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segunda-feira, outubro 13, 2014

Para 2035 faltam só vinte anos

Na berma. Encontrado por Carlos Gomes nos caminhos insondáveis da Net

 

Vamos ter que mudar quase tudo em menos de uma geração


Mais do que continuarmos imersos na interminável guerra de palavras em volta das causas e efeitos que trouxeram a humanidade à presente crise financeira, económica, social, humanitária e cultural de que têm resultado epifenómenos conhecidos, como a proliferação do caos institucional e social, a instabilidade crescente dos sistemas políticos, as guerras civis e a crescente fricção bélica mundial, chegou o momento de olharmos para a geografia dos problemas, percebendo que há tendências objetivas de fundo, e que todos ganharemos em partilhar conhecimentos e soluções, pondo de lado o maniqueísmo social e os divisionismos locais e regionais. Estes, por melhores que sejam as razões, face à dimensão estrutural dos problemas em causa, não nos levarão a lado algum, salvo ao agravamento e extensão da tragédia coletiva que aflige já milhões de pessoas, se persistirmos na cegueira das causas imediatas do natural egoísmo de cada um e de cada grupo de interesses.

Sem percebermos a crise do paradigma energético não entenderemos nada do que se passa.

World primary energy consumption is projected to peak in 2035, when the world primary energy consumption rises to 15,914 million metric tons of oil-equivalent. By 2050, world primary energy consumption is projected to fall to 14,906 million metric tons of oil-equivalent. Peak Oil Barrel.

World carbon dioxide emissions from fossil fuels burning are projected to peak in 2027, with total emissions rising to 39,385 metric tons. Total carbon dioxide emissions are projected to fall to 29,309 million metric tons by 2050 and to 8,371 million metric tons by 2100. Peak Oil Barrel.

Não vale a pena irmos muito longe, nem sobretudo demasiado perto, procurar as causas da austeridade que caiu repentinamente sobre a maioria das pessoas. A população humana cresceu para lá da capacidade de satisfazer as suas necessidades materiais e culturais, e por isso envelhece agora como modo de adaptação à insustentabilidade coletiva, em vez de continuar a reproduzir-se exponencialmente.

A origem deste fenómeno encontra-se no esgotamento do próprio modelo de crescimento demográfico que assentou ao longo dos últimos duzentos anos no uso de técnicas de produção revolucionárias baseadas em fontes de energia que até então o homem não conhecia, ou conhecia mal, ou não dominava suficientemente:
  • o carvão usado nas locomotivas, barcos e outras máquinas alimentadas a vapor de água sob pressão, e ainda na produção da eletricidade aplicada à iluminação, alimentação de máquinas e exploração dos invisíveis, etéreos e virtualmente inesgotáveis campos eletromagnéticos; 
  • o petróleo necessário aos motores de ignição/explosão de vapores, que tornaram possível a expansão da indústria automóvel, náutica, aeronáutica e espacial, mas de onde sairia também a vasta e complexa indústria petroquímica imbuída no fabrico de quase tudo o que hoje usamos e consumimos; 
  • a energia hidroelétrica oriunda de centenas de grandes barragens; 
  • mais tarde a energia nuclear, 
  • e ainda os geradores eólicos, 
  • a energia fotovoltaica, etc. 

Sem carvão, sem petróleo e sem gás natural, porém, não haveria petroquímica, nem mais de 70% da energia elétrica hoje produzida e da qual depende criticamente o funcionamento das sociedades industriais e tecnológicas contemporâneas.

Pois bem, é este paradigma de energia abundante, transportável, armazenável e relativamente barata que tem vindo, desde 1973, a aproximar-se rapidamente do auge e do subsequente período de declínio. A observação dos quatro gráficos seguintes poupa muita retórica!

O peso do petróleo no PIB mundial cresce há mais de 40 anos


O consumo aumenta mais depressa do que a produção

Os produtores de petróleo precisam de vender cada vez mais caro...

