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quarta-feira, março 12, 2014

Olhos bem abertos

A austeridade não é um castigo da Troika, como sugerem os indigentes do Manifesto, mas o resultado de uma cleptocracia que continua onde sempre esteve


Leitor atento fez-nos chegar algumas correções sobre os números ontem apresentados por Alexandre Patrício Gouveia no programa Olhos nos Olhos. Aqui vão...

Na dívida do Estado faltou adicionar a dívida das 120 PPP que representam perto de 35% do PIB. Somando a dívida declarada de 130% + 35% a dívida dispara para 165% do PIB.

Este ano, no Orçamento Geral do Estado, o aumento da despesa nas PPP foi de 800 milhões de euros mas ao somar a transferência da manutenção das auto-estradas dos concessionários para o Estado, o aumento real, é de mil milhões.

Este Governo quase nada fez na renegociação dos contratos das PPP, com taxas de rentabilidade elevadíssimas (14 a 16%), para proteger a Banca. Relativamente aos salários e Reformas foi exactamente ao contrário.

Quando se fala que os contratos não podem ser renegociados porque estão blindados essa afirmação não corresponde à verdade pois, este Governo parou 2 PPP porque existia vontade política para desistir dessas 2 PPP.

Uma das PPP que foi parada foi a auto-estrada e via rápida Sines-Beja que tem as obras a meio e viadutos já terminados e que são bem visíveis para quem passar por lá. É a prova concreta de que quando um Governo quer parar ou desistir de uma PPP desiste mesmo.

As 120 PPP representam 60 a 70 mil milhões de euros.

Nos 3 primeiros lugares, em valor, correspondem a 72% do total das 120 PPP (Direcção Geral do Tesouro)

41% para Rodovia (Novas auto-estradas e vias rápidas);
19% para Ambiente (Águas, Saneamento e Resíduos)
12% para Produção de energia eléctrica (Novas Barragens)

Quem está nos 3 primeiros lugares das PPP

1º Mota Engil
2º BES
3º Grupo Mello

TURISMO

Relativamente às receitas do Turismo que foram abordadas há uma correcção a fazer:

Segundo dados publicados recentemente pelo Banco de Portugal os valores de 2013 foram:

RECEITAS - 9249, 6 milhões de euros
DESPESAS - 3119, 7 milhões de euros

SALDO - 6129,9 milhões de euros (valor mais importante)

terça-feira, janeiro 31, 2012

Colapso energético em 2014?

O petróleo acabou!

O desastre da plataforma de perfuração Deepwater Horizon, Golfo do México, 2010.

Medina Carreira parece já ter percebido o essencial:
  1. O Ocidente, a começar pelos Estados Unidos, desde meados da década de 1970, começou a exportar as suas indústrias para Oriente, substituindo uma economia material, produtiva e de crescimento endógeno, por uma economia de serviços, de consumo e de endividamento, cada vez mais virtual — a qual viria a ser replicada, uma década mais tarde, na Europa;
  2. As democracias ocidentais (as únicas que, na realidade, existem e são dignas do conceito que exibem para o resto do mundo) degeneraram em regimes burocráticos de representação partidária, populistas e corruptos, vivendo em simbiose oportunista com um sistema financeiro essencialmente especulativo e cada vez mais assente na fraude internacional organizada;
  3. A superioridade tecnológica, militar e diplomática permitiu, durante os últimos quarenta anos, aos Estados Unidos e à Europa ocidental, um endividamento público e privado sem precedentes, do qual viria a resultar o nosso declínio demográfico (envelhecimento populacional e perda de população) e a presente crise sistémica — financeira, económica, social e política;
  4. Na base mais profunda da crise do actual modelo de civilização encontra-se um fenómeno de que só muito recentemente Medina Carreira parece ter-se dado conta: sem petróleo barato a economia do consumo e do estado social não só não pode funcionar, como entra rapidamente em colapso assim que o preço da energia ultrapassa um certo patamar; acima dos 100 dólares, situação que tem vindo a consolidar-se (ver cotações), temos recessão em largas dezenas de países; e acima dos 150-200 dólares a economia muito provavelmente entrará num colapso irreversível, isto é, do qual não será mais possível sair, se não através da instauração de um novo modelo de economia e de sociedade!




