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sábado, agosto 08, 2015

O PS ainda existe?


Uma anedota chamada Partido Socialista


Esta manhã um veterano do Partido Socialista telefonou-me apostando comigo que vai haver uma grande vitória do PS, ou uma grande vitória da coligação PSD-CDS/PP, e que o PCP vai chegar aos 20%, pulverizando o Bloco e obliterando qualquer presença do PDR, do Livre e do Nós-Cidadãos na próxima assembleia legislativa. Não é isto que dizem as sondagens, mas como já perdi um almoço com ele, valerá a pena deter-me um nadinha mais nos seus argumentos, não sem antes me inclinar para a hipótese de uma grande humilhação do PS nas próximas eleições seguida de um banho de sangue no Largo do Rato e nas caves de uma dúzia de tascas maçónicas.

“Esta história não é minha”. PS acusado de fabricar histórias dos cartazes
Observador, 7/8/2015, 20:22

“A história não é minha. Aquela afirmação é falsa”. É assim que Maria João resume a utilização da sua fotografia colada à frase “Estou desempregada desde 2012, para o governo não existo” num dos polémicos cartazes do PS, em declarações ao Observador. Maria João diz que não estava desempregada e que não disse o que está no outdoor. Mais: acrescenta que quando tirou a fotografia, que viria a aparecer espalhada pelo país nos cartazes do partido, prestava até serviços à Junta de Freguesia de Arroios (socialista) e foi lá que o fotógrafo a apanhou. Mais ainda: diz não ter dado autorização para que a sua cara aparecesse nos cartazes, quer que o partido os retire das ruas e admite processar o PS por uso indevido de imagens. Mas a história com os polémicos cartazes não acaba aqui. Há mais dois casos na mesma junta.

O PS comandado pelo sargento Costa é o mesmo partido que Mário Soares pariu no idos anos oitenta do século passado. Do fax de Macau à prisão preventiva de um ex-primeiro ministro que se apelida por um dos seus nomes próprios —Sócrates—, e à prisão domiciliária de um banqueiro que em tudo mandava e a muitos garantia prosperidade e fama terrena eternas, nada mudou, salvo o colapso do regime assim nascido e deformado até à náusea.

A rapaziada e a raparigada mais nova do PS que entretanto acedeu às mordomias parlamentares esfumaram-se debaixo das mini-saias e aventais cor-de-rosa do poder. O cesarismo impera nas hostes do Rato. Voltar a entregar o poder a este bando de senadores corruptos do regime que empurraram alegremente até à fossa seria puro masoquismo eleitoral. Donde a minha propensão para pensar que Passos Coelho arrancará uma nova vitória nas próximas eleições. Seria bom que o Nós-Cidadãos elegesse um ou dois deputados, mas vai ser muito difícil. Nisto estou de acordo com o meu amigo e veterano socialista. Por outro lado, se o PCP crescer, e João Oliveira surge, tal como Mariana Mortágua no Bloco, como um dos políticos mais cristalinos da nova geração, sem realejo, prudente, realista, assertivo, coerente, então ao Partido Socialista poderá acontecer o que aconteceu ao PS italiano depois da Operação Mãos Limpas: desaparecer!

BES com prejuízos de quase 9 mil milhões em Agosto de 2014
Jornal i, 07/08/2015 14:57:29

Os prejuízos do Banco Espírito Santo subiram quase 20 vezes em sete meses, de 462,5 milhões para 8,947 mil milhões de euros, entre 31 de Dezembro de 2013 e 4 de Agosto de 2014, data da resolução decidida pelo Banco de Portugal, que dividiu a instituição em duas, criando o Novo Banco para ficar com a actividade geral e deixou ao BES os activos problemáticos.

O BCE mandou fechar a loja do Espírito Santo por motivos óbvios que vamos conhecendo mês a mês. Passos Coelho percebeu a tempo que dar a mão a semelhante monstro financeiro seria um suicídio político e, assim, disse ao DDT — Não!

Só mesmo o socratino António Costa contava com o banqueiro para o levar no andor da corrupção até São Bento. Só mesmo ao beato Mário Soares lembraria peregrinar até à Boca do Inferno para visitar o novo arguido. O PS ainda existe?

segunda-feira, março 30, 2015

Costa visita Beijing. Quem paga?


 O regresso da tríade Macau?


O secretário-geral do PS, António Costa, desloca-se à China na primeira quinzena de abril de 2015. Apesar da desinformação oportunamente posta no jornal do mano de que teria cancelado a visita e da incompreensível omissão do delegado da Lusa em Macau, José Costa Santos. Já agora, seria interessante descobrir quem paga a viagem de António Costa e comitiva.

O motivo da urgente deslocação poderá ser o financiamento eleitoral do Partido Socialista que consta ter os cofres depauperados. Tratava-se de uma visita secreta, que, no entanto, vazou e o embaraça...

in Do Portugal Profundo, 30/3/2015

Este sujeitinho —ANTÓNIO COSTA— é mesmo um sargento-ajudante de Sócrates, perdão, da tríade de Macau, ou seja, de Almeida Santos, Vitalino Canas, António Vitorino, perdão, de Mário Soares!

Leiam só o que a criatura disse aos amigos chineses:

«Em Portugal, os amigos são para as ocasiões, e numa ocasião difícil em que muitos não acreditaram que o país tinha condições para enfrentar e vencer a crise, a verdade é que os investidores chineses disseram ‘presente’, vieram, e deram um grande contributo para que Portugal pudesse estar na situação em que está hoje, bastante diferente daquela em que estava há quatro anos».

