segunda-feira, março 02, 2009

MT

"Diving within" with David Lynch



O meu irmão Emanuel é um mestre de Meditação Transcendental. Mas na verdade nunca me convenceu a fazer uma iniciação. Às vezes pergunto-me porquê... Por falta de tempo? Porque tenho a convicção de que a minha mente já é o meu paraíso na Terra, e por isso não preciso de mais estados alterados? Mas que diabo, não é meia hora de MT por dia, mais 1 hora de caminhada, que destruirão os meus compromissos. Tal como gosto de uma passa de bom haxixe, de deixar um vinho do Douro tomar conta do tempo e da conversa, ou mesmo, em certos momentos de cumplicidade, snifar um miligrama de coca — tudo, como sabemos, estratégias bem sucedidas de alterar os estados mentais — não vejo porque motivo evitei até hoje iniciar-me na MT. Talvez seja, por causa da palavra iniciação!

Há quem diga que só quem precisa acorre ao Yoga e à MT, pela mesma ansiedade que leva milhões de pessoas neste mundo às igrejas, aos psiquiatras e psicólogos, ao alcoolismo, à pornografia compulsiva e à tóxico-dependência. O objectivo é sempre o mesmo: acalmar uma força negativa que, num dado momento da nossa vida (espera-se que breve), tenta destruir-nos, ou cria uma inquietude insuportável. Eu gosto de pensar que não me encontro nesta situação desesperada. E como tal, não preciso de meditação!

Mas não é bem assim. Tenho mesmo um preconceito contra as barbas do Maharishi Mahesh Yogi, que um dia levou os Beatles a produzirem um dos seus mais surrealistas álbuns musicais — The Beatles ("The White Album"), levantou dúvidas sobre um possível avanço sexual seu sobre Mia Farrow, criou uma multinacional muito lucrativa de MT (sobretudo dirigida à classe média e quadros executivos) e acabaria por falecer sentado e de olhos abertos no dia 5 de Fevereiro de 2008.

Este preconceito é o mesmo que em geral tenho relativamente a todas as filosofias quietistas. Entendo-as, aprecio a sua beleza sublime, sou mesmo capaz de as adoptar em caso extremo, mas não as recomendo para o dia a dia! Num certo sentido, são contrárias à Dialéctica, pois no caso vertente —as religiões e filosofias védicas— vêm das altas montanhas do Himalaias (provavelmente do Nepal). E noutros casos são obra dos desertos!

Eu sou um típico descendente de fenícios e gregos — venho do mar e vou para o mar. Amo a variedade lexical, a prosódia e a dialéctica. Lembro-me sempre da crítica hegeliana ao Oriente, e da crítica baudelaireana ao haxixe (em nome do santo vinho). Que lhe hei-de fazer?

Há porém algo a que não devo resistir por muito mais tempo: saber como funciona a MT e que resultados garante na alteração temporária do meu estado mental. Em breve saberemos modelizar cientificamente este tipo de alterações, mas até lá, vou aproveitar um dia destes para experimentar a receita védica. Prometo contar-vos como foi.


OAM 546 02-03-2009 19:43

Cimeira iberoamericana

O Porto e a nova diplomacia económica
Cimeira Ibero-America discute no Porto crise económica mundial

Portugal recebe hoje vinte e dois ministros das Finanças e governadores dos bancos centrais dos países ibero-americanos. Na cidade do Porto vai decorrer uma cimeira Ibero-Americana com o objectivo de contribuir para uma resposta global à crise.

...A presença na cidade do Porto dos mais altos representantes de organizações internacionais como o Banco Mundial, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e o Banco Europeu de Investimento servirá ainda para abrir a discussão sobre o papel das instituições financeiras internacionais no combate à crise e no desenvolvimento da região ibero-americana.

Recorde-se que esta Cimeira ibero-americana tem lugar um mês antes da cimeira do G20 que reunirá a 2 de Abril, em Londres, os chefes de Estado e de Governo dos 20 países mais industrializados do mundo para debater a actual crise económica mundial, nomeadamente um controlo mais rigoroso sobre produtos e mercados financeiros. — in RTP.