No programa Olhos nos Olhos (TVI 24) dedicado à crise petrolífera apareceu um tal “Agostinho Pereira de Miranda, advogado, [e] um dos maiores especialistas portugueses em assessoria jurídica e fiscal na área da exploração petrolífera.” Disse coisas acertadas durante uma parte do programa, mas parece ter reservado para o fim duas mensagens contraditórias e desastrosas (certamente sintonizada com o frenesim da caça ao último atum!):
  1. que o Pico do Petróleo seria uma fantasia do passado, em que ele mesmo chegou a crer;
  2. e que a energia nuclear seria certamente uma alternativa, ou um elemento da "diversidade" a ter em conta no futuro do sector energético.
Se temos petróleo para dar e vender, então não se justifica o risco e o preço do nuclear. Se, pelo contrário, o futuro do petróleo é incerto, então o nuclear será sempre insuficiente para substituí-lo, dada a magnitude da presença do petróleo nas nossas vidas; e também não justifica, nem o preço, nem o risco de insistir na sua problemática utilização, depois de mais uma tragédia tão incomensurável como a de Fukushima, ou face à permanente instabilidade internacional decorrente de qualquer tentativa de alargar o clube nuclear!

Menos mal que Medina Carreira se não deixou levar pelas palavras confusas do seu convidado, e atalhou as contradições do tal assessor dizendo simplesmente que não vai haver tempo suficiente para substituir o petróleo leve e barato por petróleo pesado e caro!

Há certamente muito petróleo pesado e extra pesado a cinco e a seis mil metros de profundidade; e muito petróleo misturado nas lamas venezuelanas e nas areias betuminosas do Canadá, e ainda o chamado gás de xisto. O problema, porém, desta abundância, é que a mesma é ilusória, pois custa muito dinheiro obter tais formas impuras de petróleo e gás, e correm-se riscos tremendos na sua extração, como ficou provado no desastre da Plataforma Deepwater Horizon da BP no Golfo do México.

O Pico Petrolífero global já chegou, em 2006, ou chegará até 2015 se descontarmos o efeito da uma recessão global duradoura, como a que está presentemente em curso. Entretanto, teremos volatilidade dos preços (que não é apenas resultado da especulação, como se diz) e a real possibilidade de um oil crunch, ou seja, a contração repentina da oferta sempre que há uma retoma da procura — e a subsequente e instantânea alta dos preços.

Assim como não vimos o crédito mundial secar, antes do colapso financeiro nos bater à porta com toda a sua brutalidade, tudo parece apontar agora para que o  colapso energético irrompa um dia destes por entre gargalhadas parlamentares, cimeiras inconclusivas e algum reality show novo.

domingo, outubro 17, 2010

Bancarrota - 2

Contra o Orçamento, marchar! marchar!

O súbito conformismo de Medina Carreira



Quando todo o historial permitia presumir uma oposição frontal de Medina Carreira à aprovação da aldrabice a que a nomenclatura do regime insiste em chamar Orçamento de Estado, fomos entretanto  surpreendidos (Plano Inclinado, 16 outubro 2010) pela capitulação do fiscalista perante a chantagem governamental. Ai, ai, ai que vem aí o FMI! — clama Medina Carreira. Mas não era ele mesmo que reclamava o desembarque daqueles senhores no Figo Maduro para salvar o país?! E se eles não vierem, pode o país salvar-se, continuando nas mãos da santa aliança entre Cavaco e Sócrates? A contradição é insanável. Algo de muito estranho deve ter convencido Medina Carreira a deitar ao lixo toda a sua esclarecedora pregação anti-sistema. (1)

A partidocracia e a nomenclatura estão inteirinhas com Sócrates e Cavaco!