Lembram-se dos faxes de Macau e do livro banido de Rui Mateus? Lembram-se das personagens cor-de-rosa da Casa Pia sobre as quais o Costa já não pôde fazer nada? Conhecem a empresa GEOCAPITAL, do Stanley Ho e Ferro Ribeiro, do Novo Aeroporto de Macau, das andanças por Cahora Bassa, dos negóciso com a EDP do Mexia, do fiasco da Alta de Lisboa que deveria ter podido contar com os terrenos do Aeroporto da Portela para ser o que estava combinado, ou da nuvem negra da ex-VEM, onde andou metida a GEOCAPITAL, e que entretanto mudou de nome, para TAP Maintenance & Engineering, responsável principal da ruína da TAP? Ora comecem lá a juntar as pontas, a que podem somar ainda os negócios do Espírito Santo Salgado com o Benfica, os Mellos, o GES/BES, a Mota-Engil, o anjo ds Avenida da Liberdade chamado Violas, ou a mais recente sacanice na Fontes Pereira de Melo, cortesia da parelha Costa-Salgado e do LBO António de Sousa, e verão o lindo molho de bróculos que sai.

Querem votar no regresso dos piratas ao poder? Votem, mas depois não se queixem!


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sexta-feira, dezembro 05, 2014

O sargento Costa atrasou-se

Foto©Tim Brakemeir/ EPA (img recortada)

Sócrates é um lastro demasiado pesado...


José Sócrates: "...sistema vive da cobardia dos políticos..." (carta manuscrita, da prisão para o Diário de Notícias, 4/12/2014)

António Guterres fez o que lhe competia como ex-PM socialista ao visitar José Sócrates na prisão: manifestar a sua solidariedade pessoal a um seu antecessor, discretamente e sem alarido ou recados.

Soares, Almeida Santos e Fernando Gomes, pelo contrário, passaram mensagens encriptadas para o exterior (suponho, claro), e certamente ouviram pedidos expressos de Sócrates (suponho, claro)

Mas o pior de tudo é o lamentável atraso do sargento Costa!

Quando é que esta criatura secundária percebe que deveria ter sido o primeiro 'socialista' a visitar o ex-PM e ex-SG do PS?

Quando é que esta criatura secundária percebe que só depois de visitar José Sócrates na prisão poderia ter anunciado a grande novidade em que ninguém acredita: separar o que é da política (i.e. dos partidos) do que é pessoal?

E agora, António Costa, quando é que vai visitar José Sócrates? Depois do Rui Rio?

O afundamento estrutural do PS ainda vai no adro.

Basta prestar atenção aos recados que vêm de Bruxelas e da OCDE:
“A Comissão Europeia quer que os tribunais portugueses apliquem penas mais pesadas aos suspeitos de corrupção. Ou seja: mais condenações em consequência das investigações e um registo de resultados comprovados em cada caso investigado pelas polícias e Ministério Público.”
DN, 4 de dezembro 2014.

As autoridades portuguesas deixaram passar em branco -- não conseguiram aplicar qualquer sanção relevante -- a todos os casos de suborno ou de corrupção internacional envolvendo decisores e agentes do sector público detetados entre 15 de fevereiro de 1999 e 1 de junho deste ano, acusa a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
Dinheiro Vivo 02/12/2014 | 14:20.

Já agora, convem recordar estes textos de Joaquim Vieira, que foi despedido da revista Grande Reportagem, da qual era diretor, na última semana de Outubro de 2005, na sequência do que então publicou.

—in Grande Reportagem 3, 10, 17, 24 de Setembro e 1 de Outubro de 2005

“O POLVO (1)

Com Soares, já não há moral para criticar Ferreira Torres, Isaltino, Valentim ou Felgueiras.

Além da brigada do reumático que é agora a sua comissão, outra faceta distingue esta candidatura de Mário Soares a Belém das anteriores: surge após a edição de Contos Proibidos – Memórias de Um PS Desconhecido (livro completo em PDF), do seu ex-companheiro de partido Rui Mateus. O livro, que noutra democracia europeia daria escândalo e inquérito judicial, veio a público nos últimos meses do segundo mandato presidencial de Soares e foi ignorado pelos poderes da República. 
Em síntese, que diz Mateus?

Que, após ganhar as primeiras presidenciais, em 1986, Soares fundou com alguns amigos políticos um grupo empresarial destinado a usar os fundos financeiros remanescentes da campanha.

Que a esse grupo competia canalizar apoios monetários antes dirigidos ao PS, tanto mais que Soares detestava quem lhe sucedeu no partido, Vítor Constâncio (um anti-soarista), e procurava uma dócil alternativa a essa liderança.

Que um dos objectivos da recolha de dinheiros era financiar a reeleição de Soares.

Que, não podendo presidir ao grupo por razões óbvias, Soares colocou os amigos como testas-de-ferro, embora reunisse amiúde com eles para orientar a estratégia das empresas, tanto em Belém como nas suas residências particulares.

Que, no exercício do seu «magistério de influência» (palavras suas, noutro contexto), convocou alguns magnatas internacionais – Rupert Murdoch, Silvio Berlusconi, Robert Maxwell e Stanley Ho – para o visitarem na Presidência da República e se associarem ao grupo, a troco de avultadas quantias que pagariam para facilitação dos seus investimentos em Portugal.

