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domingo, abril 13, 2014

Próximo PM: Luís Amado?

Luís Amado, o senhor que se segue no PS?

Alea jacta est


O atual CEO do BANIF e ex-ministro dos negócios estrangeiros do PS, Luís Amado, acaba de explicar às criancinhas porque motivo o PS terá que caminhar para uma grande coligação com o PSD se ganhar as próximas eleições legislativas. António José Seguro, enquanto líder prisioneiro da estouvada Isabel Moreira, tem os dias contados.

Próximo Governo terá de ser de maioria, diz Amado

Em entrevista hoje à Antena 1 e ao Diário Económico, o atual presidente do Conselho Administração do Banif considera que “o país aprendeu com os erros”.

“Tivemos durante muitos anos governos minoritários, que tiveram dificuldade em imprimir a ação governativa, uma linha de estabilidade e de coerência programática e política que pudessem resolver alguns problemas estruturais do país”, sublinha. Por isso, o próximo executivo poderá ser “outra coligação, mas tem que haver um governo de maioria”.

“Creio que ninguém duvida hoje que não haverá condições, nem nenhum Presidente da República dará posse a um governo minoritário no atual contexto. Portanto, terá de haver um entendimento”, sustenta.

DN Política, 12/04/2014

O senhor Seguro esqueceu-se de fazer o seu seguro de vida como SGPS. Ou seja, está a prazo e a prazo muito curto. Aliás, o CEO sombra da Mota-Engil já está no lugar certo para o golpe de coelho quando for preciso dá-lo. Quem será o sucessor de Seguro? António Costa? Prefiro pensar em Luís Amado. A entrevista que acaba de dar à Antena 1, revela que já é mais do que uma hipótese.

Sem maioria, com quem irá o PS coligar-se? Com o PCP? A probabilidade de tal acontecer anda muito próxima de zero. Com o resto do Bloco? Risível. Sendo assim, só restam duas hipóteses: ou ganha as eleições, mas não forma governo, ou então terá que aceitar o grande abraço atlântico de José Manuel Durão Barroso. É assim tão difícil de entender?

domingo, julho 25, 2010

Luis Amado

O homem certo no lugar certo

Seria bom que houvesse uma política externa estável, ou melhor que a "direita" e a "esquerda" portuguesas afinassem por um mesmo diapasão estratégico em matéria de diplomacia, nomeadamente energética e económica (e que deixássemos de parte o infantilismo oportunista da caldeirada ideológica que é o Bloco de Esquerda e dos órfãos comunistas do PCP). As nossas prioridades passam, como bem esclarece Luís Amado —numa importante entrevista dada ao Expresso deste fim-de-semana— por uma atitude cosmopolita, sem complexos de inferioridade, fazendo valer um património histórico muito relevante em tudo o que se reporta à ideia de globalização e cooperação internacional.

Estou 100% de acordo com o desenho estratégico de Luís Amado.

Prioridades: América do Sul (e América em geral), África (sobretudo Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde) e Ásia (China, Índia, Vietname, Malásia, ...) Isto e uma política de diálogo permanente com o mundo árabe muçulmano, distanciando-nos claramente da agenda Sionista, parece-me ser o essencial. Como dá a entender subtilmente Luís Amado, o ciclo dos fundos comunitários chegou ao fim. Os alemães voltam-se claramente para Leste, o nosso destino sempre foi o Atlântico, e os luteranos nunca nos compreenderão completamente. Ainda bem!

Há umas semanas actualizei a minha visão do mapa da estratégia diplomática portuguesa. Ora vejam o que apontei no Mapa Google (usar todo o écrã).

sábado, dezembro 13, 2008

Portugal 61

Os pequenos também contam

US hails Lisbon Guantanamo offer

13-12-2008 (BBC) A senior US official has described as a "significant step" Portugal's offer of asylum for some inmates from the US detention centre at Guantanamo Bay.

“Passo decisivo”, diz a administração Bush
Oferta de Portugal sobre Guantánamo destacada na imprensa estrangeira

12-12-2008 (Público) A disponibilidade de Portugal para acolher detidos de Guantánamo é hoje notícia em todo o mundo, com “The New York Times” e “The Washington Post” a destacarem o passo decisivo que representa para o encerramento do campo.

