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quinta-feira, setembro 24, 2015

Canha fica no Montijo!

NAL 2028? No Montijo, i.e. Canha?
(clique p/ ampliar)

As manobras de bastidor sobre o fim da Portela continuam. Quem está a dar as cartas neste momento? Senhora PGR, faça o favor de investigar!


Novo aeroporto ou Montijo? Dono da ANA já está a discutir com o governo
Observador, 22/9/2015, 19:34

O presidente da Vinci, dona da ANA – Aeroportos de Portugal, revelou esta terça-feira em Lisboa que iniciou discussões com o governo português sobre a possibilidade de um novo aeroporto em Lisboa, para responder ao aumento do tráfego aéreo de passageiros na Portela. A afirmação, citada pela Bloomberg, foi feita pelo presidente executivo (CEO) do grupo francês, Xavier Huillard, à margem da conferência Internacional Summit of Business Think Tanks.

As declarações de Huillard surgem no momento em que o governo está a acelerar a solução da Portela mais um, que passa pela utilização da base aérea do Montijo como infraestrutura complementar ao atual aeroporto. Esta solução é defendida como alternativa à construção de um novo aeroporto. E o objectivo do executivo é deixar fechado um memorando de entendimento para esta opção ainda na atual legislatura.

A Vinci, concessionária da ANA Aeroportos, é sobretudo uma multinacional de construção e exploração de obras e equipamentos públicos, nomeadamente auto-estradas e pontes. Em Portugal, além de se ter estreado na exploração de aeroportos, foi também a construtora da Ponte Vasco da Gama, cuja concessão de exploração hoje detém com a Mota-Engil.

Conclusão: com o recuo económico a que se assiste nos ec (países emergentes), como o Brasil ou Angola, a Rússia ou a China, o Egito ou a Líbia, a Argélia ou Marrocos, tudo paragens procuradas pelas nossas empresas de construção na sequência do colapso de 2008-2011, percebe-se a urgência em 'comprar' novas obras de betão ao nosso empobrecido Bloco Central da Corrupção.

No caso, o regresso da discussão sobre a eventual necessidade de um NAL (Novo Aeroporto de Lisboa), desta vez, já não na Ota (onde os figurões do Bloco Central, incluindo possivelmente partidos políticos, comparam terrenos), nem sequer em Alcochete (onde os figurões do Bloco Central, incluindo possivelmente partidos políticos, comparam terrenos), mas desta vez, numa localidade chamada Canha, que por acaso fica no concelho do Montijo, começou a ser enoculado nas mentes da opinião pública, seguindo-se para tal as velhas receitas da manipulação mediática das consciências, certamente a cargo de uma agência de comunicação conhecida.

A ideia de substituir a Portela por um grande aeroporto na rive gauche do Tejo continua, como se percebe, de pé, diga Passos Coelho o que disser em vésperas de eleições. O silêncio de António Costa e de Jerónimo Sousa sobre este assunto é, por outro lado, todo um compêndio de cumplicidades mas disfarçadas. O CDS vai à boleia, como sempre, e lá meterá também uns milhões ao bolso. Se deixarmos, claro!

A Vinci, uma multinacional francesa participada pelo fundo soberano do Qatar, e que foi objeto este ano de um processo judicial por alegadas práticas de 'escravatura moderna' (Yahoo/ AP) nas obras a decorrer no Qatar para o Mundial de Futebol de 2022, deve ter repensado recentemente (depois do colapso dos preços do petróleo e das bolsas chinesas) a sua estratégia de obras públicas!

Jorge Coelho, o senhor Mota e o CEO da Vinci, Xavier Huillard, lá terão almoçado no Armani Hotel Ristoranti, situado na famosa torre mais alta do planeta, o Burj Khalifa. Discutiram, saborearam, discutiram, beberricaram, e finalmente decidiram: temos que fazer o Novo Aeroporto de Lisboa, dê lá por onde der!

Mas o Passos não quer... Como fazemos? O principal é parar, para já, o memorando do Portela+1, no Montijo. Alguém que telefone ao Sérgio!

E assim foi que sonhei como tudo isto está a acontecer.

segunda-feira, setembro 21, 2015

O erro dos economistas iluminados de António Costa

Na Europa não é diferente...

Porque é que os economistas do PS só dizem disparates? Este gráfico explica quase tudo.


O maior problema do PS é a sua completa vacuidade ideológica e, mais recentemente, a desonestidade intelectual dos seus economistas que, como qualquer José Sócrates, ou qualquer António Costa (versão bastarda do primeiro), confundem economia com propaganda partidária e jogos de poder.

Na realidade, a coisa é bem pior: o verdadeiro problema do PS é estar de pés e mãos atados a negócios e compromissos inconfessáveis com o que há de mais corrupto na sociedade portuguesa.

Exemplo do que afirmo é o modo sorrateiro como Sérgio Monteiro despachou o contrato de ligação do aeródromo do Montijo ao Aeroporto de Lisboa para o próximo governo (1), ou o boicote do lóbi do NAL instalado no governo e na ANA-Vinci, aos novos terminais de carga aérea que a DHL quer construir no Aeroporto Sá Carneiro e na Portela (2).

Mas voltando à famosa literatura sobre o crescimento, nomeadamente o crescimento da economia portuguesa baseado da expansão do consumo e da produção interna, alimentado, claro está, por mais endividamento público e privado, e mais impostos, cortes e autoritarismo socialista, recomendo a leitura deste artigo ilustrativo da floresta que os obtusos e aldrabões da minha pátria recusam ver.

Charles Hugh Smith, Sunday, September 20, 2015
Why Has Labor's Share of GDP Declined for 40 Years?

How can households pay rising taxes, borrow more money and spend more to support a consumer economy on an income that's shrinking even when the economy is expanding?

Answer: they can't. "Something's gotta give": they can't pay higher taxes, borrow more money (and incur more monthly payments) and spend more on goods and services when their incomes are stagnating. It simply isn't possible.

ÚLTIMA HORA!

Registamos a divergência, entre o Primeiro Ministro e o rapaz das PPP - Sérgio Monteiro.
Passos quer aproveitar aeroporto da Portela “tanto quanto puder”
...esta opção de 'Portela mais um' dará perfeitamente para durante vários anos, e pelo menos seguramente até aos próximos seis ou sete anos, para podermos utilizar as infra-estruturas que temos". Jornal de Negócios/ Lusa, 22/9/2015 12:59

NOTAS
  1. Governo deixou cair o Montijo para o colo do próximo governo. Quanto valeu este negócio?

    Caríssimos confrades,

    Reparem nas subtilezas das noticias. O edil do Montijo, um tal rapaz socialista que “Canta”, coloca uma série de requisitos à ida da Ryanair para o Montijo. Pretende uma autoestrada, uma rede de esgotos e águas, esquecendo outros requisitos como, por exemplo, a ligação ao modo ferroviário que faça articulação com a restante rede. A Ryanair compromete-se com um número astronómico de 5 milhões de passageiros ano, o que obriga a outras infra-estruturas no Montijo. Os 5 milhões, 100% Ryan, sem contar com aqueles que a Ryan vai ganhar à TAP (e às PGA e SATA).

    As outras Câmaras com interesse neste projecto, tais como a da Moita (anda nos toiros), Alcochete, Palmela, Montijo e Barreiro, devem estar de férias, ou não existem.

    Cinco milhões de passageiros, cerca de metade do movimento da Portela, mantendo embora a Ryanair voos para as principais cidades europeias a partir da Portela, significam pelo menos 5000 postos de trabalho na região. Daí o interesse que a base do Montijo deveria ter para as outras autarquias. Presumo que não sabem o que é um avião, coisa a que já estamos habituados.

    Por outro lado, embora não seja dito de forma expressa, e a quinze dias das eleições, torna-se evidente que estão a ser levantadas resistências cor-de-rosa e cor de laranja ao acordo anunciado. Como é óbvio, o aeroporto do Montijo colide com os interesses instalados (e bem instalados) do Novo Aeroporto de Lisboa (NAL), colidindo também com a projetada (e entretanto abandonada pelo governo ainda em funções) ligação ferroviária em bitola UIC entre Pinhal Novo-Poceirão e Badajoz. A malta do PSD e do PS que meteu (via BPN, BES, CGD e BCP) muito cacau na Hipótese NAL (na Ota ou em Alcochete) quer o NAL de qualquer maneira, ou haverá sapatos de cimento por aí, e a meio caminho entre a Portela e o Aeromoscas Internacional de Beja, para que todos os modos sejam esmagados pelo fantástico NAL, certamente desenhado pelo Pritsker do estádio Axa de Braga. Como dizia um incansável e honesto Professor do Técnico, a seguir vão aparecer mais umas A13 para nenhures, como sucedeu com a famosa, idealizada, projetada, construída e às mocas A10, que serviria para ligar a capital ao NAL da Ota!

    Mesmo com o Salgado apeado os interesses ainda se movem bem. É claro que, com o Dono Disto Tudo no ativo, o Aeroporto na Base do Montijo, nem pensar! Mas mesmo retido na Quinta da Marinha, a banhos com a Justiça, parece que o Montijo, nem pensar!

    Pois então continuem alegremente a protelar a questão do Montijo, e não olhem para o que se está a passar na Galiza com a Ryanair, instalando-se alegremente na Galiza. Onde? Pois em Vigo, onde vão começar a operar comboios de Alta Velocidade que se integram na REDE UIC (bitola europeia) espanhola. Porque será que a Ryanair está a apostar na Galiza? E o CEO da PGA, que clama por ligações ferroviárias compatíveis com a bitola europeia, ameaça mandar a pátria às urtigas se as lesmas e os piratas continuarem a mandar nisto tudo?

    Para as Low Cost os aeroportos são fatores de competição. Os aeroportos da Galiza competem com o de Pedra Rubras, e as taxas que a Vinci (que ouve sempre a Mota-Engil, claro)  está a cobrar não ajudam mesmo nada, aliás até ajudam a fixação da Ryanair na Galiza!