Note-se que o «Presidente de todos os portugueses» não convidou os empresários a investir na economia nacional, mas apenas no seu grupo, apesar de os contribuintes suportarem despesas da estada. Que moral tem um país para criticar Avelino Ferreira Torres, Isaltino Morais, Valentim Loureiro ou Fátima Felgueiras se acha normal uma candidatura presidencial manchada por estas revelações? E que foi feito dos negócios do Presidente Soares? Pela relevância do tema, ficará para próximo desenvolvimento.

O POLVO (2)

A ética política é um valor permanente, e as suas violações não prescrevem.

A rede de negócios que Soares dirigiu enquanto Presidente (ver esta coluna na anterior GR) foi sedeada na empresa Emaudio, agrupando um núcleo de próximos seus, dos quais António Almeida Santos, eterna ponte entre política e vida económica, Carlos Melancia, seu ex-ministro, e o próprio filho, João.

A figura central era Rui Mateus, que detinha 60 mil acções da Fundação de Relações Internacionais (subtraída por Soares à influência do PS após abandonar a sua liderança), as quais eram do Presidente mas de que fizera o outro fiel depositário na sua permanência em Belém – relata Mateus em Contos Proibidos.

Soares controlaria assim a Emaudio pelo seu principal testa-de-ferro no grupoempresarial. Diz Mateus que o Presidente queria investir nos media: daí o convite inicial para Silvio Berlusconi (o grande senhor da TV italiana, mas ainda longe de conquistar o governo) visitar Belém. Acordou-se a sua entrada com 40% numa empresa em que o grupo de Soares reteria o resto, mas tudo se gorou por divergências no investimento.

Soares tentou então a sorte com Rupert Murdoch, que chegou a Lisboa munido de um memorando interno sobre a sua associação a «amigos íntimos e apoiantes do Presidente Soares», com vista a «garantir o controlo de interesses nos media favoráveis ao Presidente Soares e, assumimos, apoiar a sua reeleição».

Interpôs-se porém outro magnata, Robert Maxwell, arqui-rival de Murdoch, que invocou em Belém credenciais socialistas. Soares daria ordem para se fazer o negócio com este. O empresário inglês passou a enviar à Emaudio 30 mil euros mensais. Apesar de os projectos tardarem, a equipa de Soares garantira o seu «mensalão».

Só há quatro anos foi criminalizado o tráfico de influências em Portugal, com a adesão à Convenção Penal Europeia contra a Corrupção. Mas a ética política é um valor permanente, e as suas violações não prescrevem. Daí a actualidade destes factos, com a recandidatura de Soares. O então Presidente ficaria aliás nervoso com a entrada em cena das autoridades judiciais - episódio a merecer análise própria.

O POLVO (3)

A empresa Emaudio, dirigida na sombra pelo Presidente Soares, arrancou pouco após a sua eleição (ver esta coluna na anterior GR) e, segundo Rui Mateus em Contos Proibidos, contava «com muitas dezenas de milhares de contos ‘oferecidos’ por [Robert] Maxwell (...), consideráveis verbas oriundas do ‘ex-MASP’ e uma importante contribuição de uma empresa próxima de Almeida Santos».

Ao nomear governador de Macau um homem da Emaudio, Carlos Melancia, Soares permite juntar no território administração pública e negócios privados. Acena-se a Maxwell a entrega da estação pública de TV local, com a promessa de fabulosas receitas  publicitárias. Mas, face a dificuldades técnicas, o inglês, tido por Mateus como «um dos grandes vigaristas internacionais», recua. O esquema vem a público, e Soares acusa os gestores da Emaudio de lhe causarem perda de popularidade, anuncia-lhes alterações ao projecto e exige a Mateus as acções de que é depositário e permitem controlar a empresa.

O testa-de-ferro, fiel soarista, será cilindrado – tal como há semanas sucedeu noutro contexto a Manuel Alegre. Mas antes resiste, recusando devolver as acções e emperrando a reformulação do negócio. E, quando uma empresa alemã reclama por não ter contrapartida dos 50 mil contos (250 mil euros) pagos para obter um contrato na construção do novo aeroporto de Macau, Mateus propõe o envio de um fax a Melancia exigindo a devolução da verba. O governador cala-se. Almeida Santos leva a mensagem a Soares, que também se cala.

Então Mateus dá o documento a O Independente, daqui nascendo o «escândalo do fax de Macau». Em plena visita de Estado a Marrocos, ao saber que o Ministério Público está a revistar a sede da Emaudio, o Presidente envia de urgência a Lisboa Almeida Santos (membro da sua comitiva) para minimizar os estragos. Mas o processo é inevitável. Se Melancia acaba absolvido, Mateus e colegas são condenados como corruptores. Uma das revelações mais curiosas do seu livro é que o suborno (sob o eufemismo de «dávida política») não se destinou de facto a Melancia mas «à Emaudio ou a quem o Presidente da República decidisse». Quem, afinal, devia ser réu?

O POLVO (4)

Ao investigar o caso de corrupção na base do «fax de Macau» (ver esta coluna na anterior edição), o Ministério Público entreviu a dimensão da rede de negócios então dirigida pelo presidente Soares desde Belém. A investigação foi encabeçada por António Rodrigues Maximiano, procurador-geral adjunto da República, que a dada altura se confrontou com a eventualidade de inquirir o próprio Soares. Questão demasiado sensível, que Maximiano colocou ao então procurador-geral da República, Narciso da Cunha Rodrigues. Dar esse passo era abrir a caixa de Pandora, implicando uma investigação ao financiamento dos partidos políticos, não só do PS mas também do PSD – há quase uma década repartindo os governos entre si. A previsão era catastrófica: operação «mãos limpas» à italiana, colapso do regime, república dos juízes.

