/ mês), ajudando assim a agenda eleitoral de Angela Merkel, mas promete desde já, se for necessário, intensificar em 2018, em volume, ou em duração, este mesmíssimo programa de Quantitative Pleasing: taxas de juro a zero ou abaixo de zero, aquisições maciças de dívida pública e privada, em suma, monetização de uma parte muito substancial da super-dívida que pesa sobre a maioria dos países do planeta, incluindo a rica Europa.

Sobre Portugal convém destacar o seguinte:
  • vai crescer menos do que a União Europeia em 2016-2017 (1,3% contra 1,7%) e em 2018-2019 (1,2% contra 1,6%), 
  • terá uma inflação ligeiramente acima da média dos países da União Europeia: 0,5% contra 0,2% em 2016, 1,4% contra 1,3% em 2017, 1,6% contra 1,5% em 2018.
  • a rentabilidade das OT10 (3,51% em 11/11/2016) continua muito acima da média europeia e mais do dobro das obrigações espanholas (1,474% em 11/11/2016).
  • no entanto, a nossa dívida total (pública e privada) em % do PIB é a terceira mais pesada do mundo, só ultrapassada pela da Irlanda e pela do Japão. O que significa que estamos demasiado expostos à evolução das taxas de juro e de câmbio, e aos preços da energia (petróleo) e das matérias primas.
Este gráfico do McKinsey Global Institute é demasiado claro!

No prazo da atual legislatura, os ventos são pois razoavelmente favoráveis à Frente Popular Pós-Modenra instalada no poder. A menos que haja uma alteração radical no sistema mundial e na adaptação económico-financeira em curso, haverá condições para o PCP e o Bloco de Esquerda continuarem a suportar o governo de António Costa, ainda que à custa de uma menorização acelerada do peso eleitoral destes pequenos partidos. Se o PS consolidar a sua maioria autárquica no final de 2017, sobretudo se for à custa do PSD e do CDS, haverá condições para uma renovação da atual solução governativa, possivelmente com a entrada do PCP e do Bloco no próximo governo —única forma de obviarem a sua já evidente erosão eleitoral.

Mas se o PCP continuar a perder câmaras para o PS a história será outra. É bem possível que haja um acordo entre o PS e o PCP para proteger as câmaras do PCP... em troca de candidatos comunistas fracos em Lisboa, claro!

Já agora convém dizer o seguinte: apesar de existir um Bloco Central Eleitoral, não haverá regresso ao Regime de Bloco Central, e muito menos a um Governo de Bloco Central.

A separação de águas foi iniciada por Pedro Passos Coelho e prossegue com a geringonça. O que começamos a ter em seu lugar é uma espécie de Grande Coligação camuflada, onde António Costa se dedica a aplicar a famosa tática do salame ao PSD, e o Presidente da República, percebendo o perigo da dialética agressiva da chamada 'esqueda' contra a designada 'direita', decidiu recentemente refrear o seu entusiasmo pela geringonça.

Faz bem Passos Coelho em fustigar Marcelo Rebelo de Sousa, por forma a forçar o Presidente da República a decidir que papel quer desempenhar neste jogo.

Por sua vez, o contexto internacional e nacional pode definir-se pela seguinte frase que ninguém diz, mas que os poderes instalados praticam:

— há que ir ensopando o buraco negro das dívidas... aumentando a pressão fiscal sobre a economia paralela, continuando a confiscar paulatinamente a poupança das famílias e, desejavelmente, reorganizando o uso das disponibilidades orçamentais, tendencialmente decrescentes, em prol de uma estratégia de renovação económica, social e cultural, eficiente e sustentável.

A economia já não consegue arrancar nos termos da ida 'price revolution', que durou desde 1886/87 até 1973/2008. Entrámos numa era de crescimento real* ténue (entre 0 e 1%), desinflação (inflação entre 0 e 2%), desemprego estrutural, mas também de acelerada inovação tecnológica, social e... cultural.