    Os atrasos na extenão do aeroporto de Lisboa ao Montijo também têm implicações nos voos da Portela. Não abrem o Montijo? Então vamos para a Galiza! Não ligam Lisboa a Badajoz por TGV? Pois então vamos para Badajoz (Cáceres, Mérida, Évora ou até Beja!)

    Algo me diz que o acordo para a Base do Montijo não vai para a frente. Imaginem o que isto quer dizer: o NAL, Novo Aeroporto de Lisboa, no Canha, a 50 km de Lisboa, e a Portela transformada na prometida China Town do Senhor Ho. Se estou a especular, ..., então ando a especular desde 2006, e pelos vistos tem batido tudo certo.

    Um bom fim de semana.

    PS: Apenas para confirmar as suspeitas, muito embora se saiba que o Diário Económico alinhava estreitamente com as posição do BES.

    De uma forma não tão clara, é dito no DE de que a decisão do Montijo transita para o novo governo, lavando daí as mãos o amigo Sérgio Monteiro. Caso caia nas mãos do PS, com pompa e circunstância, lá virá o anúncio de um NAL e a respectiva PPP.

    Quanto é que o PSD e o CDS vão receber, com este adiamento, para a sua campanha eleitoral?

    O amigo colombiano, por causa do negócio da TAP, está com vontade de falar. Para breve esperam-se algumas revelações, digo "aparições", quanto ao financiamento encapotado da TAP por parte da Parpublica,...., os 800 milhões foram para algum lado. "Quem cabritos voadores tem, e cabras voadoras não têm, de algum lado lhe vem."

    Entretanto, e até às eleições, ninguém fala dos cortes que se vão fazer nas rotas de médio curso da TAP (e da SATA). Até ao final do ano esperam-se pois "boas novas", e como a coisa anda, o processo da TAP corre o risco certo de borregar. No fundo, quase que se pode concluir que o negócio da TAP não é necessariamente o do transporte aéreo, mas antes o do imobiliário, dos terrenos da Portela e da construção do NAL, seja ele na Ota, em Canha, ou onde calhar. Há muito boa gente com dinheiro por ganhar.

    Tal como o Novo Banco, antes de tentar vender, há que reestruturar para depois vender com menos prejuízo (possível). Malta na placa da Portela.

    Alcochete, 19 de setembro de 2015
    Garganta Funda
    |
  2. O Bloco Central da Corrupção, ou se quiserem, a CLEPTOCRACIA PORTUGUESA, dá nisto: O LÓBI DO NAL (NOVO AEROPORTO DE LISBOA), QUE CONTINUA VIVO, BOICOTA INVESTIMENTOS DA DHL

    A DHL continua à espera de uma solução para construir um novo terminal no aeroporto de Lisboa, um investimento de 10 milhões de euros, que diz ser vítima da indefinição em relação à manutenção da infraestrutura na Portela.

    "Estamos à espera de uma solução. Queremos fazer o investimento em Lisboa, mas precisamos que o Governo e o aeroporto nos ajudem", afirmou à Lusa o diretor de operações da DHL Express, Roy Hughes, num encontro com jornalistas em Leipzig, na Alemanha, onde está instalado o principal 'hub' da gigante da logística.

    O vice-presidente da DHL explicou à Lusa que o investimento em Lisboa começou por ser vítima da indefinição em relação à continuação da aeroporto na Portela, incompatível com "um projeto a longo prazo, de no mínimo 15 anos"— in CARGO NEWS, 13/9/2015
Atualizado em 22/9/2015, 14:55 WET

quarta-feira, abril 29, 2015

Eixo Atlântico queixa-se de falta de informação sobre linha Porto-Vigo

E tudo o NAL levou!

A captura deste governo, como do anterior (e do próximo?) pelo lóbi corrupto do novo aeroporto de Lisboa (NAL) congelou durante quase uma década toda a política de transportes do país, ferindo gravemente a confiança da Espanha e de Bruxelas na capacidade do governo português honrar o que promete e assina.

O dinheiro dos fundos comunitários e as verbas orçamentais previstas para a ferrovia ou foram para os bolsos de estudiosos sem ética (ou seja, foram para o lixo), ou foram desviados para a... TAP.

A TAP entrou em bancarrota na sequência do resgate financeiro do país e do colapso da banca indígena, desde logo do seu principal apoio, o GES/BES, e Portugal caminha para numa ilha ferroviária.

Este governo, por ter deixado o condottieri Sérgio Monteiro gerir este dossier até à ruína completa do setor dos transportes (TAP, CP, Refer, Metro, STCP, etc.), vai apanhar com a implosão da TAP nas ventas.

Será que Passos Coelho ainda não percebeu que esta castanha poderá acabar com o seu futuro político?

De que está à espera para despachar o secretário de estado dos transportes e o sucessor do Álvaro para fora deste governo?

“Cando o Pires de Lima diga que fai sol, melhor apanhem o gardachuvas”

O chefe de Governo remeteu os pedidos – e as respostas aos mesmos – para a tutela do sector, o ministério e a secretaria de Estado dos Transportes. Mas nem Pires de Lima nem Sérgio Monteiro responderam, garante Xoán Mao.


“Os portugueses não merecem um ministro que lhes minta. Nem um primeiro-ministro (boa pessoa e honesto, por certo) a quem os seus não obedecem”, escreve Xoán Mao no PÚBLICO. “Nada avançou na linha desde há dois anos. Nenhum concurso foi licitado desde o ano passado. E o dinheiro que se pediu para esta ligação ferroviária desconhece-se o seu destino, pelo que suspeitamos de que tenha sido desviado novamente para outra parte do país”, escreve o secretário-geral do Eixo Atlântico, entidade que tem feito deste tema uma bandeira.

Mao refere-se a um pedido de 147 milhões de euros à Comissão Europeia, revelado em Março pelo presidente da Refer. A notícia deixou na altura muito satisfeitos – embora cautelosos, dado o histórico de adiamentos – os autarcas da euro-região. E verdade é que nada mais lhes foi dito oficialmente, sobre os concursos para as várias fases deste projecto que deveria materializar-se entre 2017 e 2019. O que Mao nota é que o valor em causa permite fazer a prometida modernização da linha – basicamente a sua electrificação – mas não dá, nem era suposto que desse, para que se fale em alta velocidade.

Eixo Atlântico queixa-se de falta de informação sobre linha Porto-Vigo - PÚBLICO

Ibéria cria grupo de trabalho para projetos transfronteiriços

Com paciência e muita vaselina lá se vai pondo esta corja na ordem!

Ibéria cria grupo de trabalho para projetos transfronteiriços - Observador

quinta-feira, março 19, 2015

Ferrovia portuguesa a passos de caracol

Rede  ferroviária de bitola europeia prevista

Bitola europeia entra finalmente no vocabulário governamental


Até agora o governo de Passos Coelho, pela boca de Sérgio Monteiro, tem andado a mentir aos portugueses sobre comboios. Pior, colocou Portugal na posição de poder transformar-se em breve numa ilha ferroviária, pois é evidente que estando a Espanha a mudar toda a sua rede ferroviária principal para a norma UIC, os comboios portugueses vão começar a parar na fronteira para transbordo de pessoas e mercadorias!

A coligação PSD-CDS/PP herdou do anterior governo 1200 milhões de euros para a ligação Poceirão-Caia —600 milhões a fundo perdido da UE e 600 milhões do BEI, com taxas de juro altamente favoráveis. Como deitou para o caixote do lixo o projeto ganho pelo consórcio Elos (cortesia dos tribunal político de contas), o governo teleguiado pelo lóbi do novo aeroporto, e guiado em matéria de desastres energéticos e de transportes, pelo condottieri Sérgio Monteiro, perdeu para os espanhois e franceses 600 milhões de euros do QREN 2007-2013, os 600 milhões do BEI foram parar à Parpública, possivelmente para aguentar a insolvente TAP por mais algum tempo, e por fim terá que indemnizar o consórcio Elos em mais de 160 milhões de euros. Ou seja, este governo deitou à rua 1.360 milhões de euros e ficou sem nada nas mãos, salvo uma TAP à beira do colapso e uma ilha ferroviária no horizonte.

A medida da farsa está bem espelhada no segundo anúncio, feito esta semana, pelo mesmo primeiro ministro, no mesmo lugar, Sines, do arranque nova ligação ferroviária Sines-Badajoz. A primeira vez foi em 2013.

Construção de ferrovia de Sines com bitola europeia deve começar este ano
TSF, 16 março 2015, 21:56

O secretário de Estado Sérgio Monteiro diz que a parte portuguesa da linha ferroviária Sines/Madrid, de bitola europeia, deverá estar concluída em 2019, caso seja aprovada pela Comissão Europeia.

«A candidatura está feita, estamos a contar que seja aprovada e que a resposta de Bruxelas chegue em julho deste ano para que a obra se inicie ainda em 2015», disse.

«A ligação de Sines até à fronteira [com Espanha] deverá estar concluída até 2019. Depois queremos que a linha de caminho-de-ferro siga até Lisboa, para servir também o porto de Lisboa. Essa ligação estará terminada em 2021», acrescentou Sérgio Monteiro.

Bruxelas não dará um chavo a projetos ferroviários que não correspondam a uma ideia simples chamada interoperabilidade, e que não estejam conformes com o plano europeu conhecido pela sigla TEN-T, a qual implica adotar um conjunto de normas técnicas (sistema elétrico, sistema de sinalização, sistema automático de segurança, etc.) e uma distância entre carris, conhecida como bitola europeia, bitola UIC, bitola standard, bitola internacional, etc.  Ora este governo tem andado a navegar na indefinição sobre estas matérias, enganando sucessivamente o governo de Madrid, a imprensa, e os portugueses sobre um assunto de natureza estratégica da maior relevância.

O resultado está à vista:

DB e SNCF disseram “não” à CP Carga
Transportes em revista, 8-03-2015

Os dois maiores operadores ferroviários de mercadorias da Europa, os alemães da DB e os franceses da SNCF, não estão interessados na privatização da CP Carga. Ao que a Transportes em Revista conseguiu apurar, a Tutela entrou em contacto com as duas entidades para aferir sobre um “potencial interesse” na aquisição da empresa portuguesa, tendo como resposta um rotundo “não”.
A TR sabe que o Governo também entrou em contacto com a espanhola Renfe, mas até ao momento ainda não recebeu resposta.

