quinta-feira, outubro 02, 2014

Para onde irá o QREN 2014-2020?

O senhor Draghi diz que fará tudo o que for preciso...

Monetizar muito ou pouco, depressa ou devagarinho?


Tenho um palpite: os 25 mM€ do próximo QREN vão servir para o que Bruxelas e Frankfurt disserem, e acho que vão dizer que o guito será para reestruturar os sectores deficitários do estado (nomeadamente empresas públicas), para diminuir o tamanho do próprio estado central e autarquias e... para pagar a dívida pública!

Entretanto, para quem acreditava que vinham aí mais patacas, o senhor Dragão do BCE esclareceu hoje que talvez não seja bem assim...

BlackRock bond head says speculators on ECB QE making "mistake"
Reuters, Wed Oct 1, 2014 5:48pm BST

Oct 1 (Reuters) - Investors loading up on some of the euro zone's riskiest government bonds on expectations that the European Central Bank will buy them are making a mistake, BlackRock's head of European and global bonds said on Wednesday.

Partido Democrático Republicano vem para mudar


Marinho e Pinho poderá ser a maior surpresa eleitoral de 2015. 

Rumo a Coimbra no próximo dia 5 de outubro!


Ao contrário do sargento-ajudante socratino que derrubou António José Seguro, afirmando um dia depois da sua indigitação como candidato do PS a primeiro ministro, que o seu mandato na CML só termina em 2017, e evidenciando por todos os neurónios que continua a ter uma cabeça oca de ideias, a Declaração de Princípios do Partido Democrático Republicano (PDR) é uma verdadeira pedrada no charco da nossa indigente e falida partidocracia.

A retoma do PS pela brigada do reumático cor-de-rosa não é solução.

Pior, é uma ameaça à democracia pela via do regresso ao poder da corja de rendeiros e devoristas que atirarou o país para a bancarrota e a desolação social.

As declarações de António Marinho e Pinto à Antena 1 sobre a nova direção do PS são de extrema importância, pelo modo como faz uma separação de águas clara entre o passado que nos corrompeu e arruinou, e o futuro que terá que ser distinto — ou não será.

Quanto a outro dos novos partidos que se perfilam no horizonte, o Nós, Cidadãos, se não encontrar, entretanto, uma voz de liderança visível e que convença, poderá ficar para trás nesta mais do que necessária e urgente refundação da democracia portuguesa, apesar das posições inegavelmente justas que defende. Eu daria a este novo partido um conselho: procure rapidamente um líder com voz e capacidade de sedução!

O PCP vai manter-se como o cadáver adiado que tem sido, podendo degenerar em breve numa espécie de nova tropa de choque arruaceira face aos poderes legítimos. O comportamento arruaceiro da CGTP e sobretudo do lider do sindicato dos professores, quer durante o anterior governo do PS, quer ao longo da presente legislatura, são preocupantes e devem preocupar a democracia.

Quanto ao Bloco e as sua frações, não passarão de migalhas quando chegarem às eleições de 2015.

A vitória dos socratinos foi, ao contrário do que alguns quiseram crer, o melhor que poderia acontecer a Pedro Passos Coelho e à nova liderança do PSD. Pela semelhança existente entre os que derrubaram Seguro e os que querem derrubar Passos Coelho, ficará demonstrado em algumas semanas que o regresso ao passado é, pura e simplesmente, um ato de suicídio político e democrático nas atuais circunstâncias de perda acelerada de autonomia do país face aos credores e a quem terá que continuar a emprestar-nos dinheiro.

Duvido que o PP de Paulo Portas resista às dinâmicas de mudança institucional atualmente em curso. Somando a esta circunstância o facto de o PP de Portas se ter posicionado até hoje como mero apêndice oportunista da estabilidade governativa do regime, o mais provável é que a próxima maioria relativa do PSD tenha que virar-se para outras paisagens. Quais? Tudo dependerá dos novos partidos que chegarem ao parlamento a eleger em 2015.

Lemos a Declaração de Princípios do PDR, que apoiamos sem reservas, seja pelo que tem de continuidade democrática, seja pelo que anuncia de alterações claras e definitivas nos maus hábitos criados pela partidocracia vigente.

Desde sempre este blogue assumiu posições e tomou partido.

Sem prejuízo das ideias próprias, fomos naturalmente navegando à vista no mar encapelado da nossa exangue democracia. Somos favoráveis a um Portugal onde predominem as liberdades, a democracia, a separação efetiva de poderes, a justiça social e a solidariedade entre quem vive neste país, mas também à ambição de colocar Portugal a par dos mais competitivos, democrátios e libertários países do mundo.

Há muito que defendemos a necessidade imperiosa da alteração do status quo do regime, bem como uma mudança profunda nas nossas metodologias democráticas. Com alguns amigos chegámos a desenhar um novo partido, a que chamámos, para simplificar e tornar clara a direção, Partido Democrata. Foi um exercício útil de pensamento, com uma mão cheia de ideias que podem ser consultadas. A Demo permanecerá disponível para quem desejar conhecê-la.

Até às próximas Legislativas iremos observar criticamente os dois novos partidos (Partido Democrático Republicano e Nós, cidadãos), os quais poderão, se trabalharem bem e convencerem os portugueses, fazer a diferença que tanta falta faz neste momento.

A superação da crise profunda em que estamos precisa de uma luz ao fundo do túnel e precisa de uma esperança credível.

DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS DO PARTIDO DEMOCRÁTICO REPUBLICANO

1. O Partido Democrático Republicano (PDR) funda-se nos princípios constitucionais da democracia e da República e visa defender e aprofundar os correspondentes valores, na base da dignidade humana, da liberdade, da igualdade, da justiça e da solidariedade.

