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quarta-feira, agosto 01, 2018

Ó Catarina!

Catarina Martins

Catarina Martins tem posição em empresa de alojamento local. 
A coordenadora do BE detém uma posição minoritária numa empresa de alojamento local gerida pelo marido e pela sogra. Explora unidades no Sabugal. Partido diz que ajuda a combater a desertificação. 
A coordenadora do BE fundou a Logradouro Lda. com o marido há quase dez anos e foi sócia-gerente da empresa até final de 2009, altura em que assumiu funções como deputada em regime de exclusividade. Atualmente, a empresa explora quatro empreendimentos turísticos e uma unidade de alojamento local no concelho do Sabugal, distrito da Guarda. 
in ECO 

Como podem os eleitores confiar na 'coordenadora' do Bloco de Esquerda, se Catarina Martins não confiou nem, ao que parece, confia no marido e nos sogros para lhes passar por inteiro a sua quota na empresa de alojamento temporário de que detinha 50% e continua hoje a deter 4%?

Se tivesse vendido integralmente a sua quota no empreendimento imobiliário familiar teria evitado expor-se, como é agora o caso, a uma justa recriminação pública face à sua patente hipocrisia político-partidária. Ou será que não pode? Quais as condições e obrigações das ajudas comunitárias que obteve?

Além do mais, como pode liderar um partido que defende o fim da propriedade privada, a saída da União Europeia e o fim do euro, e recorrer na mesma peugada a fundos comunitários para financiar um negócio de alojamento local?

Nem coerência, nem decência... Demita-se, para evitar piores danos ao Bloco e à democracia.

OPORTUNISMO E  CONTRADIÇÕES INSANÁVEIS

“Basta pensar-se que no balcão dos despejos o senhorio não precisa de nada para mandar despejar e o inquilino precisa de advogados para se defender. É um absurdo completo. Chama-se balcão do arrendamento, bem sei, mas eu pergunto se algum dos presentes achou alguma vez que o balcão servia para arrendamento”. As palavras são de Catarina Martins, em Abril deste ano. O Bloco de Esquerda defende o fim do Balcão de Arrendamentos, mas foi precisamente nesse balcão que Ricardo Robles interpôs a acção de despejo contra um inquilino com quem não conseguiu chegar a acordo. 
— in Observador

Do programa do acampamento organizado pelo Bloco de Esquerda em julho deste ano

  • “Direito à Habitação vs Gentrificação”
  • “Saída do Euro: há outra saída?”
  • “A propriedade é o roubo: debate sobre a socialização dos meios de produção”
  • “Desobediência civil: como, porquê e para quê”


— in 15º Acampamento Liberdade/ 25-30 de junho 2018/ programa

segunda-feira, junho 11, 2018

O direito à habitação


Os devoristas do sistema apropriaram-se da democracia e transformaram-na num regime populista, habitado por demagogos profissionais, e milhares de corruptos à rédea solta.


Há mais lisboetas a alugar quartos e segundas casas (por vezes herdadas) do que a serem despejados de alojamentos que não podem pagar. Para muitos, o alojamento local e os alugueres clandestinos são a única forma de enfrentar o desemprego, o emprego precário e mal pago, a degradação dos salários ao longo de uma década, pensões miseráveis de reforma e o proto-fascista acosso fiscal.

Os idosos e os mais pobres que vivem em casas, quase sempre a cair de podres e imundas, sem elevadores, etc., em caso de despejo, devem contar com o apoio dos municípios (que têm a obrigação e os recursos para acudirem a estas situações), e do ministério da segurança social. Para isso pagamos mais impostos que o resto dos europeus!

Por enquanto há milho para todos: alojamento local e hoteis. Só em Lisboa foram criados em 2016 mais de 14 mil empregos no ramo imobiliário: construção, renovação e mediação. Uma casa vendida em Alfama significou quase sempre uma casa comprada na Margem Sul, ou na periferia de Lisboa. Ou seja, mais ainda do que o turismo, foi o investimento externo no imobiliário quem nos tirou da crise aguda em que estávamos.

Por enquanto o Medina e o Moreira protegem a recuperação do património degradado por décadas de populismo partidário (apesar do populismo barato da demagoga-mor da nossa democracia, a senhora Helena Roseta).

O direito à habitação é, como o direito ao pão, um bem a cargo da sociedade no seu conjunto, através das suas instituições, e através de políticas fiscais justas. Assim como não se obriga uma mercearia, ou a cadeia de supermercados Pingo Doce a oferecer pão a quem não tem, ou mesmo a vendê-lo mais barato por decreto, também as rendas das casas não devem ser uma propriedade política dos demagogos que nos desgovernam há décadas.

Uma mole partidária que cresce como uma nódoa de azeite falsificado (nem os deputados do Bloco escapam!), tal como arranja empregos para os filhos, netos, noras, sobrinhos, primos e amantes, também se especializou em fazer chegar as melhores casas camarárias a quem menos precisa...