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quinta-feira, setembro 24, 2015

Canha fica no Montijo!

NAL 2028? No Montijo, i.e. Canha?
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As manobras de bastidor sobre o fim da Portela continuam. Quem está a dar as cartas neste momento? Senhora PGR, faça o favor de investigar!


Novo aeroporto ou Montijo? Dono da ANA já está a discutir com o governo
Observador, 22/9/2015, 19:34

O presidente da Vinci, dona da ANA – Aeroportos de Portugal, revelou esta terça-feira em Lisboa que iniciou discussões com o governo português sobre a possibilidade de um novo aeroporto em Lisboa, para responder ao aumento do tráfego aéreo de passageiros na Portela. A afirmação, citada pela Bloomberg, foi feita pelo presidente executivo (CEO) do grupo francês, Xavier Huillard, à margem da conferência Internacional Summit of Business Think Tanks.

As declarações de Huillard surgem no momento em que o governo está a acelerar a solução da Portela mais um, que passa pela utilização da base aérea do Montijo como infraestrutura complementar ao atual aeroporto. Esta solução é defendida como alternativa à construção de um novo aeroporto. E o objectivo do executivo é deixar fechado um memorando de entendimento para esta opção ainda na atual legislatura.

A Vinci, concessionária da ANA Aeroportos, é sobretudo uma multinacional de construção e exploração de obras e equipamentos públicos, nomeadamente auto-estradas e pontes. Em Portugal, além de se ter estreado na exploração de aeroportos, foi também a construtora da Ponte Vasco da Gama, cuja concessão de exploração hoje detém com a Mota-Engil.

Conclusão: com o recuo económico a que se assiste nos ec (países emergentes), como o Brasil ou Angola, a Rússia ou a China, o Egito ou a Líbia, a Argélia ou Marrocos, tudo paragens procuradas pelas nossas empresas de construção na sequência do colapso de 2008-2011, percebe-se a urgência em 'comprar' novas obras de betão ao nosso empobrecido Bloco Central da Corrupção.

No caso, o regresso da discussão sobre a eventual necessidade de um NAL (Novo Aeroporto de Lisboa), desta vez, já não na Ota (onde os figurões do Bloco Central, incluindo possivelmente partidos políticos, comparam terrenos), nem sequer em Alcochete (onde os figurões do Bloco Central, incluindo possivelmente partidos políticos, comparam terrenos), mas desta vez, numa localidade chamada Canha, que por acaso fica no concelho do Montijo, começou a ser enoculado nas mentes da opinião pública, seguindo-se para tal as velhas receitas da manipulação mediática das consciências, certamente a cargo de uma agência de comunicação conhecida.

A ideia de substituir a Portela por um grande aeroporto na rive gauche do Tejo continua, como se percebe, de pé, diga Passos Coelho o que disser em vésperas de eleições. O silêncio de António Costa e de Jerónimo Sousa sobre este assunto é, por outro lado, todo um compêndio de cumplicidades mas disfarçadas. O CDS vai à boleia, como sempre, e lá meterá também uns milhões ao bolso. Se deixarmos, claro!

A Vinci, uma multinacional francesa participada pelo fundo soberano do Qatar, e que foi objeto este ano de um processo judicial por alegadas práticas de 'escravatura moderna' (Yahoo/ AP) nas obras a decorrer no Qatar para o Mundial de Futebol de 2022, deve ter repensado recentemente (depois do colapso dos preços do petróleo e das bolsas chinesas) a sua estratégia de obras públicas!

Jorge Coelho, o senhor Mota e o CEO da Vinci, Xavier Huillard, lá terão almoçado no Armani Hotel Ristoranti, situado na famosa torre mais alta do planeta, o Burj Khalifa. Discutiram, saborearam, discutiram, beberricaram, e finalmente decidiram: temos que fazer o Novo Aeroporto de Lisboa, dê lá por onde der!

Mas o Passos não quer... Como fazemos? O principal é parar, para já, o memorando do Portela+1, no Montijo. Alguém que telefone ao Sérgio!

E assim foi que sonhei como tudo isto está a acontecer.