Comentário de uma fonte geralmente bem informada sobre este anúncio dos dois maiores operadores europeus de transporte de mercadorias por ferrovia:

Eu faria o mesmo. De que serve uma empresa que opera em bitola ibérica?
Estão a ver aqueles fantásticos transportes de mercadorias de Portugal para a Alemanha com transbordo na fronteira entre a Espanha e França? Ninguém está, salvo o Sérgio Monteiro. Ou seja, Kaput.
Mas a coisa não fica por aqui.
—portos: Kaput
—Peugeot em Mangualde: Kaput
—Autoeuropa: em acelerado processo de Kaput, ainda para mais com aquele incêndio que foi um "acidente"...

PS: o único que se salva é o porto de Setúbal, pelos motivos que se conhecem. De todos os portos do país é o que tem o melhor 'hinterland', no caso, o mais pequeno. Mais vale ter um portinho na mão, do que dois ou mais a voar!

POST SCRIPTUM

Sérgio Monteiro e as as Conversações de Santa Engrácia

Veja-se esta reportagem televisiva de 7 fevereiro de 2013, quando Sérgio Monteiro anunciava a TLTM, de que agora ninguém fala. Neste vídeo, o Secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações dizia que estava em 'conversações' com a Comissão Europeia. Foram umas conversações e peras! Já passaram dois anos, a Espanha durante este tempo não parou de assentar carris de bitola europeia, e o nosso governo, no bolso do Grupo Mello/Brisa e rendeiros da mesma laia, andou entretido a lançar propaganda barata para cima dos indígenas, sempre com a desmiolada cooperação da nossa indigente imprensa.

Sérgio Monteiro voltou a dizer, na 2ª feira passada, que aguarda até a julho deste ano resposta de Bruxelas. São as Conversações de Santa Engrácia! Quatro anos e mil milhões de euros atirados ao lixo. Isto, mais do que incúria, é um crime de gestão estratégica, induzido pela via dos consabidos canais da corrupção que colocaram esta criatura onde está.

Atualização: 19 mar 2015, 11:06

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quarta-feira, janeiro 14, 2015

Sérgio PPP



Fui eu, mas não fui eu!


Sérgio Monteiro assinou "swaps" mas garante que nunca foi responsável pela sua aprovação

Sérgio Monteiro foi um dos responsáveis, na Caixa Geral de Depósitos, por elaborar contratos de gestão do risco financeiro, nomeadamente os ligados ao projecto TGV. Sérgio Monteiro é o secretário de Estado dos Transportes, que tutela empresas públicas que poderiam ter sofrido perdas na sequência da assinatura de tais produtos. Uma dessas empresas é a Parpública, que recebeu de sociedades do Estado "swaps" com perdas potenciais.

Jornal de Negócios, 12 Janeiro 2015, 16:27 por Diogo Cavaleiro


Sérgio Monteiro: Não há qualquer contrato swap especulativo nas PPP

O secretário de Estado, Sérgio Monteiro, garantiu nesta sexta-feira no Parlamento que não há qualquer contrato swap especulativo nas Parcerias Público-Privadas (PPP).

Lusa/ Público, 03/05/2013 - 18:50

Sérgio Monteiro foi um dos operacionais das PPP que estão a arruinar o país. À época, ao serviço da Caixa, subscreveu contratos de proteção especulativa das taxas de juro (swaps) contra o interesse público, pois era já então mais do que evidente que as políticas monetárias expansionistas, nos Estados Unidos, no Japão e na Europa, estavam a destruir as taxas de juro, pelo que nada aconselharia a contratação de taxas de juro fixas.

Pois foi este mesmo senhor que Passos Coelho, afinal, foi buscar para o governo, onde tem desempanhado a função de que está certamente incumbido: travar a renegociação das rendas excessivas do embuste em que se transformou a maioria das 120 PPP existentes (sobretudo as que protegem os interesses especultivos dos rendeiros das autoestradas, das barragens e fornecimento de energia elétrica, dos hospitais PPP, ou do abastecimento público de água e saneamento).

Sérgio Monteiro foi ainda encarregue da missão suicida de proteger os sacos azuis do regime, nomeadamente esse buraco negro que é a Parpúbica, responsável pelo financiamento-sombra das insolventes TAP, Carris, etc. Recorde-se que a extinção destes sacos azuis foi exigida, até agora sem êxito, pela União Europeia e pela Troika. Os portugueses talvez devam saber que todas estas cangochas da nomenclatura indígena têm custos, e pesados! Segundo a UTAO (ler a notícia) o próximo Governo, isto é os portugueses, terão que pagar 62 mil milhões de euros aos credores entre outubro deste ano e outubro de 2019!

Sérgio Monteiro desconfia de análises custo/benefício aos grandes investimentos

Sérgio Monteiro considerou que os benefícios referidos nas análises de custo/benefício feitas aos grandes investimentos "são facilmente manipuláveis".

Lusa/DN, 13 jan 2015

Toda a gente já sabe que os famosos estudos, que serviram de aperitivo a Miguel Cadilhe e Sérgio Monteiro em mais um bate-papo pra inglês ver, são uma pequena indústria do regime, reservada aos economistas, engenheiros, juristas e outros galináceos que não têm outra vida para além de preverem o que o poder quer que eles prevejam.

Não acertam uma? Pois não!

Sérgio Monteiro é o exemplo típico de um 'condottieri' do regime corrupto que arruinou o país. Desenhou PPPs, blindou-as e agora é o secretário de estado que a corja rendeira e devorista colocou no governo de Pedro Passos Coelho-Paulo Portas para segurar a barra e impedir o fim das rendas excessivas, ilegítimas e imorais, que a própria Troika exigiu eliminar. Capiche?

José Sócrates é a ponta de um icebergue que precisa de ser revelado e despachado, inteirinho, para Évora.

quinta-feira, setembro 25, 2014

No Barreiro, jamé!

Exemplar de um Post-Panamax

Já imaginaram um bicho destes enterrado nos lodos do Barreiro?


O porto de contentores no Barreiro recentemente propagandeado pelo SET Sérgio Monteiro vai ter a mesma sorte que o célebre novo aeroporto da Ota (NAL). Querem apostar?

No entanto, parece que água mole em pedra dura tanto dá até que fura, sobretudo quando há facas que voam pela calada da noite à procura de um ministro distraído ou mal informado sobre o grave problema dos transportes e da mobilidade de pessoas e carga no nosso país (1).

Ou seja, depois de ter anunciado que o Barreiro acolheria o futuro porto de contentores de Lisboa, o SET Sérgio Monteiro acaba de meter a viola no saco e diz que não tem pressa!
  
SET “sem pressa” para anunciar o terminal de contentores de Lisboa

Mais de um ano e meio sobre a apresentação da Trafaria, o secretário de Estado dos Transportes disse ontem estar sem pressa para anunciar a decisão sobre a localização do terminal de contentores da região de Lisboa, assegurando que não está ainda decidido se fica no Barreiro ou na Trafaria.

... e disse mais:

Sérgio Monteiro, secretário de Estado dos Transportes, adiantou que ainda não está definitivamente decidida a localização do novo terminal de contentores de Lisboa, admitindo porém estudos que apontam para as vantagens do Barreiro em relação às outras três localizações em análise.

"Aquilo que posso confirmar é que o trabalho que a Administração do Porto de Lisboa [APL] tem vindo a fazer com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) aponta para um conjunto de vantagens da localização Barreiro, face às outras localizações que temos estudado", referiu Sérgio Monteiro. As outras três opções são a Trafaria (Almada), Mar da Palha (entre Vila Franca e Lisboa) e Algés.

De resto, o governante referiu mesmo que apesar do Barreiro ser "mais favorável", a Trafaria prevalece num dos critérios em análise, que o secretário de Estado se escusou a revelar.

"Os próximos meses nos dirão qual é o "timing" da decisão, mas nós não estamos com pressa. Estamos mais focados na geração do consenso do que propriamente num anúncio mais rápido desse investimento", salientou.

No estudo, a APL terá concluído que o Barreiro prevalece sobre a Trafaria em todos os critérios menos na questão ambiental - áreas de reserva florestal ou agrícola. O mesmo estudo mostra que o custo das dragagens no Barreiro é muito inferior ao das acessibilidades na Trafaria.

in T&N News

Escreveu-me quem sabe do assunto (RR): "estes tipos não vão fazer nada", querem apenas ganhar votos no Barreiro — e entalar o atual ministro, acrescento eu.

Fazer um porto no meio de um estuário assoreado, obrigando a escavar o rio Tejo desde a foz até ao Barreiro, nem dá para acreditar!

Lisboa, a região de Lisboa, precisa de cuidar do seu porto, aumentando a sua capacidade e agilidade, e precisa de atingir este objetivo sem atrapalhar o grande centro da cidade-região que é o polígono Lisboa-Almada-Barreiro-Montijo. A solução existe e foi estudada há décadas. Chama-se Fecho da Golada do Tejo, ou seja, a reposição da língua de areia entre a Trafaria e o Bugio, a qual criaria as condições ideais para a construção de um novo porto de águas profundas na Trafaria. Assim se travaria, sem dispendiosas e intermináveis recargas anuais de areia, as praias da Costa da Caparica.

Basta ler esta síntese —O Porto de Lisboa e a Golada do Tejo - 2010 (ou esta versão mais desenvolvida)— para se perceber que o senhor Sérgio das PPP andou até ontem a vender gato por lebre ao seu ministro.

Por fim, as últimas estatísticas da OCDE são muito claras quanto às tendências relativas ao petróleo e seus derivados (base essencial da economia rodoviária): a parte do petróleo no mix energético global tem vindo a decair desde 1973 (e continuará a cair!); por sua vez, a Europa é quem tem vindo a perder mais quota de mercado no novo equilíbrio energético global. Não é pois por acaso que a União Europeia decidiu, penalizar os camiões, e em breve também, os aviões, e apostar milhares de milhões de euros na interoperabilidade ferroviária à escala europeia e na ligação prioritária dos comboios de passageiros, e de mercadorias, às grandes cidades e portos marítimos da Europa (TEN-T Connecting Europe).