A hipertrofia dos governos e dos estados sociais vai ceder necessariamente a sua hegemonia burocrática a uma nova realidade económica, política e social em acelerada gestação: empresas globais (como esta onde escrevo e publico os meus textos), generalização dos mapas democráticos (como, por exemplo, este), bancos automáticos, lavandarias automáticas, lojas online, restauração em modo auto-serviço, mobilidade em rede com ou sem condutor, telemedicina, universidades online, e o fim do jornalismo como o conhecemos até ao seu presente estrebuchar indigente no pântano do endividamento que perde dia a dia as suas proteções político-partidárias. O mundo mudou no dia em que o Presidente dos Estados Unidos dispensou os média tradicionais (hierárquicos e centralizados/ broadcast) e passou a usar o Twitter!

Continuará a haver lugar para as pessoas, pois o consumo das máquinas não dá lucro, e sim despesa. Mas lá que a transição em curso, sobretudo a metamorfose social e cultural, é e vai continuar a ser dolorosa, vai. Por isso defendo a criação de um Rendimento Básico Incondicional, eliminando do estado social os intermediários da fome.

Por fim, a Trumpnomics vai forçar o princípio dos vasos comunicantes na globalização.

O mundo já não é bipolar, nem unipolar. A globalização só tem um caminho viável à sua frente: reconhecer que a produtividade, o comércio, a política e a força militar mundiais passaram a definir, de modo ao mesmo tempo complementar e diferenciado, grandes placas geo-estratégicas: EUA, China, Rússia, Brasil e Europa Ocidental (até ver...).




* O crescimento real das economias é menor do que os números dos respetivos PIB dão a entender. Desde logo porque uma parte crescente do consumo que conta para o crescimento tem sido alimentado pelo sobre-endividamento privado e público.


EXCERTOS DO BCE E DO FMI

BCE
As regards non-standard monetary policy measures, we will continue to make purchases under the asset purchase programme (APP) at the current monthly pace of €80 billion until the end of March 2017. From April 2017, our net asset purchases are intended to continue at a monthly pace of €60 billion until the end of December 2017, or beyond, if necessary, and in any case until the Governing Council sees a sustained adjustment in the path of inflation consistent with its inflation aim. If, in the meantime, the outlook becomes less favourable, or if financial conditions become inconsistent with further progress towards a sustained adjustment of the path of inflation, the Governing Council intends to increase the programme in terms of size and/or duration. The net purchases will be made alongside reinvestments of the principal payments from maturing securities purchased under the APP. [...] 
The key ECB interest rates were kept unchanged and we continue to expect them to remain at present or lower levels for an extended period of time, and well past the horizon of our net asset purchases. [...] 
This assessment is broadly reflected in the December 2016 Eurosystem staff macroeconomic projections for the euro area, which foresee annual real GDP increasing by 1.7% in 2016 and 2017, and by 1.6% in 2018 and 2019. Compared with the September 2016 ECB staff macroeconomic projections, the outlook for real GDP growth is broadly unchanged. The risks surrounding the euro area growth outlook remain tilted to the downside. [...] 
According to Eurostat’s flash estimate, euro area annual HICP inflation in November 2016 was 0.6%, up further from 0.5% in October and 0.4% in September. This reflected to a large extent an increase in annual energy inflation, while there are no signs yet of a convincing upward trend in underlying inflation. Looking ahead, on the basis of current oil futures prices, headline inflation rates are likely to pick up significantly further at the turn of the year, mainly owing to base effects in the annual rate of change of energy prices. Supported by our monetary policy measures, the expected economic recovery and the corresponding gradual absorption of slack, inflation rates should increase further in 2018 and 2019.
This pattern is also reflected in the December 2016 Eurosystem staff macroeconomic projections for the euro area, which foresee annual HICP inflation at 0.2% in 2016, 1.3% in 2017, 1.5% in 2018 and 1.7% in 2019. By comparison with the September 2016 ECB staff macroeconomic projections, the outlook for headline HICP inflation is broadly unchanged. [...] 
The implementation of structural reforms in particular needs to be substantially stepped up to reduce structural unemployment and boost potential output growth in the euro area. Structural reforms are necessary in all euro area countries. The focus should be on actions to raise productivity and improve the business environment, including the provision of an adequate public infrastructure, which are vital to increase investment and boost job creation. [...] 
Fiscal policies should also support the economic recovery, while remaining in compliance with the fiscal rules of the European Union. Full and consistent implementation of the Stability and Growth Pact over time and across countries remains crucial to ensure confidence in the fiscal framework. At the same time, it is essential that all countries intensify efforts towards achieving a more growth-friendly composition of fiscal policies. 
in “Introductory statement to the press conference”
Mario Draghi, President of the ECB,
Vítor Constâncio, Vice-President of the ECB
Frankfurt am Main, 8 December 2016
Link
Expanded asset purchase programme 
The expanded asset purchase programme (APP) includes all purchase programmes under which private sector securities and public sector securities are purchased to address the risks of a too prolonged period of low inflation. It consists of the 
—third covered bond purchase programme (CBPP3)
—asset-backed securities purchase programme (ABSPP)
—public sector purchase programme (PSPP)
—corporate sector purchase programme (CSPP) 
Monthly purchases in public and private sector securities amount to €80 billion on average (from March 2015 until March 2016 this average monthly figure was €60 billion) 
in ECB/ Asset purchase programmes