Cunha Rodrigues, envolvido em conciliábulos com Soares em Belém, optou pela versão mínima: deixar de fora o Presidente e limitar o caso a apurar se o governador de Macau, Carlos Melancia, recebera um suborno de 250 mil euros.

Entretanto, já Robert Maxwell abandonara a parceria com o grupo empresarial de Soares, explicando a decisão em carta ao próprio Presidente.

Mas logo a seguir surge Stanley Ho a querer associar-se ao grupo soarista, intenção que, segundo relata Rui Mateus em Contos Proibidos, o magnata dos casinos de Macau lhe comunica «após consulta ao Presidente da República, que ele sintomaticamente apelida de boss.»

Só que Mateus cai em desgraça, e Ho negociará o seu apoio com o próprio Soares, durante uma «presidência aberta» que este efectua na Guarda. Acrescenta Mateus no livro que o grupo de Soares queria ligar-se a Ho e à Interfina (uma empresa portuguesa arregimentada por Almeida Santos) no gigantesco projecto de assoreamento e desenvolvimento urbanístico da baía da Praia Grande, em Macau, lançado ainda por Melancia, e onde estavam «previstos lucros de alguns milhões de contos». Com estas operações, esclarece ainda Mateus, o presidente fortalecia uma nova instituição: a Fundação Mário Soares. Inverosímil? Nada foi desmentido pelos envolvidos, nem nunca

O POLVO (CONCLUSÃO)

O anúncio da recandidatura de Soares veio acordar velhos fantasmas.

As revelações de Rui Mateus sobre os negócios do Presidente Soares, em Contos Proibidos (ver anteriores edições desta coluna), tiveram impacto político nulo e nenhuns efeitos. Em vez de investigar práticas porventura ilícitas de um chefe de Estado, os jornalistas preferiram crucificar o autor pela «traição» a Soares (uma tese académica elaborada depois por Edite Estrela, ex-assessora de imprensa em Belém, revelou as estratégias de sedução do Presidente sobre uma comunicação social que sempre o tratou com indulgência).

Da parte dos soaristas, imperou a lei do silêncio: comentar o tema era dar o flanco a uma fragilidade imprevisível. Quando o livro saiu, a RTP procurou um dos visados para um frente-a-frente com Mateus – todos recusaram.

A omertà mantém-se: o desejo dos apoiantes de Soares é varrer para debaixo do tapete esta história (i)moral da III República, e o próprio, se interrogado sobre o assunto, dirá que não fala sobre minudências, mas sobre os grandes problemas da nação.

Com a questão esquecida, Soares terminaria em glória uma histórica carreira pública, mas o anúncio da sua recandidatura veio acordar velhos fantasmas. O mandatário, Vasco Vieira de Almeida, foi o autor do acordo entre a Emaudio e Robert Maxwell. Na cerimónia do Altis, viam--se figuras centrais dos negócios soaristas, como Almeida Santos ou Ilídio Pinho, que o Presidente fizera aliar a Maxwell.

Dos notáveis próximos da candidatura do «pai da pátria», há também homens da administração de Macau sob tutela de Soares, como António Vitorino e Jorge Coe-lho, actuais eminências pardas do PS, ou Carlos Monjardino, conselheiro para a gestão dos fundos soaristas e presidente de uma fundação formada com dinheiros de Stanley Ho.

Outros ex-«macaenses» influentes são o ministro da Justiça, Alberto Costa, que, como director do Gabinete de Justiça do território, interveio para minorar os estragos de um caso judicial que destapou as ligações entre o soarismo e a Emaudio, ou o presidente da CGD por nomeação de Sócrates, Santos Ferreira, que o governador Melancia pôs à frente das obras do aeroporto de Macau.

Será o polvo apenas uma bela teoria da conspiração?”

E por fim, para compensar a visão soturna sobre Mário Soares e o PS que resulta da transcrição anterior, aqui fica o link para uma entrevista babada de Clara Ferreira Alves: Mário Soares. “Sou o gajo que lhes atira mais às trombas”Expresso.

PARECE QUE O COSTA LEU O ANTÓNIO MARIA!


Tendo ou não lido este post (publicado às 15:17 do dia 5 de dezembro), o spin doctor de António Costa apressou-se a dizer à criatura que tinha que acrescentar qualquer coisinha ao Expresso: sim, claro, que vou visitar o Sócrates— no Natal!

Mas a verdade é esta: o ex-sargento de José Sócrates foi literalmente descalçado por Mário Soares e por António Guterres, que fizeram o que deviam ter feito em termos pessoais e institucionais, presumida que é a inocência do agora desgraçado ex-primeiro ministro. Quanto ao surfista de águas paradas António Costa, está confirmado o óbvio: intuição política = ZERO!

  • Costa visita Sócrates nas férias de Natal Expresso, 6/12/2014 
  • "Hei-de ir durante as férias de Natal. Com certeza que irei", disse António Costa, ao Expresso, acrescentando que "só me ficaria mal se não fosse" — Observador, 6/12/2015, 10:33 
  • António Costa vai visitar o ex-primeiro ministro José Sócrates nas férias de Natal. A visita será a titulo pessoal e segundo o jornal Expresso está marcada para as próximas semanas. — SIC, 6/12/2014, 14:50.