Este mapa, em conjunção com os anteriores, mostra os limites temporais objetivos da globalização equitativa

No primeiro gráfico é clara a tendência para o encarecimento no petróleo e para a fatia crescente do PIB mundial dedicado à sua produção.

No segundo gráfico mostra-se que o mundo consome neste momento mais petróleo do que produz, ou seja, que a despensa das reservas começa a encolher.

No terceiro gráfico mostra-se até que ponto os principais países produtores de petróleo dependem cada vez mais dos elevados preços do mesmo para manterem os seus orçamentos públicos equilibrados. Na realidade, o chamado fiscal break-even oil price variava, em 2012, entre os 53,6USD por barril (no Kwait) e os 153,1USD pb (na Venezuela). Mesmo no caso da Arábia Saudita, o valor mínimo a que têm que vender o crude, para não afetar a respetiva estabilidade orçamental (e polítics!), encontra-se, desde 2012, acima dos 90USD. Ou seja, abaixo dos 80 dólares o barril, a maiorira dos países produtores de petróleo colapsa, e acima dos 120 dólares, é a economia mundial que estagna ou entra em recessão.

Finalmente, no quarto quadro, um mapa-mundo da distribuição do consumo do petróleo per capita em 2013, ficamos a saber que a tendência para um consumo geograficamente mais equilibrado e equitativo do petróleo está definitivamente comprometido, suscitando uma situação extremamente perigosoa no mundo, pois a expansão económica acelerada de países como a China, Rússia, Índia, Indonésia, Brasil, África do Sul, Angola, etc., pode ter chegado ao fim, pois a produção petrolífera em todos estes países já atingiu o pico. A China é agora o primeiro importador mundial de petróleo, tendo ultrapassado os Estados Unidos, e a Índia o terceiro. É pois difícil imaginar como o movimento de equalização económica que o fenómeno dos chamados países emergentes permitiu antever chegará a bom porto, sendo certo que tal aproximação é de todo impossível sem exportações maciças de petróleo do Médio Oriente e da Rússia para a Ásia. Mesmo a África e a América do Sul não tardarão a ver os limites dos gigantescos recursos de que ainda dispõem e que exportam já para lá do limiar da sustentação futura das suas economias.

Este mapa permite ainda perceber claramente porque motivo a Europa de Leste e o Médio Oriente se transformaram ao longo das últimas duas décadas nas duas zonas militarmente mais explosivas do planeta. O aumento de tensão e a probabilidade de guerras nos mares da China, Amarelo, do Japão e das Filipinas decorre da dependência crescente dos países do Oriente e Extremo Oriente (Índia, Indonésia, Filipinas, China, Coreia e Japão) dos recursos energéticos do Médio Oriente, África e América do Sul.

As soluções não estão à vista, mas é provável que as situações na China, no Japão e na Índia, cada vez mais dependentes de recursos essenciais que são forçados a importar em larga escala, venha a complicar-se num futuro relativamente próximo. A Revolução dos Guarda-chuvas, em Hong Kong, tal como as revoltas no Brasil, a Primavera Árabe, a nova crise na Crimeia e na Ucrânia, a guerra pela fragmentação da Síria e o cerco ao Irão depois da destruição do Iraque, são sinais mais do que evidentes da crise aguda de crescimento instalada à escala global.

Vamos ter que consumir menos energia e mudar radicalmente os paradigmas valorativos da prosperidade e do desenvolvimento. Tal como a economia digital caminhou rapidamente para modelos de consumo gratuito e garantido, tirando o máximo partido das economias de escala e das mais valias proporcionadas por serviços de valor acrescentado, também a economia tradicional, sobretudo aquela que diz respeito ao acesso básico à água, alimentação, energia e mobilidade e transportes terá que passar em breve por uma verdadeira revolução económica e social.

Mas para que esta metamorfose possa ocorrer de forma ordenada precisaremos de abrir as janelas da razão, da criatividade, da ética e do amor, e desligar os perigosos motores do maniqueísmo.