2. O PDR defende o aprofundamento da democracia política, económica e social.

3. No plano da democracia política, o PDR defende a democracia representativa e parlamentar, baseada em eleições livres e justas, na proximidade entre eleitores e eleitos, num sistema misto de representação proporcional personalizado e de maioria, na plena responsabilidade parlamentar do Governo e, em geral, na responsabilidade política dos eleitos perante os eleitores.

4. O PDR defende a democracia participativa através da intervenção dos cidadãos e das organizações sociais no debate político e no controlo das decisões politicas em todos os níveis do poder político e defende o recurso ao referendo nos termos da Constituição e da lei. Defende também a possibilidade de os cidadãos poderem candidatar-se em listas próprias a todos os órgãos políticos.

5. No domínio da democracia económica, o PDR pugnará por um modelo de economia de mercado estruturado em torno dos cidadãos que respeite os seus direitos, quer enquanto trabalhadores inseridos no processo de produção, nomeadamente o direito de intervenção na vida das empresas, quer enquanto consumidores, protegendo-os dos abusos do mercado. Um tal modelo económico deve assentar, naturalmente, na concorrência, na liberdade de empresa e de investimento, na regulação dos excessos e das insuficiências do mercado e na protecção do ambiente e do ordenamento do território. Pugnará também pela real subordinação do poder económico ao poder político democrático, por um controlo político da concentração do poder económico e por uma efectiva responsabilização social das empresas.

6. No plano da democracia social, o PDR defende um Estado social avançado, baseado na realização dos direitos sociais (nomeadamente dos direitos à educação, à habitação, à saúde, à protecção e à segurança social), na garantia dos serviços públicos essenciais (designadamente água, energia, serviços postais e comunicações, transportes públicos), na progressividade fiscal e na tributação das grandes fortunas herdadas.

7. Na sua vertente republicana, o PDR defende a igualdade cívica, sem privilégios de nascimento nem discriminações de qualquer espécie, a proibição de uso oficial de títulos nobiliárquicos, a temporariedade e a limitação do número de mandatos políticos, a transparência e a responsabilidade no exercício dos cargos políticos, a estrita incompatibilidade entre a causa pública e os interesses privados, a laicidade do Estado e a não confessionalidade do ensino público, o estrito controlo das finanças partidárias, a luta efetiva contra a corrupção e o tráfico de influências e em geral contra todas as formas de enriquecimento à custa do interesse público.

8. O PDR defende a rigorosa observância dos princípios do Estado de direito, baseado na constitucionalidade das leis e na legalidade da Administração, na garantia dos direitos e liberdades individuais reconhecidos na Constituição, na Convenção Europeia de Direitos Humanos e na Carta de Direitos Fundamentais da UE, no acesso universal à justiça e ao patrocínio judiciário, na plena independência dos tribunais e dos juízes (incluindo a exclusão do exercício de cargos governamentais, a proibição de filiação partidária ou de filiação em outras organizações susceptíveis de atentar contra a independência e imparcialidade judicial, a proibição das greves e de manifestações de juízes) e na responsabilidade do Estado pelos danos causados por acções ou omissões ilícitas.

9. O PDR defende uma reorganização administrativa do território nacional com vista ao aprofundamento da democracia local, descentralização e regionalização, combatendo os caciquismos e os feudos locais. O PDR pugnará pelo desenvolvimento harmonioso de todo o território nacional, com especial atenção para as zonas mais esquecidas e abandonadas do interior do país, reforçando a presença do estado, nomeadamente nos domínios da educação e ensino, da justiça e da saúde.

10. O PDR defende a integração europeia, como factor de paz, de liberdade e de prosperidade compartilhada, na base dos princípios da igualdade dos Estados-membros, da legitimidade democrática e da transparência das instituições europeias e da solidariedade entre todos os europeus sem discriminações nem hegemonias. Defende também, com firmeza, a consolidação de cidadania europeia que garanta uma igualdade de todos os cidadãos, independentemente da sua nacionalidade, no acesso aos benefícios do progresso e do desenvolvimento.

11. O PDR defende no plano da política externa a aplicação dos princípios da Carta das Nações Unidas em favor da paz e da segurança colectiva, o controlo e a regulação da globalização económica e financeira, a extinção dos paraísos fiscais, o apoio ao desenvolvimento, a erradicação da pobreza, a luta contra as mudanças climáticas e o combate ao terrorismo e aos fundamentalismos atentatórios da dignidade e da liberdade humanas.

terça-feira, setembro 30, 2014

A partir de 2015 comboios internacionais ficam na fronteira!

Eixos ferroviários prioritários da TEN-T financiávei pela UE


O boicote promovido pelo Bloco Central da Corrupção contra o 'TGV' vai transformar Portugal numa ilha ferroviária. Cortesia da cleptocracia que temos e da indigente imprensa que a apoia


A ofensiva da Brigada do Reumático do Bloco Central fez a sua primeira vítima (pôs-se a jeito, é certo). E agora irá virar toda a sua artilharia, que é muita, contra Passos Coelho. Aguentará este o embate ou não?

Eu acho que este governo tem que anunciar durante o debate do próximo Orçamento algumas ideias fortes, se não quiser morrer na praia. Aqui vão algumas, de borla.