Atualização: 7 dezembro 2014, 11:11 WET

sexta-feira, outubro 17, 2014

ex-BESTAP

Interior luxuoso de um Airbus ACJ3019

Foi tudo feito com o beneplácito do Dr. António Almeida Santos, Presidente da Mesa da Assembleia Geral da GeoCAPITAL — do senhor Ho— não foi?


No entanto, algumas perguntas:
  1. Quem vai pagar os 17 aviões encomendados à Airbus no valor estimado de 4.500 milhões de euros? Em que situação se encontra este contrato? Porque não foram ainda entregues os Airbus A330-200 previstos para 2014?
  2. Quem são neste momento os mediadores financeiros da compra dos Airbus pela TAP? Uma vez desfeita a parceria que o Credit Suisse e o BESI tinham para este efeito, quem presta neste momento as garantias contratuais?
  3. Chegou a TAP a pagar integralmente a PGA à ESI?
  4. Quanto pagou a TAP pela VEM? As declarações de Paulo Campos ao parlamento sobre esta matéria não passaram de uma das suas muitas fantasias.
  5. Quanto pagou a Geo CAPITAL pela VEM, e por quanto vendeu depois a sua parte à TAP?
  6. Qual era a exposição do ex-Grupo BES à TAP?
  7. Qual é a exposição do Novo Banco à TAP?
  8. Qual é a dívida financeira atual da TAP?

TAP comprou brasileira VEM sem autorização das Finanças. Fernando Pinto diz-se de "consciência tranquila"

15 Outubro 2014, 09:57 por Jornal de Negócios

A aquisição do controlo da empresa brasileira de engenharia e manutenção VEM (hoje denominada por M&E Brasil) teve lugar sem a necessária autorização do Ministério das Finanças, revela o Diário Económico desta quarta-feira, 15 de Outubro.

Em causa está uma falha que poderá obrigar a que o negócio – que já custou à TAP cerca de 500 milhões de euros desde 2007 – seja nulo do ponto de vista jurídico.

O anterior secretário de Estado do Tesouro e Finanças, Carlos Costa Pina, não deu autorização ao negócio, tendo exigido esclarecimentos à companhia aérea em vários despachos entre 2007 e 2009, explica a publicação.


Fernando Pinto inquirido pelo Ministério Público depois de buscas na TAP
Público, 14/10/2014 - 07:38

O presidente da TAP foi ouvido pelo Ministério Público há cerca dois meses por causa de dossiers relacionados com a gestão da companhia. A inquirição aconteceu depois de terem sido realizadas buscas nas instalações da companhia de aviação em meados do ano passado e de terem sido ouvidas pessoas com informações sobre a gestão da operadora de handling Groundforce, a compra da unidade de manutenção do Brasil e a tentativa fracassada de venda da empresa a Gérman Efromovich. Movimentos que surgiram depois de uma denúncia anónima ter chegado à Polícia Judiciária (PJ).

O PÚBLICO apurou que Fernando Pinto foi chamado para responder a perguntas no âmbito de uma investigação conduzida pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal. Não foi ainda possível clarificar em que qualidade foi ouvido o gestor brasileiro, que está à frente da TAP desde o ano 2000. Ainda no início do Verão de 2013, a PJ fez buscas nas instalações da transportadora aérea. Os inspectores levaram documentação da empresa.

Sensivelmente na mesma altura destas buscas, a PJ interrogou pessoas que tinham conhecimento sobre actos de gestão da equipa liderada por Fernando Pinto. O processo está a ser investigado pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção.

A inquirição do Ministério Público ao presidente da TAP tinha como um dos principais temas a gestão da operadora de handling Groundforce, que é actualmente detida em 49% pela transportadora aérea, estando a maioria do capital nas mãos do grupo português Urbanos. Estará em causa a facturação de serviços da empresa à TAP, que é a sua principal cliente, bem como a estrutura de custos da operadora de assistência em terra, que foi alvo de profundas reestruturações fruto dos prejuízos que acumulava.

A Groundforce terá ainda sido motivo de esclarecimentos relacionados com o seu anterior accionista privado, o grupo espanhol Globalia, que saiu do capital em 2008 na sequência de um conflito com a administração da TAP. A maioria do capital da operadora de handling ficou depois parqueado temporariamente junto de três bancos, porque a Autoridade da Concorrência proibiu a companhia de aviação de o deter. E só em 2012 é que a Urbanos entrou em cena.

Brasil, aviões e venda
Além deste tema, também a compra da M&E Brasil foi abordada na inquirição do Ministério Público. A TAP entrou no capital da empresa de manutenção de aviões em 2005, tendo ficado com 100% em 2007, quando comprou a posição da Geocapital, detida pelo empresário macaense Stanley Ho. O Diário Económico noticiou na segunda-feira que a investigação centra-se igualmente neste negócio, feito com o pagamento de um prémio de 20%.

[...]

A inquirição também se centrou na compra de aviões à Airbus, bem como na tentativa fracassada de privatização da companhia a Gérman Efromovich, em Dezembro de 2012.


TAP comprou Varig Log e VEM por 25 por cento das avaliações

Público/Lusa, 28/11/2005 - 21:20

O secretário de Estado das Obras Públicas e Comunicações, Paulo Campos, afirmou hoje que a TAP pagou pela Varig Log e VEM um quarto do valor mínimo das avaliações feitas às duas empresas que comprou à Varig.

De acordo com Paulo Campos, que falava na Comissão das Obras Públicas, as avaliações independentes de auditores internacionais feitos à VEM apontavam para um valor entre 116 milhões de dólares e 375 milhões de dólares.