A pouco e pouco, Portugal ressurge como uma porta simpática de entrada na Europa.

Desde logo, a Ibéria pode e deve ter prioridade no fortalecimento das relações atlânticas entre a América que fala espanhol e português e a União Europeia. E depois, seja pela importância crescente do Brasil, seja pelo que resta do episódio entre Chávez e o rei espanhol, ou ainda do anticolonialismo ainda fresco em muitos países outrora dominados pela Espanha, a verdade é que Portugal, apesar da sua pacatez económica, tem vindo a crescer diplomaticamente muito para além das expectativas de muitos de nós. É um bom sinal. E que seja o Porto a liderar as cimeiras onde se colocam sobretudo problemas de natureza económica e comercial, apenas testemunha que as tradições não morrem facilmente, sendo também um bom indicador da já aqui, por mais de uma vez, elogiada política externa portuguesa.

O segredo de Portugal, como nova Suiça da diplomacia mundial, está nisto: faz um triângulo perfeito com o Brasil e Angola, e continua na China, a pedido de Pequim, traduzindo e adaptando o direito romano (no caso português e de Macau) ao Mandarim.

Espero que o meu amigo do Norteamos esteja de acordo comigo sobre este janela de oportunidade.


OAM 545 02-03-2009 14:09

domingo, março 01, 2009

Congresso PS

O apagão

Parece ter sido um portátil Magalhães o causador do apagão que ontem por volta das 23 horas deixou os congressistas do PS às escuras, sem poderem votar as suas queridas "moções sectoriais". Com o congresso irremediavelmente suspenso (tal foi o curto-circuito!), os sonolentos congressistas não tiveram outra alternativa que não fosse regressar às pensões para um sono reparador.

Findou pois em alegoria a maior farsa demo-partidária que o Partido Socialista alguma vez conheceu. Ou melhor, termina hoje — certamente com muito foguetório, efeitos especiais e boa parte dos fregueses regressando atónitos aos seus lugarejos desertificados.

O Partido Socialista tem oficialmente 73 104 militantes (o Benfica tem mais de 170 mil sócios e consegue sentar 65 mil pessoas no seu estádio). Como se a comparação entre as duas agremiações associativas não fosse já de si deprimente para o partido político que nos governa, acresce que apenas 34,7% dos inscritos no PS (25 393) votou a eleição do líder — ou seja, um estádio de futebol a menos de meio gás! Por fim, José Sócrates foi reeleito como um qualquer líder partidário de Cuba, Venezuela, Coreia do Norte, ou Angola, i.e., com 96,43% dos votos expressos! Mais estalinista é difícil.

Foi divertido observar os semblantes aflitos e em bicos de pé de Ana Gomes e de uma tal jovem-velha Jamila qualquer coisa, reiterando que se sentem úteis no parlamento europeu. Mas fizeram alguma coisa, além de petiscar Moules à l'escargot (i.e. mexilhões com molho à caracol) acompanhados de Alsace Pinot Blanc - Klevner? Podemos verificar nalgum blogue os seus contributos para o progresso da União? Espero bem que o neo-liberal estalinista Vital Moreira não as inclua na sua lista de elegíveis e se rodeie de gentinha da sua estrita confiança. Assim, poderemos pedir mais tarde ao eminente constitucionalista e consultor de leis (que até Maio de 1990 propagava o estalinismo suave do PCP e abominava a Europa) resultados; e por outro, veremos crescer o número de notáveis descontentes do PS, absolutamente imprescindíveis para empurrar o pachorrento Manuel Alegre a dizer e fazer qualquer coisa, para lá de amuar, pescar e escrever poemas. A pátria exige a este poeta que retribua em espécie parte da boa vida que a democracia lhe proporciona. Não é uma opção, é uma obrigação política!

