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sábado, junho 16, 2012

TAP dos Pequenitos

A Alitalia também voava alto até cair nos braços da Barbie!

Esperemos que o regressado Preste João explique aos vendilhões descalços que o seu futuro está em África, sobretudo no norte de África, e nas Honduras!

Brisa 'empenhada' em ganhar privatização da ANA Aeroportos

...a Brisa pergunta qual será o modelo a seguir, já que no projecto anterior «estava previsto um grande aeroporto em que o investimento seria de 3.000 milhões de euros», refere Eça Pinheiro, adiantando que, sem novo aeroporto, «o modelo pode ser outro».
Outra das incógnitas é saber «o que o contrato vai impor ou não relativamente ao futuro aeroporto de Lisboa, até porque, mais tarde ou mais cedo, a Portela vai esgotar a sua capacidade» — in Sol.

O negócio de chulos que foi aprimorado no tempo do Pinóquio era um 5 em 1, mais ou menos assim: quem ficasse com TAP (sempre esteve previsto entregá-la a uma das famílias do regime) e com o seu buraco de 3 MIL MILHÕES DE EUROS (é esta a estimativa oficial da Blogosfera) herdava a ANA, limpa de pó e palha e com as tetas sempre a esguichar euros, herdava os terrenos da Portela (aqui com a obrigação de compartilhar o naco com o senhor Ho), recebia os arredores do NAL da Ota em Alcochete algaleados pelos autarcas comunistas e socialista da zona, e ainda, vejam só, a trabalheira de construir e explorar um novo aeroporto e a célebre cidade aeroportuária do adiantado Mateus.

Seria uma lotaria que nem o mais gordo dos Euromilhões!

Só que desde o início desta conspiração tive a oportunidade de explicar que a Blogosfera via mais este golpe do Bloco Central da Corrupção 1) como uma vigarice que nem no Uganda; 2) como uma impossibilidade prática por causa do Peak Oil e da crise financeira que já se avistava, bem gorda, no horizonte.

Foi então que assistimos a uma corrida contra o tempo —NÃO AO TGV, SIM À OTA! PERDÃO, A ALCOCHETE!—, gritavam todos em uníssono através das suas caninas agências de comunicação. Até que o Pinóquio tropeçou, vejam só, na descomunal dívida pública e externa do país, para a qual também muito contribuiu e da qual, pelos vistos, obteve fartos proveitos, por interpostas pessoas — ao que dizem.

E tropeçou, porque a dado momento os bancos de Wall Street e da City, que mantinham a nossa insolvente banca a flutuar, enviou um e-mail lacónico aos banqueiros com a seguinte frase: DEIXÁMOS DE PODER ASSEGURAR A VOSSA INSACIÁVEL NECESSIDADE DE LIQUIDEZ.

Na mesma tarde os nossos banqueiros anarquistas almoçaram, ficaram de caganeira, telefonaram-se aflitos sobre se teria sido do marisco, mas logo perceberam que não. Estavam simplesmente borrados de medo. E para o superar combinaram: vamos convocar o Pinóquio! E assim foi. Convocaram e disseram-lhe: SENHOR PRIMEIRO MINISTRO, A MASSA ACABOU!

O resto já sabemos como foi...

Foi pena terem subavaliado o poder da Blogosfera!




A TAP está falida e arrumada :(

Mas não teria que ter sido assim. O seu tráfego ponto-a-ponto foi literal e paulatinamente sugado pelas companhias de  baixo custo: Ryanair, easyJet, Air Berlin, transavia.com, Blue Air, restando-lhe agora o hub Brasil-Europa, Angola e os ossos do serviço público a que não pode escusar-se: Madeira e Açores.

O cenário era mais do que previsível e foi aqui explicado até à exaustão. Mas a barragem de propaganda e contra-informação do gaúcho Pinto foi sempre mais forte, e manteve tudo e todos sob o império da genial privatização para a qual, em primeiras núpcias, o mesmo gaúcho foi contratado com soldo milionário. O resultado está à vista: uma empresa sobre-endividada, que ninguém quer (apesar dos castelos no ar a este propósito mais uma vez construídos por quem já nada mais faz do que fugir desesperadamente às responsabilidades), que continua a ter mais trabalhadores do que a easyJet, Ryanair e Air Berlin juntas, e que se encontra há muito despida de qualquer estratégia.

Faltará ainda algum argumento para despedir com justa causa todo o CA da companhia?

O tempo da reestruturação sob patrocínio estatal acabou. Como não é possível injetar mais dinheiro governamental (isto é, dívida pública) nesta arruinada empresa, nem os exaustos bancos lusitanos podem já com uma gata pelo rabo, só resta uma solução: fechar a empresa, vendendo a marca, os slots, os pilotos, o pessoal de manutenção técnica e as aeronaves a um grande grupo europeu, pois, sabe-se agora, não é possível vender a maioria de uma companhia aérea europeia a investidores não comunitários. Para todos os efeitos, até pelo abismo para que a Espanha caminha rapidamente, o melhor mesmo é negociar com a Lufthansa.

Sul-americanos, asiáticos e africanos estão definitivamente fora deste campeonato. E os melros que por cá andam, encontram-se todos (salvo o Pingo Doce, creio) secos que nem carapaus.

Se não queremos ver a TAP passar à condição de mero brinquedo da memória, é bom que este governo se apresse a tomar este assunto em mãos com a dose de coragem exigida. O gaúcho hibernou, e espera fazer cair algum ministro até ao fim do ano. Que tal confrontar o gabiru com as suas responsabilidade?