Todos os partidos com assento parlamentar, sem excepção, isto é, de Louçã e Jerónimo de Sousa, ao inefável Portas, estão interessados na aprovação do cheque em branco que permitirá ao governo de piratas que elegemos (a culpa também é nossa, obviamente!) prosseguir a sua tarefa deletéria de delapidação económica e financeira do país. A consequência será, não havendo já, como se sabe, mais colónias para penhorar ou vender ao desbarato, a própria e acelerada perda da nossa soberania a favor dos nossos principais credores.

A aldrabice pegada apresentada pelo sem vergonha ministro das finanças, Teixeira dos Santos, resume-se a isto: manutenção do status quo na arquitectura, peso e natureza endogâmica, partidária, intrusiva e omnipresente do Estado —qual burocracia Estalinista vestida de cor-de-rosa—; e um criminoso saque fiscal sobre a generalidade da população e agentes económicos indefesos — ou seja, sobre os mais pobres, sobre a classe média profissional, sobre o funcionalismo púbico, e sobre o pequeno empresariado, deixando de fora, claro está, a poderosa classe parasitária dos monopólios e oligopólios que financiam e têm no bolso a generalidade dos partidos políticos e meios de comunicação de massas, mais as bases partidárias que, como metástases dum cancro letal, invadiram o estado e minam a sustentação da própria sociedade, degenerando assim a democracia, e criando todas as condições para a transformação desta numa cleptocracia

O negócio sujo proposto pelos piratas do PS aos piratas do PSD, para que estes deixem passar o orçamento, é este: vocês deixam-nos fazer o TGV e a TTT (Jorge Coelho/Mota-Engil oblige!), e nós deixamos que vocês prossigam com a aeroruína de Alcochete (Cavaco/BPN-SLN oblige!) As PPP, que interessam a ambos, seguirão também de vento em popa, não é verdade?

A seringa dos impostos é grossa e comprida. E quanto ao povo, como o que quer é circo, telenovelas e batatas fritas, nós para isso ainda temos. E se não gostarem, que emigrem! Até nos daria jeito... ahahahaaaa ;)

A desonestidade intelectual de Francisco Louçã

Francisco Louçã é um economista, e professor universitário, e por conseguinte tem obrigação de saber o que realmente se passa na economia e nas finanças internacionais e portuguesas. Se não fosse um intelectual desonesto, jamais se permitiria alimentar a estratégia permanentemente demagógica do saco de gatos a que chamaram Bloco de Esquerda.

Há uma verdade simples, que Louçã, por ser intelectualmente desonesto, finge ignorar: a nossa economia não produz suficiente riqueza para sustentar o Estado paquidérmico que tem; e este estado tentacular, burocrático, incompetente, caríssimo, enfim, hipertrofiado, se aguentou até agora, tal deveu-se exclusivamente às remessas europeias provenientes dos sucessivos quadros comunitários de apoio, e, por incrível que pareça, dos emigrantes!

A mama, porém, acabou, e agora resta-nos uma de duas alternativas: ou racionalizar drasticamente o assistencialismo social, e encolher o aparelho tentacular e intrusivo do Estado, libertando 30 ou mesmo 50% das suas actividades para a sociedade civil (indivíduos, empresas e associações cooperativas); ou continuar a punção fiscal sobre os produtores efectivos de riqueza.... levando a prazo o país à ruína completa.

Louçã, um burocrata pequeno-burguês típico, e um partidocrata, tal como todos os demais partidocratas, preferem cegamente a segunda opção, ignorando o desastre inevitável que daí advirá.

A boca voraz dos impostos já morde a própria cauda!

Se medirmos os encargos totais da administração pública improdutiva, verificamos que os mesmos superam já a riqueza efectivamente produzida no país. Ou seja, uma parte crescente dos impostos pagos não deriva já sequer da riqueza produzida, mas tão só e tristemente do empobrecimento geral do país. Ou seja, temos uma economia ficcional em marcha que, na realidade, só consegue evitar o colapso à custa de um endividamento externo imparável. Acontece, porém, que os nossos credores, sejam eles especuladores ou estados soberanos, perceberam a gravidade da situação das finanças portuguesas e decidiram travar a sua subsidiação. Daí que a cobra dos impostos, que começou a devorar furiosamente a sua própria cauda, tenha que ser dominada. E só há uma forma de o fazer: libertar a economia real da canga fiscal, libertar a sociedade civil da canga estatal, reduzir a dimensão do Estado e atacar as raízes partidocratas da corrupção e da cleptocracia instalada.

