© Photobucket |
Vá para a prisão sem passar pela Casa de Partida!
As últimas horas de Sócrates em liberdade
Sócrates partiu para Paris na manhã de quarta-feira, dia 19 de Novembro. Tudo indica que, nessa altura, já soubesse que a sua detenção estava iminente.
À chegada a Lisboa, Sócrates foi preso. Mas antes de embarcar avisou um jornalista no qual depositava confiança - talvez para rodear a sua prisão de grande escândalo.
José António Saraiva, 18/12/2014 13:41:52
Sol
Verosímil. Só não se percebe porque motivo José Sócrates não decidiu partir imediatamente para Fortaleza, ou qualquer outra cidade brasileira, em vez de ir diretamente para a Prisão… sem passar pela Casa de Partida. Será que não acreditou que pudesse ser preso? 'Eles não têm coragem....' terá dito a alguém.
Se tivesse fugido para o Brasil, a pretexto de uma missão para a Octapharma, sabendo que havia uma ordem de detenção, Sócrates teria alimentado ainda mais as suspeitas de corrupção que há muito pendem contra ele.
Por outro lado, tendo sido detidos os seus putativos testas de ferro, José Sócrates ficaria sem acesso ao dinheiro de que tanto precisa diariamente, e sem qualquer capacidade de manobra. Na prisão de Évora ainda poderia tentar dar uma entrevista ao Expresso e, quem sabe, levar a desavergonhada RTP a dormir com ele na mesma cela! Com o diácono Seguro fora de combate, e as massagens, perdão as sondagens, desenhadas para favorecer o Costa, quem sabe...
À medida que as semanas passam este ativo tóxico do PS vai queimando em lume brando o seu próprio sargento-ajudante de outrora, feito entretanto capacho à medida dos poderes fáticos do PS (Mário Soares, Almeida Santos e Jorge Coelho), com a missão, com sucesso cada vez menos provável, de derrubar o atual governo de qualquer maneira e recolocar a tríade de Macau no poder.
António Costa, aos serviço da estratégia de Sócrates, Soares, Almeida Santos e Jorge Coelho, foi empurrado para espetar facas e finalmente assassinar politicamente António José Seguro. Conseguiu-o, mas a que preço? Eu creio que ao preço do seu próprio suicídio político. A criatura Costa é um carreirista medíocre, bom para oficial às ordens, mas incapaz de dirigir seja o que for.
Lisboa é uma cidade sobre endividada e mal gerida pelos boys e girls que o ignorante e desajeitado ex-governante de Guterres e de Sócrates foi arregimentando. A capital do país esteve desgraçadamente escorada numa promiscuidade desmiolada com o Espírito Santo, e mete água sempre que chove, como se não tivessem sido gastos centenas e centenas de milhões de euros nos subterrâneos da Baixa.
António Costa, desde que tomou de assalto o poder no Partido Socialista, a mando da tríade de Macau e com uma unanimidade eleitoral coreana que diz tudo sobre o esgotado sistema partidário que temos, ora dá beijos na boca do Livre, ora sorri envergonhado ao Bloco Central. Pelo meio diz alarvidades sobre caravelas e aviões.
O tempo não corre a favor da velha guarda que arruinou Portugal.
Sócrates e Jorge Coelho, inspirados por Almeida Santos e Soares, quiseram dar cartas num jogo que há muito os ultrapassa: a estratégia chinesa para África, América do Sul e flanco sul da Europa.
Este jogo de placas tectónicas entre a China e os Estados Unidos da América, que conta ainda com uma grande projeção chinesa em direção à Eurásia, nomeadamente através de Moscovo e Berlim, inclui naturalmente pilares fortes em Moçambique, Angola, Brasil, Argentina, Venezuela e Portugal.
O erro dos 'socialistas' foi terem ficado prisioneiros dos pequenos jogos de Macau dos herdeiros de Stanley Ho, e do gorado estratagema de vender os terrenos do aeroporto da Portela a estes amigos do PS, onde seria então erguida a famosa e luxuosa Alta de Lisboa, para com o resultado de semelhante embuste financiar um novo aeroporto de raíz — nas palavras do adiantado mental Mateus, uma nova 'cidade aeroportuária' em Alcochete. E uma TTT Chelas-Bareiro, com a fanfarra do PCP atrás, pois claro! A avença do BES à Festa do Avante! iria certamente aumentar.
O prémio para o novo poder cor-de-rosa em ascensão, que entretanto foi tomando de assalto a Caixa Geral de Depósitos e o BCP, seria o famoso novo aeroporto da Ota, que ainda durante o governo de Sócrates passaria para Alcochete. O principal banqueiro disto tudo era o BES (e o seu aliado Crédit Suisse), e a principal construtora disto tudo seria a indecorosa Mota-Engil. Como é hoje público e notório, todos estes alicercers da dinastia soarista estão a ruir.
Portugal tem todo o interesse estratégico em acolher as ligações da China ao mundo, que passam nomeadamente por África (corredor Nacala-Lobito), pela América do Sul e pelo nosso país (ver o mapa que há muito desenhámos do cada vez mais próximo Tordesilhas 2.0).
Internamente, percebe-se que este naco de oportunidades que é gigantesco e poderia transformar Portugal num país respeitado e próspero (hoje não é uma coisa nem outra, cortesia dos piratas que assaltaram o país) seja disputado por quem tiver unhas para o agarrar.
Mas sabendo o que sei hoje parece-me evidente que os piratas da tríade de Macau apostaram num cavalo velho e desdentado, e que quando quiseram emendar a mão já era tarde. Começaram então a fazer asneiras umas em cima das outras, a ponto de terem quase estragado o brinquedo. As quedas vergonhosas e escancaradas de José Sócrates e do banqueiro Ricardo Slagado são o epílogo de uma guerra para a qual o senhor Mário Soares teve mais olhos que barriga.
É por estas e por outras que temos que varrer do mapa do poder em Portugal a Brigada do Reumático do Bloco Central da Corrupção que nos levou à quase bancarrota. Quem ainda não entendeu isto, ou é burro que nem uma porta, ou um avençado da casta caída em desgraça.
António Costa é pois uma mula política em que não se deve apostar um euro. Na realidade, já é uma carta fora do baralho.
PS: o olhar vesgo da deputada Ana Gomes em direção ao negócio dos submarinos tem tudo que ver com esta guerra perdida do PS.