REFERÊNCIAS

  1. Fiscal break-even oil prices for major OPEC members
    April 3, 2014
    Dr Abhishek Deshpande and Nic Brown
    Oil&Gas Financial Journal


    Estimates point to a reduction of 200,000 barrels per day (b/d) in oil output and exports during 2014, which will sharply increase Saudi Arabia’s fiscal break-even oil price to approximately $97 per barrel (bbl). Coupled with mounting domestic fiscal pressure, tensions among OPEC members could be amplified as the debate over individual country output quotas is put in the spotlight.
    [...]
    Lower forecasts for 2014
    Collectively, these five key OPEC crude oil producers [Saudi Arabia, Iran, Iraq, Kuwait, UAE] have an output-weighted fiscal break-even oil price of around $93.3/bbl for 2014. Kuwait and the UAE have the lowest fiscal break-even oil prices, owing to high levels of oil production and exports relative to the size of their population.
  2. Deutsche Bank AG
    Commodities Outlook

    Supply momentum, supply curtailments and supply shock
    July 2014
     
  3. What is Fiscal Breakeven for Oil States?
    Posted on 19 April, 2014    by alfin2101
    When a national government depends upon income from oil & gas to balance its budget, the prices of oil & gas become very important to the economic health of that country. When oil-state governments grow financially over-extended through greed, corruption, ambition, or desperation, fiscal breakeven oil prices rise — even if market oil prices fall.
  4. BP Statistical Review of World Energy, June 2014
    BP-pdf

Atualização: 13/10/2015, 11:23 WET

segunda-feira, abril 19, 2010

CO2

Aviões ou vulcões?
O impacto do vulcão Eyjafallajokull deveria levar-nos a reflectir sobre o colapso civilizacional para que caminhamos como mortos-vivos endividados.


Informação detalhada sobre o cálculo que levou a este gráfico (LINK)


OAM 685—19 Abril 2010 14:50

terça-feira, dezembro 22, 2009

COP15-2

O balão de CO2 nem chegou a levantar
Chineses, Indianos e Brasileiros descobriram a careca da IETA - International Emissions Trading Assotiation.


John Law and the Mississippi Bubble by Richard Condie, 1978

"Financing arrangements in which borrowing is necessary to repay debt is speculative finance." — Hyman P. Minsky, Stabilizing An Unstable Economy (1986)

Ao contrário do que sempre se faz crer quando ocorre uma grande crise financeira, a dita nem é uma coisa nova (1), inesperada ou rara, nem será a última. Antes pelo contrário, enquanto durar a actual natureza do Capitalismo, as crises invariavelmente causadas pelas bolhas financeiras inventadas a partir de estratagemas especulativos para debelar os excessos de endividamento dos países e das grandes redes financeiras, tenderão a ser cada vez mais comuns e destruidoras do poder real de compra e bem-estar das populações.

A actual crise de endividamento catastrófico da maioria dos países desenvolvidos da Europa e da América, com especial destaque para os EUA, o Reino Unido, a França, a Itália, a Espanha, a Grécia, Irlanda, Islândia, Portugal, etc., é uma crise politicamente muito perigosa, pois está em jogo a deslocação do centro de gravidade do poder mundial, do Ocidente para o Oriente. Esta mudança de direcção dos ventos da História representa a alteração de um status quo global com quase 600 anos.

De facto, como muito bem analisa Paul Kennedy no seu seu excelente livro The Rise and Fall Of The Great Powers, por volta de 1415, quando os portugueses conquistaram Ceuta, dando origem ao primeiro grande ciclo de expansão marítima da Europa, a China, então um grande império, muito mais rico e desenvolvido do que os medievais reinos e condados europeus, acabara de interromper, em nome da coesão interna do território, ameaçada pelos mongóis, o que poderia ter sido a sua expansão marítima em direcção a África, Europa e... América!