Para aqui chegarmos, porém, nada podemos esperar da corja acomodada em São Bento. Só mesmo Bruxelas, o BCE, e mesmo o FMI poderão aplicar a austeridade eficaz de que efectivamente precisamos para nos salvar da ruína e da humilhação.

NOTAS
  1. Apesar do que supostamente transcreve hoje o Económico, ouvi Medina Carreira dizer ontem à noite que seria de deixar passar o orçamento. No entanto, se emendou a mão, felicito-o!

sábado, março 06, 2010

Portugal 170


Educação: não deitem fora o bebé com a água do banho!



An illustration: I challenged one student about why he always wore headphones in class. He replied that it didn't matter, because he wasn't actually playing any music. In another lesson, he was playing music at very low volume through the headphones without wearing them. When I asked him to switch it off, he replied that even he couldn't hear it. Why wear the headphones without playing music or play music without wearing the headphones? Because the presence of the phones on the ears or the knowledge that the music is playing (even if he couldn't hear it) was a reassurance that the matrix was still there, within reach. — in Mark Fisher, Capitalist Realism.

Uma das consignas eleitorais de Paulo Rangel foi directamente importada de Medina Carreira: disciplina nas escolas! Todo o poder aos professores!! Aconselho, porém, o ansioso Calimero que quer ser primeiro-ministro de Portugal a rever o slogan.

Medina Carreira, que tem a cabeça no sítio, e resolveu dizer umas verdades que a maioria dos economistas conhecia, mas fingia ignorar, é curto na sua análise e na receita lapidar que dá para o problema da educação em Portugal: mais ensino profissional e disciplina. Não chega, ou melhor, não será por esta via de serviço, algo retrógrada, que iremos lá.

Em primeiro lugar, convém esclarecer que o problema da educação, tal como tem vindo a ser desvendado, não é português. Tal como noutros domínios, apenas importámos a epidemia. E o vírus da entropia educativa, tal como outros vírus, tem propensão para desenvolver pandemias, resiste aos contra-ataques, e é mutante!

If, then, something like attention deficit hyperactivity disorder is a pathology, it is a pathology of late capitalism — a consequence of being wired into the entertainment-control circuits of hypermediated consumer culture. Similarly, what is called dyslexia may in many cases amount to a post-lexia. Teenagers process capital's image-dense data very effectively without any need to read — slogan-recognition is sufficient to navigate the net-mobile-magazine informational plane. 'Writing has never been capitalism's thing. Capitalism is profoundly illiterate', Deleuze and Guattari argued in Anti-Oedipus. 'Electric language does not go by way of the voice or writing: data processing does without them both'. Hence the reason that many successful business people are dyslexic (but is their post-lexical efficiency a cause or efect of their success?)

Teachers are now put under intolerable presure to mediate between the post-literate subjectivity of the late capitalist consumer and the demands of the disciplinary regime (to pass examinations etc). This is one way in which education, far from being in some ivory tower safely inured from the 'real world', is the engine room of the reproduction of social reality, directly confronting the inconsistencies of the capitalist social field. Teachers are caught between being facilitator-entertainers and disciplinarian-authoritarians. Teachers want to help students to pass the exams; they want us to be authority figures who tell them what to do. Teachers being interpellated by students as authority figures exacerbates the 'boredom' problem, since isn't anything that comes from the place of authority a priori boring? Ironically, the role of disciplinarian is demanded of educators more than ever at precisely the time when disciplinary structures are breaking down in institutions. With families buckling under the pressure of a capitalism which requires both parents to work, teachers are now increasingly required to act as surrogate parents, instilling the mst basic behavioral protocols in students and providing pastoral and emotional support for teenagers who are in some cases only minimally socialized. — idem.