  1. Porto de águas profundas na Trafaria com fecho da Golada do Tejo e proteção garantida da Costa da Caparica (seriamente ameaçada pelo mar...)
  2. Aeroporto Low Cost no Montijo, com ligação ferroviária entre o Montijo e Pinhal Novo (já existe, é só reativar...)
  3. Lançamento imediato da linha ferroviária de duas vias em bitola europeia (UIC) entre Pinhal Novo e Caia, com ramais na mesma bitola para Setúbal (cidade e porto) e Sines. IMPORTANTE: Ana Pastor anunciou esta semana mais investimentos na ligação Madrid-Badajoz (Caia). Quando esta ligação estiver terminada, antes de 2020, a ligação ferroviária Lisboa-Madrid será inexoravelmente interrompida em Elvas, obrigando ao transbordo de pessoas e mercadorias para a nova linha de bitola europeia com estação em Caia.
  4. Lançamento da linha ferroviária de duas vias em bitola europeia entre Aveiro e Salamanca. IMPORTANTE: Salamanca e Zamora estarão ligadas à rede espanhola de bitola europeia (UIC) em 2015, ou seja, a partir desta data os comboios portugueses da linha Aveiro Salamanca terão que fazer transbordo de mercadorias no porto seco de Salamanca, para onde os transitários rodoviários portugueses (Luis Simões, etc.) já estão a mudar-se!
  5. Lançamento de uma política de 'flat rates' para consumos mínimos de água e energia, garantidas gratuitamente pelo estado aos cidadãos mais necessitados. Esta medida deverá ser acompanhada por uma redução drástica das rendas da REN, EDP, GALP-Energia, Iberdrola, Endesa e das Águas de Portugal.
  6. Atribuição de novas competências e responsabilidade administrativas e sociais às Juntas de Freguesia que, em consórcio institucional com as Paróquias, as Misericórdias e os Agrupamentos Escolares do Ensino Básico e Secundário deverão passar a ter uma função crucial no combate ao flagelo social desta crise. A necessidade de encolher o estado paquidérmico e partidocrata que temos e a complexidae tecnológica crescente das sociedades exigem novas soluções, simultaneamente criativas, eficazes, e compatíveis com a economia que temos.
  7. Anúncio de uma iniciativa legislativa sobre a diminuição do número de deputados da AR (para o mínimo previsto na lei) sem perda da diversidade ideológica do parlamento — o que seria conseguido por uma mudança das regras da representação e de proteção das minorias ideológicas.
Em suma, quem for amigo do homem que ainda nos governa, faça-me o favor de lhe fazer chegar estas ideias bem intencionadas.

Sem transportes competitivos não há economia, nem recuperação possível


É urgente cumprir o que foi prometido, assinado e está previsto pela União Europeia: ligar as capitais portuguesas (do Norte e do Sul) e os portos marítimos portugueses (do Norte e do Sul) à Rede Transeuropeia de Transportes (TEN-T), apostando ao mesmo tempo no transporte aéreo low cost.




A Espanha está a construir linhas com os parâmetros da RTE-T (bitola UIC, eletrificação, sinalização e segurança). Não irão, por conseguinte, construir vias únicas ou vias únicas com diferentes bitolas para servir a ronha do ex-BES+Mota-Engil e do Bloco Central que ameaça regressar, pela mão do sargento-ajudante Costa. O novo troço Évora-Badajoz, prolongando a via única existente Évora-Lisboa (ideia apresentada na Sociedade de Geografia de Lisboa pelo célebre engenheiro Matias, o mesmo que defendeu com unhas e dentes o famoso embuste da Ota) é mais um embuste de milhões de euros para o lixo. Desde logo porque nada tem que ver com a RTE-T, prioridade europeia, e que como tal não receberá um cêntimo de Bruxelas, do BCE ou do BEI. A CP tem desempenhado neste particular um papel de subserviência indigente merecedora de total condenação e exposição pública. Propalar junto dos ignorantes ministros que podemos continuar parados porque a Espanha só chegará a Badajoz e Salamanca em 2030 é um parecer criminoso cuja autoria deve ser esclarecida imediatamente e remediada sem apelo nem agravo.

As provas do novo embuste


Madrid-Galiza: 2018

Galicia repite en 2015 como tercera comunidad en inversión por el AVE
EL País. David Reinero Santiago de Compostela 30 SEP 2014 - 14:15 CEST

...Además de la línea a la Meseta, Adif también prevé 111 millones para terminar el Eje Atlántico entre A Coruña y Vigo, que entrará en servicio el próximo año.

Thales y Siemens logran un contrato de 512 millones en el AVE a Galicia
El País, Madrid 26 SEP 2014 - 19:47 CEST

...Asimismo, Adif ha adjudicado a Isolux Corsán la construcción de otro tramo del AVE extremeño a su paso por la provincia de Badajoz, por un importe de 16,50 millones de euros.

Las inversiones en infraestructuras crecen un 8,8% respecto al proyecto de 2014
Alejandro Bolaños Madrid 30 SEP 2014 - 12:15 CEST

Adif, ente público titular y promotor de la red ferroviaria, anunció recientemente que en 2015 se pondrán en servicios 1.000 kilómetros de líneas AVE, con lo que la Alta Velocidad llegará a Zamora y Ourense, a Burgos, a Palencia y León, además de a Murcia.

Madrid-Salamanca: 2015

La Alta Velocidad unirá Salamanca y Zamora con Madrid en abril de 2015
02.12.13 - 14:41 - EL NORTE | VALLADOLID

La Alta Velocidad ferroviaria unirá las ciudades de Salamanca, Zamora y Madrid en abril de 2015, lo que reducirá los tiempos de viaje entre la capital de España y Medina del Campo a una hora y hasta los 86 minutos con la ciudad del Tormes, según explicaron hoy el director general de Explotación y Construcciones de Adif (Administrador de Infraestructuras Ferroviarias), Antonio Gutiérrez, y la ministra de Fomento, Ana Pastor.

Madrid-Badajoz: 2015-16

Moncloa echa un cable a Monago e impulsa el AVE a Extremadura a menos de un año para las autonómicas
Voz Populi, 16-05-2014

El trazado entre Madrid y la frontera portuguesa no estará entre los afectados por la revisión de los planes de Fomento en lo que se refiere a la alta velocidad. Para muestra, sólo en esta semana se han licitado contratos valorados en más de 400 millones de euros.