FMI (os acertos das previsões —políticas— têm uma qualidade duvidosa. Basta comparar as previsões de setembro com as de dezembro e junho deste ano)

Portugal’s near-term outlook has improved, primarily on the back of an acceleration of exports seen in the third quarter of 2016. This higher-than-expected growth outturn followed relatively subdued activity in the preceding two quarters. However, a continuation of strong growth that is broad-based would be needed to conclude that a sustained shift to a faster-paced recovery is underway. The authorities’ 2016 fiscal targets are within reach, and the current account is projected to remain in a small surplus. Against the background of improved consumer confidence, the near-term risks to the macroeconomic outlook are broadly balanced. The medium-term outlook, however, remains broadly unchanged and is vulnerable to shocks, given the high stock of public and private debt, continuing banking sector weaknesses, and persistent structural rigidities. This calls for ambitious efforts to improve the resilience of the financial sector, ensure durable fiscal consolidation, and raise the economy’s growth potential 
1. Recent macroeconomic developments point to a near-term rebound from the subdued activity in the first half of the year. Real GDP grew by 1.6 percent (year-on-year) in the third quarter—up from 0.9 percent in the first half of 2016—driven primarily by net exports. The labor market has continued to strengthen, and the unemployment rate has declined to the pre-crisis level of 10.5 percent. Staff now expects economic activity to expand by 1.3 percent in both 2016 and 2017. Looking further ahead, the economy’s high level of indebtedness and persistent structural rigidities are expected to constrain growth at around 1.2 percent over the medium term 
2. Based on the latest data, staff estimates a fiscal deficit of around 2.6 percent of GDP in 2016, implying an expansion of 0.4 percent of GDP in structural primary terms. The authorities’ strong efforts at containing intermediate consumption and public investment well below budgetary allocations have mitigated the impact of a sizeable revenue underperformance on the headline deficit. Gross public debt is projected to reach 131 percent of GDP at the end of 2016. 
3. The recently-approved 2017 budget aims for a further reduction in the fiscal deficit, to 1.6 percent of GDP. Based on the specified measures, staff projects a fiscal deficit of 2.1 percent of GDP—an implied primary structural tightening of 0.1 percent of GDP—with public debt remaining elevated at 130 percent of GDP. Under staff’s macroeconomic assumptions, achieving the authorities’ fiscal deficit target would require an additional structural effort of 0.4 percent of GDP. A consolidation effort based on durable expenditure reforms would be more supportive of growth than relying on compression of public investment. 
in “Portugal: Staff Concluding Statement of the Fifth Post-Program Monitoring Mission”
December 8, 2016
Link 
“IMF Executive Board Concludes 2016 Article IV Consultation with Portugal”
September 22, 2016
Link 
“Portugal: Concluding Statement of the Fourth Post-Program Monitoring and 2016 Article IV Consultation Discussions”
June 30, 2016
Link

Última atualização: 31/12/2016 23:12  WET