O ano de 2015 parece, pois, ser a data que os chineses impuseram a si mesmos para restabelecer a superioridade estratégica perdida desde então. O seu território, que tenderá a estender-se pela despovoada Rússia dentro, a sua demografia, a sua economia, a sua riqueza soberana, e o progresso rapidíssimo da sua tecnologia e aptidão militar, fizeram-se sentir de um modo inesperado, mas pleno de consequências, na recente cimeira climática de Copenhaga. Muito simplesmente, sem hesitar um segundo, desfizeram a manobra euro-americana de indexar o ritmo de crescimento dos países emergentes a uma nova e virtualmente infinita bolha especulativa chamada Mercado de Emissões de CO2 Equivalente.

Barack Obama não encontra quem financie a imparável e descomunal dívida dos Estados Unidos, estando por isso duplamente furioso com as autoridades chinesas, cujo presidente Hu Jintao nem sequer se deu ao trabalho de voar até à gélida Copenhaga. A China não pode nem quer continuar a comprar papel higiénico verde como se fosse dinheiro. E também não permite que os piratas de sempre —Rothschild, J.P.Morgan, Goldman Sachs, Shell e as enguias de Bilderberg— montem um novo esquema piramidal, desta vez à escala planetária —nada menos do que um imposto universal e uma bolsa de valores obrigatória, com sede em Nova Iorque, claro!

Harder to buy US Treasuries

2009-12-18 0:13:35 — IT is getting harder for governments to buy United States Treasuries because the US's shrinking current-account gap is reducing supply of dollars overseas, a Chinese central bank official said yesterday.

The comments by Zhu Min, deputy governor of the People's Bank of China, referred to the overall situation globally, not specifically to China, the biggest foreign holder of US government bonds. ...

... In a discussion on the global role of the dollar, Zhu told an academic audience that it was inevitable that the dollar would continue to fall in value because Washington continued to issue more Treasuries to finance its deficit spending.

He then addressed where demand for that debt would come from.

"The United States cannot force foreign governments to increase their holdings of Treasuries," Zhu said, according to an audio recording of his remarks. "Double the holdings? It is definitely impossible."

"The US current account deficit is falling as residents' savings increase, so its trade turnover is falling, which means the US is supplying fewer dollars to the rest of the world," he added. "The world does not have so much money to buy more US Treasuries." in ShanghaiDaily.com.


NOTAS
  1. As chamadas "bolhas" especulativas têm aliás origem em dois famosos e inaugurais esquemas de especulação piramidal criados em França e na Inglaterra no primeiro quartel do século 18. Ficaram conhecidos por Mississippi Bubble e South Sea Bubble, sendo o herói principal de ambos os esquemas o famoso economista, jogador e aventureiro escocês John Law.
    Dubbed the “Enron of England”, the South Sea Bubble was one of history’s worst financial bubbles.

    The mania started in 1711, after a war which left Britain in debt by 10 million pounds. Britain proposed a deal to a financial institution, the South Sea Company, where Britain’s debt would be financed in return for 6% interest. Britain added another benefit to sweeten the deal: exclusive trading rights in the South Seas. The South Sea Company quickly agreed, because of the proximity to wealthy South American colonies. The company planned on developing a monopoly in the slave trade. Additionally it was thought that the Mexicans and South Americans would eagerly trade their gold and jewels for the wool and fleece clothing of the British. — in Stock Market Crash.

OAM 666 22-12-2009 00:45

segunda-feira, dezembro 21, 2009

COP15

Arrefecimento global!


(AFP/Carl de Souza)

E se o dominó de Copenhaga atingir a EDP Renováveis? De onde virá a próxima OPA?

CO2 Prices Probably Will Fall on Climate Deal, Barclays Says.
By Mathew Carr.

Dec. 20 (Bloomberg) -- European and United Nations carbon prices may fall this week because the Copenhagen climate deal didn’t set targets to boost demand for permits, a Barclays Capital analyst said in an interview.