Já a Varig Log foi avaliada entre 117 milhões de dólares e 532 milhões de dólares, referiu na Comissão, à qual o secretário de Estado compareceu a pedido do PCP, para explicar o negócio.

Segundo foi anunciado este mês, a TAP vai adquirir o controlo das duas subsidiárias da Varig por 62 milhões de dólares (cerca de 53 milhões de euros), depois de analisadas seis propostas de aquisição.

O processo de venda das duas subsidiárias só estará, no entanto, concluído no dia 19 de Dezembro.


Varig vende subsidiárias a TAP e americana

VarigLog e VEM foram arrematadas por US$ 72 milhões no total, US$ 10 milhões a mais do que proposta original dos dois grupos
Folha de São Paulo, 12/1/2006

A Varig anunciou ontem que vendeu suas subsidiárias, VarigLog (transporte e logística) e VEM (manutenção), para o fundo americano Matlin Patterson e para a aérea portuguesa TAP, respectivamente. Ambos os investidores querem também o controle da própria companhia aérea.
"Ficou acertado o compromisso da Volo do Brasil [empresa constituída pelo Matlin Patterson] e da Aero-LB [sociedade liderada pela TAP] de participarem como importantes investidores na recuperação da companhia aérea", diz comunicado divulgado pela assessoria de imprensa da Varig.

[nos pormenores é que está o Diabo...]

Segundo a companhia aérea, as duas subsidiárias foram vendidas por um total de US$ 72 milhões, US$ 10 milhões a mais do que a proposta feita no ano passado pela Aero-LB, que é uma sociedade de propósito específico liderada pela própria TAP. A Varig não informou por qual valor cada empresa foi vendida, já que TAP e Matlin Patterson fizeram uma proposta conjunta por ambas.


TAP compra PGA-Portugália por 140 milhões de euros

PUBLICO.PT. 06/11/2006 - 17:17
A TAP comprou hoje à Espírito Santo Internacional 99,81 por cento do capital da companhia de aviação PGA–Portugália por 140 milhões de euros.

A operação terá de passar ainda pelo crivo da Autoridade da Concorrência, já que o negócio transforma o mercado da aviação nacional num duopólio: apenas ficarão a operar no mercado regular a TAP e a companhia açoriana Sata internacional.


Credit Suisse, BESI e Morais Leitão apoiam venda da TAP
Económico, 18/05/12 00:05

Com cerca de cinco meses de atraso face ao previsto, o Governo prepara-se para anunciar os assessores jurídicos e financeiros para o processo de privatização da TAP. Além do Banco Espírito Santo de Investimento (BESI), o Governo terá como ‘financial advisor' o Credit Suisse. A escolha para a assessoria jurídica recaiu na Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados, apurou o Diário Económico.

segunda-feira, setembro 29, 2014

O velho coelho saíu da cartola

Novos Brasões de Portugal
©Toyze
, 2014

Chapelada eleitoral? 


Seguro apresenta queixa contra SMS de António Costa
António José Seguro apresentou uma queixa contra António Costa, por este último alegadamente ter enviado, em dia de eleições, um SMS aos militantes socialistas a apelar que votassem em si.

Maria João Bourbon, com Lusa | 15:56 Domingo, 28 de setembro de 2014

Às 02:11 de hoje, enquanto decorria ainda a contagem de votos, o sítio das Primárias do PS publicava o número de inscritos: 160.512. Mas às 02.15, ou seja, 4 mn depois, o mesmo sítio deixava de indicar o número de inscrito. Entretanto, os votos de António Costa, nestes mesmos 4mn, subiam de 73.020 para 118.454, e os de António José Seguro subiam de 38,851 para 55.239. Ou seja, as percentagens dos candidatos variavam então do par AC=64,80% - AJS=34,48% para AC=67,88% - AJS=31,65%, percentagem que se manteria até à consulta que fiz ao sítio esta manhã às 09:13:38. Na consulta de hoje volta a ser publicado o número de inscritos: 248.475.

Curiosamente, às 02:11 os resultados eleitorais eram apresentados de forma detalhada, incluindo o número de inscritos a nível nacional, distrital e por secção de voto. Às 02:15 deixou de haver informação sobre o número de inscritos e toda a informação detalhada. Finalmente, hoje de manhã, os números aparecem distrbuídos apenas por distritos, alguns deles originais: Açores, Madeira, Algarve e Baixo Alentejo.

É possível que esteja tudo certo, mas lá que a incongruência é manifesta, é. Não sei se os adeptos de António José Seguro abandonaram as mesas depois das miseráveis declarações do vencido e do vencedor. Mas sei uma coisa: o PS deve aos simpatizantes que votaram informação rigorosa sobre o ato eleitoral. Espero que a trapalhada dos seus quadros eletrónicos online (ver imagens abaixo) seja rapidamente esclarecida.

O regresso da Brigada do Reumático e da Geração X cor-de-rosa

Jorge Coelho, Almeida Santos, socratinos e soaristas estão de volta ao poder cor-de-rosa. O fraco seminarista António José Seguro, a quem foi concedido o prazer amargo de uma voltinha no poder, retirou-se humilhado, mas não esmagado: 31,65% é uma percentagem que deveria obrigá-lo a disputar as próximas Diretas do PS, marcando posição para a era pós-Costa, a qual será muito curta.

