Uma crise política que leve à demissão do desgoverno socialista e à não recandidatura do imprevidente, desajeitado e imprestável presidente da república Aníbal Cavaco Silva, é a única forma democrática de espremer o pus do furúnculo infecto em que degenerou a nossa democracia
O bando de ladrões do BPN (via piratas da SLN) comprou os terrenos de Alcochete onde querem construir o novo aeroporto, mal soube que a Ota seria abandonada. São eles que agora pressionam o tam-tam contra o "TGV", defendendo por todas as esquinas silenciosas do regime corrupto que temos a construção do novo aeroporto de Alcochete.
Em vez de modernizarem com pés e cabeça o aeroporto da Portela, a nomenclatura partidária portuguesa (abrangendo de uma maneira ou doutra todos os partidos com assento parlamentar) encontra-se no bolso das grandes construtoras e bancos associados e, por acção ou omissão, faz o que esta manda.
Daí que Cavaco Silva (um velho amigo do banco cuja falência de 4,5 mil milhões de euros, pesa sobre todos nós), mais alguns perfumados do CDS_PP e do PSD, vomitem diariamente acusações contra o TGV, mas nada digam sobre o NAL de Alcochete, ou sobre essa bomba-relógio do super-endividamento nacional que são as novas PPP congeminadas para levar por diante as novas auto-estradas e falsas SCUTs em construção ou fase de contratação. Quando seria vital arrancar estas carraças gordas de corrupção e desvario do corpo português, o mais depressa possível, vemos, pelo contrário, uma conspiração montada para prosseguir este assassínio do país, ao mesmo tempo que a corja partidária se prepara para tomar de assalto, pela via fiscal e assédio à propriedade privada, o que resta da riqueza nacional livre dos compromissos do endividamento público e externo do país.
As 7 SCUTS existentes, que não foram desenhadas para suportarem sistemas de portagem (daí as dificuldades técnicas com que o governo se tem deparado na tentativa da sua implementação) já custam anualmente 700 MILHÕES DE EUROS aos nossos impostos.
Esta factura será paga todos os anos até 2023. Só depois desta data, numa época em que o transporte automóvel e aéreo terá sido já mortalmente atingido pela escassez petrolífera, começará a diminuir!
Mas mais grave ainda: se as novas auto-estradas anunciadas e já parcialmente contratadas pelo Bloco Central do Betão e da Corrupção (PS+PSD-CDS_PP+PCP) avançarem todas (ver aqui o mapa interactivo deste desvario demencial), o seu custo astronómico representará uma factura anual de 1.300 milhões de euros.
Ou seja, o plano de auto-estradas desnecessárias e a prazo inúteis congeminadas pelo regime corrupto que temos vai custar a todos os portugueses 2 MIL MILHÕES DE EUROS ANUAIS a partir de 2014 e até 2023! Só depois desta data a factura começará a diminuir...
Comparados com este plano de expropriação da riqueza nacional —por via dos impostos e das ameaças já em curso à posse privada de bens imobiliários urbanos e rurais—, os custos da alta velocidade ferroviária, entre Pinhal Novo e Badajoz, e do novo submarino adquirido à Alemanha, não passam de despesas razoáveis — "peanuts" (1)
O Presidente da República, o PDS e o CDS_PP criticam diariamente o TGV (nome estúpido vulgarizado pelos indígenas da nomenclatura lusitana para designarem erradamente a implementação de linhas férreas de bitola europeia para comboios de alta velocidade/velocidade elevada). Esquecem, principalmente a nossa desajeitada Rainha de Boliqueime (ultimamente cheia de iniciavas cesaristas), que há acordos de estado assinados com Espanha sobre esta matéria. E esquecem também que a transformação da nossa rede ferroviária por forma a compatibilizá-la com as futuras redes de bitola europeia, espanhola e transpirenaica, é uma prioridade efectivamente estratégica, nomeadamente por causa da mudança radical dos paradigmas de mobilidade que o barril de petróleo a 100, 120, 150, 175, 200, e 300 dólares inevitavelmente causará de forma imparável e sem retrocesso daqui para a frente. Em 2013, 2015, 2020, centenas de milhões de pessoas serão forçados a trocar o seu automóvel privado por novas formas de transporte (tele-transporte e transporte físico colectivo movido a electricidade)
Basta fazer apenas o troço Pinhal Novo-Caia (Badajoz) para ligar Lisboa a Madrid e ao resto da Espanha. No Pinhal Novo os comboios adaptarão os seus rodados à via que atravessa a Ponte 25 de Abril, levando os passageiros até uma nova estação situada no buraco urbano da antiga Feira Popular, verdadeiro centro geográfico e intermodal da cidade de Lisboa. Esta linha custará aos bolsos dos portugueses 70 milhões de euros. Ou seja, 28,5 vezes menos do que as novas auto-estradas que ninguém quererá pagar, nem terá dinheiro para pagar, mesmo que quisesse.
O senhor Passos de Coelho tem que olhar bem para esta verdadeira bomba-relógio!
Desde 2007 que vimos denunciado o descalabro do endividamento interno e externo do país, e o despotismo público pornográfico da nomenclatura partidária corrupta que se apoderou do país em nome de uma democracia que activamente cavalgou e degenerou. O resultado está à vista!
O único facto relevante da comemoração do centenário da República é ser o ano da bancarrota de Portugal.
NOTAS
- O projecto ferroviário de Alta Velocidade/Velocidade Elevada que visa ligar Portugal a uma rede europeia coerente, e desde logo ao nosso maior parceiro comercial (a Espanha), deverá ser reformulado no sentido de conferir a prioridade ao transporte de mercadorias, limitando, pelo menos em Portugal, a velocidade dos comboios de passageiros aos 250Km/h, em vez dos 300 e 350 Km/h pretendidos pelos optimistas do crescimento. Acima dos 220Km/h, os custos das infraestruturas, do material circulante, da manutenção diária das linhas e sistemas de alimentação e sinalização, mais custos de segurança, aumentam exponencialmente, como se pode perceber desta reportagem sobre os impactos negativos da velocidade a partir de certo limiar. Com o encarecimento inevitável e imparável da energia e das matérias primas essenciais ao estilo de vida industrial e urbano, não teremos outro caminho que não passe por diminuir as deslocações físicas desnecessárias de pessoas e bens. Esta mudança do paradigma de desenvolvimento levar-nos-à a uma expansão sem precedentes do tele-trabalho, da tele-diversão e em geral da telepresença à escala local e global. O frenesim dos aeroportos e dos "bullet trains" tem a sua morte anunciada e inscrita no pico do petróleo. Um comboio de passageiros correndo a 250Km/hr será mais do que suficiente aos novos tempos do decrescimento sustentável.