European Union carbon-dioxide allowances, with trading volume of $92 billion a year, will probably drop about 7 percent as markets open tomorrow in response to the accord, said Trevor Sikorski, emissions analyst for Barclays Plc’s investment bank.

... Permits in the EU, which runs the world’s largest cap-and- trade system, closed at 13.58 euros ($19.44) on Dec. 18, down 6.8 percent last week as UN envoys bickered over targets and funding to fight climate change. Allowances for delivery in December 2010 have fallen 18 percent this year as the lack of progress on climate talks and recession reduced demand.

The UN’s Certified Emission Reductions credits for delivery next year fell 7.6 percent last week to 11.83 euros on London’s European Climate Exchange. They are down 14 percent this year.

... The two-week climate meeting, concluded a day behind schedule, failed to deliver most of improvements needed in the UN market, said Kim Carnahan, a UN emissions-trading researcher at the International Emissions Trading Association, a lobby group in Geneva. Its members include Goldman Sachs Group Inc. and Royal Dutch Shell Plc.

A próxima bolha especulativa chamava-se Mercado de Emissões de CO2 Equivalente, e serviria para tapar, pelo menos parcialmente e no curto prazo, o buraco negro do casino de Derivados, por onde continuam a desaparecer bancos, empresas e... países!

A ausência de Hu Jintao na Cimeira do Clima em Copenhaga e a lambada fria dada a Barack Obama pelo primeiro ministro chinês Wen Jiabao, ao ausentar-se da reunião in extremis com o presidente americano, em que participavam, entre outros, Lula da Silva e os líderes da Índia e África do Sul, foi a principal causa do fracasso de uma iniciativa desenhada para agrilhoar os países emergentes e pobres do planeta numa gigantesca bolha especulativa controlada, como sempre, pelos especuladores de Wall Street e Londres, com a conivência patética da ONU e de Bruxelas. Os ambientalistas, ou pelo menos alguns ambientalistas, poderão ter inconscientemente alimentado esta manobra camuflada e suja da Goldman Sachs, Shell e demais toupeiras da IETA - International Emissions Trading Assotiation.

Uma das consequências imediatas e mais sérias do fracasso redondo de Copenhaga é a provável antecipação da segunda vaga da actual recessão mundial para 2010, a qual poderá atingir muito fortemente as economias americana e europeia, e nesta, os países mais profundamente endividados e sem recursos, como a Grécia, Espanha, Itália e Portugal!

O assalto à CIMPOR é apenas um sinal de partida. BCP, BPI, GALP e ... EDP poderão ser, entre nós, as próximas vítimas de uma recomposição e concentração inevitáveis dos activos financeiros mundiais. A destruição de empresas e de emprego, em nome da rentabilidade da especulação que caracteriza o Capitalismo, parece dificilmente evitável, sobretudo por causa da fragilidade crescente dos principais bancos centrais dos "países ricos": Reserva Federal, Banco de Inglaterra, BCE e Banco do Japão.

A ver vamos.


OAM 665 21-12-2009 02:01

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Energia 2

PIN Go!

Painéis solares térmicos terão benefício triplo para as famílias

11-02-2009 (Público) — A instalação de painéis solares térmicos em habitações particulares vai ter um “triplo benefício” para as famílias já a partir do próximo mês, anunciou hoje o primeiro-ministro, no discurso inicial do debate quinzenal, no Parlamento, dedicado à economia.

Esta medida pretende incentivar a utilização de energias renováveis, para a qual o Governo irá dispor de cem milhões de euros dirigidos à comparticipação na compra dos equipamentos e a incentivos fiscais de 30 por cento do custo do investimento. A estes dois aspectos a favor do orçamento das famílias, José Sócrates juntou ainda a previsível redução de 20 por cento da factura energética anual de um agregado familiar.