El Ministerio de Fomento va despejando dudas sobre el futuro de la red de alta velocidad que aún está por desarrollar y cuya viabilidad está siendo objeto de estudio. Entre los proyectos que seguirán adelante estará el AVE entre Madrid y Extremadura, que en los últimos días ha sido impulsado por el Administrador de Infraestructuras Ferroviarias (Adif) con licitaciones para este trazado valoradas en más de 400 millones de euros.

A rede europeia privilegia a ligação Irun - Madrid - Sevilha - Algeciras - Marrocos

Infrastructure - TEN-T - Connecting Europe
News (11/09/2014)

€11.9 billion to improve European connections

The European Commission has on 11 September 2014 invited Member States to propose projects to use €11.9 billion of EU funding to improve European transport connections. This is the largest ever single amount of EU funding earmarked for transport infrastructure. Member States have until 26th February 2015 to submit their bids.

O que dizem dois especialistas independentes


PP
  1. A estratégia marroquina-francesa tem sido o motor do desenvolvimento do Y basco e da linha de alta velocidade do sudoeste europeu (Algeciras-Madrid-Irun). Os franceses e os marroquinos querem criar uma espécie de "ponte" por cima de Espanha que ligue o mais rapidamente possível a França a Marrocos. E já perceberam que a melhor ligação é por Irun (e não por Barcelona, nem por qualquer outro ponto).
  2. Para contrariar esta estratégia francesa-marroquina, Madrid tentou fazer um 3º canal a ligar a Espanha a França, atravessando os Pirinéus por Zaragoza. A ser feita esta linha, ela morreria do lado francês, no meio de nada. Os franceses querem privilegiar a costa ocidental francesa, mais desenvolvida. Para esta tolice, a proposta madrilena do 3º canal, que nos afetaria seriamente porque se afastava do eixo Vilar Formoso-Irun, contou com o apoio do governo português e até de alguns professores universitários (já nada me espanta...). Contudo, os franceses opuseram-se e privilegiaram o canal Algeciras-Madrid-Irun, que depois se prolonga pela linha do TGV Paris-Bordéus. Esta foi a razão das obras no Y basco.
  3. Não vale a pena ter em consideração os disparates que têm sido defendidos pelos governantes, pela ADFERSIT e outros apêndices do poder, sobre as obras e os prazos de conclusão das linhas que interessam a Portugal. Geralmente é gente que nada percebe do assunto, mandam bocas e falam no ar e passam pelas cadeiras do poder, mas nada fazem de concreto e de positivo. Os espanhóis até agradecem que os nossos governantes e seus apêndices digam que não se vai fazer nada nas ligações a Portugal. Assim Portugal ficará perfeitamente dependente de Espanha daqui a meia dúzia de anos, o que não deixa de ser lamentável...

RMVS
  1. Salvo melhor interpretação, a estratégia baseia-se em fazer eventualmente alguma coisa mas só depois de 2025, porque se espera que em 2025/30 o Aeroporto da Portela (e o do Montijo) atinjam os seus limites máximos. Ora se só lá para 2030 é que voltaremos a falar do NAL, o melhor, por agora, será não fazer nada que perturbe os investimentos nos terrenos de Alcochete.
  2. Alguns supostos responsáveis alegam falta de informação para poderem decidir. Esse deve ser o discurso oficial para nada fazer. Ora estando Espanha (França) e Portugal em competição aberta por financiamentos comunitários, não acredito que a Espanha abra o jogo com Portugal. Espanha tem respondido à verborreia dos governantes portugueses com uma arma simples e eficaz: o facto consumado!
  3. Com um ano de antecipação alertou-se para o facto de que Espanha estar a preparar o encerramento das linhas de bitola ibérica junto à fronteira portuguesa, situação que foi, aliás, comprovada pelo documento entregue pela Pastor ao Álvaro.
  4. Já relativamente à situação da linha da Beira Alta, alertamos com 15 dias de antecedência, sendo certo que em Salamanca irão entroncar as linhas vindas da Galiza, com a que se destina a Irun e Madrid. Só mesmo um cego é que terá dificuldades em chegar a esta conclusão. Presumo que Portugal não irá fazer nada, certamente porque ainda não viu provas e/ou documentos oficiais do que está efetivamente em obra e pode ser comprovado por quem tem a obrigação de se informar em matéria estratégtica de tamanha relevância. A Espanha, primeiro faz, e depois inicia o serviço, dispensando-se de nos entregar qualquer tipo de provas ou documentos oficiais, dada a volatilidade do posicionamento oficial de Lisboa.
  5. Parece-me claro que a Base do Montijo já terá sido aceite (entre dentes) para as Low Cost. 
  6. Por outro lado, a estagnação do país e o seu endividamento excessivo obrigam a adiar o NAL, contra o gosto de quem tanto 'investiu' já em Alcochete. O bode expiatório para nada se fazer em matéria de UIC é, porém, o enxame das Low Cost. Tanta desgraça junta é devida às Low Cost, pois se estas não existissem, já haveria NAL na Ota ou na Ota em Alcochete. E no entanto, a ligação AV entre Lisboa e o resto de Espanha (Madrid, Córdova, Sevilla, Valladolid, etc.) seria capaz de roubar metade do negócio que ainda é a ponte aérea Lisboa-Madrid. Outro motivo para boicotar o TGV, claro!
  7. Relativamente à questão portuária, Espanha faz muito bem em defender os seus interesses, acertando posições com França e Marrocos. Por cá, e salvo melhor opinião, anda tudo a ver navios.
  8. Quanto à dependência em que ficaremos relativamente a Espanha ela é incontornável — e já não só no setor financeiro! Não acredito que Espanha mantenha duas bitolas só para nos satisfazer caprichos. Têm que racionalizar e poupar. E mais importante ainda, qualquer sistema ferroviário assenta na segurança. E libertar-se de qualquer fator de entropia que possa beliscar essa segurança é ponto assente em qualquer planeamento estratégico feito com pés e cabeça — além de que, o desastre ferroviário de Santiago serviu de lição a quem tenha andado a facilitar, eventualmente por motivos de agenda eleitoral. Estou a referir-me, por exemplo, à carga de entropia como barragem ao eventual uso do 3º carril na linha Beira Alta. Por sua vez, da experiência existente da Linha do Norte, era bem mais económico fazer ao lado da actual linha uma linha (mesmo única) em bitola UIC — estilo vai-e-vém de alta velocidade.
  9. Finalmente, li ainda há pouco que Espanha vai iniciar em breve os serviços comerciais de AV em mais 1000 km de UIC. A Espanha terá dificuldade em discriminar uma região em detrimento de outra. Ora estando a ligação Galiza / Madrid / Hendaye em bom ritmo, não estou a ver os manchegos da Extremadura a ficarem para 2º plano.