A verdade é que a vantagem de Costa o coloca numa posição de tudo ou nada. Não tem nenhuma desculpa para falhar (se perder as Legislativas, adeus Costa!), mas o seu notório vazio de ideias vai aflorar ainda este mês, no dia mesmo em que a Troika pisar de novo o chão da Portela, e depois disto, assim que começar a discussão do orçamento de 2015. Por outro lado, como há cada vez menos tachos partidários, os que acorreram à última da hora à sopa dos pobres de António Costa vão ter uma surpresa desagradável.

O Tozé, como aqui nos fartámos de repetir, é um político inseguro, e cometeu o erro fatal de não neutralizar a corja socratina assim que esta perdeu o poder. Este erro, como sentirá em breve, não será cometido pelo sargento-ajudante António Costa, a menos que Seguro, depois de duas semanas de descanso, aproveitando-as para ler o O Príncipe, de Maquiavel, anuncie que irá disputar as Diretas e reorganize as suas tropas, incutindo-lhes confiança e esperança.

As bandeiras que levantou, contra a corrupção, pela paridade de géneros, e pela diminuição do número de deputados da Assembleia da República deve-as manter bem altas, pois o seu sucessor fará tudo para apagá-las.

É possível que as causas que defendeu na derradeira fase do seu mandato precisem de um novo líder socialista para as prosseguir, mas isso não o desobriga de preparar o terreno para que tal venha a ocorrer assim que o bluff Costa comece a revelar-se.

As baterias da nomenclatura voltar-se-ão agora e em força contra Passos Coelho

Bastou ouvir ontem o Marcelo para percebermos que depois de abater Seguro, a nomenclatura deste país, em geral falida, precisa de derrubar Passos Coelho, para que o Bloco Central da Corrupção possa regressar em força. Para esta corja, a pobreza crescente do país não lhes tira o sono, nem o prazer dos linguados. O que querem é proteger-se da Justiça e sacar tudo o que puderem antes que seja, para eles, tarde demais.

Portugal corre o sério risco de ser completamente destruído pela corja de rendeiros, devoristas e partidocratas que assaltaram a democracia. Os ventos internacionais adversos são infelizmente favoráveis à emergência de novos fascismos disfarçados. Como a lógica corporativa do Salazarismo se manteve intacta, embora infestada de aventais brancos e novas batinas, a menos que Bruxelas e Frankfurt aumentem a sua influência e as exigências sobre o nosso país, o perigo de termos um Novo Estado Novo é hoje mais evidente que nunca.


IMPORTANTE

O reporte online dos resultados eleitorais tem sido uma trapalhada com mudança sucessiva dos critérios de apresentação, informação sobre o número de inscritos, e contagens surrealistas de votos.
  •  Os inscritos totais divulgados em 29/9/2014 foram estes:
    -- às 02:11: 160.512
    -- às 02:15: não há informação sobre os inscritos
    -- às 09:13: 248.475
    (não é suposto ser este um número constante uma vez que existiu um período prévio de inscrição dos eleitores?)
  •  Quanto às contagens, para além de terem suspendido a divulgação de resultados por secção algures depois da meia-note ou uma da manhã, António José Seguro, mas também António Costa aparecem com menos votos hoje, às 20:30, do que os reportados esta manhã, às 09:08! 
Vale a pena consultar estas estranhas e não justificadas incrongruências. Quem supervisionou ou supervisiona este processo eleitoral? Jorge Coelho apenas?




Informação às 02:11:16 do dia 29/9/2014


Informação às 02:15:26 do dia 29/9/2014


Informação às 09:13:38 do dia 29/9/2014


Informação às 20:31:28 do dia 29/9/2014


Informação às 09:08:40 do dia 29/9/2014


Informação às 20:30:54 do dia 29/9/2014


Última atualização: 29/9/2012 22:28

terça-feira, junho 24, 2014

Voto Seguro


Se não travarmos o golpismo dos mandarins do regime, mereceremos a morte lenta a que estes nos pretendem condenar 


Seguro quer candidatos com acesso a dados de simpatizantes

23/6/2014, 22:18 - Observador

Na proposta de regulamento para as primárias, a direção do PS propõe que os candidatos tenham acesso aos dados de contacto dos simpatizantes que vão poder votar. Mas não pagam para votar.

Será que posso ter acesso aos mesmos dados dos militantes do PS?

PROPOSTA DE SEGURO: “A inscrição como simpatizante obedece à assinatura de um compromisso individual de concordância com a Declaração de Princípios do Partido Socialista e de não filiação noutro partido político, bem como de autorização de divulgação do respetivo nome, número de identificação civil, endereço postal e endereço eletrónico nos cadernos eleitorais, bem como de autorização de acesso aos mesmos por parte das candidaturas às eleições”.

O acesso eletrónico aos nomes dos simpatizantes, mas sem divulgação dos BIs/CCs, nem moradas postais e eletrónicas, parece-me bem, para evitar fraudes 'partidárias', mas ainda assim esta medida só deve ser adotada se da mesma base de dados eletrónica constar os nomes de todos os militantes do PS. Os processos de transparência são bem-vindos mas devem ser 'universais' e geridos com total preservação dos direitos democráticos relativos ao uso e tratamento de dados.

Creio também que cada simpatizante deveria pagar uma quantia simbólica ao votar (dois euros parece-me razoável). A democracia não é uma borla, e os militantes do PS supostamente pagam quotas.