Passos Coelho meteu a cabeça na areia, influenciado pelos rendeiros e piratas indígenas. O preço de semelhante corrupção da Política será o escândalo que se seguirá ao do endividamento excessivo criminosamente promovido pela generalidade dos protagonistas da democracia populista falida que temos.



Key World Energy Statistics by OECD, 2014
OECD total primary energy supply (excludes electricity trade) from 1971 to 2013 by fuel (Mtoe)

Key World Energy Statistics by OECD, 2014
OECD total primary energy supply (excludes electricity trade) from 1971 to 2013 by fuel (Mtoe)


ATUALIZAÇÃO

A destruição recorrente da Praia da Caparica é consequência da retirada maciça de areia da golada entre o Farol do Bugio e a zona da Trafaira, Cova do Vapor e Costa da Caparica. Esta deslocação de areias para a margem esquerda do Tejo, entre Belém e Algés, ocorreu a década de 1940.


Só hoje, 13/10/2014, lemos este documento fundamental e corajoso, que publicamos sem mais comentários.

CARTA ABERTA
Exmº Senhor Dr. Sérgio Silva Monteiro
Secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações
Lisboa, 29 Setembro 2014

Assunto: UM POSSÍVEL (ou INADMISSÍVEL) TERMINAL DE CONTENTORES NO BARREIRO   

Um terminal marítimo novo deve ser construído (localizado) essencialmente de acordo com os navios que se pretendem nele acostar.

Não se implementa em função da localização das vias de comunicação (férreas e rodoviárias) ou de outras instalações já existentes, mas são estas que se deslocarão (construirão) para o local escolhido por opção dos navios.

No caso dum novo terminal de contentores, a construir no porto de Lisboa, põe-se igualmente a questão primordial: que navios se pretendem lá atracar?

Na actual política do transporte marítimo de contentores é por todos sabido que tal tipo de transporte tem procurado rentabilizar os custos da movimentação de contentores na base de grandes navios (com milhares de TEUS por unidade) que nos últimos anos alcançaram dimensões jamais vistas em navios mercantes. Não só por essas elevadas dimensões, como pelos grandes custos operacionais/hora.

O que resultou, por todo globo, na construção de novos terminais a eles destinados (segundo as directivas da MARADA  USA Administration e do CORNELL GROUP Inc. USA – note-se que o contentor nasceu neste país em 1956, o qual foi o primeiro a construir novos e amplos terminais fora das áreas dos grandes portos, em zonas amplas e livres de grande urbanismo) posicionados o mais próximo das entradas dos portos em águas profundas, se não mesmo nas fachadas oceânicas.

No estudo daquelas duas organizações recomenda-se que um terminal moderno deverá ser implementado num local onde possa ser possível permutar as cargas internacionais, (importações e exportações) por via de grandes navios oceânicos, com as cargas domésticas, com destinos internos ou em “transhipment”, por via de menores navios.                                                                                                                            

Nestas premissas, a escolha do Barreiro não parece ter:

1—Grandes profundidades (calados acima dos 14 metros) para o acesso e manobra dos grandes navios “Triple-E” ou até mesmo os “Post-Panamax”.

2—Possibilidade de grande movimento de “transhipement” entre aqueles navios e os menores.

3—A satisfação dos armadores, transitários e carregadores na rentabilização económica entre as cargas internacionais e nacionais.

4—Espaço de manobra para grandes e potentes rebocadores operarem em simultâneo com os grandes navios.

5—A possibilidade duma frente de cais mínima de 1.000 metros (atracação de dois grandes navios) que permita a instalação pelo menos de 6 pórticos.

6—As condições de segurança que teria um terminal próximo da barra evitando a navegação cruzada com todas as rotas de cacilheiros e ferries que se processa entre as duas margens do Tejo (nunca esquecer o desastre do cacilheiro “Tonecas” abalroado em 19 Dez 1938, no qual se registaram mais de 30 passageiros mortos).

7—As melhores condições para minimizar as emissões de gases nas áreas portuárias, provenientes dos navios (SOx,  NOx, ODS e VOC) e dar satisfação às normas aprovadas em Julho de 2011, apensas ao Anexo VI da Convenção MARPOR. Porque ao deslocar os navios das áreas de entrada do porto, para áreas interiores tais condições não são minimizadas mas maximizadas.

Condições já agravadas com a deslocação dos paquetes de Alcântara e Rocha para Santa Apolónia. (as directivas ambientais continuam “coisa” de 2ª classe…)

E por fim, a economia do transporte marítimo será agravada porque:

1—Quer o local quer os canais de acesso terão que sofrer não só grandes dragagens iniciais (largos milhares de m3 de lodo muito contaminado—e para onde removê-lo?) para aprofundar e alargar os acessos actuais, como continuas dragagens de manutenção dos fundos num rio de forte e constante assoreamento.

2—Os custos dessas grandes dragagens iniciais serão elevadíssimos—certamente superiores aos custos de 40 km de via férrea nova.

3—As dragagens constantes imporão taxas de dragagem sobre a navegação (noto que nos anos 50 a 70 o canal da Matinha, que dava acesso aos petroleiros, na preia mar, para Cabo Ruivo, era constantemente dragado, o que onerava os custos do petróleo ali desembarcado—fomos várias vezes pagadores desses custos em nome da SOPONATA)

4—Mesmo com os canais dragados a maior parte da navegação terá de ser feita com águas altas, sem grandes correntes atravessadas, o que implicará mais custos de estadia.

5—Os navios necessitarão, por via da limitação dos espaços, de mais rebocadores com maior potência e mais tempo na sua utilização.

6 —Haverá mais tempo de navegação entre a entrada da barra e o cais final (um grande navio custa cerca de 2 mil dólares/hora).

7—Haverá mais horas no serviço de Pilotagem.

CONCLUINDO: É nosso entender que, de acordo com os itens referenciados, a escolha do Barreiro será uma ruína para o transporte das mercadorias em contentores, originará uma navegação mais perigosa e onerosa, e não fará o país crescer, que necessita como de pão para a boca.

Em nossa opinião um novo terminal, no porto de Lisboa, deve trazer mais riqueza futura à economia do transporte marítimo, e não mais encargos, pelo que o local mais recomendável será implementá-lo sobre a Golada do Bugio reconstruída.

Solução—de há muito solicitada pelos técnicos no assunto— que, pensamos, não só eliminaria os riscos dos itens acima referenciados como resolveria cinco graves problemas duma vez:

1—Restaurar a Golada destruída pelas dragagens nos finais de 40.

2—Restaurar o estuário do Tejo às condições anteriores a essa época.

3—Travar a destruição da Caparica.

4—Travar o assoreamento da Barra Grande.

5—Travar a deslocação dos baixios – recentemente mais assoreados pelas areias levadas da Caparica— ao largo da Barra para sobre o eixo daquela.

Para lá destes graves problemas solucionados, a localização dum novo terminal na entrada do porto de Lisboa acrescia as vantagens:

1—Menos poluição atmosférica nas áreas interiores do porto, em especial nas margens mais urbanizadas.

2—Menor risco de acidentes por evitar o cruzamento da navegação local.

3—Com a vinda da ferrovia para costa da Caparica poderia transformar esta zona num nova “Linha de Cascais”.

4—Possibilitar uma extensão de cais superior a 2.000 metros (que poderá ir até 4.000 na direcção de Almada) e instalação de 16 pórticos a permitir atracação simultânea de 4 grandes navios.

5—No caso de acidente, que origine derrame de hidrocarbonetes, menos poluição nas águas interiores do estuário e mais facilidade aos meios de a combater e eliminar.

Mas por certo a decisão Governamental irá ser tomada após ouvidos pelo menos os Técnicos do Porto de Lisboa, os Engenheiros Construtores Portuários, os Pilotos da Barra, os Armadores, os Capitães dos Navios, os Transitários, os Engenheiros Hidrógrafos da Marinha e os Ambientalistas, e se estivermos errados pedimos desde já as nossas desculpas a Vª Exª pelo precioso “tempo que vos ocupámos”.

Com os nossos cumprimentos, atenciosamente,

Joaquim Ferreira da Silva
(Capitão da Marinha Mercante)

Membro da Secção Transportes da Sociedade de Geografia
Membro Emérito da Academia de Marinha
Membro da Confraria Marítima de Portugal
Membro dos Amigos do Museu de Marinha.
Presidente da Fundation TECNOSUB – Terragona.
Ex- Director da Escola Náutica.
Ex- Director de Projectos Formação Pessoal da Organização Marítima Internacional (ONU)
Ex- Secretário Geral do CILPAN

NOTAS

  1. Miguel Sousa Tavares fez ontem mais uma triste figura na SIC mostrando um desenho em que supostamente defendia que um porto tem que estar condicionado à rede ferroviária, quando é precisamente o contrário! O porto de Sines existe porque é um porto natural de águas profundas, e a ferrovia é que, obviamente, terá que adaptar-se à localização do porto. Neste caso, terá mesmo que colocar carris com bitola europeia se quiser que os contentores e os graneis viagem para lá de Badajoz sem a chamada rotura de carga, i.e. sem forçar as mercadorias a mudarem de comboio em Badajoz, para seguirem viagem até ao destino.

    E a propósito da cegueira oportunista deste governo em matéria de ferrovia (uma cegueira obviamente comprada pelo BES e pelos Mota, Coelhone e Outros Piratas Lda.) convém repetir que corremos o sério risco de em breve nos transformarmos numa ilha ferroviária.

    Senhor ministro da economia, fale com quem sabe e deixe de ouvir o condottieri Monteiro!