Mas reparem bem na turma que tomou conta do PS e respectivos links... (sempre ajudará a perceber o mistério da nova unanimidade cor-de-rosa):
  • Vitalino Canas: exerceu cargos políticos em Macau; Fundação Stanley Ho; Fundação Oriente; deputado e provedor de empresas de contrato de trabalho temporário, etc...
  • António Vitorino: ex-UEDS, exerceu cargo político em Macau; ex-ministro e ex-comissário europeu; Presidente da Assembleia Geral da Brisa; opinocrata de serviço.
  • Jorge Coelho: ex-UDP; exerceu cargos políticos em Macau; ex-ministro e ex-secretário-geral do PS; actual CEO da Mota-Engil.
  • Carlos Santos Ferreira: "passou pelo Aeroporto de Macau"; foi vice-presidente da Estoril Sol (império Stanley Ho); ex-presidente da CGD; actual presidente do BCP.
  • Armando Vara: ex-governante; ex-director da CGD; indigitado novo presidente do BCP-Angola.
  • Manuel Frasquilho: actual presidente da APL; ex-presidente de: Metropolitano de Lisboa, REFER, CP, Instituto Emissor de Macau, Soponata, CTT, ...
  • Francisco Murteira Nabo: exerceu cargos políticos em Macau; ex-ministro, ex-presidente da GALP e da PT; vogal do Banco Espírito Santo; vogal da Fundação Oriente, etc.
  • Joaquim Pina Moura: militante do PCP até 1990; ex-ministro das finanças; actual presidente da Iberdrola-Portugal.
  • Mário Lino: militante do PCP até 1991; ministro do actual governo PS.
  • José Magalhães: militante do PCP até 1990; Secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna.
  • Vital Moreira: militante do PCP até 1990; futuro chefe do grupo PS no Parlamento Europeu.
Ou são ex-comunistas ou estiveram juntos em Macau!

A maioria destes nós da rede que actualmente comanda o PS tem origem em partidos situados à sua esquerda — os estalinistas UDP e PCP; ou ainda os socialistas de esquerda oriundos das desaparecidas Fraternidade Operária e UEDS. Olhando em retrospectiva, apercebo-me que tanto António Guterres, como José Sócrates, são personagens secundárias e puramente instrumentais dessa espécie de shadow politicians que cá, como em muitos outros países, foram ocupando as carcaças vazias dos partidos tradicionais, sem o ónus de terem que criar aparelhos partidários, nem marcas novas para a prossecução dos respectivos projectos de poder.

O que une esta direcção sombra do PS é o seu pragmatismo de estilo chinês: "Um país, dois sistemas" — o que no nosso caso quer dizer, capitalismo neoliberal a todo gás, mas em traje de passeio Armani e com uma retórica socialista negligé, pós-moderna, piedosa aqui e acolá, mas sem nunca deixar de denunciar o atraso provocado ao país pelas burocracias do Estado. No fundo, são uma variante da Margaret Thatcher, com o ar beato de Tony Blair, e o maquiavelismo de Putin. Vale tudo, menos tirar olhos!

Acontece, porém, que estes gajos apanharam a boleia do neoliberalismo tarde demais! E agora, quando lhes daria muito jeito entoarem de novo a Internacional, todos sabemos as solas que gastam e o mal que fizeram. É por isso que a Manuel Alegre, e agora também a João Cravinho, não resta outra saída que não seja esperar pela derrota do PS nos actos eleitorais deste ano, conspirando até lá e sem rodeios para expurgar este partido dos oportunistas inteligentes que o sequestraram na sequência do apodrecimento do soarismo. Entretanto, vamos todos votar no Bloco (1)!


Post scriptum — Gostaria de acrescentar uma observação sobre a influência tremenda da tríade de Macau na situação política portuguesa.

Por um lado, o modo como se apoderou e vem instrumentalizando o Partido Socialista, conduziu à crise irreversível, não apenas do PS e do PSD, mas de todo o sistema partidário português. Ou seja, o nosso xadrez político-partidário já não sobreviverá à crise que o atravessa sem uma profunda reestruturação, da qual resultarão inevitavelmente novas formações partidárias e metamorfoses dramáticas nas existentes.