Tal como noutras matérias, a metodologia honesta aconselha a não confundir efeitos com causas. Não é a falta de disciplina que apodrece o ensino, mas o apodrecimento sistémico do ensino que se revela como indisciplina, permitindo de forma perversa justificar todas as guinadas da política, e em última análise servir (com aplauso público condicionado) a tendência manifesta, desde a década de 1980, para a desestruturação do ensino público. A educação gratuita, paga pelos impostos, tornou-se basicamente um processo de formatação cognitiva de massas, suportado por uma burocracia imensa, apto a melhor, ou pelo menos, mais pacificamente, administrar a força de trabalho globalmente disponível, ocultando por outro lado, e desta forma subtil, as verdadeiras taxas de desemprego (e sobretudo a destruição paulatina e aparentemente irreversível do trabalho produtivo), sob o manto simpático e diáfano da formação permanente, ou das "novas oportunidades".

O assunto merece mais e melhor reflexão. Não se precipite pois o candidato Paulo Rangel em promover receitas expeditas, que além de mal informadas, podem não passar de demagogia.

Voltarei ao tema.


OAM 695 —06 Mar 2010 20:40

terça-feira, março 10, 2009

Portugal 90

Este governo vai ser réu
Medina Carreira propõe presidencialismo para superar as "casas de meninas" da democracia, i.e. os partidos políticos. PS e PSD não são mais do que bancos alimentares — sugeriu.



O gráfico de Medina Carreira, feito a partir de números do respeitado economista José Silva Lopes, sobre a evolução do PIB português desde 1900 até hoje, é o elemento mais surpreendente e preocupante desta entrevista.




Medina Carreira, para além de reiterar as suas críticas de fundo ao actual regime político —persistência de um sistema educativo caricato, de tribunais e polícias que não funcionam, e de corrupção sistémica— volta a sublinhar que, na sua opinião e se bem o entendi, o país não tem saída no actual quadro constitucional, defendendo por isso a emergência de uma forma de presidencialismo adaptada às circunstâncias históricas e ideológicas que norteiam as democracias europeias.

Afastando embora o espectro de um golpe de Estado, teme que convulsões sociais graves possam forçar o colapso efectivo do actual sistema partidário. O que na sua opinião seria um bem, e até mesmo a única hipótese de o país tomar consciência da sua grave enfermidade sistémica e da medicação forte que terá que tomar se quiser sobreviver como país independente.

A reunião do G20 do próximo dia 2 de Abril irá ser decisiva para a evolução do nosso quadro clínico. Ou os chineses, russos, japoneses e brasileiros aceitam uma nova ordem financeira mundial, com reforço extraordinário dos poderes do FMI e Banco Mundial (o que poderia ser visto como um último fôlego da supremacia ocidental e judaico-cristã no mundo); ou, pelo contrário, o Oriente bate o pé, faz exigências, recusa subordinações, e então estaremos a caminho de um Novo Tratado de Tordesilhas, com o novo meridiano da divisão mundial do trabalho a rachar ao meio o continente africano.

Seja como for, uma coisa é certa, vêm aí medidas draconianas para os PIGS (Portugal, Itália, Grécia e Espanha), mas também para as economias falidas da Islândia, da Irlanda e do Reino Unido, já para não falar da Europa de Leste.

Está na altura de preparar soluções de contingência, nomeadamente no que toca ao bloqueado e imprestável sistema partidário português. O radicalismo imbecil do Bloco de Esquerda, seja no que se refere à sua proposta de retirada de Portugal da NATO, seja na cangocha parlamentar face à visita presidencial angolana, mostra à evidência que o tecto de crescimento eleitoral deste saco de ex-estalinistas e trotsquistas pavlovianos é meramente conjuntural e muito limitado. Limitado aos níveis patentes de iliteracia política dos seus principais dirigentes — que como quaisquer Pater familias da Intersindical ou da UGT, ganham rugas e morrem sentados nos pequenos bancos de poder que em tempo oportuno agarraram.

OAM 552 10-03-2009 11:01