    Em breve todas as linhas ferroviárias, de passageiros, carga ou mistas, que se dirigem a Portugal serão apenas compostas de carris assentes com bitola UIC (vulgo europeia) e correspondentes sistemas de eletrificação, sinalização e prevenção de acidentes, o que tornará inviável o trânsito de comboios portugueses em Espanha. A ideia de que os 'nossos' comboios poderão usar eixos telescópicos é uma fantasia sem futuro e que, no caso do transprte de mercadorias, é pura e simplesmente impossível ou incomportavelmente caro.

    Não demorará sequer meia dúzia de anos para que o transporte ferroviário português de pessoas e mercadorias fique completamente isolado na sua rede de bitola ibérica, entretanto descontinuada em todas as ligações de fronteira entre Espanha e Portugal.

    A UE tem vindo a investir vultuosos fundos na ferrovia que Portugal deitou ao lixo. Ficaremos, pois, cada vez mais dependentes do novo sistema ferroviário espanhol, em Badajoz, Salamanca e Vigo, pois os nossos próprios portos perderão competitividade para os portos espanhois entretanto interoperáveis com a nova rede europeia de transporte ferroviário em bitola UIC. A rodovia, cada vez mais penalizada pela carestia dos combustíveis líquidos (ler o recém publicado Key World Energy Statistics by OECD, 2014) e por taxas anti-poluentes agravadas (ver o caso francês recente) tornarão as nossas exportações menos competitivas.

    Como escrevia recentemente quem sabe mais do que nós sobre ferrovia...

    “O único projecto compatível com as redes transeuropeias (CEF) e em condições de poder ser candidatável a estes fundos europeus, agora novamente anunciados pela UE, beneficiando de co-financiamento (fundo perdido) na ordem dos 85 % (os restantes 15 % podem ser financiados pelo BEI e rapidamente devolvidos pelo Estado Português—logo que cobre os impostos e taxas associados a esta obra) é o projecto da linha Poceirão-Caia e sua extensão até Sines, já considerado pela ELOS. Há que esclarecer que não se trata de uma “linha TGV”, mas sim de uma linha de bitola europeia ligando Lisboa e Sines directamente ao centro da Europa, concebida para tráfego misto de mercadorias e de passageiros, este último classificado no tipo 1 da alta velocidade (= ou > 250 km/h).

    Receio bem que, por desleixo deste e do anterior governo, já não haja tempo para preparar a candidatura de uma 2ª linha (Aveiro-Vilar Formoso), também incluída nas redes transeuropeias, logo com o mesmo nível de financiamento.
    E muito menos seremos capazes de apresentar um projecto credível, como regulamentarmente é exigido, relativamente à futura linha Lisboa-Porto, a 3ª componente do Corredor Atlântico, um dos 9 que compõem o “core” das redes ferroviárias transeuropeias.

    Lá se vai, pois, um bom contributo para a melhoria da competitividade nacional e seu efeito na economia, bem como uma excelente oportunidade para a redução da importação de combustíveis fósseis e da consequente emissão de gases indesejáveis.  Será que os autores (ou mentores) do “compromisso para o crescimento verde” pensaram nisto?  Ou ficam satisfeitos com a mera cobrança de impostos?” — LS
Última atualização: 13/10/2014, 19:22 WET

quarta-feira, março 19, 2014

Brotas pede demissão de Sérgio Monteiro

Duvido que Passos Coelho o ouça. É teimoso como um burro!


O António Maria há muito que recomenda a remoção do testa de ferro das PPP deste governo, o senhor Sérgio Monteiro, mas os motoristas do regime que ocupam os lugares de primeiros ministros, pelos vistos, têm as mãos atadas pelos seus empregadores mais confiáveis!

14 de Março de 2014

Ex.mo Senhor Ministro da Economia e Emprego,

Como cidadão sinto-me no direito de  pedir  a  V.Ex.ª  que,  por pura incompetência e por ser incapaz de se informar,  demita o Secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Sr. Sérgio Monteiro, que na última sessão pública do Grupo de Trabalho para escolha  das Infraestruturas de Alto Valor acrescentado para que  se espera venham  verbas da CE, admitiu ser possível a localização no Barreiro de um futuro porto de águas profundas.

Acabei de ouvir V. Ex.ª afirmar na Televisão  que o Ministério da Economia a que preside está empenhado em que Portugal  seja considerado um país sério e respeitador dos seus compromissos, o que só é possível se os projectos para que pede dinheiro forem minimamente bem estudados.

Mas o país será considerado um país risível  sem qualquer noção do que é um planeamento e que anda a pedir verbas para as delapidar, por qualquer comissão da CE encarregue de decidir sobre o assunto, quando descobrir que andou a ponderar a construção de um porto de aguas profundas no Barreiro sem previamente consultar uma carta sobre os fundos do Tejo, que podia ser fornecida pelos serviços Hidrográficos da Marinha, e sem ouvir os Pilotos da Barra, nem o comandante de nenhum  navio de longo curso, nem os responsáveis pela travessia fluvial diária de Lisboa para o Barreiro.

E, ainda, sem se aperceber  das grandes  potencialidades do Barreiro e das povoações vizinhas para criar polos de navegação de recreio criadores de empregos e de  riqueza.

Sem outro assunto  de momento.

Subscrevo-me com os meus  melhores cumprimentos,

António Brotas

Professor Catedrático Jubilado do IST

Co-autor do livro: "O erro da Ota"

quinta-feira, outubro 31, 2013

Um governo sem bitola

AVE, a segunda maior rede de Alta Velocidade do mundo. Link1, Link2

Os governos são responsáveis, o parlamento é responsável, os autarcas são responsáveis...

Artigo publicado no dia 18 de Maio no Público Online
Por Rui Rodrigues

O actual Governo português, apesar dos financiamentos que existiam, optou por não fazer nada até 2015. Esta decisão levanta uma questão ainda não esclarecida nem respondida: o que aconteceu aos fundos europeus que tinham sido assegurados para o novo troço Poceirão-Caia, do PP3?

Que se pretende fazer para que Portugal não caia na encruzilhada da “ilha ferroviária” a que os responsáveis levaram o País, apesar de todos os avisos que foram feitos?


BITOLA IBÉRICA ACABA EM BADAJOZ

No passado dia 13 de Maio de 2013 realizou-se em Madrid a XXVI Cimeira Luso-Espanhola. Relativamente ao transporte ferroviário de mercadorias, foi decidido criar um grupo de trabalho para se definirem as futuras ligações entre os dois países.

A informação mais importante, contudo, foi divulgada dois dias após a referida Cimeira, e consistiu num estudo encomendado pelo Ministério de Fomento espanhol onde se admite o encerramento de 48 linhas ferroviárias de bitola (distância entre carris) ibérica.

O mapa do encerramento das vias já foi divulgado no site do jornal “El País”.

O Governo espanhol já fez saber que a ligação internacional na fronteira de Badajoz, em bitola ibérica, deixará de existir logo que a nova linha de bitola europeia Badajoz-Madrid, esteja concluída em 2015 ou 2016.

Esta decisão era esperada pelas razões que já foram publicadas, há muito tempo, neste suplemento. O principal argumento consiste no facto da Espanha estar a investir na nova Rede Transeuropeia de Transportes (RTE-T) e não ter obrigação, nem interesse, em manter antigas vias que não sejam competitivas e sem tráfego.
          
PORTUGAL MAIS ISOLADO

Algumas das decisões já anunciadas por responsáveis portugueses deixaram de fazer sentido e iremos enumerá-las através da descrição exata das diferentes propostas anunciadas pelo atual Governo português desde Junho de 2011 relativamente ao projeto do novo troço ferroviário Poceirão-Caia.

  1. Numa entrevista, dada à publicação “Transportes em Revista”, de Novembro-Dezembro de 2011, o atual Secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, relativamente ao troço Poceirão-Caia, defendeu a construção de uma linha com uma via única de bitola europeia e outra via única de bitola ibérica. Foi acrescentado: “até à primeira metade de 2012 haverá investimento no terreno”.
  2. No dia 27 de Março de 2012, o Primeiro-ministro Passos Coelho, na visita que efetuou ao porto de Sines, afirmou que “o seu Governo gostaria que a ligação do porto de Sines à rede europeia“ estivesse “a ser executada até 2014”, ano previsto para a conclusão do “alargamento do Canal do Panamá”.
  3. Mais tarde, no dia 29 de Outubro de 2012, o novo Presidente da REFER, Rui Loureiro, numa entrevista publicada no “PÚBLICO”, sobre a ligação ferroviária a Badajoz, deu a entender que só seria construído um novo troço Évora-Badajoz e, após a sua finalização, seria feita a ligação à via única, que já existe, Évora-Vendas Novas-Poceirão-Sines, em bitola Ibérica.
  4. Por fim, no dia 7 de Fevereiro de 2013, o Secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, fez uma conferência de imprensa onde foi divulgado que, até 2015, nada seria feito. Em vez da linha de altas prestações para mercadorias e passageiros, várias vezes anunciada nos meses anteriores, o Governo iria optar por uma Linha de Transporte de Mercadorias (LTM), que serviria apenas para transporte de carga entre os portos de Sines, Lisboa e Setúbal a Badajoz, em bitola ibérica, e que teria um custo de 700 milhões de Euros. Na altura, ficou a saber-se que não existia nenhuma alternativa ao projeto de execução do troço Poceirão-Caia e que nem sequer foi apresentada qualquer solução concreta para ligar os portos do Sul à nova rede de bitola europeia.
  5. Passado pouco tempo, após a desistência da nova ligação ferroviária à U.E., surpreendentemente, foi anunciada intenção de investir 1000 milhões de euros num novo porto na Trafaria.
  6. Por fim, a 13 Maio de 2013, após a XXVI Cimeira luso-espanhola, realizada em Madrid, o Governo português decidiu criar um grupo de trabalho com Espanha, para se definirem as ligações ferroviárias entre os dois países. Ver documento (pdf) sobre o que ficou acordado entre Portugal e Espanha.

CONSEQUÊNCIAS

Todas as opções que foram anunciadas, tanto pelo Secretário Estado dos Transportes e pelo Presidente da REFER, para ligar o Sul de Portugal a Badajoz, que incluíam a bitola ibérica, deixaram de fazer sentido, pois já falta pouco tempo para estar concluída a nova linha Madrid-Badajoz, em bitola europeia.