Por outro lado, a tríade de Macau está à beira de não precisar mais das actuais ligações orgânicas ao sistema partidário, bastando-lhe manter e expandir uma rede de influência amigável sobre o Estado e a Democracia. De facto, o próprio Bloco Central morreu de velho e não passa já de um obstáculo.

Por fim, e esta é a dura realidade, apesar dos estragos internos causados na sua luta pelo poder económico-financeiro, a tríade de Macau gizou e tem seguramente a melhor geo-estratégia para o país. Não esperava chegar a esta conclusão, mas cheguei.

Findo o afluxo maciço de recursos financeiros comunitários, pouco se poderá esperar da União em termos económico-financeiros, a não ser, obviamente, o conforto propiciado pelo Euro e pela existência de um mercado único de grandes dimensões. A actual crise sistémica do Capitalismo colocou a Europa perante novos e velhos dilemas, de que Portugal poderá sair prejudicado. Basta reparar na forma expedita como o Bando dos Seis (Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Espanha e Holanda) se substituiu à União Europeia para deliberar sobre o magno tema do proteccionismo e a postura que pretende assumir na próxima e decisiva cimeira do G20. Perante isto, a triangulação que Portugal tem vindo pacientemente a construir com o Brasil, Angola, China, Venezuela e Rússia, é talvez o único desenho que permitirá manter a nossa independência efectiva no quadro de extrema instabilidade que se aproxima, suscitando até um interesse renovado da América por Lisboa — já para não falar de Madrid e Londres. É por isto tudo que considero que José Sócrates deixou de ser um veículo e começou a ser um empecilho para todos. Está assim hora de resolver as trapalhadas correntes, desanuviando os negócios e a democracia: temos que relançar o país formulando um grande desígnio de esperança. Pessoa falou de um Quinto Império. Se esse for o Império do Diálogo, creio que Portugal se encontra na melhor posição para disputá-lo — 600 anos depois de Ceuta (1415-2015). Small is beautiful!


NOTAS
  1. A quem fizer comichão votar no Bloco, que não vote, que vote em branco, ou que vote no PSD (pensando mais em Paulo Rangel do que na pobre Manuela Ferreira Leite). O essencial é libertar o país da corja de hienas que se apoderou do PS e do aparelho de Estado!

OAM 544 01-03-2009 17:00 (última actualização: 23:04)

Vital Moreira

O comissário

Estimável Vital Moreira,

Estive a percorrer, pela primeira vez, os seus postais para o blogue causa nossa (um trompe l'oeil realmente sugestivo). Li apenas, como compreenderá, os da semana que antecede a sua cooptação pelo congresso albanês do PS.

Foi deprimente reparar no automatismo genuflectório da sua escrita pró-Sócrates. Numa verificação mais fina, sempre lhe digo que a sua retórica tem a estrutura heurística perfeita de um automatismo pavloviano, da estirpe tipicamente estalinista. Pão e fama? É disso que se trata? Tenho muita pena!

Porque será que os ex-estalinistas acabam sempre a fazer destas figuras tristes? Olhe, vai ter boa companhia na tribo que o seu ídolo "ambientalista" tem vindo a juntar: Mário Lino, José Magalhães, Você. Um lindo ramalhete de actos falhados.

Reparou, já agora, na precisão cronológica da demonstração policial levada a cabo na passada madrugada, em Lisboa e no Algarve? Reparou ainda na ameaça ao poder judicial com que o seu amigo socratintas inaugurou o congresso albanês do PS? É a estes aprendizes de Maquiavel e Malaparte que Você decidiu juntar-se? Por estar agradecido, não é verdade?

Sabe, eu estou convencido que o PS foi capturado por um bando de piratas e de cínicos, e que mais cedo ou mais tarde, os socialistas recuperarão o partido, reduzindo a cinza histórica este mau bocado. Você (já percebeu...) irá com as cinzas.

Os cínicos que escrevem os tele-pontos de José Sócrates, invariavelmente intelectuais medíocres e corrompidos, estão apostados em demonstrar que os intelectuais (como Você) não passam de recursos humanos à venda como qualquer outra mercadoria. Têm parcialmente razão.