“Numa iniciativa diplomática decisiva que provavelmente vai ajudar a administração Obama a encerrar o campo de detenção de Guantánamo, Portugal disse esta semana que está disposto a receber alguns detidos e instou outros países europeus a aceitar os detidos que permanecem no campo”, escreve o “New York Times” na sua edição de hoje.

A Irlanda provou que um pequeno país pode bloquear a União Europeia e conduzir os burocratas de Bruxelas às mais caricatas acrobacias. Portugal acaba de provar que um pequeno país, sobretudo se tiver inteligência táctica e a visão estratégica no sítio, pode desbloquear um impasse e provocar uma discussão importante no seio da União Europeia. Luís Amado, um dos ministros mais capazes e sérios de um governo decepcionante, acaba de dar um contributo notável, e sobretudo seguro, para o novo relacionamento estratégico entre a Europa e os Estados Unidos.

Ao contrário dos traidores inconscientes, que depois de caírem nos bolsos de Madrid, têm vindo a dar criminosamente espaço e oportunidade à estratégia mini-imperial dos leões sem dentes da Zarzuela e da Moncloa, o actual ministro dos negócios estrangeiros português foi capaz, até agora, não só de reparar os estragos causados por Durão Barroso (pela forma quase canina como colaborou com George W. Bush, Blair e Aznar), mas também aproveitar todas as oportunidades para reafirmar o posicionamento estratégico de Portugal no reforço dos comandos atlânticos da aliança euro-americana.

O mundo caminha para um reajustamento tectónico sem precedentes —provavelmente o mais importante dos últimos 600 anos (1415-2015).

Não vejo como se poderá evitar um novo Tratado de Tordesilhas, entre o Ocidente e o Oriente, protagonizado desta vez, de um lado, pela Euro-América, e do outro pela Ásia.

A África será uma vez mais repartida entre duas esferas de influência global, e a Rússia e o Médio Oriente continuarão a ser presas em disputa. A primeira, poderá pender um dia, finalmente, para o Ocidente (pois não vejo os Ortodoxos converterem-se ao sincretismo Mao-Confucionista.) Quando ao conflito artificial entre judeus e árabes, deixará de ser relevante no dia em que o petróleo secar, ou seja, lá para meados deste século.

A aproximação acelerada entre a China, a Coreia do Sul e o Japão (1), a que temos assistido nos últimos anos, meses e dias, é o melhor indicador dos movimentos subterrâneos da geopolítica mundial. Outro indicador, que acaba de se manifestar em toda a sua gravidade, é a proliferação da primeira grande crise global do endividamento (Ann Pettifor, Debtonation). Estas duas forças tectónicos provocarão inevitavelmente o regresso a uma lógica de trade and power e de vantagens comparativas (David Ricardo) na economia mundial, com a respectiva separação de águas e territórios. Ora bem, é precisamente neste contexto que Portugal, sobretudo na perspectiva da sua imensidão marítima territorial (ZEE alargada) e simultânea integração soberana na União Europeia, voltará a ter um papel decisivo a desempenhar na sua já longa e acidentada história. Num certo sentido, pode dizer-se que é a nossa grande janela de oportunidade após a integração plena na União Europeia e o fim do ciclo das ajudas comunitárias.

É por isso que tenho vindo a seguir com fundada expectativa a acção diplomática de Luís Amado e exorto os meus leitores a prestar-lhe a devida atenção.

A reacção de Manuela Ferreira Leite à iniciativa portuguesa de receber entre nós os seis inocentados terroristas que ilegais voos da CIA, tacitamente autorizados por vários governos europeus (Suécia, Espanha, Portugal, Itália, etc.), conduziram para a prisão militar de Guantánamo, foi mais um tiro no pé, dos muitos que esta inexperiente política tem dado desde que, em desespero de causa, a guindaram à posição de líder da cada vez mais improvável alternativa ao actual poder "socialista".