Nos próximos anos, as ligações em Vilar Formoso e Valença também deixarão de ter bitola ibérica. Já foi divulgado publicamente que, quando a nova via Madrid-Santiago de Compostela estiver concluída, em 2018, a linha Corunha-Vigo passará a ser em bitola europeia. No caso de Vilar Formoso, ainda não existe data definida mas o mesmo vai ocorrer nos próximos anos.

Atualmente, existem comboios de mercadorias que fazem o transporte ferroviário de Portugal para Espanha, e vice-versa, pela rede existente de bitola ibérica. Brevemente, nem isso vai ser possível.

A situação muito provável de Portugal se tornar numa ilha ferroviária já levou algumas pessoas a sugerir a hipotética utilização de comboios de mercadorias de eixo variável. Se esta opção muito dispendiosa fosse viável, a Espanha nunca teria construído uma nova rede de bitola europeia.

O que vai acontecer é que os contentores, vindos da Europa, além Pirenéus, vão ter que ficar “retidos” na plataforma logística de Badajoz. A opção mais rápida, barata e viável será o transporte direto dos contentores em camiões desde Badajoz até ao ponto de destino, na região de Lisboa, uma vez que a distância é de cerca de 200 Km.

E O FUTURO?

Neste momento existe o sério risco de nada ser feito até 2015 e, mais grave ainda, nem sequer existem planos concretos para o próximo Quadro financeiro 2014-2020.

Um país, para se candidatar a fundos comunitários, tem que apresentar um projeto de execução que, no caso da ferrovia, em média, pode atingir um custo até 8% do total da obra. Um projeto de execução pode levar bastante tempo a elaborar e é necessário fazer um concurso internacional. O do Poceirão-Caia já foi realizado.

O único Projeto Prioritário (PP) a que Portugal se candidatou, no atual pacote financeiro, 2007-2013, foi o PP3 - Poceirão-Badajoz-Madrid-Valladolid-Irún-França.

Na linha Aveiro-Salamanca, por exemplo, Portugal não tem nenhum projeto de execução , pelo que só poderá ser apresentado para o próximo pacote financeiro 2014-2020.

O atual Governo português, apesar dos financiamentos existentes, optou por não fazer nada até 2015.

Esta decisão levanta uma questão, ainda não esclarecida nem respondida: onde estão os fundos europeus que tinham sido assegurados para o novo troço Poceirão-Caia, do PP3?

O que se pretende fazer para que Portugal não caia na encruzilhada da “ilha ferroviária” a que os responsáveis levaram o País, apesar de todos os avisos que foram feitos?

quarta-feira, fevereiro 13, 2013

TGV (francês) chega a Barcelona!

O TGV corre a mais de 250Km/h para bater em terra o avião no ar...

O governo português continua tomado pelas máfias e tríades do Novo Aeroporto!

Espanha, França e Itália juntas movimentaram 182 milhões de turistas em 2011. Portugal movimentou 14 milhões. Ou seja, este grupo de países representou em 2011 um mercado turístico na ordem dos 196 milhões de pessoas. Por sua vez, as cidades-região de Lisboa e Madrid albergam já mais de dez milhões de residentes, além de que ligar Lisboa a Madrid em comboios de alta velocidade significa, na realidade, ligar os cinquenta concelhos da cidade-região de Lisboa às principais cidades espanholas: Madrid, Valladolid, Sevilha, Córdova, Málaga, Valência e Barcelona entre outras. É uma rede, estúpido!

Petróleo a 120 dólares e mais...

A subida do preço efetivo do transporte aéreo está a provocar uma transferência em massa de passageiros do avião para os comboios de Alta Velocidade, onde os haja. Exemplo: a ponte aérea Madrid-Barcelona (a maior do mundo) está em vias de perder 50% do seu mercado para o comboio.

Esta tendência irá acentuar-se rapidamente à medida que os dirigentes europeus forem obrigados a calibrar a carga fiscal sobre os combustíveis líquidos (o jet fuel usado pelos aviões está isento de impostos!), à medida em que os mesmos governos forem obrigados a parar os subsídios ocultos às falidas companhias aéreas de bandeira, e à medida que os atrasos crónicos, nomeadamente por efeito cada vez mais visível e catastrófico das alterações climáticas, atrapalharem ainda mais o tráfego aéreo (vejam o que aconteceu aos foliões que foram este ano a Veneza). Só não vê esta evidência a turma de especialistas que vive de dizer tudo e o seu contrário (condottieri dos governos que passam e das máfias e tríades que chupam o país), e as mulas dos governos comandados pelos piratas do regime.

No entanto, e precisamente por isto, os piratas do Bloco Central da Corrupção, bem representados ainda neste governo, depois de atirarem pela janela fora centenas de milhões de euros de fundos comunitários reservados para a ligação Poceirão-Caia (dinheiro esse que foi direitinho para os espanhóis... e o próximo irá seguramente também para os franceses!), depois de colocarem o Estado na posição de ter um dia que indemnizar o consórcio Elos, vencedor do concurso internacional para a construção da linha de bitola europeia entre Poceirão e Caia, depois de desviarem o financiamento do BEI para o buraco da insolvente e falida TAP (via Parpública), dizem, pela goela louca do desorbitado Sérgio Monteiro, que passageiros entre Lisboa e Madrid, JAMAIS!

Será que esta corja leu os tratados da União? Terão consciência de que estão a cometer ilegalidades umas atrás das outras? Dificultar de forma criminosa a circulação de pessoas e bens na União Europeia é contra os tratados!!!

Vía Libre (13/02/2013) — La conexión entre Francia y España mediante la nueva línea de alta velocidad Barcelona-Figueras (Ver video de la línea), y la conexión de TP Ferro de Figueras a Perpiñán, tuvo ayer martes un hito histórico. Por primera vez ha entrado en la red española, más allá de los tramos comunes transfonterizos de Portbou, Puigcerdá, Figueras, Canfranc o Irún, un tren de viajeros francés traccionado por sus propios medios.

Ha sido una composición de alta velocidad de dos pisos, TGV 2N Dasye Euroduplex, los trenes que hasta el momento están haciendo el servicio hacia España con transbordo en la estación de Figueras. SNCF ya ha indicado que el 1 de abril, fecha posible del inicio del servicio directo sin transbordo, no se producirán cambios. Sin embargo, a lo largo del mes podrían iniciarse los servicios directos entre Barcelona y París.

Uno de cada dos viajeros prefiere el AVE al avión entre Madrid y Barcelona

Preferente, 27/08/2012 — De enero a junio de este año (2012), el 50,2% de los viajes entre Madrid y Barcelona los ha realizado el tren AVE. El servicio ferroviario de alta velocidad ha superado ligeramente al avión como medio de transporte preferido en la conexión entre las dos principales ciudades españolas.

El AVE Girona-Figueres transporta casi 90.000 viajeros en su primer mes en servicio

BARCELONA, 11 Feb. (EUROPA PRESS) — [...] Del total de viajeros, un 54% utilizado la tarifa de ida y vuelta que permite obtener un descuento del 20%, mientras que los abonos representan un 17%, según datos del operador ferroviario. [...]

El uso de estos servicios supone un ahorro en costes sociales y medioambientales equivalentes a la reducción de la circulación de 37.637 coches o 1.355 autobuses en el caso de Avant, y 141 aviones o 422 autobuses en el caso del AVE.

Haverá ao longo desta década e da próxima uma transferências em massa de passageiros e mercadorias dos modos de transporte aéreo e automóvel convencional (movidos ambos a combustíveis fósseis) para os modos de transporte ferroviário e naval, sendo que boa parte das frotas de autocarros urbanos e suburbanos irão migrar, numa primeira fase, para o gás natural, e depois para a eletricidade (será o regresso em massa do Elétrico e do Tolley...).

Esta tendência inevitável recolocará as cidades costeiras, com portos, no centro do mundo!

Prevejo deslocalizações (1) muito significativas de pólos industriais ligados às exportações europeias para as zonas do Porto, Aveiro, Figueira da Foz, Lisboa-Setúbal, Sines e Portimão. A abertura da nova enclusa do canal do Panamá para super porta-contentores, a finalização da linha ferroviária entre Nacala (Moçambique) e Luanda, e as novas ligações energéticas reforçadas com o Golfo da Guiné/Nigéria serão a casa de partida para uma verdadeira reviravolta no comércio mundial.


ÚLTIMA HORA

AVE de Barcelona chega a Paris

Un AVE de Renfe llega a los alrededores de París

El Periódico.com. Miércoles, 13 de febrero del 2013 - 17:02h  — Los AVE de Renfe también alcanzaron este martes los alrededores de París, del mismo modo que un TGV llegó hasta la estación de Sants. Se trata de las pruebas que hasta el jueves ocupan a las dos operadoras, Renfe y SNCF, de cara a homologar el material para la conexión entre París y Barcelona del próximo mes de abril.
Iberia presenta un ERE que afectará a 3.807 empleados

ABC.Economia (13/02/2013) — El plan de despidos, que se pondrá en marcha el 14 de marzo, ofrece una indemnización de 20 días por año trabajado

Iberia ha presentado hoy a los sindicatos de tierra, tripulantes de cabina (TCP) y pilotos un ERE de extinción que afectará, finalmente, a 3.807 trabajadores, el 19% de la plantilla. La propia sociedad matriz de la fusión de la aerolínea española y British Airways (BA), IAG, ha informado en un comunicado remitido a la Comisión Nacional del Mercado de Valores (CNMV) sobre los detalles del plan de despidos, que se pondrá en marcha el próximo 14 de marzo y se extenderá hasta el 31 de diciembre.

E ainda há uns animais lusitanos (espécie em vias de extinção, felizmente) que querem construir um novo aeroporto!

NOTAS
  1. Esta evolução dar-se-á, contudo, no quadro de um crescimento mundial de outra natureza, possivelmente nunca acima dos 2%.

Última atualização: 14/02/2013 - 20:08

terça-feira, dezembro 18, 2012

O regresso dos comboios

O famoso comboio foguete em 1953 atingia já 120 Km/h.