Por fim, uma novidade, caso desconheça: vai chegar tarde e a más horas à Europa!

Saudações democráticas!


Post scriptum — este postal é uma versão ligeiramente enriquecida do email ontem enviado ao visado.

OAM 543 01-03-2009 11:44

sábado, fevereiro 28, 2009

Chinatown Angola

Chinatown Portugal
O projecto secreto da tríade de Macau e do Pinóquio Sócrates

Chinatown, Africa é um excelente documentário sobre as ambições da China em África, nomeadamente em Angola, de Mariana Van Zeller, produzido para a Vanguard Journalism, e que dificilmente verá nos canais televisivos portugueses. Acabo de revê-lo e decidi tecer um comentário geral sobre o seu significado menos aparente, nomeadamente no que toca a Portugal.

A captura do PS pela tríade de Macau tem um objectivo secreto: permitir que a China, nomeadamente através dos bancos e empresas públicas angolanas, ponha paulatinamente uma grande pata em cima de Portugal e por esta via salve a indolente e frágil burguesia portuguesa do colapso que se avizinha. A nossa burguesia é manifestamente incapaz de se adaptar às regras comunitárias da concorrência, da transparência e da responsabilização. Só consegue vegetar em regime de monopólio ou cartel, e para tal nada melhor do que a promiscuidade entre as suas decadentes famílias e os arrivistas do Bloco Central da Corrupção. Esta velha burguesia em vias de extinção, há séculos que não sabe fazer mais do que aninhar-se junto à mesa do orçamento público dos portugueses. Hoje, encontra-se à beira de uma mais do que provável extinção. Daí agarrar-se a tudo o que flutua e o despudor com que se prepara para vender o país às fatias!

O Bloco Central da Corrupção, por sua vez, tem vindo a cumprir um plano de privatização assassina dos principais recursos estratégicos do país — produção e distribuição de energia, sistemas de captação, armazenamento, tratamento e distribuição da água doce e potável, tratamento e reciclagem dos lixos e águas residuais, redes de mobilidade de pessoas e bens, etc.

Os rios e albufeiras, estradas, pontes, barragens, portos, aeroportos e aterros sanitários estão a caminho de monopólios privados ou de escandalosos cartéis. A percentagem do capital nacional nestes consórcios tende porém a declinar muito rapidamente, como se tem visto nos casos do BCP, do BPI e da GALP.

Os países ricos em matérias primas e divisas, como a China e Angola, aproveitam naturalmente a oportunidade. E se amanhã uma América ansiosa entrar no leilão, mais contente ficará a velha-nova burguesia burocrática lusitana com a sua famosa "economia aberta". Há porém um ponto negro neste cenário: o Atlântico tem uma importância estratégica incompatível com as obsoletas ambições imperiais chinesas. O mais provável é que em breve se coloque o problema de traçar uma linha de separação entre o sonho chinês e a realidade do Ocidente. Em que embrulhada estaremos então, se deixarmos o Estado português entregue a piratas?

OAM 542 28-02-2009 13:04

quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Republica Electronica

A blogosfera pode ter objectivos

Portugal está a desfazer-se, corroído pelo cancro de uma partidocracia corrupta e incapaz de se reformar.

Temos três eleições pela frente e um governo — que deverá demitir-se assim que termine o seu mandato, sem mais delongas nem oportunismos eleitorais, venham eles de São Bento ou de Belém!

Neste momento, entalados entre os grandes corruptos do PS e os grandes corruptos do PSD — que capitaneiam o Bloco Central da Corrupção —, ouvem-se em cada dia que passa os apelos à renovação dos votos matrimoniais do ruinoso Bloco Central. São apelos desesperados, disseminados pelos canais mediáticos convencionais (jornais e televisões) — há muito ocupados pelas máquinas de propaganda dos principais partidos com assento parlamentar.

Ora o que é preciso é depurar urgentemente e sem rodeios os partidos mais corrompidos da nossa democracia: PS, PSD e CDS-PP. Ora o que é preciso é criar novos partidos e potenciar o crescimento criativo do Bloco de Esquerda. Em suma, proceder a uma reestruturação do moribundo espectro partidário que temos.