E é também por isso que desde o primeiro momento chamei a atenção de todos para a completa irresponsabilidade da turma de patetas parlamentares que alimentou, com o seu sonambulismo partidário e as suas generalizadas ausências, o incidente açoriano em volta dos poderes presidenciais de dissolução dos órgãos regionais eleitos. As regiões autónomas precisam porventura de mais autonomia e de mais responsabilidade, e nisso apoio-as sem reservas, como apoio sem reservas mais poder e mais responsabilidade para os restantes poderes locais. Mas nas questões que possam suscitar dúvidas de soberania, ou de intromissão dos poderes subsidiários em questões de soberania, a minha intransigência é absoluta e radical! Não podemos tolerar que uma manada de deputados, só porque os elegemos sem saber como, atentem pela idiotia contra o futuro de Portugal. Caro Mário Soares, a sua intempestiva defesa dos deputados sonâmbulos, em nome da democracia, foi certamente um acto falhado, mas nem por isso menos revelador e lamentável. A democracia não é um fim em si, e muito menos um disfarce para a estupidez, o cabotinismos e a corrupção de uns poucos, mas a melhor ferramenta que conhecemos para atingir a liberdade, a igualdade e a fraternidade.


NOTAS
  1. 13/12/2008 - 12h32 (Folha Online)
    Japão, China e Coréia do Sul criam frente asiática contra crise econômica

OAM 492 13-12-2008 15:45

sábado, setembro 27, 2008

Venezuela

Triangulações inteligentes

Hugo Chávez: "comprar bacalhau, azeite e trigo e assinar contratos no domínio das pescas, para que possamos continuar a lutar contra a miséria e a pobreza".

27-09-2008, 09:49 (RTP). O presidente venezuelano, Hugo Chávez, está de novo em Portugal onde chegou ontem à noite ao aeroporto de Figo Maduro, em Lisboa. Chávez chegou à capital portuguesa e salientou a sua intenção de comprar um milhão de computadores Magalhães.

Esta viagem do meteorito de Caracas a Figo Maduro (Lisboa) traz água no bico.

Nós importamos trigo, azeite e bacalhau! E quanto ao célebre Magalhães, não passa de um computador portátil "barato" da Intel, versão Classmate (disponível na Amazon desde 2006), embrulhado em Portugal, mas cujo o miolo é inteiramente americano (Intel + Microsoft Windows XP Professional ou Linux). A venda anunciada de um milhão de unidades à Venezuela, que mereceu já protestos da comunidade venezuelana pró-software livre, exigirá um teclado novo, adaptado ao Castelhano, o que não deixa de ser uma mais-valia para os montadores e marketeers da Póvoa do Varzim (parabéns!) Há, porém, algumas trapalhadas neste processo que devem ser rapidamente corrigidas.

O "computador barato", cujo paradigma -- One Laptop per Child (OLPC) -- foi inicialmente desenvolvido pelo famoso tecnólogo Nicolas Negroponte, no MIT, que ambiciona colocar tais máquinas à disposição dos países pobres, a menos de 100 dólares, até 2010, está neste momento a sofrer uma gigantesca ofensiva comercial por parte da Intel, que descobriu o potencial quase inesgotável dos novos mercados emergentes para este género de produto. Pensemos em países como a Índia, a Nigéria, a Indonésia, a África do Sul ou a China! A ingenuidade de Negroponte (1) resume-se a ter pensado que os tubarões do seu país, incluindo Bill Gates, deixariam passar esta oportunidade em claro. Não deixaram!

A Intel teve entretanto o cuidado de não impor o sistema operativo da Microsoft, produzindo assim duas versões, uma equipada com um sistema operativo proprietário, cujas licenças, actualizações e pacotes de programas (Office, etc.) são o grande negócio de Bill Gates, e custam dinheiro, e uma segunda versão, com o sistema operativo não comercial e livre Linux, para o qual existem já centenas de aplicações gratuitas.

Não se percebe pois a submissão canina do Governo português e do Bloco Central que domina este país, à Microsoft. Eu creio que alguém tem lucrado muito com esta submissão comercial, injustificável, ilegal e sem qualquer cobertura democrática parlamentar.