Hollande dá último empurrão para o colapso da França

Um gráfico demonstrativo das causas estruturais do colapso que se avizinha

Dívida pública francesa supera os dois biliões de euros (2E12€)


Pour la première fois, la dette publique de la France dépasse les 2000 milliards d'euros
Réunion 1ère avec Francetv info
Publié le 30/09/2014 | 11:10, mis à jour le 30/09/2014 | 11:10

La dette publique de la France s'est établie à 2 023,7 milliards d'euros à la fin du deuxième trimestre, dépassant pour la première fois la barre symbolique des 2 000 milliards, a annoncé, mardi 30 septembre, l'Insee. Rapportée à la richesse nationale, cette dette, mesurée selon les critères de Maastricht, atteint 95,1% du PIB (Produit intérieur brut).

A agência noticiosa pública Lusa e o DN anunciam esta manhã que a dívida pública francesa superou os 'dois mil milhões de euros'. Enganaram-se só em 1 998 000 000 000€, uma quantia equivalente a 1998 pontes Vasco da Gama!

Se há coisa de que não precisamos é de uma agência noticiosa pública, a LUSA, generosamente paga com os nossos impostos, que nem sequer para traduzir uma notícia serve. Um MILLIARD são MIL MILHÕES, i.e 10E9. Logo, a dívida pública francesa acaba se superar os DOIS BILIÕES DE EUROS e não, como diz a analfabeta Lusa, "dois mil milhões de euros"*. Não haverá na dita agência, nem no DN, ninguém que saiba, ao menos, distinguir um milhão de mil milhões e mil milhões de um milhão de milhões, ou seja, de um bilião? Já bem bastam os nossos políticos e boa parte dos econometristas que temos, que continuam a confundir milhões com biliões. O resultado está à vista :(

Mas vamos ao que interessa: o gráfico acima mostra que a notícia de hoje estava escrita nos gráficos há muito, mesmo antes de o 'socialista' Hollande ter sido eleito com base na promessa populista de que iria levantar a França. A mesma ideia demagógica e populista que o sargento-ajudante da corja rendeira e devorista lusitana, o cabotino Costa, também promete prosseguir se um dia os portugueses, de cabeça perdida, resolvessem apostar nesta criatura sem ideias mas com uma tarimba partidária que vem dos bancos do Secundário!

A Europa, tal como os Estados Unidos, o Japão, e agora a China, cuja bolha imobiliária rebentou em sincronia com o sit-in de Hong-Kong (a já chamada Primavera dos Guarda-chuvas), estão enredados num problema global chamado pico do crescimento. Trata-se de uma longa era (1896-2008*) que já chegou ao fim, cuja crise se manifesta desde meados dos anos 70 do século passado, mas que só agora começamos a perceber, quando olhamos pelo retrovisor das estatísticas.

Deixou de haver petróleo barato, a inflação dos preços das outras matérias primas é estrutural, mesmo quando há flutuações em baixa motivadas pelos jogos de derivados ou pela queda da procura causada, sobretudo, pela queda do poder de compra, por sua vez causada pelo deemprego, por sua vez causada pela falência de milhões de empresas e serviços públicos sobre endividados a que os bancos só conseguem acudir através de uma fraude sistémica do sistema monetário, por sua vez induzida pelos governos em bancarrota financeira, social e política. O desespero a que os demagogos chamam 'crescimento' não é mais do que a tentativa desesperada de reinflacionar as economias. O intento está condenado ao fracasso,  mas pior do que isso, ao darmos largas à demagogia populista dos Hollande, dos pseudo Sócrates e dos Costinhas deste mundo, estamos a deixar promover o sobre endividamento público e privado dos países para lá de todos os limites da racionalidade. O resultado só poderá ser catastrófico, quer dizer, uma implosão em cascata das grandes economias, eventualmente precedido de dezenas de bancarrotas nos países periféricos. É o que estamos neste momento a ver: depois da Islândia, Irlanda, Grécia, Espanha, Chipre e Portugal, ou da Venezuela (apesar de ser o 9º produtor mundial e o 10º exportador mundial de petróleo) e da Argentina, etc., seguir-se-ão países como a França, o Reino Unido e os Estados Unidos da América.

Será uma III Guerra Mundial suficiente para restabelecer o equilíbrio?

Não creio que tenhamos pela frente uma nova guerra mundial como as duas famosas guerras de destruição maciça que o século 20 conheceu. O mais provável é assistirmos a uma espécie de guerra global assimétrica durante décadas a fio, basicamente centradas na distribuição mundial do petróleo, do gás natural e de algumas matérias primas essenciais.

É por tudo isto que o patamar ultrapassado pela dívida pública francesa —dois biliões de euros— é um sinal de alarme que devemos levar muito a sério. Lá como cá, temos que deixar de dar ouvidos às sereias disléxicas da partidocracia, e temos que partir para uma refundação racional do sistema de liberdades públicas e de democracia ajustado à nova era de contenção e criatividade potencial que se abre diante de todos nós. António Costa não é nenhum Sebastião 2.0, e se fosse, seria a nossa completa desgraça coletiva.