Ultimamente faço parte do crescente grupo de ABSTENCIONISTAS ATIVOS E FURIOSOS, mas a verdade é que sempre votei no PS até os piratas socratinos terem dado cabo do país e, pelos vistos, do próprio PS. Sou, portanto, um simpatizante do PS e espero que a tentativa de assalto golpista ao aparelho, promovida pelo senhores Mário Soares, José Sócrates, António Costas e o resto dos devoristas cor-de-rosa, seja derrotada.

VOTAREI EM ANTONIO JOSÉ SEGURO, mas não sei ainda se votarei no PS nas próximas eleições. Se os devoristas que inundaram a Avenida da Liberdade de porcos vencerem, contra o que são as minhas expetativas, a ABSTENÇÃO ATIVA crescerá seguramente!

PS — Não se pense que sou um devoto de António José Seguro. Basta ler este blogue para perceber até que ponto critiquei virulentamente a sua fraqueza na demarcação do socratinismo. Sem uma separação de águas no PS, como aliás no PSD, no Bloco e no próprio PCP (mas aqui a coisa é mais soturna e opaca), entre quem promoveu a bancarrota do país, e/ou colaborou e especialente beneficiou do populismo despesista do estado, e a geração de novos dirigentes, militantes e simpatizantes que esperam e querem um renascimento realista e transparente da nossa democracia, Portugal corre o sério risco de se trnasformar numa cleptocracia incontrolável. Não se esqueçam que foram socialistas de caviar da laia de Mário Soares, José Sócrates, Almeida Santos e António Costa que enterraram por décadas um país como a Grécia.

quinta-feira, junho 09, 2011

PS: o sucessor nomeado

Assis atropela Costa por ordem de Santos

Francisco Assis, o tribuno. Foto: ©LUSA

«Os meus camaradas do PS são os primeiros a compreender que honrar a confiança que em mim depositam os lisboetas, cumprir o compromisso que assumi com a cidade que me elegeu e exercer com total paixão as funções públicas que me estão confiadas é não só meu dever como o melhor contributo que posso dar para credibilizar a política e prestigiar o PS» — António Costa (08-06-2011 00:47)

Il consigliere Almeida Santos foi ao Conselho Nacional do PS explicar a António Costa que afinal não podia suceder a Sócrates, e mais: teria que apoiar o Assis!

Pior ainda: António Costa tinha anunciado que iria dar uma conferência de imprensa, logo depois do conselho nacional do partido rosa que teria lugar no Largo do Rato, para anunciar a sua posição sobre a corrida ao cargo de sucessor de José Sócrates. A imprensa ficou à coca, imaginando o que toda a gente imaginou: que o homem iria candidatar-se, prometendo obviamente dar continuidade responsável e idónea ao trabalho do demissionário secretário-geral do PS.

Subitamente, porém, entrando pelo horário nobre das televisões dentro, il consigliere veio dizer-nos, sem cerimónias, que António Costa seria certamente o melhor sucessor de Sócrates, mas que, infelizmente, não poderia acumular tal cargo com o de presidente da câmara de Lisboa. E uma vez que Costa não iria certamente abandonar o cargo camarário, a sua candidatura a secretário-geral do PS ficava, pois, sem efeito.

Ou seja, o futuro secretário-geral do PS pode e acumulará tal cargo com o de primeiro ministro, quando e se vier a ganhar umas próximas eleições legislativas, mas não pode acumular com o cargo de edil da capital. É inacreditável, se não fosse, pura e simplesmente, mais uma demonstração da natureza perigosa de quem, sem a menor vergonha, capturou um partido político de alto a baixo!

A anunciada conferência de António Costa, prevista para as 22:30 de 7 de Junho, acabaria por ter lugar já na madrugada do dia seguinte, para se resumir a uma breve e decepcionante declaração de desistência.

Podemos imaginar os gritos e as lágrimas de crocodilos que correram durante o conselho presidido pelo consigliere Santos!

Desenhou-se e fez-se pois aprovar o plano da tríade que continua a controlar o PS, por forma a colocar no poleiro um sósia barbudo de Sócrates —o amarantino renegado e de nome enganador, Francisco Assis, trepadeira falante disposta a tudo dizer e o seu contrário para agarrar o teleponto dos insaciáveis donos do PS.

Razão teve Manuel Maria Carrilho ao dizer, na passada terça-feira, na TVI, que Assis é um seguidor acrítico de Sócrates, que a seu tempo (digo eu) pescou Assis e o promoveu para o dia de hoje.

Entretanto, lendo as entrelinhas dos jornalistas-pedreiros do Correio da Manhã, ficamos a saber que a manobra do consigliere foi, de facto, mais elaborada e subtil do que inicialmente pensei.

Almeida Santos tenciona afinal retirar-se do cargo que ocupa há séculos —o de presidente do partido— entregando-o (adivinhem?) a António Costa! Ou seja: se Assis ganhar, continua tudo nas mãos da tríade de Macau (Jorge Coelho, António Vitorino, Vitalino Canas, Alberto Costa, Maria de Belém Roseira, Carlos Santos Ferreira, Francisco Murteira Nabo, Manuel Frasquilho); mas se Assis perder para Seguro, pelo menos o cargo decisivo de presidente do partido fica em mãos, como se constatou, bem domesticadas!

O objectivo, porém, é mesmo derrotar António José Seguro, apostando em tudo o que houver para apostar. Até numa candidatura feminista improvisada, como aquela que Maria de Belém Roseira e Ana Gomes parecem estar prestes a protagonizar. Só falta mesmo a Edite Estrela para termos as três desgraças cor-de-rosa na posição de acólitas eleitorais do candidato da tríade. É difícil imaginar uma democracia europeia mais miserável!