A aquisição dos Magalhães (um produto em que 9/10 do seu conteúdo e componentes efectivos são directamente importados de dois quase monopólios globais), sem concurso público internacional, é não só um escândalo, como deveria ser impugnado em Bruxelas, como claro acto de favorecimento e quebra das regras de concorrência estabelecidas pela União Europeia, por parte do Estado português. O mínimo que se exigiria era um concurso público internacional, estimulante, competitivo e de onde pudessem resultar propostas inovadoras derivadas dos dois projectos seminais de "computadores baratos": a iniciativa One Laptop per Child (OLPC) e a resposta da Intel, Classmate. Estou seguro que os chineses da Lenovo (que adquiriram há tempos a unidade de computadores pessoais da IBM) teriam respondido ao desafio, e que o resultado final teria sido mais produtivo, menos polémico, mais pedagógico e sério, muito mais transparente, e sobretudo assinalaria um ponto a favor de Portugal nas novas triangulações estratégicas em curso.

Mas por muito importante que seja o Magalhães, podendo viajar, depois deste sucesso venezuelano, para o resto da Hispano-América, e ainda para Angola, Cabo-Verde, etc. (como responderá o Brasil a este desafio?), eu não creio que a lista de compras de Hugo Chávez se fique pelo anunciado.

Na lista de compras conhecida, não há quase nada que seja realmente produzido em Portugal. E assim sendo, não teremos com que pagar o petróleo a baixo custo por ele "oferecido" -- ainda não sabemos, se a Portugal, se à GALP! Restam então outras possibilidades: navios costeiros (pesqueiros, de carga e militares), congelados e conservas, vinho, maquinaria ligeira, material militar diverso (armas e munições, veículos blindados, equipamento de logística, etc.), treino militar especializado e formação profissional avançada.

Aqui sim, há lugar para consolidar um bom negócio entre os dois países. O fim do império americano, que se traduzirá por um declínio lento e acidentado do seu ainda imenso protagonismo e capacidade de interferência, desencadeou uma autêntica agitação browniana à escala mundial. Pensemos na surpreendente rapidez política de Sarkozy, na reconstituição quase instantânea do potencial estratégico da Rússia, na rede global de laços comerciais que tem vindo a ser tecida pela China, ou ainda nos contratos energéticos recentemente assinados entre este gigante e a Rússia, o Irão, o Brasil, a Venezuela e Angola. As aquisições de tecnologia militar por parte da Venezuela à Rússia, à China e a... Portugal (?) configuram o surgimento de novas triangulações atlânticas que há mais de dois anos anunciei, e das quais Portugal, não só não pode estar arredado, como deve absolutamente protagonizar, na sua esperada qualidade de mediador (honest broker). Lucrando alguma coisa isso, claro!

Este é um novo e escaldante dossier, cuja abordagem exige olho de lince, subtileza diplomática e sabedoria política. O actual governo, a velha diplomacia lusitana, e sobretudo o excelente ministro de negócios estrangeiros escolhido por Sócrates, Luís Amado, têm feito um bom trabalho e sabido aproveitar todas as oportunidades que a rica e perigosa conjuntura actual tem vindo a oferecer a um pequeno mas estratégico país como Portugal. Tenho-o dito, e repito. Para quem pensa que tenho algo de pessoal contra o socratintas, aqui fica o contraponto.


NOTAS
  1. A Laptop For Everyone
    One Laptop Per Child--Version 2.0
    Andy Greenberg, 05.20.08, 3:05 PM ET (Forbes)

    Intel (nasdaq: INTC - news - people ), which broke off its partnership with OLPC in January to focus on promoting its competing low-cost laptop, the Classmate, also received a jab from Negroponte. "McDonald's doesn't compete with the World Food Program," he said. "So I don't know why Intel thinks they're competing with us." (See: "Intel's Laptop Flap.")

    OLPC's machines may, however, cut into sales of Intel's second-generation Classmate, which the chip maker released in partnership with Portland, Ore.-based Computer Technology Link last month. (See: "Intel Vs. The XO.") Negroponte said that OLPC will aim to cut the $188 price tag of existing machines to $100 even before the 2010 target date for the XO-2. The organization will also reinstate its "Give One, Get One" program in August or September, allowing Americans and Europeans to buy XOs if they also purchase a second machine for a child in the developing world.

OAM 444 27-09-2008 11:34 (última actualização 23:38)