* Em português de Portugal um BILIÃO são 10E12, ou seja, um MILHÃO DE MILHÕES. No Brasil, que segue acriticamente o sistema americano nesta matéria, como noutras, usam o termo BILHÃO para 10E9, o nosso MILHAR DE MILHÃO. Portanto, é fácil: UM BILIÃO = 10E12, e UM BILHÃO=10E9. Seja como for, uma vez que em Portugal os nossos analfabetos políticos e jornalistas já aprenderam a dizer MIL MILHÕES, então, em coerência, e sobretudo por respeito pelo tipo de escala aritmética entre nós usada, terão que dizer BILIÃO quando querem enunciar um valor de 10E12, como é o caso da dívida francesa.


** Sobre isto ler The Great Wave, Price Revolution and the Rhythm of History, de D H Fischer (1996). Segundo Fischer a era inflacionária do século 20 transcorreu entre 1896 e 1996. No entanto, o ano 2008, doze anos depois de publicado este importante estudo, marca definitivamente o início de uma nova longa era de baixa inflação, quebra progressiva dos rendimentos do trabalho, desemprego estrutural e crescimento real da economia global entre 0 e 1%. Curiosamente, ao longo dos tempos, estes períodos longos são geralmente propícios à invenção. Não nos esqueçamos que boa parte das descobertas científicas que permitiram o desenvolvimento tecnológico do século 20 decorreram nos séculos 17, 18 e sobretudo 19.

segunda-feira, setembro 29, 2014

Nova crise global pode estar iminente



Se pensam que vai ser fácil deitar a mão aos 25mM€ do próximo QREN pensem duas vezes!


Há uma evidente conspiração em curso para despedir António José Seguro do PS e Pedro Passos Coelho do PSD. O primeiro caíu ontem. Quanto a PPC vamos ver se resiste à ofensiva combinada dos bonzos do PS e do PSD, protagonizada mediaticamente por Marcelo Rebelo de Sousa, Marques Mendes, Pacheco Pereira, Manuela Ferreira Leite, Morais Sarmento, Ângelo Correia, Mário Soares, José Sócrates, António Vitorino, Augusto Santos Silva, etc. O objetivo desta corja é só um: fazer regressar o Bloco Central da Corrupção e os principais cleptocratas e rendeiros do país (ex-Grupo BES, Grupo Mello, Mota-Engil, EDP, etc.) ao controlo pleno do regime. A desculpa piedosa será certamente religiosa, e deve chamar-se qualquer coisa como 'defender a todo o custo os centros de chulice indígena', perdão, queria escrever, 'centros de decisão nacionais'. Acontece, porém, que o tempo deixou de ser favorável a esta gente. E assim sendo conviria que os democratas deste país acordassem e se dispusessem a despachar a mencionada corja para o caixote do lixo da história.

Que tenciona fazer o sargento-ajudante Costa?

Vai renunciar à dívida do país? Não vai cumprir as recomendações que a Troika certamente dará ao governo dentro de dias? Vai mandar à fava o BCE quando forem realizados e conhecidos os próximos testes de esforço à banca portuguesa? Vai aumentar os salários? Vai investir — onde? Vai continuar o esforço de desendividamento público e privado — como? Vai sair da NATO e aliar-se ao Bloco de Esquerda? E se não, vai enviar tropas portuguesas para o Iraque e a Síria? Que pensa das manobras de desestabilização mundial em curso por parte dos Estados Unidos, Inglaterra, Israel e Arábia Saudita, contra a Rússia, contra a China e contra milhares de milhões de muçulmanos? Alinha, ou não?

Sabemos que o grande objetivo da corja rendeira e devorista é a caça ao último pacote de ajuda comunitária, no montante de 25mM€, para ser aplicado no período de 2014-2020. Que vai fazer António Costa, se porventura ganhar as próximas eleições, a este respeito? Quais são as suas prioridades, para além de favorecer quem o apoiou? Finanças públicas? Segurança Social? Saúde? Educação? Energia? Transportes —quais? Reforma do estado — como e por onde?

Uma coisa vai ser certamente difícil conseguir. Chama-se crescimento. E sem crescimento, ou com crescimento negativo, lá irá por água abaixo o bluff Costa.

IMF warns on rising debt levels
By Chris Giles and Robin Harding in Washington
FT. April 9, 2014 1:42 pm

Rising levels of debt prompted by five years of ultra-low interest rates could exacerbate the dangers of bringing monetary policy back to normal, the International Monetary Fund warned on Wednesday.

New Global Crisis Imminent Due To “Poisonous Combination Of Record Debt And Slowing Growth", CEPR Report Warns
Zero Hedge. Submitted by Tyler Durden on 09/29/2014 07:52 -0400

The world has not yet begun to deleverage its crisis-linked borrowing. Global debt-to-GDP is breaking new highs in ways that hinder recovery in mature economies and threaten new crisis in emerging nations – especially China. The latest Geneva Report on the World Economy argues that the policy path to less volatile debt dynamics is a narrow one, and it is already clear that developed economies must expect prolonged low growth or another crisis along the way.

[...]

It warns of a “poisonous combination of high and rising global debt and slowing nominal GDP [gross domestic product], driven by both slowing real growth and falling inflation”.

[...]

The total burden of world debt, private and public, has risen from 160 per cent of national income in 2001 to almost 200 per cent after the crisis struck in 2009 and 215 per cent in 2013.

“Contrary to widely held beliefs, the world has not yet begun to delever and the global debt to GDP ratio is still growing, breaking new highs,” the report said.

O velho coelho saíu da cartola

Novos Brasões de Portugal
©Toyze
, 2014

Chapelada eleitoral? 