Creio que a blogosfera está em condições de propiciar uma poderosa ajuda neste sentido.

A ideia é simples: sob a designação República Electrónica (onde cabem naturalmente os simpáticos e muito activos monárquicos que conheço) devemos por os blogues a falar entre si, por forma a podermos lançar campanhas coordenadas de informação, contra-propaganda e mobilização das consciências (e dos votos!).

O Blog List do António Maria, que acabo de introduzir, destina-se a isto mesmo. Quem quiser sugerir nomes de blogues que façam sentido neste ringue de activismo electrónico, não hesite! Será bem-vindo ;-)

NÃO HÁ TEMPO A PERDER!


OAM 541 25-02-2009 10:00

terça-feira, fevereiro 24, 2009

Gustave Courbet

A Origem do Mundo



PSP apreende livros por considerar pornográfica capa com quadro de Courbet

23.02.2009 - 19h24 Lusa (Público)
A PSP de Braga apreendeu hoje numa feira de livros de saldo alguns exemplares de um livro sobre pintura. A polícia considerou que o quadro do pintor Gustave Courbet, reproduzido nas capas dos exemplares, era pornográfico, adiantou uma fonte da empresa livreira.

O ignorante polícia é tão só mais um ignorante. Não tem culpa. Educaram-no? Educam-no? Claro que não. Aqui como em toda a parte, a única coisa que ensinam aos polícias é que podem exercer a "autoridade", sobretudo em questões de moral pública. Os carros podem continuar a subir pelos passeios e a pisar jardins pagos por todos nós, mas lá vender um livro velho com uma capa com exposição explícita de um sexo feminino, isso é que não! Nem cá, nem na América de Obama. Se ainda fosse num museu...

O problema é porém mais sério do que parece. Os polícias começam a estar nervosos. Como nervosos estão os intelectuais medíocres que actualmente mandam nos polícias.

Mas pior do que intelectuais medíocres a mandar em polícias, é tal desgraça simbolizar todo um governo capturado pela mesma tríade de piratas disfarçados de socialistas que transformaram o PS num cadáver adiado.

E o pior mesmo ainda está por vir. Deixem o Sócrates e o Loureiro à solta, e vão ver como elas mordem.

É tempo de os militares democratas começarem a explicar ao senhor de Boliqueime para que serve a presidência da república e o mandato que tanto ambicionou.


Post ScriptumCarnaval de Torres Vedras — toque de finados à actual maioria?
A revisão apressada da decisão judicial que proibira o uso de imagens eróticas numa maqueta alegórica do clown, perdão clone, dos mini-laptops que actualmente invadem as prateleiras de qualquer loja de electrodomésticos —o já célebre "Magalhães"—, mostra duas evidências:
  1. que a actual maioria governamental e o capturado (e acobardado) Partido Socialista têm vindo a transformar a democracia portuguesa na filigrana de um género novo (e por agora experimental) de Estado monolítico, autoritário e policial, disfarçada com causas culturais para melhor encobrir o alcance criminoso do Bloco Central de Corrupção que tem vindo a destruir o país;
  2. que a tríade de Macau, que controla o Pinóquio — que em má hora eu e muitos portugueses ajudaram a eleger—, começou a ver o tempo a fugir-lhe debaixo dos pés, procurando a todo o custo evitar a repetição do Carnaval que condenou a maioria de Cavaco Silva à implosão. Não vai ter sorte, pois falta-lhe experimentar a fúria dos milhares de portugueses que em breve começarão a encher as ruas do país.
Espero que o cerco cívico a que este Bloco Central da Corrupção está neste momento submetido dê bons resultados e em tempo útil. Chávez não se enganou quando disse que também em Portugal um chefe de governo pode eternizar-se no poder (assim é com a eleição indirecta do primeiro ministro.) Basta aprisionar a democracia numa caricatura carnavalesca de liberdade!


OAM 540 24-02-2009 01:04 (última actualização: 10:26)