José Sócrates arengou sobre mais uma das suas inopinadas fantasias eleitorais, desta vez em torno de painéis solares e famílias. Trata-se, na realidade, de atrair os incautos para uma incógnita gerida em regime de monopólio pela irresponsável EDP. Trata-se, também, de uma tentativa de levar as já sobre endividadas famílias portuguesas a potenciarem de algum modo a velocidade do dinheiro, sob renovadas, mas nem por isso menos imprevisíveis e perigosas estratégias de endividamento.

Em vez de se propor simplesmente um programa sério, amplo e acelerado no domínio da produtividade e eficiência energéticas dos edifícios públicos —ministérios, direcções-gerais e delegações, escolas e universidades, tribunais, câmaras e juntas de freguesia—, temos mais uma engenharia financeira virtual apoiada nas proclamadas virtudes da luta europeia contra o aquecimento global, nomeadamente através do chamado mercado do CO2.

Sucede, porém, que o esquema tortuoso do mercado das emissões de CO2 (transformar uma emergência social num negócio rentável), acaba de ser desmontado como um esquema inútil e mesmo contraproducente no combate ao aquecimento global, do qual tem vindo a resultar, não uma diminuição das emissões, mas antes um jogo do empurra entre poluidores compulsivos.

Wind Turbines in Europe Do Nothing for Emissions-Reduction Goals
By Anselm Waldermann

10-02-2009 (Spiegel Online) — Despite Europe's boom in solar and wind energy, CO2 emissions haven't been reduced by even a single gram. Now, even the Green Party is taking a new look at the issue -- as shown in e-mails obtained by SPIEGEL ONLINE.
...

Building Renovations Are Better than Windmills

Experts from the Green Party are taking the problem very seriously: "We are in a veritable crisis situation, and that means we must reconsider and alter things we once took for granted," writes one contributor, adding that it's important to re-examine "whether we have set the right priorities."

Another expert begins his e-mail with a general clarification: "Dear People, I'm not fundamentally against the EEG. I only emphasize this because Manfred has repeatedly and erroneously described me as an opponent of the EEG." But here comes the big "but": "When reduction of CO2 emissions is more cheaply achieved through insulating a building than using a wind turbine, that is where we should concentrate our support." When it comes to climate change, everything else is secondary to reducing CO2 emissions.

Indeed, when it comes to climage change, investments in wind and solar energy are not very efficient. Preventing one ton of CO2 emissions requires a relatively large amount of money. Other measures, especially building renovations, cost much less -- and have the same effect.

The e-mail exchange ends with a conciliatory "What do you think?" But it is quickly followed by a bitter PS: "Do the Greens think that this problem (of climate change) will solve itself if we just screw solar panels onto our rooftops?"

Daqui até percebermos que o escandaloso plano de construção de barragens lançado pelos piratas do Bloco Central, sob a batuta do abrilhantado e arrogante CEO da EDP e da espanhola Iberdrola (comandada em Portugal por um traidor zombificado chamado Pina Moura), é uma nulidade económica, uma imbecilidade tecnológica e um crime ambiental, não tardará muito. Às comunidades atingidas pela anunciada expropriação e ruína, uma palavra de esperança: resistam com tudo o que tiverem à mão! Até porque muitas das "grandes obras" e negociatas promovidas pela tríade de Macau, por este governo neoliberal do PS, e em geral pelo Bloco Central da Corrupção, estão por um fio.

Os PIN e aldrabices do género começam a cair que nem tordos!

Novo terminal de contentores de Alcântara, plataforma logística da Maia/Trofa e aeromoscas de Beja (que voltou a adiar a sua inauguração e viu a respectiva empresa abruptamente expropriada pela ANA Aeroportos!) são as primeiras vítimas. Outras se seguirão. E o motivo é simples: enquanto durar a presente crise sistémica, que não se prevê que amaine antes de 2010-2012, ninguém no seu perfeito juízo investirá um euro que seja em projectos tecnicamente levianos e economicamente ruinosos.