Seguro apresenta queixa contra SMS de António Costa
António José Seguro apresentou uma queixa contra António Costa, por este último alegadamente ter enviado, em dia de eleições, um SMS aos militantes socialistas a apelar que votassem em si.

Maria João Bourbon, com Lusa | 15:56 Domingo, 28 de setembro de 2014

Às 02:11 de hoje, enquanto decorria ainda a contagem de votos, o sítio das Primárias do PS publicava o número de inscritos: 160.512. Mas às 02.15, ou seja, 4 mn depois, o mesmo sítio deixava de indicar o número de inscrito. Entretanto, os votos de António Costa, nestes mesmos 4mn, subiam de 73.020 para 118.454, e os de António José Seguro subiam de 38,851 para 55.239. Ou seja, as percentagens dos candidatos variavam então do par AC=64,80% - AJS=34,48% para AC=67,88% - AJS=31,65%, percentagem que se manteria até à consulta que fiz ao sítio esta manhã às 09:13:38. Na consulta de hoje volta a ser publicado o número de inscritos: 248.475.

Curiosamente, às 02:11 os resultados eleitorais eram apresentados de forma detalhada, incluindo o número de inscritos a nível nacional, distrital e por secção de voto. Às 02:15 deixou de haver informação sobre o número de inscritos e toda a informação detalhada. Finalmente, hoje de manhã, os números aparecem distrbuídos apenas por distritos, alguns deles originais: Açores, Madeira, Algarve e Baixo Alentejo.

É possível que esteja tudo certo, mas lá que a incongruência é manifesta, é. Não sei se os adeptos de António José Seguro abandonaram as mesas depois das miseráveis declarações do vencido e do vencedor. Mas sei uma coisa: o PS deve aos simpatizantes que votaram informação rigorosa sobre o ato eleitoral. Espero que a trapalhada dos seus quadros eletrónicos online (ver imagens abaixo) seja rapidamente esclarecida.

O regresso da Brigada do Reumático e da Geração X cor-de-rosa

Jorge Coelho, Almeida Santos, socratinos e soaristas estão de volta ao poder cor-de-rosa. O fraco seminarista António José Seguro, a quem foi concedido o prazer amargo de uma voltinha no poder, retirou-se humilhado, mas não esmagado: 31,65% é uma percentagem que deveria obrigá-lo a disputar as próximas Diretas do PS, marcando posição para a era pós-Costa, a qual será muito curta.

A verdade é que a vantagem de Costa o coloca numa posição de tudo ou nada. Não tem nenhuma desculpa para falhar (se perder as Legislativas, adeus Costa!), mas o seu notório vazio de ideias vai aflorar ainda este mês, no dia mesmo em que a Troika pisar de novo o chão da Portela, e depois disto, assim que começar a discussão do orçamento de 2015. Por outro lado, como há cada vez menos tachos partidários, os que acorreram à última da hora à sopa dos pobres de António Costa vão ter uma surpresa desagradável.

O Tozé, como aqui nos fartámos de repetir, é um político inseguro, e cometeu o erro fatal de não neutralizar a corja socratina assim que esta perdeu o poder. Este erro, como sentirá em breve, não será cometido pelo sargento-ajudante António Costa, a menos que Seguro, depois de duas semanas de descanso, aproveitando-as para ler o O Príncipe, de Maquiavel, anuncie que irá disputar as Diretas e reorganize as suas tropas, incutindo-lhes confiança e esperança.

As bandeiras que levantou, contra a corrupção, pela paridade de géneros, e pela diminuição do número de deputados da Assembleia da República deve-as manter bem altas, pois o seu sucessor fará tudo para apagá-las.

É possível que as causas que defendeu na derradeira fase do seu mandato precisem de um novo líder socialista para as prosseguir, mas isso não o desobriga de preparar o terreno para que tal venha a ocorrer assim que o bluff Costa comece a revelar-se.

As baterias da nomenclatura voltar-se-ão agora e em força contra Passos Coelho

Bastou ouvir ontem o Marcelo para percebermos que depois de abater Seguro, a nomenclatura deste país, em geral falida, precisa de derrubar Passos Coelho, para que o Bloco Central da Corrupção possa regressar em força. Para esta corja, a pobreza crescente do país não lhes tira o sono, nem o prazer dos linguados. O que querem é proteger-se da Justiça e sacar tudo o que puderem antes que seja, para eles, tarde demais.

Portugal corre o sério risco de ser completamente destruído pela corja de rendeiros, devoristas e partidocratas que assaltaram a democracia. Os ventos internacionais adversos são infelizmente favoráveis à emergência de novos fascismos disfarçados. Como a lógica corporativa do Salazarismo se manteve intacta, embora infestada de aventais brancos e novas batinas, a menos que Bruxelas e Frankfurt aumentem a sua influência e as exigências sobre o nosso país, o perigo de termos um Novo Estado Novo é hoje mais evidente que nunca.


IMPORTANTE

O reporte online dos resultados eleitorais tem sido uma trapalhada com mudança sucessiva dos critérios de apresentação, informação sobre o número de inscritos, e contagens surrealistas de votos.
  •  Os inscritos totais divulgados em 29/9/2014 foram estes:
    -- às 02:11: 160.512
    -- às 02:15: não há informação sobre os inscritos
    -- às 09:13: 248.475
    (não é suposto ser este um número constante uma vez que existiu um período prévio de inscrição dos eleitores?)
  •  Quanto às contagens, para além de terem suspendido a divulgação de resultados por secção algures depois da meia-note ou uma da manhã, António José Seguro, mas também António Costa aparecem com menos votos hoje, às 20:30, do que os reportados esta manhã, às 09:08! 
Vale a pena consultar estas estranhas e não justificadas incrongruências. Quem supervisionou ou supervisiona este processo eleitoral? Jorge Coelho apenas?