Retomar o projeto Poceirão-Caia, já!

Para além do pontapé de saída dado pelos 27 (Reino Unido incluído) em direção à união bancária e reforço dos poderes do BCE, no passado dia 13 de dezembro foi ainda tomada uma decisão vital, nomeadamente para a necessidade urgente de converter à bitola europeia a rede ferroviária portuguesa que liga Portugal a Espanha e ao resto da Europa.

Nada justifica, depois do que Monti conseguiu arrancar a Wolfgang Shaeuble, a suspensão da ligação Poceirão-Caia, já contratada com empresas portuguesas e dotada de financiamento pela União Europeia e pelo Banco Europeu de Investimentos — mas que o incompetente secretário de estado deste governo, Sérgio Monteiro, e o contabilista Gaspar, travaram do alto da sua ignorância extrema. A menos que o dinheiro da ligação ferroviária Lisboa-Madrid já tenha ido para outro sítio (Parpública? TAP? Efromovich?), os compromissos de estado com Espanha, com a Comissão Europeia e com o consórcio Elos deveriam ser imediatamente retomados.

Em funções desde 1999, o Alfa só não ligas Lisboa ao Porto à velocidade de 200 Km/h por erros crassos da governação do tempo do ministro João Cravinho.

Esta é a oportunidade de evitarmos que Portugal se transforme rapidamente numa ilha ferroviária se persistir em oferecer de mão beijada a Madrid a oportunidade de desviar de Sines, Setúbal e Leixões, o tráfego marítimo proveniente da América e do Pacífico, este último através do Canal do Panamá alargado—uma obra gigantesca que inaugurará em 2014.

Os navios que sulcam o Atlântico em direção à Europa encontram na frente atlântica portuguesa e galega os seus portos mais próximos: Ferrol, o novo porto atlântico da Corunha, Vigo, Leixões, Aveiro, Figueira da Foz, Setúbal, Lisboa e Sines. Tecnologicamente aptos e amigáveis, estes portos precisam de poder transferir sem grandes complicações os contentores transportados, para carruagens e comboios capazes de viajar, sem roturas de carga, durante a noite, até Madrid, Bilbao ou Barcelona, Lyon, Paris ou Milão, Berlim, Kiev, Moscovo ou São Petersburgo.

E a situação é agora esta: Espanha já projetou três portos secos —um perto de Orense, outro perto de Salamanca e outro em Badajoz— para o caso de a cegueira e corrupção dos decisores políticos de Lisboa persistirem na tentativa de atrasar a migração das principais linhas férreas portuguesas para a bitola europeia, única maneira de os comboios europeus carregarem e descarregarem mercadorias nos portos portugueses, única garantia de a Autoeuropa e outras empresas de grande dimensão continuarem por cá, e de atrair novas empresas!

Mario Monti foi decisivo na mudança da posição alemã sobre o binómio austeridade-crescimento: é pois, desde a última cimeira governamental europeia, possível prosseguir programas drásticos de consolidação de contas públicas, sem por isso impedir investimentos estratégicos que preparem a retoma da economia, e no imediato travem a sangria do desemprego que tudo mata.

O EurActiv dá conta desta mudança de clima essencial:
“Following a push by the Italian Prime Minister, the draft summit conclusions state, in the second paragraph, that public investments in large infrastructure projects can be counted out of public deficit calculations.

“The possibilities offered by the EU’s existing fiscal framework to balance productive public investment needs with fiscal discipline objectives can be exploited in the preventive arm of the Stability and Growth Pact,” according to the draft summit conclusions.

In other words, Italy could be given a green light to implement public investment programmes, such as road building, or other large infrastructure projects, without these impacting on the country’s deficit.”



Tal como as autoestradas, também as vias férreas em bitola europeia, preparadas simultaneamente para a alta velocidade no transporte de passageiros, e para o transporte de mercadorias, têm que obedecer a determinados parâmetros de robustez exigentes, a inclinações máximas e a curvaturas toleráveis, pelo que as vias férreas existentes não são elegíveis para o futuro do transporte ferroviário que substituirá nas próximas décadas uma boa parte das deslocações automóveis e aéreas na Europa. O fim do petróleo barato, que acima dos 100-110 dólares o barril lança as economias na recessão, e os efeitos extremamente negativos das emissões de CO2 equivalentes na atmosfera, nomeadamente no agravamento das alterações climáticas, forçaram finalmente os governos a perceber que a era do automóvel movido a gasolina ou gasóleo como fonte de todos os rendimentos não só terminou, como é neste preciso momento causa evidente do agravamento da crise económica e financeira que tem vindo a conduzir sucessivos países a colapsos sociais inimagináveis quando este século começou.

A poeira que tem sido lançada pelos nossos indigentes meios de comunicações social sobre esta matéria confunde frequentemente a estrada com os automóveis, ou neste caso concreto, a ferrovia com o que circula em cima dos carris: comboios de passageiros, comboios de mercadorias, comboios lentos (120 Km/h), comboios de velocidade elevada (220-250Km/h) e comboios de alta velocidade (até 300, 350, ou mais Km/h). Difundem assim a ideia errada de que quem paga a ferrovia tem também que pagar o material circulante e a sua exploração. Não tem!

A política europeia nesta matéria é muito clara: os governos europeus e os fundos comunitários investem nas infraestruturas —projetos, expropriações, ferrovia, sistemas de eletrificação e de sinalização, plataformas logísticas e estações— e os privados, por sua vez, investem na exploração dos serviços de transporte. Haverá assim várias empresas oferecendo serviços de natureza diversa: transporte de graneis e de mercadorias em contentores, e ainda transportes de passageiros a velocidades diversas e com graus de conforto e preços variados.

Por fim, a retoma do contrato de ligação Poceirão-Caia, passando por Évora, mas que na realidade deveria ligar o Pinhal Novo ao Poceirão e este a Caia, com ligações asseguradas ao Barreiro, Setúbal e Sines, além de gerar centenas de empregos diretos, irá um dia promover o aparecimento de dezenas de novas empresas e milhares de postos de trabalho associados à nova fileira do transporte ferroviário do século 21, fortemente imbuída de tecnologia, métodos modernos de gestão e de muita investigação.

Esperemos, enfim, que a tentativa de dar a TAP a um senhor que ninguém conhece, só porque os banksters do BES mandam, ainda possa ser travada e renegociada ao longo do próximo ano, em nome de uma privatização bem desenhada, transparente e estratégica (que não tem sido), e em nome de um projeto essencial ao país —a ligação Poceirão-Caia—, cujo financiamento pode estar neste preciso momento a ser desviado ilegalmente para uma operação pirata!

ÚLTIMA HORA

Diário Económico anuncia amanhã que Parpública vai injetar 100 milhões de euros na TAP.  De onde vem o dinheiro?! A alma que me escreveu sabe do que fala!

Uma alma anónima acaba de me fazer chegar estas revelações preocupantes:
Governo transfere fundos e empréstimos previstos para a implementação da bitola europeia para financiamento oculto da privatização da TAP!

O total do investimento previsto para o projecto original da ligação ferroviária Poceirão-Caia, incluindo o pagamento de todas as expropriações, foi de aproximadamente 1400 M€. Neste valor inclui-se uma via férrea suplementar em bitola ibérica para o troço Elvas-Caia, que acresce ao projecto da via em bitola UIC (vulgo bitola europeia), para passageiros e mercadorias. A concessão prevista é de quarenta anos, dos quais os primeiros quatro seriam destinados à construção, ensaios e homologação internacional. O contrato incluiria ainda a manutenção das vias durante 36 anos, de modo a garantirem disponibilidade de uso na ordem dos 99%.

Fontes de Financiamento à ELOS :

      - 661 M€ a fundo perdido da EU. (Posteriormente aumentado para cerca de 800M€, “à pala” de ajuda adicional aos países sob resgate.)

      - 600 M€ provenientes do BEI, a uns 2,..%.

      - 90 M€, da banca comercial, basicamente, CGD e BCP., a uns 3%.

      - 60 M€ da Refer ( creio que relacionados com a terceira via, a de bitola ibérica)

      - 116 M€ do Orçamento Geral do Estado.

Já depois do actual governo anunciar o fim do projecto Poceirão-Caia, mas antes de o formalizar, e a seu pedido, estudaram-se variantes, cuja redução de custos permitiria (com o aumento dos 800 M€, entretanto anunciados) prescindir da totalidade das prestações da Refer,  do Estado e, provavelmente, da própria banca comercial. Basicamente, retirava-se do projecto a via em bitola ibérica (com redução das respectivas pontes e viadutos, redução da largura da plataforma, aterros e escavações entre Évora e Caia, catenária, e ainda redução de potência das subestações reforçadas por causa dela), diminuía-se a dimensão da estação de Évora, e faziam-se mais algumas pequenas alterações.

As condições duramente negociadas pela ELOS com os bancos (690 M€) eram tão boas ou tão más que agora o Governo veio pedir à Elos que aceite “trespassá-las” para uso do governo em outros financiamentos do Estado, desta vez através da Parpública…

A formalização dos complexos contratos (com o senhor Efromovich?) decorre neste momento numa espécie corrida de fémures para o precipício. O dia D, de aflição para a Parpública, é hoje, 18 de dezembro. Uma ignomínia sem nome !


Última atualização: 19 dez 2012 - 00:19 WET



terça-feira, novembro 13, 2012

A inevitável bitola europeia

Apesar dos tiros no pé a bitola europeia acabará por chegar a Portugal

O efeito de rede começa a sentir-se na nova rede de bitola europeia espanhola e na Ibéria!

Iberia tiene 1.000 millones en caja para pagar el ERE
La tesorería de la aerolínea cae a la mitad en cuatro años

Iberia dispone de 1.074 millones en caja para financiar el plan de transformación de la compañía, cuyo principal punto es despedir a un mínimo de 4.500 empleados (que podrían ser hasta 7.000) mediante uno de los mayores expedientes de regulación de empleo (ERE) formulados en España — in El Diario de la industria turística (13 nov 2012).