O tempo em que tudo isto de fazia e ninguém ligava peva —vejam-se as escandalosas administrações do Metro de Lisboa, da Refer, da CP, da Lusoponte, das SCUD ou da RTP—, acabou. Por outro lado, o Estado português, como muitos outros, está gravemente endividado, e em breve passará para a segunda divisão do Euro, cuja criação parece inadiável. O colapso da moeda europeia —se não face ao USD, seguramente face às moedas regionais em fase de gestação no Médio Oriente e na Ásia— deixou de ser uma hipótese meramente retórica.

Nos últimos quatro meses em Lisboa pontes perdem 14 mil carros/dia
12-02-2009 - 00h30 (Correio da Manhã) — As duas pontes sobre o Tejo em Lisboa perderam diariamente mais de 14 mil veículos desde Setembro. A mais penalizada foi a 25 de Abril que, nos últimos quatro meses, perdeu mais de dez mil veículos por dia, tendo chegado ao final do ano com menos tráfego diário do quem em 2007.

Os dados de tráfego da Estradas de Portugal revelam que o número de carros a cruzar a ponte 25 de Abril e a ponte Vasco da Gama tem vindo a diminuir desde Setembro. As perdas têm sido mais evidentes na 25 de Abril, mas também a ponte Vasco da Gama tem perdido diariamente um número significativo de travessias: passou de 65 950, registadas em Setembro, para 62 318 no último mês de 2008.


Governo aconselha SOMAGUE a recorrer a parceiros privados

11.02.2009 - 21h35 (Público) — Um dia depois da SOMAGUE, promotora da Plataforma Maia/Trofa, ter abandonado o projecto por considerar que este não era rentável no panorama económico actual, a secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, informou que já esteve em contacto com a empresa aconselhando-a a “procurar outros parceiros privados, que assegurem a continuidade do projecto”.

... A Plataforma Logística Maia/Trofa situa-se no denominado Vale do Coronado, abrangendo terrenos da Reserva Agrícola Nacional, o que tem gerado alguns protestos de ambientalistas locais.


Liscont desiste de classificação Potencial Interesse Nacional para alargamento do terminal de contentores

11.02.2009 - 18h47 (Lusa/ Público) — A Liscont, concessionária do terminal de contentores de Alcântara, decidiu pedir a dispensa da classificação de projecto de Potencial Interesse Nacional (PIN) da obra de alargamento do terminal, disse à Lusa o presidente da empresa.

Eduardo Pimentel afirmou que, "apesar de continuar a achar que se trata de um projecto de interesse nacional", a empresa quer que "o projecto passe por todos os crivos, para que no futuro não se ponha em causa a bondade ambiental", prescindindo assim da classificação como PIN, que permitiria ser aprovado com "mais velocidade".

"É melhor que não seja considerado PIN, que seja um processo normal, para que no futuro não subsistam dúvidas, o que não vai interferir na calendarização que tínhamos definido, que já era como se não se tratasse de um projecto PIN", disse ainda.


Carga contentorizada cresceu 10% em 2008, tonelagem caiu 1,8%

11-02-2009 (Cargo News) — Os totais revelam que os cinco principais portos nacionais movimentaram 63,34 milhões de toneladas de carga no ano findo, menos 1,8% que no ano anterior, segundo os números trazidos a público pelo Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM).

Antes de proceder a uma análise mais detalhada das poucas alternativas que temos pela frente, e das que se vão esvaíndo dia a dia, duas recomendações:
  1. estude-se com atenção o plano, aliás muito discutível, de Barak Obama;
  2. trave-se drasticamente o plano de "grandes obras" do actual governo, quanto mais não seja, por isto: para não desperdiçar recursos —que não existem!— em fantasias irrealizáveis no curto e médio prazo. O Novo Aeroporto de Lisboa, a Ponte Chelas-Barreiro, as barragens do Baixo Sabor e Tua (entre outras), a Alta Velocidade entre Lisboa e Porto (e todos os apeadeiros intermédios previsíveis), têm que forçosamente esperar por melhores dias, ou nem sequer verem a luz do dia.


OAM 535 13-02-2009 02:49 (última actualização 12:10)