Informação às 02:11:16 do dia 29/9/2014


Informação às 02:15:26 do dia 29/9/2014


Informação às 09:13:38 do dia 29/9/2014


Informação às 20:31:28 do dia 29/9/2014


Informação às 09:08:40 do dia 29/9/2014


Informação às 20:30:54 do dia 29/9/2014


Última atualização: 29/9/2012 22:28

Catalunha marca referendo. E agora?

Francisco de Goya. “La Verdad, el Tiempo y la Historia” (ca. 1800)
Conhecida como Alegoria da Constituição de 1812.

E se os referendos separatistas tivessem que seguir a regra dos 2/3?

As questões nacionalistas, catalã, basca e galega, continuam por resolver no reino espanhol.

Há o nacionalismo da "Espanha", e há os nacionalismos das "Espanhas", bem mais antigos. Os portugueses —que não esquecem as sucessivas conspirações e tentativas castelhanas de conquistar Lisboa e o nosso país (1385, 1580-1640, 1807, 1913 e 1940)— são neutrais face a este problema e defendem a resolução pacífica deste diferendo entre povos espanhois que os Reis Católicos uniram sob uma mesma bandeira em nome de dois grandes prémios: Granada e a grande expansão marítima da Europa cujos primeiros protagonistas seriam naturalmente Portugal e o novo reino de Castela-Aragão — uma vez assinado o Tratado das Alcáçovas-Toledo (1479/1480) que estabeleceu, pela primeira vez, o reconhecimento mútuo de Portugal por parte de Castela, e de Castela por parte de Portugal. Após a conquista de Granada (1492), na antiga 'españa', ou Ibéria, passaram a existir dois estados: o reino de Portugal, que incluía territórios ultramarinos vários, e o reino de Castela, que incluía Aragão e outros territórios ibéricos, europeus e ultramarinos vários.

A convivência das nações e povos num mesmo estado promovido pelos Reis Católicos na transição do séc. XV para o séc. XVI nunca foi totalmente pacífica. Houve guerras civis desde então, periódicas e quase sempre em torno de questões nacionais, sobretudo de ordem estratégica, fiscal e monetária, frequentemente mascaradas por questões dinásticas e sucessórias.

Articulo CXVI — Las Aduanas interiores de partido a partido, y de provincia a provincia, quedan suprimidas en éspaña e Indias. Se trasladaran alas fronteras de tierra, ó de mar.

Articulo CXVII — él sistema de contribuciones será igual en todo el Reyno.
—in “Constitución original firmada por cuantos concurrierón a la Junta de Bayona”, conhecida como Estatuto de Bayona de 1808.

A unificação monetária e constitucional da Espanha é um evento tardio, que só viria a ocorrer depois das invasões francesas, e por determinação napoleónica. España enquanto designação jurídica das 'Espanhas' englobadas pela monarquia castelhana é um facto histórico posterior à Constituição espanhola proclamada em Bayona por Napoleão e Jose Bonaparte em 1808, e posterior à liberal Constitución Política de la Monarquía Española, de 1812, inspirada na anterior e em geral na nova filosofia política francesa sobre a separação de poderes. Nestes dois textos fala-se de território espanhol, de pátria espanhola, de nação espanhola, das Espanhas, mas 'espanha', no singular e escrita em minúscula, é um termo que aparece, talvez pela primeira vez, na proclamação constitucional napoleónica de Bayona, embora como substantivo, e não como definição de um estado que continua a ser definido como 'Reyno de las Españas y de las Índias', como 'Monarquía Española' e como (e aqui temos a novidade constitucional Montesquiana introduzida, pela primeira vez, no vocabulário cultural espanhol) 'Nación Española'

[La Nación Española es la reunion de todos los Españoles de ambos Hemisferios' e 'Son Españoles: Todos los Hombres libres nacidos y avecindados en los dominios de las Españas, y los hijos de estos.]

Antes da invasão napoleónica da Península Ibéria, a palavra Espanha, ou espanha ['efpaña'] aparece raramente impressa — por exemplo, no Cantar de mio Cid, um longo poema cujo autor se descnhece e que terá sido escrito entre 1195 e 1207. Trata-se, no entanto, de uma referência sobretudo geográfica à península ibérica. Espanha ou Ibéria são, desde os Gregos e antes deles, designações de um mesmo lugar: a península europeia que fica para cá dos Pirinéus. A transformação das Espanhas unidas pelo reino de Castela-Aragão numa estado-nação chamado Espanha é, pois, uma metamorfose conceptual iniciada por Napoleão, que ganha expressão no Estatuto Real de 1834, e que mais tarde será radicalizada pela exacerbação nacionalista castradora do ditador Francisco Franco.

As feridas continuam, nuns casos, recalcadas, noutros bem abertas. Talvez por isso a discussão sobre as 'espanhas' e sobre a natureza histórica da monarquia espanhola, incendiada pelo radicalismo sanguinário da ETA, e mais recentemente pelo nacionalismo referendário catalão, deva ser levada a sério e com a máxima prudência por todas as partes envolvidas.

POST SCRIPTUM — o recente referendo na Escócia, mas sobretudo o futuro dubitativo da integridade dos EUA, são fenómenos que mostram até que ponto a unidade dos estados em torno de um centro depende sempre da capacidade deste centro alimentar a prole e cuidar do território. Os estados, tal como os impérios, colapsam quando gastam mais do podem durante tempo suficiente para os levar a uma situação de ruína estrutural. Sempre foi assim.

One in four Americans want their state to secede from the U.S., but why?
Reuters. By Jim Gaines
September 19, 2014

For the past few weeks, as Scotland debated the wisdom of independence, Reuters has been asking Americans how they would feel about declaring independence today, not from the United Kingdom, but from the mother country they left England to create. The exact wording of the question was, “Do you support or oppose the idea of your state peacefully withdrawing from the United States of America and the federal government?”

REFERÊNCIAS
Última atualização: 29/09/2014 16:17 WET