Renfe 'reventará' los precios del AVE para competir con el avión
La compañía lanzará una campaña comercial agresiva con productos más asequibles al bolsillo de los españoles

Viajar en AVE será más barato muy pronto. Renfe ha decidido poner toda la carne en el asador en pleno proceso de liberalización del mercado. La compañía pública va a lanzar una nueva campaña comercial con el objetivo de poder luchar de tú a tú con el avión y la carretera — in El Diario de la industria turística (22 out 2012).

Renfe planea un AVE de Valencia a Málaga tras el éxito de la ruta con Sevilla

No todo marcha mal en la economía valenciana. La única noticia buena de los años de crisis, la llegada del AVE en 2010, comienza a dar resultados. Renfe recuperó antes del verano frecuencias que había suprimido con Madrid y puso en marcha un servicio directo con Sevilla y Córdoba, sin parar en la capital de España. Esta ruta ha sido un éxito gracias a la aceptación que ha tenido en el viajero de ocio, lo que ha llevado a la compañía a estudiar un servicio, también directo, con Málaga. Renfe contempla también la posibilidad de pasar de uno a dos trenes diarios con la capital de Andalucía — in El Diario de la industria turística (27 set 2012).

A estratégia espanhola (e europeia) é clara: substituir o avião e o automóvel, nas viagens até 800Km, pelo comboio de alta velocidade (até 350Km/h) e velocidade elevada (até 250Km/h). Nas cidades e periferias urbanas a tendência é a mesma: metros ligeiros de superfície (Tram-train), e o regresso aos velhos elétricos e trolleys.

Nestas mesmas linhas andarão pessoas (mais depressa) e mercadorias (a horas diferentes e mais devagar). Os países da União terão que voltar a investir, com grandes apoios de Bruxelas e do Banco Europeu de Investimentos, na linha férrea, desta vez preparando-a para altas velocidades, e em novos sistemas elétricos e de sinalização. Em Portugal, Sérgio Monteiro deitou à rua mais de 1.300 milhões de euros (da UE e do BEI), que estavam reservados para a ligação Poceirão-Caia, que é um segmento vital da linha Lisboa-Madrid (resto de Espanha), atrasando a obra em mais de meia década!

Esta cedência imperdoável ao lóbi do embuste aeroportuário da Ota em Alcochete não servirá, porém, de nada. A alternativa, uma ligação surrealista, em bitola ibéria, entre Évora e Badajoz, não levará um cêntimo de Bruxelas.

Por outro lado, tanto a Alemanha, como Espanha, os dois principais parceiros comerciais de Portugal, e por sinal também os nossos dois maiores credores, já decidiram, e bem, que a rede ferroviária europeia de alta velocidade/velocidade elevada em bitola única (UIC) é uma prioridade estratégica irrenunciável e inadiável. Ou seja, andamos, como sempre, a perder tempo e feitio, e a empurrar para a emigração postos de trabalho indispensáveis à recuperação económica, desde os britadores de pedra aos cientistas mais avançados em sistemas de reconhecimento de voz, tradução simultânea, ou sensores de segurança.

Quanto aos comboios, que a Espanha constrói para todo o mundo e nós deixámos de construir por mais um assomo de estupidez governamental (Durão Barroso expulsou a Bombardier de Portugal), será como sempre foi e é nas estradas: cada um corre com o seu, ou seja, não compete aos governos prestar o serviço de transporte —salvo em casos particulares, de interesse estratégico ou utilidade pública irrecusável—, mas sim às empresas privadas que já existem ou se encontram em fase de constituição.

Haverá empresas especializadas em mercadorias, e dentro destas em sub-categorias relacionadas com o tipo de materiais transportados (perigosos, líquidos, gasosos, etc.), e haverá companhias especializas em transporte de passageiros, correlacionadas com a velocidade —um Foguete é muito mais rápido e caro que um Alfa— e com o uso —turismo ou negócios, etc. A Ferrari já está em pleno nesta corrida. Para bom entendedor...

Espanha é o melhor caso de estudo mundial sobre a transição da estrada, e do ar, para a ferrovia. Trata-se de um regresso ao comboio, com mais valias ambientais, económicas, tecnológicas e culturais (retrofitting) de enorme importância estratégica para as sociedades pós-petrolíferas.

E nós, quando é que acordamos?

Para quem se interessa por estas coisas, que podem determinar o nosso atraso ou a nossa próxima contemporaneidade, vale a pena conhecer em pormenor o estado de construção, em novembro de 2012, da rede espanhola de bitola europeia, nomeadamente aqui.

Clicar para ampliar. Para maior ampliação, aqui.


ÚLTIMA HORA

É por isto que os piratas da Lusitânia do oeste querem travar o "TGV"!

Los viajeros prefieren AVE
Dirigentes.digital

El 19 de diciembre se cumplen dos años de la puesta en marcha de la línea de alta velocidad entre Madrid y Valencia. El proyecto ha superado las expectativas más optimistas de pasajeros de Renfe y ha destrozado el negocio de las compañías aéreas. El AVE ha robado desde 2010 ceca de 750.000 pasajeros al aeropuerto valenciano de Manises. En otras palabras, el 75% de las personas que hacían la ruta entre la ciudad del Turia y la capital de España ha abandonado el avión para pasarse al tren.

Última atualização: 21 nov 2012 ; 13:55

quarta-feira, março 14, 2012

300 Pontes Vasco da Gama

Em 2009 Portugal já tinha acumulado uma dívida superior a 300 mil milhões de dólares. Quem paga?

O custo exagerado da Ponte Vasco da Gama (cerca de mil milhões de euros) tornou-se na medida-base do nosso escandaloso endividamento

Custos da Ponte Vasco da Gama (1998/ valores em euros)

Fundo de Coesão da U.E.: 319.000.000,00 (35,6%)
BEI: 299.000.000,00 (33,3%)
Portagens da Ponte 25 Abril: 50.000.000,00 (5,6%)
Acionistas, etc.: 229.000.000,00 (25,5%)

Custo Total da Ponte Vasco da Gama: 897.000.000, 00   

O memorando assinado pelos representantes de Portugal e pelo BCE, União Europeia e FMI, apontou um caminho: consolidação fiscal, abertura dos mercados protegidos à concorrência, e melhor redistribuição da riqueza, nomeadamente através dos mecanismos de transparência, supervisão e aplicação da equidade próprias dos regimes democráticos.

O governo foi rápido a esfolar a maioria dos contribuintes, conseguindo até a proeza de aumentar rapidamente a taxa de mortalidade do país! Já no que se refere à segunda metade do acordo que os portugueses sufragaram em mais umas eleições, realizadas em circunstâncias de crise agravada das contas públicas e privadas do país, o governo do Jota Passos de Coelho nada fez. Promete, vagueia, ausenta-se, mas a verdade é que os acontecimentos têm vindo a mostrar que o mesmo poder (isto é, o Bloco Central da Corrupção) que nos conduziu até à desgraça, escancarada desde 2008, persiste na mesma via, só que agora agravada pela falta que em breve será evidente de qualquer colete de salvação — seja o do crédito internacional privado, seja o dos resgates financeiros promovidos pela União Europeia em claro desespero de causa. Portugal não conseguirá atingir a meta do défice, nem mesmo roubando todo o QREN para martelar uma vez mais os balanços.

Os ingleses, que anunciaram um empréstimo público obrigacionista a 100 anos de vista (coisa igual só ocorreu naquele país para pagar a Primeira Guerra Mundial), decidiram também e ao mesmo tempo rever as suas PPPs. Não consta que algum político de pacotilha tenha ido ao parlamento assustar os deputados de sua majestade com o poder dos escritórios de advogados!

Os piratas da EDP, da Mota-Engil, do BES e do Grupo Mello, entre outros, cujas rendas escandalosas deveriam já ter sido drasticamente revistas e reduzidas, são a pedra de toque da sobrevivência do atual governo (ver quadro completo das PPP: Q1, Q2, e ler o Relatório). Se o que já transparece for o que parece, não dou mais de um ano de vida a esta coligação de fracos.

O contrato da Ponte Vasco da Gama, assinado em 1995 (governo de Aníbal Cavaco Silva, com Joaquim Ferreira do Amaral no cargo de ministro das obras públicas), tendo o seu custo atingido um total de 897 milhões de Euro — é disto mesmo um verdadeiro paradigma.

Os fundos comunitários representaram cerca de 35% do seu custo, e os comentários do Tribunal de Contas sobre o financiamento desta ponte foram deste quilate:

“Só pelo facto do Estado ter prolongado a concessão 7 anos as perdas foram superiores a 1047 milhões de euros”.

Fazendo contas chegar-se-à à conclusão de que esta infra-estrutura irá custar, no total, quase o triplo do preço original. Teria sido assim muito mais proveitoso para o Estado pagar a totalidade da obra, recorrendo a um empréstimo a 30 anos, deixando a amortização por conta das receitas de portagem portagem.

O TC é lapidar:
"Na verdade, afinal, o Estado concedente tornou-se no mais importante e decisivo financiador da concessão, sem a explorar" (Relatório completo/ PDF)
Mas o mais importante, que não está a ser discutido agora, a propósito da escandalosa tentativa governamental de entregar à Lusoponte receitas indevidas, por conta das portagens do passado mês de Agosto, que foram cobradas, ao contrário da "borla" habitual (paga por quem passa e por quem não passa na ponte), é outro assunto muito mais sério!

O Estado Português concedeu à Lusoponte, até às 24 horas do dia 24 de Março de 2030, o direito de opção na construção das novas travessias rodoviárias entre Vila Franca de Xira e Algés-Trafaria. Ou seja, o Estado não só financiou uma empresa privada, como lhe atribuiu o privilégio de rendeira monopolista de todas as pontes rodoviárias desde Vila Franca até ao mar!

Joaquim Ferreira do Amaral é desde 2008 um dos administradores não-executivos da Lusoponte, a qual foi entretanto adquirida pela Mota-Engil, presidida pelo "socialista" Jorge Coelho. Palavras para quê? São artistas portugueses e usam e abusam da ingenuidade dos indígenas que exploram e gozam alegremente.