PS: Sussurou-me quem sabe, que o Montijo pode ser a bóia de salvação para muita gente, da Groundforce e da nova TAP ;)

quarta-feira, agosto 15, 2007

Mattel Made in China

De como um apanhador de cócó
poderá levar a Mattel à falência

Croquetes para o Tannerzinho...
Lindo menino :-)
Agora é preciso apanhar o cócó...
Mas com o fantástico apanhador da Mattel é um prazer :-)
Cuidado, não engulam a pilha!! Made in China... Sold by USA...


A Mattel está a recolher mais de 18 milhões de brinquedos em todo o mundo (BBC online, 14-08-2007). O desastre começou com a recolha de bonecos e miniaturas pintados com tintas contendo chumbo (ingrediente tóxico e proibido pelas legislações de vários países, EUA, Japão e Europa incluídos), ou contendo pequenas pilhas de fácil acesso e que qualquer criança poderá levar à boca e engolir! Os personagens envolvidos nesta inesperada saga, que já levou ao suicídio do principal sócio da emprea chinesa que fabricou os brinquedos, vão desde Sarge, um jipe do filme "Cars", até Batman, Barbie, One Piece, Dog Daycare e Polly Pocket. A lista de brinquedos abrange mais de 70 produtos diferentes (BBC online) e pode não ficar por aqui.

Nos Estados Unidos e na Europa surgiram recentemente outros produtos oriundos da República Popular da China igualmente perigosos, entre os quais uma versão falsificada e tóxica da pasta dentífrica Colgate, comida para animais domésticos que envenenou e matou milhares de cães e gatos nos EUA, peixe e marisco contendo químicos ilegais e perigosos, frangos e outras aves alimentados com hormonas proibidas, em suma, um verdadeiro descalabro. Apenas se conhece a ponta deste icebergue. Mas uma coisa é certa, se o número de casos continuar a aumentar, a marca Made in China (frequentemente escondida nas zonas menos acessíveis dos produtos) poderá passar a ser sinónimo, não apenas de produto barato, frágil e mal acabado, mas também, de produto perigoso, desencadeando uma crise comercial sem precedentes entre o ávido país asiático e os seus maiores clientes e investidores: EUA, Europa e Japão.

O Ocidente ganancioso destrói as suas economias de produção em nome da produtividade, do lucro e sobretudo da especulação bolsista, exportando máquinas, sabedoria e tecnologia para os países de mão-de-obra barata (ou mesmo em regime de escravatura disfarçada.) Pressiona o Oriente para que forneça produtos cada vez mais baratos, para poder aceder a mercados cada vez mais amplos, mas também porque o consumidor ocidental, apesar das aparências, está cada dia mais pobre. Os países como a China, onde a corrupção é generalizada e não existem mecanismos de controlo à altura do crescimento económico em curso, resvalam com facilidade para o pior da economia capitalista: exploração desenfreada dos trabalhadores e total desprezo pelo consumidor final. A culpa, no fundo, é nossa...

Deixei de comer Sushi como forma de protesto contra o barbarismo japonês no que se refere à caça desenfreada e cruel do atum, da baleia, dos golfinhos e em geral de todos os grandes cetáceos. Sopa de barbatana de tubarão, uma especialidade bárbara de chineses e tailandeses, entre outros, para o que matam milhões de tubarões anualmente, com o único fito de lhes retirar as barbatanas dorsais, nunca mais! Quanto aos produtos "Made in China" (1), sobretudo alimentares e de vestuário, não obrigado.

Post scriptum - o título completo deste post deveria ser "De como um apanhador de cócó e a pedagogia escatológica de Barbie poderão levar a Mattel à falência". Na realidade, Barbie ensina aos miúdos de todo o planeta que, como postulou Lavoisier em 1789, "Na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma". E assim é: Tanner, o cachorro de Barbie, papa biscoitos de cão (certamente indigestos, pois são fabricados na China.) Mais tarde, Tanner dejecta os biscoitos pelo ânus, sob a forma de caca. Depois de cuidadosamente recolhidos pelo apanhador de cócó (scooper), são higienicamente depositados no recipiente do lixo. Quando os biscoitos acabarem... vai-se ao recipiente do lixo e recicla-se a caca de Tanner, dando-a de novo a comer, como biscoitos. Uma extraordinária demonstração de pedagogia escatológica que fará certamente muito pelas fantasias eróticas do futuro. Presume-se, claro está, que as famílias mais puritanas e abastadas comprarão sucessivas recargas de biscoitos, para que o cocó não volte à boca do pobre animal.



Notas e referências

1 - Des aliments en provenance de Chine dangereux pour la santé
LEMONDE.FR avec AFP | 29.08.07 | 19h34

"Après les jouets, les tubes de dentifrice, la nourriture pour chiens et chats aux Etats-Unis, les produits à base d'herbes médicinales au Canada, c'est au tour des aliments en provenance de Chine et importés en France d'être pointés du doigt. Certains présentent des risques graves pour la santé, selon une étude du magazine L'Expansion à paraître jeudi 30 août.

Sont particulièrement incriminés des colorants interdits découverts dans des sauces ou dans des gâteaux de riz, des moisissures cancérigènes sur des fruits secs, des résidus d'antibiotiques dans des lots de miel et de poissons, des traces de mercure sur des anguilles ou encore des stocks de nouilles incluant des composants génétiquement modifiés... Une trop longue liste des ingrédients impropres à la consommation relevée par le magazine. Ainsi, pour les aliments, 263 notifications pour produits dangereux ont été relevées en 2006, selon le réseau d'alerte rapide de la Commission européenne. Et, au cours des sept premiers mois de l'année 2007, L'Expansion fait état de "209 problèmes".

En Europe, les importateurs sont responsables en matière de sécurité alimentaire. Ils doivent assurer la traçabilité des produits tout au long de la chaîne alimentaire, identifier leurs risques et alerter les autorités sanitaires en cas de doute."


OAM #230 15 AGO 2007